 Este texto é dedicado aos bravos mártires turcos do Mavi Marmara, em  31 de  maio de 2010, e aos 34 marinheiros americanos do USS Liberty, em 8 de  junho de  1967 – todos vítimas de um impenitente estado criminoso: Israel.
Este texto é dedicado aos bravos mártires turcos do Mavi Marmara, em  31 de  maio de 2010, e aos 34 marinheiros americanos do USS Liberty, em 8 de  junho de  1967 – todos vítimas de um impenitente estado criminoso: Israel.Por James Petras
Crimes de Israel em alto mar
Em 8 de junho de 1967, dois esquadrões de aviões de guerra israelenses bombardearam, lançaram napalm e metralharam o navio americano de coleta de dados, o USS Liberty, em águas internacionais, matando 34 marinheiros americanos e ferindo outros 172. O ataque se deu numa tarde ensolarada, estando claramente visíveis a bandeira americana e marcas identificadoras. Os israelenses miraram a antena para evitar que a tripulação enviasse mensagens de socorro, e atiraram nos botes salva vidas para assegurar que não houvesse sobreviventes. Houve, entretanto, sobreviventes que reergueram a antena e comunicaram seu problema pelo rádio, uma chamada por ajuda que chegou a Washington, D.C. Num ato de traição sem precedentes, o presidente Johnson, em ligação próxima com os financiadores políticos da American Jewish Zionist (Sionistas Judeus Americanos), encobriu o assassinato em massa em alto mar emitindo ordens primeiro para chamar de volta aviões baseados no Mediterrâneo de modo a evitar que eles auxiliassem seus companheiros sitiados, e então ameaçando com corte marcial os sobreviventes que expusessem a natureza deliberada do ataque israelense, e finalmente repetindo a alegação israelense de que o ataque foi uma questão de identificação incorreta, uma mentira que vários líderes militares posteriormente rejeitaram.

Quase no mesmo dia, 43 anos depois, em 31 de maio, navios de guerra israelenses, comandos e helicópteros armados atacaram um comboio de navios humanitários que levavam dez toneladas em ajuda para Gaza, em águas internacionais. Anteriormente à missão humanitária turca, as autoridades haviam examinado os passageiros e o navio para assegurar que não havia armas a bordo. Os israelenses mesmo assim subiram a bordo, atirando e golpeando passageiros desarmados, matando 19 e ferindo dezenas. Apesar das alegações subseqüentes dos israelenses e dos sionistas em contrário, não foram achadas armas além de bastões usados por algumas das vítimas na tentativa de evitar o ataque assassino premeditado, planejado, dirigido e defendido pelos principais líderes israelenses e por toda a liderança das principais organizações sionistas nos EUA e outros lugares. As violentas tropas invasoras israelenses destruíram sistematicamente todas as câmaras, vídeos e gravadores que haviam documentado seu ataque selvagem, de modo a poder subseqüentemente espalhar suas desafiadoras mentiras sobre terem sido vítimas de resistência armada.

A resposta mundial 
Horas após o sangrento ato de pirataria de  Israel, nações, líderes políticos, organizações de direitos humanos e a imensa  maioria da comunidade internacional condenou o estado israelense pela violação  da lei internacional. Turquia, Espanha, Grécia, Dinamarca e Áustria convocaram  os embaixadores de Israel em seus países para protestar contra o ataque mortal.  The Financial Times (1/jun/2010) se referiu ao ataque israelense como um  "descarado ato de pirataria... em choque com a legalidade", originado de seu  "bloqueio ilegal a Gaza". O primeiro-ministro da Turquia, Recep Erdogan,  denominou o ataque israelense de ato de "terrorismo de estado", que teria  "sérias conseqüências". Os ataques de Israel a navios que hasteavam bandeiras da  Turquia, Grécia e Irlanda em alto mar foram descritos por peritos legais como um  "ato de guerra". O Conselho de Segurança das Nações Unidas, a OTAN e o  secretário-geral da ONU exigiram que Israel cessasse a agressão, enquanto  dezenas de milhares de manifestantes denunciaram o flagrante ato de assassinato  e ferimento de pacifistas e humanitaristas de 60 países. Os especialistas da ONU  exigiram que os líderes israelenses "sejam criminalmente responsabilizados".  Somente o regime de Obama se recusou a condenar o ato de terror de estado  israelense, tendo expressado apenas "preocupação e pesar". O estado israelense  defendeu seu ataque assassino, prometendo mais para o futuro e insistindo em  manter o bloqueio a Gaza, mesmo depois dos EUA terem sugerido seu relaxamento.
A defesa israelense da pirataria e do terrorismo de Estado  
Enquanto notícias sobre o massacre israelense vazavam, e a  comunidade internacional reagia com horror e fúria, o governo israelense  "procurou inundar os canais de transmissão com sua versão do evento… ainda mais  importante, as autoridades garantiram logo o predomínio de sua história, através  do silenciamento de centenas de ativistas que estavam a bordo durante o ataque"  ( Financial Times, 2/junho/2010, p.2). O estado judeu manteve  incomunicáveis todos os prisioneiros vivos, feridos e mortos, apreendeu seus  celulares e proibiu qualquer entrevista, barrando todos os jornalistas. Como a  maioria dos estados terroristas, o estado judeu quis monopolizar os meios de  propaganda. A máquina de propaganda israelense, através de seus jornalistas e  meios de comunicação patrocinados pelo estado, empregou diversos estratagemas  típicos de regimes totalitários.  
1) As tropas de ataque israelenses que invadiram o navio foram transformadas em vítimas, e os pacifistas humanitários viraram agressores. "Soldados israelenses recebidos por um bem planejado linchamento" ( Jerusalem Post, 31/maio/2010); "Soldados israelenses atacados (IDF, 31/maio/2010).
2) O ato de pirataria de Israel em águas internacionais foi declarado legal por um Professor Sabel da Universidade Hebraica.
3) Os organizadores humanitários foram acusados de ligações com terroristas, segundo o vice-ministro do Exterior Avalon, apesar de não ter sido apresentada nenhuma evidência ( Ha'aretz, 30/maio/2010). Os organizadores, incluindo o grupo turco de direitos humanos acusados por Avalon, foram liberados pela agência de inteligência turca, pelos militares e pelo governo Erdogan, um membro da OTAN e por muitos anos (no passado) um colaborador do Mossad de Israel. Os outros 600 voluntários de direitos humanos incluíam pacifistas, parlamentares, ex-diplomatas, assim como membros atuais do parlamento israelense.
4) Enquanto dezenas de pessoas que defendiam os direitos humanos levaram tiros, foram assassinadas e mutiladas, os propagandistas israelenses fabricaram vídeos mostrando um dos assaltantes israelenses no deck, eliminando a seqüência precedente do ataque ( Financial Times, 2/junho/2010, p.2).
5.) Os assaltantes israelenses pelo mar e pelo ar foram descritos como vítimas de uma "Brutal emboscada no mar" ( Ynet News, 1/junho/2010).
6) Os aterrorizados militantes de direitos humanos foram acusados de ser "linchadores", atacando os comandos judeus que estavam disparando selvagemente rifles automáticos pelo deck e em vítimas encurraladas. Os poucos indivíduos corajosos que reagiram para parar o ataque assassino foram caluniados pela propaganda sionista, que em si mesma é tão monstruosa quando os crimes que eles perpetraram.
Uma vez que a propaganda israelense começou a cuspir suas  mentiras de esgoto, toda a liderança da Quinta Coluna sionista entrou em ação  ... primeiro e principalmente nos Estados Unidos.
A configuração do  poder sionista dos EUA: Na defesa do massacre 
Assim como toda a  liderança das 51 principais organizações judias americanas defendeu cada crime  de Israel no passado, do bombardeio do US Liberty à ocupação da Cisjordânia e o  bloqueio a Gaza, os mais honoráveis apologistas repetiram verbatim as mentiras  do estado israelense acerca do assalto à flotilha humanitária.
O  Daily Alert (31/maio a 2/junho/2010), o órgão de propaganda pública  oficial dos presidentes das principais organizações judias americanas, publicou  cada obscena mentira do estado israelense, sobre os comandos israelenses terem  sido "linchados", "atacados" e as vítimas dos direitos humanos tendo sido  responsáveis pela morte de seus companheiros... nas mãos de comandos  israelenses. Nem uma única divergência, nem uma única palavra de crítica. Nem  mesmo uma única menção mesmo das críticas israelenses mais superficiais que  puseram a culpa na execução, no uso de armas mortais, no ataque em águas  internacionais e no fiasco de relações públicas. A vasta maioria dos judeus  israelenses e dos sionistas organizados nos EUA apoiou o sangrento massacre, e  tiveram oposição apenas de uma pequena minoria sem acesso aos meios de  comunicação de massa. O controle sionista sobre os meios de comunicação de massa  foi mais uma vez demonstrado pelas reportagens através dos "olhos de Israel"  (FAIR, 1/junho/2010), Essencialmente, o New York Times, o Washington  Post, a CNN, CBS e NBC apresentaram os comandos israelenses atacando os  barcos humanitários como tendo sido ... "atacados e espancados" ( Washington  Post, 1/junho/2010). Para os mass media dos EUA, o problema não é o terror  de estado israelense, mas como manipular e desarmar a indignação da comunidade  internacional, Para isso, toda a Configuração do Poder Sionista tem um aliado  confiável nos sionizados Obama, Casa Branca e Congresso dos EUA.
A  resposta de Obama ao terrorismo de Estado israelense 
Há apenas uma  razão básica pela qual Israel repetidamente comete crimes contra a humanidade,  incluindo o último ataque à flotilha humanitária: porque ele sabe que a  Configuração do Poder Sionista, integrada na estrutura do poder americano,  assegurará suporte governamental, no presente caso a Casa Branca de Obama.
Frente à condenação mundial ao crime de Israel em alto mar, e aos  pedidos da comunidade internacional para ação legal, o regime de Obama se  recusou totalmente a criticar Israel. Um porta-voz da Casa Branca disse que "Os  Estados Unidos lamentam profundamente a perda da vida e os ferimentos infligidos  e estão atualmente trabalhando para entender as circunstâncias que cercam esta  tragédia" (AFP, 31/maio/2010). Um ato de terrorismo de estado não evoca  "lamentações" – normalmente provoca condenação e punição. O poder que causou  "perdas de vida e ferimentos" tem um nome – Israel; as pessoas que sofreram  morte e ferimentos durante o ataque israelense – têm um nome – voluntários  humanitários. Não foi simplesmente uma "perda de vidas", mas um assassinato  premeditado bem planejado que foi abertamente defendido pelo primeiro-ministro  Netanyahu e todo o seu gabinete. As "circunstâncias" dos assassinatos são  claras: Israel atacou um navio desarmado em águas internacionais, abrindo fogo  ao abordá-lo. A obscena ocultação política que o regime de Obama fez de um ato  criminoso deliberado em violação à lei internacional fica evidente no uso da  palavra "tragédia" para descrever um assassinato em série. O terrorismo  premeditado de estado não se parece em nada à trágica acção de um nobre  dirigente forçado pelas circunstâncias a um ato criminosos contra seus aliados  mais próximos.
Washington, pressionado a participar de uma reunião do  Conselho de Segurança da ONU, passou 10 horas eliminando todas as referências ao  ato criminosos de Israel, terminando com uma resolução que meramente pede uma  investigação "imparcial", com Washington tentando impor que o comitê de  investigação fosse israelense. Para o mundo em geral, incluindo o governo turco,  o regime de Obama e o governo americano, recusando-se a condenar Israel, são  "cúmplices de um assassinato coletivo".
Para entender porque o regime de  Obama trouxe para si vergonha e infâmia aos olhos do mundo, devemos olhar a  composição sionista da Casa Branca de Obama, e, igualmente importante, o poder e  acesso direto que as principais organizações judaico-sionistas têm sobre o  sistema político americano. Na semana anterior ao anunciado ataque de Israel à  flotilha humanitária, líderes judaicos (pró-Israel) se reuniram com mais de um  terço dos senadores americanos para pressioná-los a aprovar sanções mais duras  ao Irã em junho. Entre os principais operadores que participaram disso estava a  Jewish Federation of North América, AIPAC e o resto da Quinta Coluna israelense  (Jewish Telegraph Agency, 26 de maio de 2010). No dia seguinte, um esquadrão de  líderes das federações judaicas voou a Washington para reunir-se com os  principais funcionários da administração Obama, de modo a assegurar que a Casa  Branca e o Congresso não expressariam publicamente, de nenhuma maneira ou forma,  criticas à política de colonização de Israel. Não há dúvidas de que os  apologistas sionistas dos crimes de guerra israelenses estenderam sua agenda  para incluir qualquer crítica pública ao ataque israelense à flotilha. Rahm  Emmanuel, um dos principais assistentes da presidência americana, estava em Tel  Aviv como convidado dos principais oficiais da Israel Defense Force (IDF) alguns  dias antes que ela iniciasse o ataque, não havendo dúvida de que passaram os  detalhe a Rahm. O assistente israelense-americano de Obama sem dúvida assegurou  aos criminosos de guerra o apoio incondicional, militar e político, de  Washington aos atos de agressão de Israel.
De dentro e de fora da  administração Obama, a pressão agressiva das 21 principais organizações dos  sionistas americanos garantiu aos criminosos de guerra israelenses imunidade  perante qualquer Tribunal de Crimes de Guerra, ou mesmo qualquer séria  condenação política pelo Conselho de Segurança da ONU. A tática da Casa Branca  sionizada é desviar a atenção de condenações imediatas significativas ou mesmo  sanções, esperando que com o tempo, com auxílio das desculpas generalizadas dos  mass media nos EUA, a indignação popular e os protestos pelo mundo gradualmente  se desvaneçam. Obama e seus cúmplices sionistas já estão rastejando frente a  Israel. Parte da missão de Rahm em Israel era entregar a Netanyahu um convite à  Casa Branca, durante a semana do massacre no mar. A única razão pela qual  Netanyahu não foi a Washington foi sua pressa de retornar a Israel para dar  suporte à defesa que o Escritório de Negócios Estrangeiros fez do massacre, em  face da indignação mundial. Mas, numa conversa telefônica, Obama prometeu a  Netanyahu formular novo convite – assegurando aos governantes judeus que a  violação de leis internacionais e o massacre de dezenas de ativistas  humanitários não teriam nenhuma conseqüência, especialmente se assegurassem a  continuação do suporte dos financiadores sionistas a Obama.
Como Lyndon  Johnson com o encobrimento do USS Liberty, a defesa de Obama dos crimes de  guerra de Israel é o preço para assegurar o suporte de financiadores sionistas  multi-milionários e de magnatas da imprensa, das dezenas de milhares de judeus  pró-Israel e dos 51 presidentes das principais organizações judaico-americanas.
Em face da cumplicidade de Washington com os crimes de guerra  israelenses, o único caminho é intensificar o boicote mundial, o  desinvestimento e as campanhas de sanção aos produtos, atividades culturais  e intercâmbio profissional com Israel. Com sorte, os protestos islâmicos  generalizados ecoarão nas maiores comunidades judaicas e cristãs anti-sionistas  – especialmente quando os apologistas israelenses do terror de estado fazem  aparições públicas. Ainda mais importante, cada israelense envolvido no ataque  deveria ser submetido a processos legais em qualquer lugar que visite. Somente  fazendo os israelenses compreenderem que pagarão um preço alto por seus  assassinatos coletivos e pelas violações da lei internacional, a razão poderá  provavelmente entrar na sua narrativa política. Somente ao se mover além de  protestos simbólicos, como a convocação de diplomatas, e empreendendo ações  concretas, como o rompimento de relações, a comunidade internacional isolará  quem perpetra terrorismo de estado. Todos os americanos deveriam proclamar alto  e claro ao Presidente Obama – NUNCA MAIS. De outra forma, estando a Configuração  do Poder Sionista ativa durante todas as horas de todos os dias da semana, o  regime Obama, fiel à agenda sionista, mais uma vez focará a atenção no ataque ao  Irã. As ações de Israel, hoje com a cumplicidade dos EUA, são um prelúdio ao  tipo de força mortal que está reservado para a sabotagem do recente acordo  diplomático Turquia-Brasil-Irã.
Este texto é dedicado aos bravos  mártires turcos do Mavi Marmara, em 31 de maio de 2010, e aos 34 marinheiros  americanos do USS Liberty, em 8 de junho de 1967 – todos vítimas de um  impenitente estado criminoso – Israel.
O original em inglês  encontrava-se em: http://lahaine.org/petras/articulo.php?p=1810&more=1&c=1
A versão em castelhano encontra-se em http://www.lahaine.org/index.php?p=46055 .
Tradução (do inglês)  de RMP. 
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ . 
 
 
 
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