As evidências da evolução
O esclarecimento do mecanismo de atuação da
evolução biológica somente foi concretamente conseguido a partir dos
trabalhos de dois cientistas, o francês Jean Baptiste Lamarck (1744 – 1829) e o inglês Charles Darwin (1809 – 1882).
A discussão evolucionista, no entanto,
levanta grande polêmica. Por esse motivo é preciso descrever,
inicialmente, as principais evidências da evolução utilizadas pelos
evolucionistas em defesa de sua tese. Dentre as mais utilizadas
destacam-se:
- os fósseis;
- a semelhança embriológica e anatômica existente entre os componentes de alguns grupos animais (notadamente os vertebrados),
- a existência de estruturas vestigiais e
- as evidências bioquímicas relacionadas a determinadas moléculas comuns a muitos seres vivos.
- os fósseis;
- a semelhança embriológica e anatômica existente entre os componentes de alguns grupos animais (notadamente os vertebrados),
- a existência de estruturas vestigiais e
- as evidências bioquímicas relacionadas a determinadas moléculas comuns a muitos seres vivos.
O que são fósseis?
Um fóssil (do latim fossilis, tirado
da terra) é qualquer vestígio de um ser vivo que habitou o nosso
planeta em tempos remotos, como uma parte do corpo, uma pegada e uma
impressão corporal. O estudo dos fósseis permite deduzir o tamanho e a
forma dos organismos que os deixaram, possibilitando a reconstrução de
uma imagem, possivelmente parecida, dos animais quando eram vivos.
Fóssil
de um dinossauro e de uma planta.
Processo de fossilização
Um fóssil se forma quando os restos mortais
de um organismo ficam a salvo tanto da ação dos agentes decompositores
como das intempéries naturais (vento, sol direto, chuvas, etc.). As
condições mais favoráveis a fossilização ocorrem quando o corpo de um
animal ou uma planta é sepultado no fundo de um lago e rapidamente
coberto por sedimentos.
Dependendo da acidez e dos minerais presentes no sedimento, podem ocorrer diferentes processos de fossilização. A permineralização,
por exemplo, é o preenchimento dos poros microscópicos do corpo de um
ser por minerais. Já a substituição consiste na lenta troca das
substâncias orgânicas do cadáver por minerais, transformando-o em pedra.
Gastrópode conservado por permineralização
Gastrópode conservado por permineralização
Datação radioativa dos fósseis
A idade de um fóssil pode ser estimada
através da medição de determinados elementos radioativos presentes nele
ou na rocha onde ele se encontra.
Se um fóssil ainda apresenta substâncias
orgânicas em sua constituição, sua idade pode ser calculada com razoável
precisão pelo método do carbono-14. O carbono-14 (14C) é um isótopo radioativo do carbono (12C).
Os cientistas determinaram que a meia vida do
carbono-14 é de 5.740 anos. Isso significa dizer que, nesse período,
metade do carbono-14 de uma amostra se desintegra. Na hora da morte, um
organismo que se fossiliza contém determinada quantidade de 14C,
que os cientistas estima ser a mesma que a encontrada nos seres de
hoje. Passados 5.740 anos, restará no fóssil apenas metade da quantidade
de 14C presente na hora da morte. Ao fim de mais 5.740 anos, terá se
desintegrado a metade do que restou, e assim por diante, até que não
haja praticamente mais esse isótopo radioativo na matéria orgânica
remanescente.
Assim, através de medidas da quantidade
residual de carbono-14 em um fóssil, é possível calcular quanto tempo se
passou desde a morte do ser vivo que o originou. Por exemplo, se um
fóssil apresentar 1/8 do carbono radioativo estimado para um organismo
vivo, isso significa que sua morte deve ter ocorrido entre
aproximadamente 22 e 23 mil anos.
Como a meia vida do carbono-14 é
relativamente curta, a datação por esse isótopo só serve para fósseis
com menos de 50 mil anos. Para datar fósseis mais antigos, os
“paleobiólogoa” utilizam isótopos com meia-vida mais longa, que podem
ser encontrados nas rochas fossilíferas. Por exemplo, rochas que se
formaram há alguns milhões de anos podem ser datadas por meio do isótopo
urânio-235 (235U), cuja meia-vida é de 700
milhões de anos. Para rochas ainda mais antigas, com centenas de milhões
de anos de idade, pode-se usar o potássio-40, que tem meia vida de 1,3 bilhões de anos.
Anatomia comparada
A asa de uma ave, a nadadeira anterior de um
golfinho e o braço de um homem, ainda que muito diferentes, possuem
estrutura óssea e muscular bastante parecidas.
A semelhança pode ser explicada admitindo-se
que esses seres tiveram ancestrais em comum, dos quais herdaram um plano
básico de estrutura corporal.
O parentesco evolutivo entre as aves e os
mamíferos, por exemplo, também permite explicar as semelhanças entre os
órgãos internos desses animais. O coração e o sistema circulatório e
nervoso, entre outros, são constituídos pelas mesmas partes básicas.
Semelhanças embrionárias
As semelhanças entre os embriões de
determinados grupos de animais são ainda maiores do que as semelhanças
encontradas nas formas adultas. por exemplo, é difícil distinguir
embriões jovens de peixes, sapos, tartarugas, pássaros e seres humanos,
todos pertencentes ao grupo dos vertebrados. Essa semelhança pode ser
explicada se levarmos em conta que durante o processo embrionário é
esboçado o plano estrutural básico do corpo, que todos eles herdaram de
um ancestral comum.
Órgãos ou estruturas homólogos
Certos órgãos ou estruturas se desenvolvem de
modo muito semelhante nos embriões de todos os vertebrados. São os
órgãos homólogos. Apesar de terem a mesma origem embrionária, os órgãos
homólogos podem ter funções diferentes, como é o caso do braço humano e
da asa de uma ave, por exemplo.
Órgãos ou estruturas análogos
Se dois órgãos ou estruturas desempenham a
mesma função, mas têm origem embrionária diferente, são chamados
análogos. As asas de aves e de insetos, por exemplo, são estruturas
análogas: ambas servem para voar, porém suas origens embrionárias são
totalmente distintas.
Órgãos vestigiais
Órgãos vestigiais são estruturas atrofiadas, sem função evidente no organismo.
O apêndice cecal do intestino
humano, por exemplo, é um órgão vestigial. Esse órgão é uma pequena
projeção do ceco (região do intestino grosso) e não desempenha nenhuma
função importante no homem e nos animais carnívoros.
Já nos herbívoros, o apêndice é muito
desenvolvido e tem importante papel na digestão da celulose; nele vivem
microorganismos que atuam na digestão dessa substância.
Tudo indica que os mamíferos atuais, carnívoros
e herbívoros, tiveram ancestrais comuns, cuja dieta devia ser baseada
em alimentos vegetais, ricos em celulose. Entretanto, no decorrer da
evolução, cecos e apêndices deixaram de ser vantajosos para alguns
grupos de organismos, nos quais se encontram reduzidos, como vestígios
de sua origem.
São exemplos, também, de estruturas vestigiais a vértebra coccígea, a membrana nictitante e os músculos das orelhas.
Será que os Homens descendem dos macacos?
Um dos argumentos usados para defender o
evolucionismo é o da Anatomia Comparada. Na imagem que se segue podemos
verificar a existência de órgãos homólogos (órgãos que
têm a mesma origem, a mesma estrura básica e posição idêntica no
organismo, podendo desempenhar funções diferentes) entre o homen e outro
primata.
Evidências moleculares da evolução
A comparação entre moléculas de DNA de diferentes
espécies tem revelado o grau de semelhança de seus genes, o que mostra o
parentesco evolutivo.
O mesmo ocorre para as proteínas que, em última análise, refletem as semelhanças e diferenças genéticas.
O citocromo c é uma proteína
presente em todos os seres vivos que fazem respiração aeróbica, sendo
constituído por 104 aminoácidos encadeados. A porcentagem de cada tipo
de aminoácido presente nessa proteína varia nas diferentes espécies de
organismos e está relacionada com a proximidade evolutiva entre as
espécies. O citocromo c surgiu, como provavelmente, nos
primórdios da vida na Terra, quando os primeiros seres vivos passaram a
utilizar a respiração como processo para obtenção de energia. Hoje essa
proteína apresenta pequenas variações em cada grupo de organismos, nas
quais devem ter se estabelecido ao longo do processo evolutivo.
A variação da estrutura primária de uma
determinada proteína, em diferentes espécies, revela indiretamente suas
diferenças genéticas uma vez que o código para a proteína está escrito
nos genes.
Semelhanças entre moléculas de DNA
Os recentes avanços da Biologia Molecular têm
permitido comparar diretamente a estrutura genética de diferentes
espécies, através da comparação das sequências de nucleotídeos presentes
nas moléculas de DNA.
Os resultados das análises bioquímicas têm
confirmado as estimativas de parentesco entre espécies obtidas por meio
do estudo de fósseis e anatomia comparada. Isso reforça ainda mais a
teoria de que os seres vivos atuais resultam da evolução de seres vivos
que viveram no passado, estando todos os seres vivos relacionados por
graus de parentescos mais ou menos distantes.
O homem descende do macaco?
Na polêmica apresentação de seu trabalho a
respeito do processo de seleção natural e da origem das espécies, Darwin
foi acusado de defender a tese de que o homem descendeu dos macacos.
Será que isso é verdade? A acusação é injustificada. Darwin nunca
afirmou isso. O que ele procurava esclarecer era o fato de que todas as
espécies viventes, inclusive a humana, teriam surgido por meio de um
longo processo de evolução a partir de seres que o antecederam. Nesse
sentido, homens e chipanzés, que tiveram um ancestral comum, seriam
“primos em primeiro grau”, fato que provocou a ira de muitos oponentes
de Darwin. E não é que o assunto pode ser agora esclarecido, com uma
fascinante descoberta na formação Chorora, na Etiópia central?
Um grupo de cientistas etíopes e japoneses
encontrou restos fossilizados, na verdade oito dentes; de uma nova
espécie de macaco – batizada com o nome Chororapithecus abyssinicus
(ou macaco abissínico de Chorora) – que viveu a cerca de 10 milhões de
anos e está sendo considerado o mais velho parente dos gorilas.
Explicando melhor: até agora, os cientistas
acreditavam que os gorilas, ao longo da evolução, tivessem se separado
dos chimpanzés bem mais tarde. E, depois disso, teria havido a separação
das linhagens que originaram os chimpanzés e os hominídeos (família a
que pertence a espécie humana). Agora, com essa nova descoberta, tudo
leva a crer que a origem do homem é mais antiga, cerca de 9 milhões de
anos. E, para completar, essa descoberta é um forte apoio da origem
africana tanto dos humanos quanto dos grandes macacos modernos.
Para aqueles que acreditam na evolução
biológica, descobertas como essa ajudam a esclarecer a origem dos seres
humanos. E, também, a desfazer os mitos baseados em acusações
infundadas.
Fonte: https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Evolucao/evolucao13.php
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