segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Rota da Seda, entre o Oriente e o Ocidente

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Uma paisagem desértica, infinita, um verdadeiro mar de dunas, por onde deslizam caravanas de camelos transportando preciosos bens que vão alegrar a vida de  muitos ricos e poderosos em países distantes dali. É assim que imagino como foi a mais exótica rota de comércio do planeta.


Pois é, a Rota da Seda, como ficou conhecida muitos séculos depois, estendia-se por milhares de quilômetros, atravessando desertos escaldantes, oásis, montanhas e desfiladeiros. Muitas cidades e civilizações inteiras prosperaram ao longo desses caminhos, mas também foram testemunhas de inúmeras e devastadoras guerras, invasões, incêndios, destruição e morte. Por muitos séculos mercadores orientais percorreram os caminhos empoeirados, trazendo para os europeus sedas, pedras preciosas, especiarias, corantes e animais exóticos. De volta, levaram as mercadorias que não se dispunha,  mais a oriente.

Essa grandiosa rota, que não era apenas uma, mas uma rede com vários itinerários (inclusive marítimos) conectados, ligou o Oriente ao Ocidente levando ao surgimento de cidades únicas, monumentos históricos, hábitos e costumes, como também permitiu a troca de conhecimentos técnicos, científicos, artísticos e religiosos. Enfim, essa rota comercial ajudou, desde os tempos mais antigos, no desenvolvimento de importantes civilizações (na China, Índia, Egito, Pérsia, Roma, entre outras) e contribuiu para a formação do mundo moderno e o enriquecimento cultural do nosso planeta.

Por longos anos, conhecer os países por onde passava a Rota da Seda era praticamente impossível. Mas com o desaparecimento da União Soviética após 1991, a maioria deles ficou mais acessível para estrangeiros. E assim, o desejo de transformar em realidade aquela imagem, verdade seja dita, criada muito pela influência do que li sobre lendas e histórias do Oriente, torna-se a cada dia mais perto de ser realizado.


Os países da Ásia Central, junto com algumas regiões da China, historicamente ligados à Rota da Seda, foram importantes no intercâmbio de bens, tecnologias e idéias naquela época e nos legaram um rico patrimônio artístico, cultural e religioso. Mas enquanto não chega a hora de seguir pela Rota, vou conhecendo, aos poucos, esses lugares por onde ela passou.

Antes, um pouco de História...


Como Tudo Começou
Conta-se que foram os persas, no 6º século a. C, que ao cruzarem as regiões desérticas e montanhosas nas bordas das montanhas do Himaláia para praticarem o comércio, teriam dado início à uma rota comercial. No entanto, do outro lado, no Deserto de Gobi e nos altiplanos da Mongólia, o comércio já era dominado pelos chineses. Com o tempo, o intercâmbio se estabeleceu entre esses dois lados e os locais onde surgiram entrepostos foram se transformando em grandes cidades.

Esse encontro pode ter ocorrido a partir do século 2 a. C., quando o embaixador chinês Zhang Qian visitou os países da Ásia Central em missão diplomática. Até essa época as grandes cordilheiras da Ásia, o Tien Shan, o Kun-Lun, o Karakorum, o Hindu Kush e o Himalaia protegeram a antiga civilização chinesa do resto do mundo.


Uma das tribos nômades aliada dos chineses, após ser expulsa por outra, que era abertamente hostil à China, partiu para o Ocidente. O imperador chinês enviou Zhang Qian ao encontro daquela tribo. Após ter cruzado o deserto de Taklamakan, as montanhas de Tien-Shan, encontrou os ex-aliados nos oásis da Ásia Central.

Zhang Qian ficou espantado com o que viu: apenas o único vale de Fergana tinha mais de 70 grandes e pequenas cidades e assentamentos com os artesanatos e a agricultura desenvolvidos. Os habitantes comercializavam com a Índia, o Oriente próximo e os países do mundo antigo. Quando o chinês voltou para sua terra, contou ao imperador sobre os países que se encontravam a oeste da China e sobre como eram ricos. Disse-lhe sobre os cavalos puros-sangue muito melhores do que os chineses. O imperador desejando ter esses cavalos, uma vez que lhe daria grande vantagem na luta contra os nômades, logo enviou embaixadores para a Ásia Central. Entre outros presentes trouxeram a famosa seda chinesa.


Teria sido assim a forma pela qual as civilizações antigas da Ásia Central, da China e, mais tarde, do Mediterrâneo e da Índia se encontraram.

Idade de Ouro da Grande Rota da Seda
Nos séculos 1 a 3 d.C. a Rota da Seda ligava os quatro impérios antigos mais poderosos - o Império Romano do ocidente, o Império Parta no Médio Oriente, o Império Kushan no sul da Ásia Central e o Império Hang (chinês) no Leste. Embora eles lutassem para dominar os pontos principais do comércio, foi possível para todos eles a manutenção de uma estabilidade da rota.

O comércio internacional se intensificou. A China recebeu da Ásia Central tecidos de lã, tapetes, jóias e cavalos de puro-sangue, e exportou tecidos de seda, ferro, níquel, peles, chás, papel e pólvora. A Índia exportou especiarias e fragrâncias. Da Europa seguiram para o Oriente conhecimentos na medicina, na matemática e astronomia.

A Era do Kanato Turco
No entanto, a situação política mudou. Ocorre a queda do Império Romano do Ocidente, o Império Parta foi substituído pelo Sassânida, os impérios de Kushan e Hang  se dividiram em estados menores. A ruptura no funcionamento da Rota da Seda durou até o século 6, quando novas potências começaram a aparecer, em especial as tribos turcas do Altai que se uniram com o povo da Ásia Central para formar o Kanato turco.

Em viagens que duravam meses muitas pessoas se deslocavam ao lado de camelos. Eram mercadores, soldados, peregrinos, embaixadores, emissários, sacerdotes e artistas. Ao longo da Rota construíram cidades, palácios, templos, criaram tendências em música, pintura e arquitetura, introduziram novas visões religiosas trazidas de suas terras natais. Entre os séculos 6 e 8 se expandiram para as regiões nordeste da Ásia Central, Xinjiang, sul da Sibéria, Mongólia, norte da China e no oeste para a Criméia.

Período árabe da Rota da Seda
O califado árabe, a partir do século 7 conseguiu alcançar um desenvolvimento comercial ativo entre a Índia e a China, por um lado, e os países eslavos, Bizâncio e Europa, por outro. Os descontentamentos políticos não interferiram com as atividades comerciais e os contatos culturais no mundo muçulmano, cujos mercadores operavam ativamente em rotas de caravanas e se estabeleceram em centros comerciais muito além de seu próprio império. Suas comunidades comerciais podiam ser encontradas em toda parte, da Espanha à China, e todo o comércio entre a China e a Mongólia estava sob seu controle.

Período Mongol da Estrada da Seda
Genghis Khan, cujos planos eram conquistar a Rota da Seda percebeu que, apesar do impressionante poder militar dos mongóis, seria impossível controlar todas as rotas por muito tempo. Portanto, tendo ocupado a rota norte, começou a destruir metodicamente as cidades árabes e turcas na rota sul. Fazendo isso Genghis Khan tentou parar a intensa troca de mercadorias além de seu controle.

Com o domínio árabe na Ásia Central, o islã passou a ser a religião dominante da Rota. Os mercadores árabes se sobressaíram e o lado chinês passa a ser dominado pelos mongóis, principalmente no século 12, quando  Gêngis Khan conquistou toda a região, mandou construir postos de guarda e manteve patrulhas garantido a segurança do caminho, apesar dos saques e destruição que provocou.


Em meados do século 13 e 15, quando a Ásia Central, o Irã e as estepes da Sibéria e Europa Oriental foram governadas pelos sucessores de Genghis Khan, o comércio ativo entre o Oriente e o Ocidente continuou e se intensificou com  as caravanas se deslocando entre a China e os países Mediterrânicos.

A seda se tornou o principal produto, objeto de desejo da nobreza européia e cujo segredo de produção era guardado a sete chaves pelos chineses. Do Ocidente partiam produtos de beleza, vidros, diamantes, etc. Porém, foi com esse intercâmbio que o Ocidente tomou conhecimento de invenções que revolucionariam o mundo como a pólvora, o papel e a impressão.

No século seguinte foi a vez de outro poderoso conquistador, Amir Timur (Tamerlão), cujo império compreendia praticamente toda a Ásia Central e a Pérsia. Após aniquilar rotas concorrentes, fez com que todas as outras rotas comerciais se juntassem em Samarkand, a capital do Império. A cidade passou a ser a encruzilhada da Ásia, o centro do continente. Seu plano era que Samarkand, representando seu império poderoso, tornar-se a cidade mais bonita do mundo. Porém seu império não foi muito além de sua morte. Disputas entre descendentes levou à instabilidade política e enfraquecida, a Ásia Central perdeu o controle comercial da Rota.


A decadência
No início do século 15 a dinastia Ming fechou as fronteiras da China interrompendo a comunicação entre o Oriente e o Ocidente. A principal  artéria de comércio da Rota desaparece. Este foi um dos motivos que levaram os europeus a procurar rotas marítimas para continuar com o comércio entre o Ocidente e o Oriente.

Com as descobertas das rotas marítimas  no final do século 15  e início do século 16, as rotas intercontinentais de comércio terrestre caíram em decadência. A velocidade do transporte marítimo, a possibilidade de transportar mais mercadorias, o relativo baixo custo do transporte resultou no declínio da Rota da Seda. Embora algumas de suas rotas, especialmente aquelas nas áreas das altas montanhas, conectando Tadjiquistão, Afeganistão, China, Paquistão e Índia, continuassem resistindo até o começo do século 20.

O desaparecimento da principal rota de comércio causou o grande declínio, nos séculos seguintes, dos países e populações situados ao longo desses caminhos.

Com a queda dos timúridas, a  Ásia Central foi dividida em cidades-estado governadas por muçulmanos conhecidos como khans (Kanatos). As mais poderosas foram Khiva e Bukhara. Foi um domínio que se prolongou até finais do século 19, quando toda a região passou a ser controlada pelos russos.

Na segunda década do século 20 essa área foi dividida de acordo com os interesses políticos dos governantes soviéticos, sem respeitar língua, hábitos, costumes, cultura e religião das diversas etnias que há séculos viviam nessa área. Não é de estranhar a rapidez com que se deram as declarações de independência das diversas repúblicas que faziam parte da URSS, quando esta foi declarada extinta em 1991.


A Rota para aventureiros do passado


Grande exércitos na Antiguidade e no Período Medieval cruzaram e dominaram esses caminhos. Do Ocidente para o Oriente e vice-versa foram Ciro, Alexandre, Genghis Khan, Tamerlão, entre outros. Mas foi sob o período do domínio exclusivo dos mongóis que a Rota teve um intenso intercâmbio de mercadores e emissários europeus. Bastava pagar as taxas que era permitida a livre passagem dos mercadores. É dessa época que parte de Veneza o jovem Marco Polo, mercador, explorador e viajante que chegou à China e relatou com detalhes (e também imaginação) suas aventuras pela região central da Ásia e Extremo Oriente.

Por paisagens inóspitas os produtos eram transportados até portos da Síria e Turquia, de onde iam de navio até Veneza, para de lá serem distribuídas por toda a Europa. Dessa forma comerciantes persas, chineses, árabes ou europeus, soldados, aventureiros, peregrinos ou nômades percorreram a pé, ou em lombo de animais, o famoso caminho entre desertos, montanhas e rios, promovendo o intercâmbio entre civilizações,  de religiões e costumes.

Não sendo um único caminho, mas vários, a Rota da Seda foi responsável pelo intercâmbio entre os dois lados do planeta. Iniciada séculos antes de Cristo essa conexão ainda é, nos dias de hoje, um desafio para quem deseja enfrentá-la.

A Rota para os aventureiros e viajantes dos nossos dias...

Apesar das rotas comerciais existirem há séculos, o termo Rota da Seda foi empregado pela primeira vez pelo arqueólogo alemão Ferdinand Von Richthofen, no século 19, para denominar esse conjunto de caminhos que ligava a costa do mar Mediterrâneo a Xiang, na China, atravessando 7 mil quilômetros entre os territórios dos atuais Iraque, Irã, Turcomenistão, Uzbequistão, Afeganistão e Paquistão. O percurso coincide com o caminho natural que corta a Ásia longitudinalmente, margeando altas cadeias de montanhas, desertos e mares.

Recheada de lendas, mitos e exotismo, sempre despertou a curiosidade de aventureiros e viajantes. No entanto, o convívio entre os povos dessa região foi marcado por guerras e conflitos, que além da própria geografia (desertos, altas montanhas, temperaturas extremas, etc) dificultava ou ainda dificulta o seu acesso. Porém, mais recentemente, tem sido menos complicado para se percorrer, pelo menos em parte, alguns dos seus caminhos. Principalmente com o desaparecimento da URSS e independência de algumas de suas repúblicas (a partir de 1991) que foram grandes entrepostos comerciais.

É quase impossível percorrer toda a lendária Rota da Seda. Principalmente por existirem países que se mantêm em guerras e conflitos religiosos e/ou étnicos. Porém, como sonhar não custa nada e montar roteiros é um dos meus melhores passatempos, começo a elaborar um, que de tão grandioso, é provável que também se torne impossível de realizá-lo. Mas, se não todo, pelo menos em partes...por que não?

Expansão Marítima Européia séculos XV e XVI

 Expansão Marítima Européia séculos XV e XVI

Cap. 5 – EXPANSAO MARITIMA EUROPEIA –SEC. XV E XVI

Introdução
  • Até o séc. XV – os europeus só conheciam algumas partes do mundo: Norte da África, Oriente Médio e parte da Ásia;
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  • Desconheciam a maior parte da África, Ásia e sequer imaginavam que existissem outros continentes, como a América e a Oceania;
  • Isso mudou a partir da necessidade de mercadorias inexistentes na Europa e o desejo de expandir a fé católica e a cultura européia;
  • A partir do séc. XV – portugueses e espanhóis alcançaram regiões da Terra até então desconhecidas na Europa;
  • O contato entre europeus e nativos dessas terras trouxe conseqüências para os dois lados.

O comércio e as navegações
  • Inicio do séc. XV – Gênova e Veneza (Itália) eram os principais centros de comércio da Europa;
<< comércio europeu na Idade Média
  • Os comerciantes europeus buscavam mercadorias em diferentes lugares; Constantinopla (atual Istambul, na Turquia), pertencente ao Império Romano do Oriente, era o principal centro de vendas;
  • Lá, mercadores árabes ofereciam grandes variedades de artigos vindos 
    da Ásia (especiarias, tecidos, pedras preciosas, animais e produt 
    os manufaturados – espelhos, tesouras, etc.);
  • As especiarias (pimenta do reino, canela, noz-moscada...), revendidas a altos preços na Europa, eram as mais procuradas;
  • 1453 – esse comércio sofre forte abalo com a invasão de Constantinopla pelos turco-otomanos;

Império Otomano – formado pelos muçulmanos turcos no Oriente Médio, após tomarem a cidade de Constantinopla (1453), pondo fim ao Império Romano do Oriente. O Império Otomano existiu até 1922, quando foi derrotado na 1ª Guerra Mundial e dividido em vários países. O centro desse império deu origem à atual Turquia.

  • Os turco-otomanos fizeram um acordo com os mercadores venezianos garantindo a eles o monopólio do comércio em Constantinopla. Resultado: os preços das mercadorias vendidas pelos venezianos na Europa ficaram muito caros;
  • Diante disso, comerciantes e navegadores de outros países europeus decidiram buscar novos caminhos para chegar á Ásia (Índias) sem passar pelo bloqueio dos turcos; assim, poderiam adquirir as mesmas mercadorias a preços bem baixos;
  • Em Portugal, a aliança entre a burguesia (comerciantes) e o rei garantiu o pioneirismo na descoberta de um novo caminho marítimo para as Índias;
  • Os espanhóis chegaram logo atrás...
Curiosidades
Especiarias – eram conjunto de temperos (canela, noz-moscada, pimenta, açafrão...) que, no séc. XVI, os europeus traziam de terras distantes – Índia, sudeste asiático e África. São ervas e plantas com propriedades aromáticas, usada para temperar (sabor e aroma) os alimentos. Também eram usadas para a conservação de alimentos e fabricação de remédios.

Os portugueses contornam a África
  • Desde o fim da Idade Média, Portugal era um caminho natural entre os comerciantes europeus que passavam entre o norte e o sul do 
    continente;
  • Os portugueses acabaram tendo bastante contato com navios e navegadores e Portugal já buscava novas fontes de comércio em direção à Ásia;
  • 1415 – D.João I (dinastia de Avis) ordenou a invasão da cidade muçulmana de Ceuta, importante entreposto comercial e militar do Mediterrâneo, no norte da África;
  • A expedição vitoriosa foi comandada pelo infante D.Henrique (1394-1460), filho do rei, marcando o inicio da expansão ultramarina de Portugal;
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  • Os portugueses descobriram que o ouro que chegava a Ceuta vinha de Tomboctu (atual Máli) e resolveram também conquistar essa região (lado oeste da África) contornando o continente;
  • Não foi fácil; os portugueses tiveram dificuldades em atravessar o Cabo Bojador (hoje pertencente ao Saara Ocidental);
  • 1424-1533 – 15 expedições foram enviadas e todas fracassaram...
  • A 1ª expedição a contornar o cabo Bojador foi comandada por Gil Eanes (1434), que afastando-se da costa africana (alto-mar), conseguiu passar por pontos de difícil acesso próximo ao litoral;
  • Ultrapassado o cabo Bojador, as embarcações portuguesas chegar a lugares cada vez mais distantes;
  • 1460 – os portugueses já haviam chegado até Serra Leoa (oeste da África).

Curiosidades
Infante D.Henrique – príncipe português, filho de D.João I. Em 1415 integrou as tropas de seu pai na tomada da cidade de Ceuta (hoje, Marrocos). Governou Ceuta e, depois, a província de Algarves (sul de Portugal). Em Sagres, patrocinou viagens de descoberta às ilhas da Madeira e toda a costa ocidental da África.


O cabo da Boa Esperança
  • 1453 – quando os venezianos ganharam a exclusividade sobre o comércio com Constantinopla, os portugueses já conheciam boa parte do litoral africano; resolveram, então, contornar a África para chegar às Índias;
  • 1487 – Bartolomeu Dias (1450-1500) chegou ao sul da África, passando pelo cabo das Tormentas; mais tarde, D.João II mudou o nome para cabo da Boa Esperança...
  • Em Portugal, Bartolomeu Dias, recebeu ordens de D.João II para preparar nova expedição com direção à Índia;
  • O novo rei, D.Manuel I (1469-1521), entretanto, entregou a direção da expedição a outro português, Vasco da Gama (membro da nobreza e não um simples navegador) para negociar com os governantes indianos;

Os portugueses chegam à Ásia
  • Vasco da Gama (1468-1524) refez o trajeto de Bartolomeu Dias e chegou a Melinde (atual Quênia) onde recebeu a ajuda de um chefe local que lhe forneceu um guia para chegar a Calicute (Índia);
  • Lá, o rajá recebeu Vasco da Gama, mas não gostou de seus presentes (chapéus, pedaços de coral e potes de mel...), achando que era um aventureiro que apenas queria roubar as riquezas do local;
  • Para garantir a aliança com o rajá de Calicute, D.Manuel I enviou outra expedição mais numerosa e com presentes mais valiosos;
  • O comandante era Pedro Álvares Cabral; no meio da viagem (22/4/1500) chegaram à Bahia (Brasil).

Curiosidades:
Bartolomeu Dias (1450-1500) – foi o 1º europeu a cruzar o Cabo da Boa Esperança. Esteve com Cabral quando este chegou ao Brasil. Morreu em 1500 ao atravessar o Cabo da Boa Esperança pela 2ª vez.
D.Manuel I (1469-1521) – era primo e cunhado do rei D.João II; expulsou judeus e mouros de Portugal e investiu na expansão marítima portuguesa. Em seu reinado, os portugueses chegaram às Índias e América (Brasil) e expandiram as possessões portuguesas na África.
Vasco da Gama (1468-1524) – de origem nobre, defendeu as colônias portuguesas na costa da Guiné. Sua viagem às Índias foi narrada no poema épico “Os Lusíadas”, de Luís de Camões; é também nome de time de futebol no Rio de Janeiro.

Os espanhóis chegam à Ásia
  • Tentando chegar às Índias, os espanhóis também se lançaram ao mar;
  • 1492 – antes de Vasco da Gama encontrar o caminho para as Índias, o genovês Cristóvão Colombo, a serviço da Espanha, aventurou-se numa viagem semelhante;
  • Na época, Colombo era um dos poucos que acreditavam que a Terra era redonda; partiu, então, da Espanha em direção ao ocidente com a certeza de que chegaria às Índias;
  • Meses depois de sua partida, avistou terra firme; chegou à América pensando estar nas Índias;
  • 1506 – morreu acreditando ter chegado à Ásia; erroneamente chamou os nativos da América de “índios”;
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  • A “descoberta da América” iniciou uma disputa entre Portugal e Espanha pela posse das terras que ainda viessem a ser encontradas;
  • 1494 – o papa Alexandre VI intermediou a disputa e os dois países assinaram um acordo – o Tratado de Tordesilhas – onde o mundo foi dividido em duas partes, a partir de uma linha imaginaria a 370 léguas a oeste de Cabo Verde. O que estivesse a oeste ficaria com a Espanha; as terras do leste ficariam com Portugal.

Curiosidades
Cristóvão Colombo (1451-1506) – italiano de Genova, ofereceu seus serviços aos reis da Espanha, Fernando e Isabel; fez quatro viagens à América (1491 a 1498); assumiu o cargo de vice-rei das terras descobertas e entrou em conflito com a população local; voltou para a Europa onde morreu pobre e com a certeza de ter chegado às Índias.
América – o nome do continente descoberto é uma homenagem a Américo Vespúcio, navegador de Florença, contratado por Portugal (1501), para reconhecer as terras descobertas por Cabral um ano antes. Ele provou que as novas terras não faziam parte da Ásia (Índias), mas de um novo continente.
Américo Vespúcio (1454-1512) – preparou as embarcações para a 1ª viagem de Colombo (1492); em 1501 e 1503 participou de outras expedições à América, batizando vários locais do atual território brasileiro (Cabo de Santo Agostinho, Rio São Francisco, Baía de Todos os Santos, Rio de Janeiro, Cananéia, Angra dos Reis...).

Circum-navegação da Terra
  • 1519 – nova tentativa dos espanhóis de chegar á Ásia pelo oeste;
  • O português Fernão de Magalhães parte da Espanha com cinco embarcações para contornar a América e chegar à Ásia pelo oceano Pacifico;
  • Seguem pela costa da América em direção ao sul, passando pelo Brasil, até chegarem ao estreito que liga o Atlântico ao Pacifico; chamaram a região de Terra do Fogo (os nativos dali acendiam fogueiras que podiam ser vistas durante a noite); o mesmo lugar, mais tarde, foi chamado de Estreito de Magalhães;
  • Após cruzarem o Pacifico chegaram à Ásia, mas Fernão morreu antes de concluir a viagem;
  • O espanhol Sebastião Elcano passou a comandar a viagem; dos cinco navios que partiram, apenas um voltou à Espanha, em 1522;
  • A expedição provou que o planeta era esférico e não plano como muitos pensavam na época.

Curiosidades
Fernão de Magalhães (1480-1521) – navegador português que teve a idéia de chegar às Índias contornando a América; deu nome ao estreito que liga os oceanos Atlântico e Pacifico, ao sul do continente; morreu nas Filipinas, em combate com nativos da região.
Chineses na América – segundo os chineses, o viajante Zheng He teria chegado à América antes de Colombo, entre 1405 e 1433. Ele teria traçado a primeira rota entre a Ásia e o leste da África, pelo oceano Indico. O tamanho de sua expedição era impressionante: 280 navios e 27.800 homens. Colombo só chegou a América 87 anos depois com três navios – Santa Maria, Pinta e Nina – e menos de 300 homens.

Monstros marinhos e o medo do mar
  • Séculos XV e XVI – vários fenômenos e acontecimentos eram int 
    erpretados como sobrenaturais pelos navegadores;
  • Contava 
    m historias fantasiosas sobre “homens marinhos” (os iupiara) – monstros gigantes que comiam partes de suas vitimas;
  • Por ser pouco conhecido, o oceano Atlântico era chamado de “Mar Tenebroso”; muitos acreditavam que suas águas ferviam e terminavam num abismo sem fim.

Expansão Marítima Européia sec. XV e XVI


trabalho escolar mostrando um pouco da expansão marítima europeia (Observação: Cabral chegou ao Brasil em 1500, e não em 1499 como diz o vídeo)

1492 - A Conquista do Paraíso

Versão editada do filme, com ênfase nas motivações de Cristóvão Colombo e da Espanha nas navegações que chegaram à América em 1492.

Fonte: https://sites.google.com/site/historia1958/7o-ano---expansao-maritima-europeia-seculos-xv-e-xvi

sábado, 5 de outubro de 2019

Brasil - Tratados e acordos












Atividades


Resumo ; Ciclos econômicos brasileiros


 Introdução (contexto histórico)

Do ponto de vista econômico, podemos dividir a História do Brasil em ciclos, de acordo com a atividade econômica principal de determinados períodos. Vale ressaltar que o nome do ciclo está relacionado, como já dissemos, a principal atividade ou produto e isso não significa que em determinados ciclos não havia outros tipos de atividades. Durante o Ciclo do Açúcar, por exemplo, havia significativas atividades de pecuária e produção de hortifrútis e artesanatos.
Brasil indígena – Período: até 1500
Principais características:
- A população indígena em 1500 era de aproximadamente 3.000.000 habitantes divididos entre 1.000 povos diferentes, sendo que aproximadamente 2.000.000 estavam estabelecidos no litoral do país e 1.000.000 no interior.
- Os grupos indígenas não têm necessidade de produzir além daquilo que precisam para sua subsistência.
Ao mesmo tempo, a economia indígena está ligada a outros fatores como as tradições da sociedade, seus mitos e rituais, que garantem o equilíbrio entre os recursos naturais e as necessidades do cotidiano.
- A economia da maioria das sociedades indígenas é baseada na caça, pesca, coleta e agricultura.
- Cada índio dificilmente produz alimentos e artefatos além do necessário para o uso de sua família. Portanto, não há excedente para ser comercializado, o que poderia estimular a acumulação de bens ou a exploração do trabalho. Os eventuais excedentes da produção são trocados ritualmente ou presenteados a grupos vizinhos.
Ciclo do Pau-Brasil  - Período: entre 1500 e 1530
Principais características:
- Os portugueses cortavam a árvore pau-brasil para comercializar a madeira na Europa. Esta atividade ocorria na região da Mata Atlântica, principalmente na costa Sudeste, Sul e Nordeste do Brasil. Houve utilização de mão de obra indígena, através do escambo (troca do trabalho indígena por produtos de pouco valor).
Ciclo do Açúcar - Período: segunda metade do século XVI até o final do século XVII.
Principais características:
- Instalação de engenhos de açúcar na região Nordeste do Brasil. Os senhores de engenho plantavam a cana-de-açúcar para produzir e exportar o açúcar para a Europa. Foi utilizada a mão de obra escrava africana nos engenhos.
Ciclo do Ouro - Período: século XVIII
Principais características:
- O eixo econômico mudou do Nordeste para o Sudeste, logo após o início da exploração das minas de ouro, principalmente, em Minas Gerais. Os donos das minas utilizaram a mão de obra escrava africana para os trabalhos pesados. Muitos donos de minhas enriqueceram nesse período e a Coroa Portuguesa arrecadou grandes cifras em impostos sobre o ouro encontrado.
Ciclo do Algodão -  Período: do século XVIII até o começo do XIX.
Principais características:
- Produção de algodão em estados como Pernambuco, Bahia, São Paulo e Ceará. A produção estava voltada para o mercado externo, principalmente Europa e Estados Unidos. Esta matéria-prima estava relacionada ao desenvolvimento industrial, principalmente da indústria fabril, nestes locais.
Ciclo da Borracha - - Período: final do século XIX e início do XX.
Principais características:
- A borracha foi produzida na região amazônica, pois o látex era extraído das seringueiras (em grande quantidade na região). A produção era voltada para os EUA e Europa, para abastecer a demanda de borracha da indústria de pneus de automóveis, além de outros produtos industrializados.
Ciclo do Café - Período: de 1870 até o início do século XX
Principais características:
- A cultura do café se desenvolveu, principalmente, na região do Oeste Paulista. As grandes fazendas de café utilizaram mão de obra escrava africana (até 1888) e mão de obra imigrante (principalmente italiana). Os “barões do café”, como ficaram conhecidos os grandes fazendeiros, enriqueceram muito com a exportação do produto para a Europa e Estados Unidos, principalmente. O acúmulo de capital neste período foi de grande importância para os investimentos em indústrias realizados nas primeiras décadas do século XX.
Industrialização – Período: depois de 1930
Principais características:
- Antes da industrialização, o principal produto da nossa economia era o Café, que proporcionou condições favoráveis a industrialização.
 -As duas guerras mundiais impulsionaram a industrialização brasileira, pois com o conflito faltavam produtos que eram produzidos nos países envolvidos e houve a necessidade de se produzir esses produtos em nosso país.
- Industrialização Tardia ou retardatária – ocorreu quase 200 anos após a revolução industrial
- Substitutivo de importações – os produtos importados começaram a ser fabricados internamente no Brasil e foram bem recebidos pelo mercado consumidor.
- Industrialização Dependente – Porque necessitou importar máquinas e equipamentos de países ricos.