terça-feira, 10 de julho de 2018

Tempo Geológico - Texto 2

Parte 1 
Os cientistas dividiram a idade do nosso planeta em intervalos de tempo, chamados de Tempo Geológico. Esse intervalo vão de aproximadamente 4,5 bilhões de anos, até os dias atuais, assim, se tem varias divisões chamadas de unidades cronoestratigráficas: éons, eras, períodos, épocas e idades.
Antes de destrincharmos o tempo geológico, precisa-se compreender o significado das respectivas palavras;
-Supereon:  Existe apenas um supereon, o Pré-Cambriano. Este nome compreende o conjunto dos três éons mais antigos da história do nosso planeta (Hadeano, Arqueano e Proterozoico), intervalo que abrange nada menos que 7/8 da história da Terra.
-Éons: é a maior unidade de tempo geológico, remete a uma quantidade de tempo muito grande.
-Eras: hierarquizadamente abaixa dos éons, sendo caracterizada pelo modo como os continentes e oceanos se distribuíram, e como os seres vivos nela se encontravam.
-Períodos: é uma divisão das eras, sendo também, a unidade fundamental na escala de tempo geológico.
-Épocas: intervalos dentro de tempo dentro dos períodos.
-Idades: categoria hierarquizada mais inferior, possui duração máxima de 6 milhões de anos, podendo ser menor que 1 milhão de anos.

Assim, pode-se observar as respectivas divisões:
Escala de Tempo Geológico
Fonte: Geocultura.net
*Observação: os valores presentes na tabela é de ordem aproximada!
Observado como se configura as unidades cronoestratigráfica, será explanado os acontecimentos mais relevantes presente durante o pré-cambriano;
 Para ter acesso aos principais acontecimentos do éon fanerozoico, fique atento no sobregeologia! o artigo sairá em breve!

Éon Hadeano
Fase inicial de formação da terra há 4,54 bilhões de anos, que corresponde também ao início da formação dos planetas do nosso sistema solar. Terminando em aproximadamente 3,85 bilhões de anos, que corresponde também a formação das primeiras rochas.

Éon Arqueano
O início dessa fase se deu há 3,85 bilhões de anos, no qual se têm a formação das primeiras rochas, terminando há 2.5 bilhões de anos.
O interior da Terra, no início dessa fase, era muito quente, com um fluxo de cerca três vezes maior de calor quando comparado a hoje. Porém, o Sol era 1/3 menos quente que hoje, então compensava a alta temperatura no seu interior, logo, cientistas acreditam que a temperatura na superfície era muito parecida com a que temos atualmente. Como os processos de metamorfismo acaba por apagar os registros históricos de formação das rochas, são poucas as rochas que existem hoje, formadas nesse éon, sendo as mesmas, principalmente ígneas intrusivas e metamórficas.
A vida surge no Arqueano, tendo em vista, que foi observado a presença de organismos unicelulares primitivos, que não apresentam seu material genético delimitado por um membrana, sendo as cianobácterias, que ficaram preservadas após formarem um tapete, formando assim os estrolmatólitos.  Entretanto, os eucariontes (animais em que o núcleo está rodeado por uma membrada) podem ter existido nesse período, porém não há registro dos mesmos em rochas dessa fase.
O Arqueano divide-se em quatro eras:
Eoarqueano (3,85-3,6 bilhões de anos), fase em que a Terra era bastante bombardeada por meteoritos.
Paleoarqueano (3,6 a 3.2 bilhões de anos), quando surgiram os primeiros continentes. Mais para o final desta era, pode ter se formado um supercontinente, chamado Vaalbara. Apesar de alguns cientistas considerarem que não haviam placas tectônicas se movendo, outros consideram que sim, e que sua movimentação era intensa. Há bactérias de 3,46 bilhões de anos bem preservadas encontradas na Austrália.
Mesoarqueano (3,2 a 2,8 bilhões de anos). No final desta era, o supercontinente Vaalbara começou a se partir. Os estromatólitos proliferavam na Terra.
Neoarqueano (2,8 a 2,5 bilhões de anos). Era em que a tecônica de placas pode ter sido bastante similar à de hoje. Há bacias sedimentares bem preservadas e evidência de fraturas intracontinentais, colisões entre continentes e eventos orogênicos de âmbito global bem disseminados. Pode ter surgido e sido destruído um supercontinente, se não vários. A água era predominantemente líquida e havia bacias oceânicas profundas que dariam origem a formações ferríferas bandadas, depósitos de chert, sedimentos químicos e basaltos na forma de pillow lavas (lavas em forma de almofadas).

Éon Proterozoico
O proterozoico começou há 2.5 bilhões de anos e estendeu-se até 542 milhões de anos atrás. São dessa época que rochas como as que formam o Gran Canyonm no Colorado (EUA).
Fase em que o oxigênio se acumulou na litosfera, formando óxidos, principalmente de silício e ferro. As camadas de óxido de ferro formaram-se sobre tudo em torno de 2.5 a 2 milhões de anos.
Os primeiros seres eucariontes preservados surgem nessa fase.
Cerca de 900 milhões de anos atrás os continentes estavam reunidos numa única massa, chamada Rondínia, que acabou se fragmentando no final desse éon, originando os paleocontinentes Laurentia, Báltica, Sibéria e Gonduana.
O proterozoico é dividido em três eras:
Paleoproterozoico (de 2,5 a 1,6 bilhões de anos), quando surgiram os primeiros seres eucariontes.
Mesoproterozoico (de 1,6 a 1,0 bilhão de anos). Era em que se formou o supercontinente Rodínia e surgui a reprodução animal sexuada.
Neoproterozoico (1,0 bilhão de anos a 542 milhões de anos). No final dessa era, termina o éon proterozoico e a longa fase da história da Terra que se chamava recentemente de Pré-Cambriano.
Dos períodos desse éon, merece destaque o mais recente, O Ediacarano, pela importância dos fósseis encontrados em rochas de Ediacara, no sul da Austrália, a chamada Biota Ediacarana. Ali, animais multicelulares marinhos, depois descobertos também em outras regiões, viveram cerca de 700 milhões de anos atrás. Aparentemente, esses animais sofreram extinção em massa ainda nesta era. O Neoproterozoico era chamado, até recentemente, de Vendiano.

Assim, se dá o fim do primeiro artigo sobre a história geológica da Terra. Continue acompanhando o sobregeologia para ter acesso ao artigo que abordará o Éon Fanerozoico, além de outros temas geológicos diversos.

Parte 2 
Como visto anteriormente no artigo Tempo Geológico - parte 1, a idade do nosso planeta foi dividida em intervalos de tempo, assim esse artigo se trata da continuação de uma breve descrição dos principais acontecimentos do Éon Fanerozoico. Esse, por sua vez, é o éon em que vivemos e que teve início há 541 milhões de anos.

Esse éon é divido em três eras, destacando-se pela grande ocorrência de rochas e fósseis desse intervalo de tempo, permitindo assim, uma subdivisão em vários períodos. Destaca-se também pela grande importância na diversificação animal ocorrida no período do cambriano, que será tratada a seguir.
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A Explosão do Cambriano, um importante evento na história da
vida na Terra, ocorreu durante o Éon Fanerozoico.


Éon Fanerozoico

Divide-se em três eras, sendo elas; Paleozoico, Mesozoico e por fim o Cenozoico;

Era do Paleozoico: é uma grande era do fanerozoico, indo de 541 até 252 m.a. Divide-se em 6 períodos; Cambriano, Ordoviciano, Siluriano, Devoniano, Carbonífero e o Permiano. 
- Período do Cambriano: teve início em 541 m.a e fim em 485 m.a atrás. Nesse período aconteceu a maior diversificação da vida, por isso é conhecido como a explosão cambriana. Grandes registros fósseis são encontrados dessa intervalo de tempo, e demonstra um repentino aparecimento de diversos grupos de animais, como os anelídeos, artrópodes, braquiópodes, equinodermos, moluscos e esponjas, entre outros. Os Trilobitas dominavam esse período. Assim, destaca-se dois eventos, o surgimento do esqueleto (exo ou endo), e a bilateralidade, que por sua vez, do ponto de vista da evolução, é considerado um grande avanço. Tais eventos foram acompanhados de um clima "agradável" por não haver glaciação. O ambiente terrestre não possuía cobertura vegetal, possuindo apenas, algas marinhas.
- Período do Ordoviciano: teve início em 485 m.a e fim em 443 m.a. Dominavam os invertebrados marinhos, como; trilobitas, braquiópodes e graptozoários. Habitavam com eles peixes primitivos, cefalópodes, corais, crinoides e gastrópodes, além das algas vermelhas e verdes. Houve o surgimento de gigantescos animais como artrópodes marinhos de 2 metros, além de animais vertebrados. Apesar do clima com temperaturas médias e atmosfera muito úmida, no final, formaram-se grandes gelerias, que possivelmente causou grandes extinções. Cerca de 60% de todos o gêneros e 25% dos invertebrados marinhos de todos os grupos.
- Período Siluriano: teve início em 443 m.a e fim em 419 m.a. Marcado pelo surgimento dos recifes de corais e dos primeiros peixes com mandíbula. Houve também a migração de artrópodes para o ambiente terrestre, e no final, o aparecimento de animais e plantas em áreas continentais. Período marcado também pela elevação do nível dos mares, por causa do derretimento das calotas polares.
- Período Devoniano: teve início há 419 m.a e fim em 359 m.a. Surgem vegetações de pequeno porte na superfície terrestre, e os corais atingem seu auge. Destaca-se pelo aparecimento dos primeiros anfíbios, licopsídeos, insetos voadores e pré-gimnospermas. Os peixes começam a deixar a água, com a evolução de nadadeiras para patas, e os insetos tiveram um grande desenvolvimento.
- Período Carbonífero: teve início em 359 m.a e fim em 299 m.a. Que recebe esse nome pela formação das grandes jazidas de carvão. As árvores que caíam em pântanos eram soterradas sem se decomporem, pois não havia muito oxigênio. Esse soterramento acarretava no aumento de temperatura, e que posteriormente, através de reações químicas, resultava no carvão. E no fim, destaca-se pelos répteis adquirirem a capacidade de se reproduzirem em terra.
- Período Permiano: teve início em 299 m.a e fim em 252 m.a. Se trata do último período da Era Paleozoica. É nesse período que os continentes uniram-se para formar uma única massa, conhecida como supercontinente Pangeia. Dominavam os insetos e animais que não eram os répteis e nem mamíferos e pertenciam ao grupo dos Synapsida. Haviam anfíbios gigantes nas águas doces, e tubarões primitivos, moluscos cefalópodes, branquiópodes, trilobitas e artrópodes gigantescos, no mar. Também haviam criaturas voadoras, que eram parentes gigantes das libélulas.Fósseis de Glossopteris, que é um gênero de árvore, são os mais antigos do período Permiano encontrados até hoje. Esse período destaca-se por uma grande extinção em massa, no qual, cerca de 95% das espécies marinhas e 70% das espécies terrestres desapareceram. 

Era do Mesozoico: intervalo de tempo geológico compreendido entre 251 m.a e 66 m.a, sendo dividido em três períodos: Triássico, Jurássico e Cretáceo. Nessa era ocorreram importantes eventos geológicos e biológicos, como a fragmentação do supercontinente Pangeia e a segunda maior extinção em massa proveniente do impacto de um imenso meteorito contra a superfície terrestre.
Período Triássico: esse é o primeiro período do Mesozoico, compreendido entre 251 m.a e 201 m.a. Nessa fase da história da Terra, a América do Sul possuía vastas áreas de desertos arenosos, cujas areias viriam a formar o Arenito Botucatu, principal rocha do Aqüífero Guarani. Nesse período, os répteis dividiram-se em muitos grupos e ocuparam diversos habitats. Surgiram os primeiros dinossauros e os primeiros mamíferos ovíparos. No Rio Grande do Sul, há uma grande área com rochas desse período (230 milhões de anos) que possui vários sítios paleontológicos, nas formações Santa Rita e Caturrita. Nesses sítios são encontrados os fósseis de antigos animais vertebrados como: Rincosaurus, Stauricosaurus, Guaibasaurus, Saturnalia tupiniquim, Sacisaurus e muitos outros. A flora viu florescerem as coníferas, árvores de grande porte. (DE MORAES, Pércio. 2016)
- Período Jurássico: O segundo período do Mesozóico começou há 201 milhões de anos e terminou 145 milhões de anos atrás. Foi o período em que a Pangéia começou a se dividir, originando a Laurásia (ao Norte) e o Gondwana (ao Sul). Este dividiu-se também, originando a África e a America do Sul. As maiores formas de vida que nele viveram foram os répteis marinhos (ictiossauros, plesiossauros e crocodilos), bem como os peixes. Em terra, os grandes répteis (arcossauros) permaneceram dominantes. O Jurássico foi a idade de ouro dos grandes saurópodes, como o Apatosaurus e o Diplodocus. Eles foram alimento para grandes terópodes (Ceratosaurus, Megalosaurus e Alossaurus). Também no Jurássico surgiram os mamíferos marsupiais. No ar, desenvolveram-se os primeiros pássaros, a partir de pequenos dinossauros, como o Compsognathus. Os pterossauros eram comuns. Na flora, a novidade foi o surgimento das plantas com flores. (DE MORAES, Pércio. 2016)
- Período Cretáceo: O último período da Era Mesozóica começou há 145 milhões de anos e terminou 66 milhões de anos atrás. Nele, os continentes começaram a adquirir a atual conformação (na gravura, a terra no Cretáceo Superior) e os dinossauros alcançaram seu apogeu, sofrendo, porém, uma extinção em massa no final do período, quando desapareceram também muitas outras espécies animais e vegetais. Dos répteis, só restaram crocodilos, lagartos, tartarugas e cobras. A teoria mais aceita para explicar isso é a queda de um meteorito com 10 km de diâmetro na península de Yucatán, no México, o que levantou uma quantidade de poeira suficiente para cobrir a Terra por meses, matando as plantas, depois os dinossauros herbívoros e por fim os carnívoros. Após o fim dos dinossauros, houve e a diversificação dos mamíferos (alguns tornaram-se enormes) e o auge do desenvolvimento das aves. Também no Cretáceo surgiram os mamíferos placentários primitivos e as plantas com flores. (DE MORAES, Pércio. 2016)

Era do Cenozoico: Essa era teve início há 66 m.a e se estende até hoje. Está dividida em três períodos; Paleógena, Neógeno e Quaternário. É no cenozoico que a terra assume sua forma atual. Com diversas atividades vulcânicas e formação de grandes cadeias montanhosas, como os Andes, Alpes e o Himalaia. Houve o surgimento de 28 ordens de mamíferos, sendo que dezesseis das quais ainda vivem.
- Período Paleógeno: teve início há 66 m.a e fim há 23,03 m.a. Divide-se nas épocas; Paleoceno, Eoceno e Oligoceno. É nesse período que surgem os mamíferos modernos, com a extinção das espécies arcaicas. Destaca-se nesse período, mais especificamente na época do Eoceno, o surgimento do cavalo primitivo, no hemisfério Norte.
- Período Neogeno: teve início há 23,03 m.a e fim há 2,588 m.a. Dividi-se em duas épocas; Mioceno e Plioceno. É o período marcado pela expansão dos mamíferos de grande porte, apesar da extinção de muitos, e também pelo aparecimento dos hominídeos primitivos. Os mamíferos dominam o neogeno.
- Período Quaternário: teve início há 2,588 m.a e se estende até atualmente. Divide-se em duas épocas; Pleistoceno e Holoceno. Esse período destaca-se pelo surgimento do Homo sapiens. Na época do pleistoceno (2,588 até 0,0117 m.a), ocorreu uma grande glaciação no hemisfério norte, e uma menor no hemisfério sul, portanto essa época é conhecida como Idade do Gelo. Além disso, também nessa época, surgiu o hominídeo mais antigo conhecido, o Homo heidelbergensis. Contudo, viveram diversos hominídeos no pleistoceno.
Referências:
CPRM. Breve historia da terra. Disponível em: <http://www.cprm.gov.br/publique/redes-institucionais/rede-de-bibliotecas---rede-ametista/canal-escola/breve-historia-da-terra-1094.html> Acesso em: 25 nov. 2017.
EVOLUCIONISMO. A explosão cambriana. Disponível em: . Acesso em: 25 nov. 2017.
MUNDO EDUCAÇÃO. Escala tempo geologico. Disponível em: . Acesso em: 21 out. 2017.
WIKIPEDIA. Escala de tempo geológico. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/escala_de_tempo_geol%c3%b3gico>. Acesso em: 21 out. 2017.


Escrito e Editado por Mauricio Almeida e
Rafael Ladeia Alexandrino.

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