quarta-feira, 20 de novembro de 2019

As 3 capitais do Brasil

Você sabia que o Brasil já teve 3 capitais diferentes ao longo de sua história?
O governo administrativo do Brasil, em 1567, após a vitória luso-brasileira sobre os invasores franceses passou a ser dividido entre Salvador e Rio de Janeiro.  Sendo Salvador responsável pelas capitanias do Norte e o Rio de Janeiro, pelas capitanias do Sul. Salvador se mantinha como  a capital oficial.
Divisão política administrativa em 1567 no BrasilFonte: Seguindopassoshistoria.blogspot.com
Divisão política administrativa em 1567 no Brasil
Fonte: Seguindopassoshistoria.blogspot.com
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Salvador (214 anos capital)

Ao resolver colonizar definitivamente o Brasil, o governo de Portugal se viu obrigado a tomar uma série de medidas. Para que a colônia desse retorno financeiro, era de fundamental importância que as atividades aqui desenvolvidas fossem fiscalizadas e tributadas. Para garantir os  interesses dos portugueses junto à população colonial, o governo da metrópole enviou para o Brasil o seu primeiro governante, Tomé de Souza. Uma de suas primeiras medidas foi, em 1549,  a construção de uma capital, com o nome de Salvador, um local de onde poderia se comandar o enorme e ainda desconhecido território.
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Localização de Salvador, Bahia. imagem: Internet
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O local da construção da cidade foi escolhido, entre outras coisas, por estar em um ponto central em relação a produção de açúcar, principal produto econômico da colônia por séculos, além da posição estratégica da “Baía de Todos os Santos” , que propiciava aos navegadores portugueses uma parada segura para suas embarcações.

Imagem de satélite da Baía de Todos os Santos, local mais reservado em relação ao oceano, ideal para portos. Imagem: Internet
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Salvador nunca foi capital do Brasil enquanto país, mas se contar o período em que fomos colonizados por Portugal, a cidade foi a capital por mais tempo de nossa terra.

Rio De Janeiro (197 anos capital, dos quais, 138 após a independência)

No século XVIII, o Brasil vivenciou a declínio do preço internacional do açúcar, causado pela concorrência com outras regiões, simultaneamente, ocorria também a descoberta de ouro, no interior do nosso território. O centro econômico do país se muda, então, do Nordeste para o Sudeste. O ouro de Minas Gerais era enviado a Portugal através dos portos de Parati, no início, e depois Rio de Janeiro. Em 1763, para fiscalizar melhor as remessas do metal, Portugal, na figura do Marquês de Pombal,  muda a capital para a cidade carioca.
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Mapa da Estrada Real, o caminho do ouro de MG até o litoral. A estrada velha levava a Parati, a nova ao Rio de Janeiro. Imagem: Internet
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O Rio de janeiro foi capital do Brasil entre 1763 e 1960,  período que vivenciou a chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, fato que promoveu várias mudanças em nossas terras. Além de ver nossa terra conquistar sua independência, em 1822, o fim a escravidão e do império, as duas grandes guerras mundiais, com participação brasileira,  entre outros acontecimentos importantes. Por terras cariocas, governaram nosso país os dois imperadores, Dom Pedro I e II, além de presidentes como Deodoro da Fonseca, Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek.

 Brasília (55 anos capital)

Em 1956, o mineiro Juscelino Kubitschek foi eleito presidente da República. Com ele, ressurge o desejo de retirar a capital do Rio e construí-la em  outro local, longe da grande massa populacional, afastada  das pressões populares.

Localização central de Brasília. Imagem: Internet
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O local escolhido foi o Planalto Central, região distante de tudo e de todos, quase vazia. Segundo consta, para JK, era necessário redistribuir melhor a população brasileira, aglomerada no litoral.
{EBD8EF97-3AE0-496E-B91B-DEF898F6E9D1}_Juscelino Kubitschek no local em que Brasília seria construída (anos 1950)
JK no local onde seria construída Brasília. Imagem: Internet
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A cidade seria moderna e totalmente projetada por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, um ícone nacional. Em 1960, após 5 anos de obras ininterruptas, foi inaugurada nossa atual capital. Brasileiros de todas as regiões, em especial norte/nordeste, migraram para trabalhar na gigantesca obra. Ontem, a cidade completou 55 anos, e o nome, bem sugestivo, Brasília. A polêmica é grande, principalmente pelos gastos públicos exorbitantes, alguns defendem a ideia de JK, outros a criticam duramente.
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Construção do Congresso Nacional. Imagem: Internet
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Nosso Blog vê pontos positivos e negativos no projeto. Vemos com bons olhos o fato de nossa capital ser uma cidade moderna, organizada, com avenidas largas e espaços públicos amplos. Por outro lado, é uma cidade quase alheia ao que ocorre no resto do Brasil, os próprios espaços públicos enormes, quando usados em  protestos, dispersam demais o público. Sair de suas cidades para cobrar algo em Brasília é um esforço hercúleo para a maioria dos brasileiros, devido as distâncias.  Sem essa pressão populacional, dificilmente os governantes saem da sua zona de conforto. Isso se comprova pelas palavras do próprio arquiteto que a projetou:
¨Hoje, vejo, tristemente, que Brasília nunca deveria ter sido projetada em forma de avião, mas sim de camburão” – Oscar Niemeyer
Espero ter aumentado o conhecimento de todos os leitores. Curtam nossa página no Facebook e compartilhem nosso texto! Abraço do Clebinho!
Publicado em 22.04.2015

Fonte: http://www.clebinho.pro.br/wp/?p=277

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Avaliação - Bandeirantes: heróis ou vilões ?

Bandeirantes: heróis ou vilões ?

 Visão romântica dos bandeirantes: Domingos Jorge Velho e Antônio Fernandes de Abreu.(foto: Pintura de Benedito Calixto, 1903.)

A pobreza da capitania de São Vicente (atual Estado de São Paulo) devido à decadência dos canaviais durante o Período Colonial estimulou a organização de expedições pelo interior do Brasil conhecidas como bandeiras e entradas. Os bandeirantes - os homens que participavam das bandeiras e entradas - eram principalmente paulistas, que, entre os séculos XVI e XVII atuaram na captura de escravos fugitivos, destruição de quilombos, aprisionamento de indígenas, mapeamento de territórios e na procura de pedras e metais preciosos.
Apesar do romantismo e heroísmo apresentado pela história brasileira, a realidade vivenciada pelos bandeirantes era precária. Andavam descalços, as roupas em farrapos, e era comum sofrerem de fome, doenças e ataques de animas selvagens e índios hostis. Essa dureza das expedições tornava os bandeirantes homens extremamente violentos, ambiciosos e rudes, características muito utilizadas para a escravização de índios e combate aos quilombos. Por exemplo, o Quilombo de Palmares foi destruído pela Entrada com mais de seis mil homens comandada por Domingos Jorge Velho.
As expedições de bandeirantes organizadas por particulares eram conhecidas como Bandeiras. As organizadas pelo governo eram conhecidas como Entradas. Tinham geralmente como ponto de partida as cidades de São Vicente e São Paulo. Caminhavam seguindo o curso dos rios, criando trilhas e muitas vezes seus pontos de apoio se transformaram posteriormente em cidades. Quando era possível, utilizavam a navegação das bacias hidrográficas. Lembrando que o interior do Brasil no Período Colonial era formado na sua maior parte por florestas densas e úmidas, inexploradas e conhecidas apenas pelos índios.
Durante o período em que a União Ibérica invalidou as delimitações impostas pelo Tratado de Tordesilhas, o bandeirantismo intensificou suas atividades alcançando regiões cada vez mais distantes. As explorações dos bandeirantes delimitaram o território brasileiro que conhecemos hoje. Inclusive da Amazônia, devido à procura das drogas do sertão.
Como o objetivo principal dos bandeirantes era a captura de indígenas para a escravidão, eles descobriram que o ataque às missões jesuíticas eram uma rentável alternativa, em que poderiam obter índios acostumados a uma rotina de trabalhos braçais. Com isso, jesuítas e bandeirantes entraram em conflito diversas vezes.
Graças as essas expedições, as primeiras regiões ricas em ouro foram descobertas no final do século XVII. Em 1695, aconteceu a primeira descoberta de ouro nas proximidades do Rio das Velhas, local onde hoje estão as cidades mineiras de Caeté e Sabará. Pouco tempo depois, outras regiões próximas formaram um dos maiores centros de exploração de ouro no Brasil.
A descoberta do ouro em pouco tempo estimulou as autoridades portuguesas a terem mais controle sobre a colônia e elas entraram em conflito com os colonos paulistas pelo monopólio sobre a mineração: a Guerra dos Emboabas. Ao longo do século XVIII, a exploração do ouro representou a principal fonte de renda de Portugal. Outras entradas e bandeiras foram responsáveis pela descoberta de ouro e pedras preciosas nas regiões de Mato Grosso e Goiás.
A partir de então, o bandeirantismo inaugurou uma nova etapa nas relações econômicas na colônia. Com a intensificação do controle das autoridades portuguesas e as reformas promovidas pelo Marquês de Pombal, o bandeirantismo acabou perdendo sua importância. Contudo, no período em que se consolidou como atividade econômica, a ação dos bandeirantes foi de grande importância para a ampliação dos territórios e a diversificação das atividades comerciais.
Os principais bandeirantes foram Fernão Dias Pais, Manuel Borba Gato, Bartolomeu Bueno da Veiga (Anhanguera), Domingos Jorge Velho, Antônio Raposo Tavares, Nicolau Barreto e Manuel Preto. Muitos deles aclamados como heróis pelo governo paulista. Heróis ou vilões? Talvez sejam ambos.


Fonte:https://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/enem/2015/07/07/noticia-especial-enem,665802/bandeirantes-herois-ou-viloes.shtml


1 – Qual o papel dos bandeirantes na formação do território brasileiro?
2 – De acordo com o texto, existe um estereótipo acerca da imagem dos bandeirantes e do papel que desempenhavam na formação do território nacional. Que estereótipo é esse? Quais eram as reais metas dos bandeirantes?
3 – Com base nas informações do texto, responda: Por que a pintura de Benedito Calisto apresenta uma “visão romântica” dos bandeirantes?
4 – Trabalhando com mapas: Observe os mapas do Atlas Histórico e das páginas 36 à 43 e responda as questões:
a)     Quais foram as atividades econômicas praticadas no Brasil durante os séculos XVI, XVII, XVIII e XIX?
b)    Quais foram as atividades econômicas que extrapolaram os limites do tratado de Tordesilhas no século XVII?
c)    Relacionem a ação dos bandeirantes (mapas “Principais |Bandeiras” da página mapa página 39 com os mapas “Tratados e Limite – 1713-1801” da página 40. Não esqueça de descrevendo as principais atividades econômicas do período (“Mapa “A Economia no século XVIII – página 41)

d)    Observe o mapa “A Economia no Século XIX” (página 43)  e descreva a área de abrangência do café.