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Introdução 
  Desde a década de 40  desenvolvemos uma longa e difícil batalha para construir partidos  revolucionários com influência de massas em todos os países, e por  construir a Internacional. Consideramos que a nossa luta é continuação  da luta travada por Marx, Engels, Rosa de Luxemburgo, Karl Liebknecht,  Lenin e Trotsky por construir a I, a II, a III e a IV Internacionais.
  Reivindicamos a I e a II  Internacionais como parte de nosso passado, mas assumimos como modelo de  partido mundial a Terceira, conhecida como Internacional Comunista. Ela  responde às necessidades da época imperialista que ainda estamos  vivendo, tanto nas propostas programáticas de seus quatro primeiros  congressos, como no seu regime interno, o centralismo democrático.
  A III Internacional foi  degenerada e depois dissolvida pelo stalinismo. A Oposição de Esquerda e  depois a IV Internacional nuclearam os revolucionários que mais  consequentemente enfrentaram a degeneração stalinista. Hoje, muitas  organizações se reivindicam da IV, fazem fóruns, ações conjuntas, mas  não existe a IV Internacional como organização centralizada. Os revezes  da luta de classes e os desvios de seus dirigentes, depois do  assassinato de Trotsky, provocaram sua dispersão. Por isso defendemos  sua reconstrução.
  Muitos perguntam: "Por que  reconstruir a IV, se ela é sinônimo apenas de trotskismo?" Trotsky  sempre foi contra o termo "trotskista", porque ele não considerava ser o  seu um setor diferenciado do marxismo. O nome "trotskista" foi imposto  pelo stalinismo aos que apoiavam Trotsky em seu enfrentamento com  Stalin. A corrente de Trotsky se autodenominava bolchevique leninista.  Ela deu origem à Oposição de Esquerda e depois à IV Internacional.  Nasceu para defender os princípios do marxismo e do leninismo - o  internacionalismo, a democracia e o poder operário...- e dar uma  política ofensiva para enfrentar o nazismo e a Segunda Guerra Mundial  diante da capitulação de Stalin.
  A IV Internacional é  continuidade da III Internacional dirigida por Lenin, e é sinônimo da  luta consciente contra a contra-revolução stalinista. É necessário  reconstrui-la, e não construir uma Internacional diferente, porque seus  princípios e bases teórico-programáticas, expressas no Programa de  Transição e na Teoria da Revolução Permanente, continuam vigentes,  independentemente das óbvias atualizações que devem ser feitas. O  Programa de Transição sistematiza as resoluções dos quatro primeiros  congressos da III Internacional: controle operário, frente única  operária, milícias, soviets, governo operário e camponês, ditadura do  proletariado. Além disso, incorpora a necessidade de fazer uma nova  revolução na URSS, a revolução política contra a burocracia. O Programa  de Transição, seguindo a orientação do IV Congresso da III  Internacional, supera a divisão entre o programa mínimo e o programa  máximo. Dá o método para elevar as massas ao programa da revolução  socialista, através da elaboração de um sistema de reivindicações  transitórias que pana das necessidades e do nível de consciência atual, e  leve à conquista do poder pelo proletariado.
  A teoria da Revolução  Permanente afirma que ocorre a combinação de tarefas democráticas e  socialistas no processo da revolução, ressalta a necessidade de que a  classe operária dirija esse processo e que ele se desenvolva na esfera  internacional.
  A atualidade destas  colocações faz com que hoje seja impossível elaborar um programa  revolucionário que não pana do Programa de Transição e da teoria da  Revolução Permanente. Por isso, todo revolucionário que queira lutar  pela derrota do imperialismo, da burocracia e pelo triunfo do socialismo  a nível mundial se aproxima, ainda que inconscientemmente, das posições  centrais da IV Internacional.
  Hoje, por exemplo, quando  vemos, as lutas no México, Bolívia. Venezuela, Argentina, Brasil...,  todas como resposta aos planos neo-liberais do imperialismo, sentimos a  impotência de não contar com um partido revolucionário mundial que possa  dirigir a luta de massas a nível da América Latina. Portanto, a  reconstrução da IV Internacional é a tarefa central para avançar na luta  contra o imperialismo.
  Essa reconstrução não é  tarefa exclusiva dos chamados "trotskistas", e sim de todos os que  concordam com suas bases programáticas. Trotsky encarou a construção da  IV Internacional não como uma tarefa exclusiva dos membros da Oposição  de Esquerda (os "trotskistas" daquela época), mas de todos os que  concordavam com os princípios leninistas e em encarar uma luta mortal  contra a burocracia. O avanço do nazismo e do stalinismo na década de 30  provocou a capitulação das organizações e dirigentes com os quais  Trotsky trabalhava para construir a nova Internacional. Por isso, e pela  necessidade urgente de materializar uma organização centralizada que  conservasse os princípios marxistas revolucionários, a IV Internacional  foi fundada apenas por aqueles que fizeram pane da Oposição de Esquerda  Internacional. Trotsky, no entanto, nunca abandonou seu objetivo de  lutar por uma IV Internacional de massas, onde os "trotskistas" estavam  dispostos a ficar em minoria.
  Nós nunca nos consideramos os  únicos revolucionários do mundo. Tampouco acreditamos que a solução da  crise de direção revolucionária passa só pelo crescimento vegetativo da  nossa corrente. Pelo contrário, sempre tivemos quase uma obsessão por  chegar a acordos revolucionários, tanto em nível nacional como  internacional. Por isso, a nossa é uma história de fusões, tentativas de  fusões e também das rupturas que os principais fatos da luta de classe  provocaram.
  Nesta longa e difícil batalha  por construir a Internacional tivemos alguns acertos e muitos erros. Em  janeiro de 1982, quando se fundava a LIT-QI, Nahuel Moreno dizia: "...  Os dirigentes do movimento trotskista se consideravam colossos que não  erravam nunca. No entanto, o trotskismo dirigido por eles era  lastimável..." "... Essa chata experiência de andar sempre entre  "gênios" nos levou a fazer propaganda indireta sobre nossa base para  convencê-la de que nos equivocamos muito, que devem pensar e pensar por  sua própria conta, já que nossa direção não é garantia de genialidades.  Queremos por todos os meios inculcar o espírito autocrítico, marxista, e  não uma fé religiosa em uma modesta direção, provinciana por sua  formação e bárbara por sua cultura. Por isso, acreditamos na democracia  interna e a vemos como urna necessidade imprescindível... Avançamos  através de erros e golpes e não temos vergonha de dizê-lo...".
  "... O problema é como  cometer menos erros, qualitativa e quantitativamente. A meu ver, a  tendência é cometer cada vez menos erros se estamos em urna organização  internacional, e sobre a base do centralismo democrático. Isso sim, para  mim, é um fato. Afirmo categoricamente que todo partido nacional que  não esteja em uma organização internacional bolchevique, com uma direção  internacional, comete cada vez mais erros e um erro qualitativo: por  ser trotskista nacional termina, inevitavelmente, renegando da IV  Internacional e adotando posições oportunistas ou sectárias para, em  seguida, desaparecer..."
  Nossa Origens 
  A corrente que hoje se  denomina LIT-QI existe com diferentes nomes desde 1953. Surgiu em 1944  como um pequeno grupo dirigido por Moreno, o GOM (Grupo Operário  Marxista), na Argentina. O objetivo central era ir à classe operária  tentando superar o caráter marginal, boêmio e intelectual do movimento  trotskista argentino. Durante os primeiros tempos tivemos um desvio  obreirista, sectário e propagandista. Não se fazia trabalho entre os  estudantes e o eixo da atividade era dar cursos sobre Manifesto  Comunista e outros textos clássicos. Entre 1944 e 1948 tivemos também um  desvio nacional trotskista: acreditar que havia solução para os  problemas do movimento trotskista dentro de seu próprio país. Só em 1948  começamos a intervir na vida da IV Internacional, participando em seu  Segundo Congresso.
  A intervenção nas lutas  operarias e na Internacional tomou possível a superação dos desvios e o  fortalecimento do grupo. A participação, em 1945, nas grandes greves dos  trabalhadores dos frigoríficos (principal categoria na Argentina nesse  momento) foi muito importante e nos permitiu ganhar quase todos os  companheiros do Comitê de Fábrica. Superamos nosso sectarismo e  propagandismo, mas caímos num desvio sindicalista, que depois começou a  ser superado graças à nossa participação na Internacional.
  Assim, nos fortalecemos em  outras fábricas. Dirigimos fábricas de tubos de cimento, de couro e até o  clube de um bairro operário (Villa Pobladora). Apesar de ainda sermos  um pequeno grupo de cerca de loa militantes, nos afirmamos no movimento  operário e construímos nossos principais quadros operários, que hoje são  parte de nossa tradição.
  O partido argentino chegou a  ser, junto com o SWP criado sob a orientação de Trotsky, o partido mais  operário do movimento trotskista.
  A Participação na IV  internacional 
  A direção da IV Internacional  depois da II Guerra, integrada pelo SWP (EUA), Pablo (Grécia), Mandel  (Bélgica) e Frank (França), era muito jovem e inexperiente e não  conseguira superar o debilitamento qualitativo provocado pelo  assassinato de Trotsky em 1940. A característica central da IV  Internacional naquela época era o sectarismo. O II Congresso se realizou  num momento de grandes mudanças: ocorria a Revolução Chinesa, na  checoslováquia os ministros burgueses eram afastados do governo e tinha  início a expropriação da burguesia e na Iugoslávia ocorria um processo  similar desde 1947. O congresso ignorou esses fatos e centrou a  discussão no caráter de classe da URSS e se se devia ou não defende-la  frente aos ataques do imperialismo. Polêmica essa que já havia sido  resolvida no partido americano em vida de Trotsky, em 39 e 40.
  Apesar do caráter sectário e  propagandístico desse congresso, a participação nele foi qualitativa  para o GOM. Passou-se a dar muito peso ao imperialismo e à relação com  as burguesias nacionais nas análises políticas, e também se deu muita  importância às definições internacionais, como foi o caso da posição a  favor da Coréia do Norte em seu enfrentamento com a Coréia do Sul.
  A discussão sobre os novos  estados do leste 
  Em 1949 começa a discussão  sobre o caráter de classe desses estados. Moreno reivindica a forma como  seu deu a discussão, dando um grande exemplo de centralismo  democrático. Existiram duas posições. Para Mandel e Cannon (EUA), esses  estados eram capitalistas. A posição de Pablo, apoiada, ainda que com  considerações distintas por Hansen (EUA) e Moreno, sustentava que haviam  nascido novos estados operarias. A polêmica se resolveu relativamente  rápido. Mandel e Cannon reconheceram que havia ocorrido um verdadeiro  processo revolucionário no Leste europeu e que novos estados operários  deformados haviam surgido. Este êxito político aumentou muito o  prestígio de Pablo nas fileiras da Internacional, e assim se chegou ao  Terceiro Congresso em 1951.
  A luta contra o pablismo 
  Em 1951, em plena guerra  fria, todos os comentaristas internacionais afirmavam ser inevitável o  choque armado entre os EUA e a URSS. Pablo e Mandel, seguindo a imprensa  burguesa, chegaram a uma conclusão funesta para a IV Internacional: a  terceira guerra mundial seria inevitável. Os partidos comunistas, no seu  afã de defender a Rússia, adotariam métodos violentos para enfrentar o  imperialismo e tomar o poder. O mesmo aconteceria com os movimentos  nacionalistas nos países dependentes.
  Baseados nessa análise, Pablo  e Mandel propuseram o "entrismo sui generis" nos partidos comunistas e  partidos nacionalistas burgueses, aos quais teríamos de acompanhar sem  críticas, até que se desse a tomada do poder. A maioria do trotskismo  internacional; encabeçado pela maioria da seção francesa, se negou a  implementar essa política. Nós, baseados no POR argentino (o antigo  GOM), denunciamos que essa posição, que deixava de considerar a  burocracia stalinista como contra-revolucionária e abandonava a luta  contra ela, era uma revisão de pontos essenciais do programa trotskista.  Afirmávamos que essas posições eram motivadas pelo caráter  pequeno-burguês e intelectual dos dirigentes europeus.
  A revolução Boliviana - A  divisão da IV internacional 
  Com essa caracterização,  Pablo se opôs a exigir a retirada dos tanques russos quando ocorreu o  levante dos trabalhadores de Berlim em 1953, apoiando de fato a  burocracia soviética. No entanto, a conseqüência mais trágico dessa  política foi a traição à revolução boliviana.
  Em 1952, na Bolívia ocorre  uma clássica revolução operária; os trabalhadores organizam milícias,  derrotam militarmente a polícia e o exército e surge a COB (Central  Operária Boliviana) como organismo de poder dual. Em 1953 ocorre a  revolução camponesa, que invade os latifúndios e ocupa terras.
  Desde a década de 40 a  organização trotskista (POR) vinha ganhando enorme influência no  movimento operário. Tinha em suas fileiras importantes dirigentes  mineiros, [abris e camponeses. Seu principal dirigente, Guillermo Lora,  foi o redator das Teses de Pulacayo, uma adaptação do Programa de  Transição à realidade boliviana, adotadas pela Federação de Mineiros.  Lora foi eleito senador por uma frente dirigida pela Federação de  Mineiros nas eleições de 1946. Na revolução de 52, o POR co-dirigiu as  milícias e foi co-fundador da COB. Tinha peso de massas na Bolívia.
  Infelizmente, o POR, seguindo  a orientação do SI de Pablo, não levantou a política de que a COB  tomasse o poder. Pelo contrário, deu apoio crítico ao governo do MNR  (movimento nacionalista burguês). Sem uma orientação revolucionária, o  movimento de massas foi sendo desmobilizado e desarmado. Além disso,-  essa traição à revolução provocou a deterioração do trotskismo  boliviano, que entrou era um processo de sucessivas divisões.
  Repudiando a linha do  "entrismo sui-generis", a maioria dos trotskistas franceses (dirigidos  por Lambert) e ingleses (dirigidos por Healy) , o SWP (EUA) e também os  trotskistas sul-americanos (com exceção do POR boliviano e do grupo de  Posadas na Argentina), rompemos com o SI dirigido por Pablo, e em 1953  criamos o Comitê Internacional (CI).
  O SLATO: A revolução  peruana 
  Na América do Sul, a partir  do POR argentino, junto com trotskistas do Chile e Peru, vínhamos numa  polêmica contra a política para a Bolívia. Em abril de 1953, Moreno  escreveu o texto "Duas Linhas" afirmando que o apoio crítico ao MNR era  uma traição e que se devia exigir que a COB tomasse o poder. Ao mesmo  tempo, exigíamos que o Comitê Internacional atuasse como organização  centralizada, única forma de derrotar o revisionismo pablista. A  negativa das forças majoritárias do Comitê Internacional a atuar de  forma centralizada e com uma política ofensiva provocou o avanço das  posições pablistas, apesar de que a maioria dos trotskistas estivessem  contra elas. Diante disso, começamos a atuar como tendência em nível  latino-americano e em 1957 formamos, junto com dirigentes peruanos e  chilenos, o SLATO (Secretariado Latino-Americano do Trotskismo  Ortodoxo).
  A existência do SLATO  permitiu que participássemos de forma centralizada no processo de  revolução agrária no Peru. Enviou-se Hugo Blanco, estudante peruano  militante do POR argentino, para participar do processo de Cuzco. Hugo  Blanco, orientado pelo SLATO, encabeçou o processo de ocupação de terras  e de organização sindical no campo. O SLATO enviou vários quadros para  apoiar esse trabalho. Nesse processo se construiu a FIR (Frente de  Esquerda Revolucionária), orientada pelos trotskistas, e que deu origem à  nossa atual seção peruana. Em 1963, Hugo Blanco foi capturado pelo  exército. De 1963 a1967 ficou incomunicável. Em 1967 foi processado pela  justiça militar. Diante do perigo de que fosse condenado a morte,  fez-se urna campanha internacional com a adesão de Sartre, Simone de  Beauvoir, Issac Deutscher, sindicatos da França, Inglaterra, Índia,  parlamentares franceses, ingleses e outros. Essa campanha impediu que  fosse condenado a morte. Pegou 25 anos de prisão. Outra campanha  internacional conseguiu sua liberdade em 1970. Durante esse período, os  camponeses peruanos continuavam elegendo Blanco como seu principal  dirigente em todos os seus congressos.
  A relução cubana e a  reunificação de 1963 
  Foi o reconhecimento e apoio à  revolução cubana a base da reunificação da IV Internacional em 1963.  Nasce o SU (Secretariado Unificado), encabeçado por Mandel e pelo SWP  (Pablo tinha ficado por fora da IV). No SU ingressaram todas as forças  trotskistas que reconheciam que em Cuba havia nascido um novo estado  operário. De fora ficaram os trotskistas ingleses e franceses que não  reconheciam o mesmo significado na revolução Cubana. Nós demoramos um  ano para entrar porque tínhamos muitas diferenças com Mandel e pedíamos  um balanço do método impressionista que levou à traição da revolução  boliviana, para evitar os mesmos desvios no futuro. No entanto, em 1964  resolvemos entrar, convencidos de que, apesar das divergências, uma  reunificação em tomo ao apoio a uma revolução era positiva.
  A luta contra os desvios  guerrilheiristas. O desenvolvimento do partido argentino. A revolução  portuguesa 
  O método impressionista de  Mandel não estava superado e veio uma nova capitulação no final da  década de 60. Desta vez ao castrismo, ao aceitar a concepção  guerrilheira do foquismo.
  O SWP, o PST argentino  (antecessor do MAS) e todos os outros grupos sul-americanos lideramos  uma corrente que travou uma grande batalha contra essas posições.  Dizíamos que a teoria do foco era uma política elitista, isolada do  movimento de massas e que provocaria grandes desastres. Infelizmente, os  fatos nos deram razão. O trotskismo perdeu inúmeros valiosos militantes  que seguiram essa linha equivocada, principalmente na Argentina, mas  também em outros países. A partir deste momento o SU começou a se  converter numa federação de tendências. Cada uma aplica a sua própria  política. O ascenso aberto em 1968 abre novas oportunidades e a  existência de uma organização mundial unificada (o SU) permite  aproveitá-las. Na França, por exemplo, onde o trotskismo tinha  praticamente desaparecido por causa do entrismo sui-generis, surge a  LSR, que chega a organizar 5 mil militantes e a publicar um jornal  diário. Na América Latina se dá um grande desenvolvimento do PST  argentino e nos EUA o SWP se fortalece enormemente com sua participação  contra a guerra de Vietnã.
  Mas, infelizmente, tivemos de  enfrentar uma nova capitulação de Mandel. Agora a numerosa vanguarda  surgida com o Maio Francês, influenciada pelo maoísmo. Nossa polêmica  com Mandel está desenvolvida em '"o partido e a revolução", de Nahuel  Moreno. No transcurso dessa batalha contra o guerrilheirismo e o  vanguardismo, nosso partido argentino, o PST (surgido da fusão com um  setor que rompeu com a social-democracia) se desenvolveu como um forte  partido de vanguarda. Esse fortalecimento se deu justamente com uma  política oposta a de Mandel: intervindo no ascenso aberto com o  '"cordobazo" e participando do processo eleitoral. Neste período  organizamos o partido no Uruguai e na Venezuela.
  Quando estoura a revolução  portuguesa em 1974 o PST envia quadros para participar do processo.  Impulsionamos uma política para a tomada do poder centrada no chamado ao  desenvolvimento e centralização dos organismos de duplo poder que  tinham surgido. ganhamos um setor de estudantes secundaristas e  organizamos o partido português, que acabou por fornecer importantes  quadros para a Internacional.
  Essa revolução mais uma vez  mostrou a capitulação de Mandel que, seguindo o maoísmo, deu apoio ao  MFA (Movimento das Forças Armadas) que co-governava o império português.  Esse processo também provocou a ruptura em 1975 da FLT (fração que  tínhamos formado com o SWP para enfrentar o mandelismo), frente a  impossibilidade de termos uma mesma política para a revolução. Para  eles, a tarefa central era levantar palavras de ordem democráticas e  editar obras de Trotsky.
  A maioria das organizações e  militantes da Colômbia, Brasil, México, Uruguai, Portugal, Espanha,  Itália e Peru se retiram da FLT e junto com o PST argentino constituem  uma tendência que em seguida se declara fração do SU, a FB - Fração  Bolchevique - que mais tarde daria origem à LIT-QI.
  A participação na revolução  portuguesa e a polêmica com o mandelismo e o SWP nos fez avançar na  elaboração teórica sobre a construção do partido em processos  revolucionários, expressa em "Revolução e Contra-revolução em Portugal".
  O partido no Brasil 
  Um grupo de jovens  brasileiros exilados no chile entra em contato com nossa corrente.  Depois do golpe dirigem-se à Argentina e começam militar no PST. Em  1974, voltam ao Brasil para construir o partido. Surge a Liga Operária e  depois a Convergência Socialista. O grupo começa a se desenvolver e, em  contato com a direção da FB, elabora a política do chamado à um partido  dos trabalhadores.
  A jovem organização  brasileira desenvolveu-se durante 12 anos sem dissolver-se nem capitular  à direção burocrática. Isso foi possível porque pertencia a uma  corrente internacional que orientou a se fazer entrismo no PT, a centrar  o trabalho nas oposições sindicais na CUT e que lhe deu clareza sobre o  caráter burocrático da direção lulista.
  Com isso, a CS pode sair do  PT qualitativamente mais forte do que entrou e com uma política de  frente única revolucionária dirigida aos setores de vanguarda que  rompiam com o partido de Lula.
  O partido colombiano 
  Em 1976 ocorre o golpe  militar na Argentina, que dá origem à ditadura semi-fascista de Videla. O  PST teve de tirar do país importantes dirigentes, e aproveitou-se para  reforçar o trabalho internacional. Neste período construímos nossas  organizações na Bolívia, Chile, Equador, Costa Rica, Panamá e reforçamos  o trabalho em Portugal e na Espanha. Mas o processo mais importante é o  da Colômbia, onde entramos em contato com o Bloco Socialista, uma  organização que vinha se aproximando de posições revolucionárias, com  quadros oriundos da igreja e do castrismo. Daí surge o PST colombiano,  que rapidamente se consolida como uma forte organização de vanguarda e  passa a ser um dos pilares de nosso trabalho internacional.
  A luta contra a ditadura  argentina 
  Enquanto isso, na argentina o  PST joga um papel heróico na resistência à ditadura genocida. Teve  aproximadamente 250 militantes presos e mais de 100 mortos e  desaparecidos. Mesmo assim, atuando na mais estrita clandestinidade,  manteve a edição de seu jornal e desenvolveu trabalhos no movimento  operário, na juventude e na intelectualidade.
  Quando começou a guerra das  Malvinas, o ódio à ditadura não impediu que o partido tivesse uma  política principista de identificar e atacar o imperialismo invasor como  o principal inimigo. Desde o primeiro momento, sem deixar de denunciar a  ditadura, o PST se colocou no campo militar argentino e militou pela  derrota do imperialismo. O PST saiu da ditadura com grande prestígio na  vanguarda e com 800 quadros sólidos, que se voltaram para a construção  do MAS, incorporando na tarefa um grupo de quadros que vinham de outra  corrente socialista.
  A revolução nicaraguense. A  brigada Simon Bolivar. 
  Em 1979, quando estoura a  revolução nicaragüense, nossa corrente, apesar das diferenças políticas  com o sandinismo, resolve participar fisicamente da luta contra Somoza.  Através do PST colombiano realiza uma grande campanha para construir a  Brigada Simón Bolivar. Ela se forma com militantes de nossa corrente e  revolucionários independentes, da Colômbia, Panamá, Costa Rica, EUA e  Argentina. Mantendo sua total independência política, a Brigada ingressa  no exército sandinista e cumpre um heróico papel na liberação da região  sul da Nicarágua, o que lhe custa mortos e feridos. Com o triunfo da  revolução os brigadistas são recebidos como heróis em Manágua. Nós  vínhamos exigindo que o sandinismo rompesse com a burguesia e tomasse o  poder juntamente com os sindicatos operários. O sandinismo, seguindo a  política de Castro, estava num governo de coalizão com Violeta Chamorro.  A Brigada impulsiona a criação de sindicatos e em uma semana organiza  mais de 70. Isso provoca a reação da direção sandinista, que a expulsa  da Nicarágua. Vários brigadistas são presos e torturados pela polícia  panamenha, aliada ao governo sandinista.
  O SU envia uma delegação a  Manágua para dizer que éramos um grupo ultra-esquerdista com o qual não  tinham nada a ver, e vota uma resolução proibindo a construção de  partidos por fora do sandinismo. A negativa em defender militantes  revolucionários torturados pela burguesia e o fato de terem votado essa  resolução interna que na prática era um decreto de expulsão de nossa  corrente obrigaram nossa ruptura definitiva com o SU.
  Esses fatos revelaram a  verdadeira polêmica dentro do SU. Nós defendíamos a necessidade de  construir um partido revolucionário na Nicarágua e eles não. A mesma  discussão existiu em relação a Cuba, tanto sobre a construção do  partido, quanto à necessidade da revolução política. Tudo isto  demonstrava a crescente capitulação do SU ao castrismo e ao sandinismo.
  Nossa relação com o  lambertismo 
  Quem deu sua solidariedade à  Brigada Simón Bolivar foi a corrente dirigida por Pierre Lambert. Assim  começou nossa relação política com o lambertismo, com o qual não  tínhamos contato desde 1963. Inicia-se um processo de discussão, com  grandes acordos principistas e programáticos expressos nas "Teses para a  atualização do Programa de Transição", de Nahuel Moreno. Nesse trabalho  se define o stalinismo e o castrismo como agentes  contra-revolucionários; reconhecem-se como revoluções os processos do  pós-guerra (Leste Europeu, China, Cuba) apesar de não terem sido  encabeçados pela classe operária e seu partido revolucionário.
  Ao mesmo tempo, se coloca a  necessidade de impulsionar a revolução política contra os estados  operários degenerados surgidos desses processos; analisa-se a guerra de  guerrilhas e a política oportunista de suas direções; dá-se especial  importância à defesa do direito de autodeterminação das nacionalidades  oprimidas e às tarefas democráticas; identifica-se o inicio do processo  de crise dos aparatos contra-revolucionários, em especial o stalinismo, o  que abre possibilidades de lutar por partidos trotskistas e uma IV  Internacional de massas. Constitui-se um Comitê Paritário que culmina em  1980 com a formação de uma organização conjunta: a Quarta Internacional  - Comitê Internacional - (QI-CI). Realizamos a campanha de apoio ao  "Solidariedade" na Polônia. Tudo indicava que se podia dar um grande  passo no caminho da reconstrução da IV.
  Mas essa tentativa se  frustrou. Nossa pouca inserção na Europa nos fez cometer um grave erro.  Não vimos que o lambertismo tinha fortes laços com a burocracia  sindical, o que o levou a capitular ao governo de Frente Popular. Assim  que ocorreu a vitória de Mitterrand na França, Lambert se nega a  discutir a política para a França e começam as expulsões de militantes  que se colocam contra essa política isso provoca a ruptura da QI-CI.
  A polêmica com o lambertismo  nos obrigou a avançar na elaboração sobre a frente popular, o que se  refletiu no livro "A Traição da OCI", de Nahuel Moreno.
  A fundação da LIT-QI 
  Em janeiro de 1982  realizou-se uma reunião internacional com os partidos da FB e dois  importantes dirigentes do lambertismo: Ricardo Napurí, do Peru e Alberto  Franceschi, da Venezuela. Um dos pontos centrais da reunião era  organizar uma campanha em defesa da honra revolucionária de Napurí,  atacado moralmente por Lambert por expressar diferenças políticas com  este. Outro grande ponto era como avançar na construção da  Internacional.
  A reunião, depois de aprovar a  campanha, resolveu por unanimidade converter-se na conferência de  fundação de uma nova organização internacional. Aprovam-se então as  teses de fundação e os estatutos da LIT-QI. A LIT-QI não é somente a FB  com outro nome, já que a ela se integra Franceschi e seu partido, o MIR  proletário, que romperam com o lambertismo. Pouco depois Napurí se  incorpora, junto com a metade do partido peruano, que também rompem com  Lambert.
  Em 1985, o partido dominicano  se integra à LIT-QI. Esse grupo não vem do trotskismo, mas de uma  ruptura da igreja. Em 1987 se integram o grupo de Bill Hunter da  Inglaterra, que não é de tradição morenista, e um grupo de jovens  trotskistas independentes do Paraguai, que dão origem ao PT paraguaio, a  maior organização de esquerda nesse país.
  Em 1985 o manifesto da LIT-QI  faz um chamado a construir a FUR a partir de um programa mínimo  revolucionário para enfrentar a frente contra-revolucionária mundial do  imperialismo, burguesias nacionais, igreja, stalinismo, castrismo,  sandinismo e as burocracias sindicais.
  As principais campanhas  políticas da LIT-QI 
  A primeira é pela vitória da  Argentina na guerra das Malvinas, com a qual intervimos no processo  anti-imperialista que se abriu na América Latina. A campanha pelo não  pagamento da dívida externa nos permitiu empalmar com as grandes  mobilizações bolivianas que obrigaram o governo da frente popular a  suspender o pagamento da dívida. Teve grande importância a campanha  contra os acordos de Esquípula e Contadora, impulsionados pelo  imperialismo e apoiados pelo castrismo e sandinismo para deter o  processo revolucionário centro-americano. Em 1991 realizamos a campanha  pela derrota do imperialismo na guerra do Golfo.
  A CRISE DE 90
  Depois da queda da ditadura  argentina, a direção da LIT resolve priorizar o trabalho nesse país,  onde se abriu a possibilidade objetiva e subjetiva de que o MAS se  convertesse num partido com influência de massas. Nas lutas do movimento  de massas e na participação eleitoral, o MAS se transforma no partido  mais forte da esquerda argentina. Ganha grande inserção nas principais  fábricas e bairros operários, encabeça chapas de oposição à burocracia  nos principais sindicatos, realiza atos com 20 e 30 mil pessoas, elege o  primeiro deputado trotskista argentino, chegando a impulsionar e  dirigir um ato de oposição ao governo com 100.000 pessoas.
  Em meio a esse processo, a  LIT-QI recebe, em 1987, um terrível golpe com a morte de seu fundador e  principal dirigente, Nahuel Moreno. Sua ausência provocou um  debilitamento qualitativo em nossa direção internacional. A nova direção  dá respostas equivocadas aos processos do leste de 89-90. Define  corretamente estes processos como revolucionários, mas não vê suas  contradições, fazendo assim uma caracterização unilateral. Surge então  para o Leste e todos os países uma atitude autoproclamatória e uma  política com traços oportunistas de capitulação à reação democrática.
  Paralelamente, se cai em um  desvio nacional-trotskista: a direção internacional havia ficado, de  fato, monopolizada pela direção do partido mais forte, o argentino, que  passa a atuar como partido-mãe.
  Tudo isto provoca a maior  crise de nossa história que terá como conseqüências a ruptura e  retrocesso do partido argentino, a ruptura do partido espanhol e a saída  do partido colombiano da LIT-QI. Chega-se quase à destruição da LIT-QI.
  O V congresso mundial da  LIT-QI 
  A partir do V Congresso da  LIT-QI (julho de 1994) são dados os primeiros passos para reverter esse  processo. Nesse congresso se combinam uma situação objetiva favorável  (Chiapas, a resistência do povo bósnio, o "santiaguenhaço", o ascenso do  movimento operário europeu, o processo de reorganização no Brasil que  dá origem ao PSTU) com a disposição subjetiva do conjunto dos dirigentes  de fazer todos os esforços para tirar a LIT-QI da paralisia.
  Nesse congresso se resolve  assumir a campanha de ajuda operária à Bósnia, a regularização de  Correio Internacional, a construção de um secretariado internacional com  dirigentes de diversos países, priorizar o trabalho no Brasil e na  Europa, impulsionar o processo de elaboração e de rearme programático.  Todas essas medidas tendem a reconstruir a LIT-QI com o objetivo de que  ela possa encabeçar a tarefa de reconstrução da IV Internacional.
  Em relação a essa tarefa  estratégica, o congresso dá um primeiro passo votando o Comitê de Enlace  com Workers International (organização com presença na Inglaterra,  África do Sul, Namíbia e alguns países do Leste Europeu). A vitoriosa  campanha de ajuda operária à Bósnia, nossa participação no processo  revolucionário mexicano, na construção do partido operário  internacionalista da Ucrânia, a fusão de nosso partido na Espanha, a  regularidade da revista internacional em espanhol, inglês e português,  os avanços na construção do PSTU, o fortalecimento de nosso trabalho  europeu, o fato de que tenhamos feito uma proposta programática para o  Comitê de Enlace com WI, que estejamos avançando na elaboração sobre  Cuba, Bósnia, África do Sul, a discussão sobre as novas formas de  trabalho, sobre os estados do Leste Europeu..., tudo isso mostra que  estamos cumprindo as resoluções do último congresso mundial. E que a  LIT-QI avança na superação da paralisia e dá os primeiros passos para  superar a crise aberta em 1990
  Nosso projeto atual 
  Uma estreita ligação com a  classe operária e uma permanente relação com a Internacional foi o que  nos permitiu sempre superar os erros que cometemos durante nossa  história. Além do mais, nossa corrente sempre se caracterizou por atuar  com grande flexibilidade nas táticas e extrema rigidez nos princípios.
  Essa permanente relação com a  Internacional se demonstra no fato de nunca termos sido abstencionistas  em relação ao movimento trotskista. Pelo contrário, demos uma grande  batalha para corrigir a política do POR boliviano, os desvios,  vanguardistas da LCR francesa, o desvio guerrilheirista que provocou a  morte de tantos trotskistas argentinos..., queríamos evitar a destruição  desses partidos e dirigentes, importantes conquistas do movimento  operário mundial. Essa batalha teve frutos. Conseguimos resgatar  importantes quadros desses desvios e ao calor desse combate e da  participação na luta de classes fomos construindo nossa corrente, a  LIT-QI, que hoje tem partidos, grupos ou militantes na Argentina,  Brasil, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Peru, Venezuela, Costa Rica,  República Dominicana, México, EUA, Portugal, Espanha, França,  Inglaterra, Polônia, ex-URSS, Austrália e Alemanha.
  Essa construção foi feita  buscando a melhor forma de nos relacionar com o movimento de massas,  adaptando nossas bandeiras a seu nível de consciência para conseguir a  mobilização. No entanto, nunca rebaixamos nosso programa ou hesitamos em  enfrentar a consciência das massas quando se trata de defender uma  política principista. Enfrentamos a consciência pró-castrista da  vanguarda latino-americana na campanha contra contadora, e hoje fazemos o  mesmo ao defender nosso programa e nossa política para Cuba, centrada  na luta pela revolução política contra a burocracia de castro. Nossos  pequenos grupos da Europa enfrentaram a consciência pró-imperialista da  vanguarda européia durante a guerra das Malvinas, respeitando o  princípio marxista de colocar em primeiro lugar a derrota de seu próprio  imperialismo. Por isso também é que mantemos nossa política para a  Bósnia, já que é um princípio do marxismo revolucionário se opor a  qualquer genocídio e estar ao lado da nação oprimida diante do ataque da  nação opressora.
  Por isso, apesar dos erros  cometidos, estamos orgulhosos de nossa história. obviamente, não  pretendemos que todos os militantes do PSTU concordem com tudo o que  fizemos nestes quase 50 anos. Temos trajetórias diferentes e,  provavelmente, teremos divergências na interpretação de muitos fatos.  Com certeza existirão também diferenças em algumas definições teóricas,  as que também existem na LIT-QI, já que têm a ver com fatos que mudaram a  face do mundo e estão provocando grandes polêmicas no marxismo mundial.  Além disso, não queremos, uma Internacional onde haja unanimidade sobre  tudo. Queremos uma organização centralizada nos aspectos programáticos  centrais, porém viva, com polêmicas sobre diversos aspectos teóricos e  políticos que possibilitem um avanço constante.
  O que queremos é chegar, com  os militantes do PSTU, a um acordo em torno das tarefas colocadas daqui  para a frente. Nosso projeto se baseia, em primeiro lugar, na  constatação de que a definição de Trotsky: "A crise histórica da  humanidade se reduz à crise de sua direção revolucionária", adquire uma  dramática atualidade. A falta de uma direção revolucionária mundial é o  que permite ao imperialismo, apesar da sua crise crônica e das grandes  lutas de resistência, continuar avançando terrivelmente sobre o nível de  vida das massas. Por exemplo, a ausência dessa direção explica os  avanços da restauração no Leste e coloca o perigo de que as ações  revolucionárias das massas cubanas contra a burocracia castrista sejam  capitalizadas pela burguesia gusana, acelerando o processo de  restauração capitalista já iniciado por Fidel Castro.
  Em segundo lugar,  consideramos que a derrubada do stalinismo, apesar de todas as suas  contradições, é um fato revolucionário. A queda do aparato central  stalinista provocou dois efeitos opostos. Por um lado, as direções  tradicionais giram à direita e se integram cada vez mais ao regime  burguês. Por outro, isso origina desprendimentos (ainda minoritários)  pela esquerda, em busca de uma nova organização revolucionária. Este  fenômeno também ocorre no trotskismo, onde as correntes mais fortes e  tradicionais (o SU e o lambertismo) avançam na sua integração aos  aparatos contra-revolucionários, provocando rupturas de setores que se  enfrentam a essa capitulação.
  A construção do PSTU é fruto  desse processo de reorganização provocado pela queda do stalinismo.  Também é parte desse processo a construção do POI na Ucrânia, a fusão na  Espanha, o Comitê de Enlace com WI entre outros. Este processo de  reorganização também explica o fato de que a LIT-QI, apesar de sua  crise, hoje tenha um número de relações com dirigentes e organizações  revolucionárias como nunca antes teve em sua história. Tudo isso nos  leva a afirmar que a queda do stalinismo abriu melhores possibilidades  para reconstruir a IV Internacional. O que não significa que esta seja  uma tarefa fácil, da mesma forma que não foi nem será fácil o processo  de construção do PSTU.
  Nosso projeto, portanto, é  avançar nas relações com os diversos dirigentes e organizações a partir  da discussão programática e a atuação conjunta na luta de classes. Dessa  forma, testamos se existem os acordos de princípios, programáticos e  metodológicos para construir uma nova organização internacional que  supere a LIT-QI e avance na reconstrução da IV Internacional. Não  pretendemos criar essa nova organização somente com trotskistas nem com  todos os que se reivindicam trotskistas, mas com aqueles com os quais,  independente de sua origem, cheguemos a esse acordo revolucionário.
  Assumimos a tarefa de  impulsionar a reconstrução da IV Internacional. Temos uma história, uma  experiência acumulada, um programa e o embrião de uma organização  revolucionária internacional, a LIT-QI. Colocamos tudo isso a disposição  do movimento de massas para avançar na tarefa de reconstrução da  IV Internacional. Para ganhar forças na realização dessa difícil e  histórica tarefa, chamamos os militantes da LIT-QI e todos aqueles que  concordem com nosso projeto a fortalecer esse embrião revolucionário.
Fonte: http://www.litci.org/pt/index.php?option=com_content&view=article&id=1716&Itemid=3
Fonte: http://www.litci.org/pt/index.php?option=com_content&view=article&id=1716&Itemid=3
 
 
 
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