Sahelantropus
tchadensis
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Os
restos de um hominídeo de 7 milhões de anos - considerado o mais antigo
representante da humanidade conhecido e próximo aos mais recentes
antepassados comuns do chimpanzé e do homem - foram desenterrados por uma
missão de paleontólogos franco-chadiana no norte do deserto do Chade (África
saheliana)
TM
266-01-060-1,
"Toumai", Sahelanthropus
tchadensis
Descoberto por Ahounta Djimdoumalbaye in 2001 no Chade, no sul do deserto
do Saara, estimativas apontam uma idade entre 6 e 7 milhões de anos. Este
representa o mais completo crânio com uma capacidade entre 320 e 380cc.
Apresenta também uma série de características símias primitivas como
pequena caixa craniana e por outro lado características dentárias de
hominídeos modernos
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Orrorin
tugenensis
Também
chamado Homem do Milênio, foi descoberto por pesquisadores franceses e
quenianos chefiados pelo paleontólogo Martin Pickford, do Collège de
France. O paleontólogo do Collège de France e sua colega Brigitte Senut,
do Museu de História Natural de Paris, encontraram de fato peças
importantes.
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Ao anunciar a descoberta, eles exibiram em Nairóbi, capital
do Quênia, um fêmur esquerdo perfeitamente conservado. O osso mostra que
o Homem do Milênio tinha pernas fortes. Isso o capacitava a andar ereto.
Pelo comprimento dos ossos, calcula-se que o hominídeo era da altura de
um chimpanzé. Mas os dentes e a estrutura da mandíbula encontrados,
segundo Pickford, o remetem diretamente ao homem moderno. A dentição é
bem similar à nossa: pequenos caninos e molares completos. A própria
datação em 6 milhões de anos ainda precisa ser comprovada com a análise
dos ossos. O que se sabe até agora é que os fósseis foram localizados
numa camada de terra com essa idade geológica.
A
região de Baringo, no Vale do Grande Rift, é rica em depósitos
paleontológicos e fonte de quase todos os fósseis relacionados com os
mais antigos ancestrais do homem. Foi lá que Tim White, professor da
Universidade de Berkeley, localizou os restos do Ardipithecus ramidus. Às
vezes, a aglomeração de estrelas da ciência cavoucando no mesmo espaço
dá confusão.
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Ardipithecus
ramidus e
Ardipithecus
ramidus kadabba
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Hominídeo
datado em 4,4-4,5 milhões de anos. Foi
descoberto por Tim White em 1994 na região de Middle Awash na Etiópia.
Originalmente incluído entre os Australopitecineos, mas posteriormente
verificaram que diferem muito dos Australopithecus, inclusive descartando
a hipótese de serem antecessores.
Foram
encontrados vários ossos de 17 espécimes (mandíbula de uma criança,
dentes, fragmento da base de um crânio, três ossos de um braço esquerdo
de um indivíduo. Análises posteriores levaram as seguintes conclusões:
-Não
pode ser comprovado o bipedalismo, vivia em Florestas
-Provavelmente
esta espécie é co-irmã dos Australopithecus
-Não
é um ancestral dos hominídeos (provavelmente esteja mais ligado a
linhagem dos chimpanzés.
Fragmentos
fósseis descobertos entre 1997 e 2001, datados de 5,2 a 5,8 milhões de
anos, foram denominados,
Ardipithecus ramidus kadabba. (Haile-Selassie
2001)
Os
fósseis foram encontrados no deserto central da Etiópia, essa área
representa uma das mais férteis do mundo para busca de fósseis humanos.
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Australopithecus
anamensis
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Esta espécie de
hominídeo foi descoberta em 1994 por Maeve Leakey em Kanapoi e Allia
Bay, situados ao norte no Quênia. Foi denominado Australopithecus
anamensis de "anam " que significa " lago " no idioma
local de
Turkana. Os fósseis (9 de Kanapoi e 12 de Allia Bay)
incluem mandíbulas superiores e inferiores, fragmentos
cranianos, e as partes superiores e
inferiores de um osso de perna (tíbia). além disto, a coleção
inclui um fragmento de úmero que foi achado no mesmo local
há 30 anos atrás.
Os fósseis de Kanapoi
foram datados em 4.2 milhões de anos e os de Allia Bay a 3.9 milhões de anos.
A dentição parece menos com a de um macaco que nos A. ramidus,
tendo esmalte espesso nos molares, mas caninos relativamente grandes. A tíbia implica
que o anamensis era maior que o ramidus e o afarensis, com um peso calculado de 46 a 55
quilogramas. Sua anatomia tipicamente humana implica que o anamensis
tinha postura e locomoção bípede. Embora distinto do A. afarensis,
seu descobrimento o relaciona mais aos fósseis de Laetoli que os
próprios A. afarensis achados em Hadar. A descoberta desta espécie empurrou
a origem do bipedalismo meio milhão de anos atrás. As características
faciais se assemelham muito ao A. afarensis, portanto com
um aspecto de macaco.
Dado
a datação e localização, os A.anamensis poderiam
ser possivelmente um antepassado de Lucy.
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Australopithecus
afarensis
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Até recentemente, o
hominídeo mais antigo conhecido, e que possui evidência anatômica diagnóstica suficiente, era o
Australopithecus
afarensis, cujos fósseis foram achados na Etiópia,
Tanzânia, e Quênia,
sendo a maioria, datado entre 2.9 e 3.9 milhões de anos. Novas
descobertas de fósseis mais antigos que o A. afarensis tem sido
encontrados na Etiópia, Quênia, e
Chade (citadas acima, Ar. ramidus datados em 4.4 milhões de anos,
A. anamensis do Quênia, com idade de 4.2 a 3.9 milhões de anos; e
ainda o O. tugenensis no Quênia e S. tchadensis
no Chade, com estimativas de 6 a 7 milhões de
anos).
Os primeiros fósseis de afarensis foram achados por Johanson em 1974,
mas apesar de todo o tempo transcorrido até hoje, a interpretação inicial
continua controversa (embora em menor grau). O principal
aspecto divergente é o relacionado a interpretação de Johanson,
explicando a diversidade de tamanho entre a multidão de fósseis de
A. afarensis através do dimorfismo sexual, enquanto outros antropólogos acreditam que
na verdade tais fósseis pertencem a
duas, e talvez até mais espécies.
Os
fósseis de
hominídeos etíopes foram achados na região de Hadar daquele
país, por um time internacional conduzido por Donald Johanson,
atualmente no Instituto de Origens Humanas, Berkeley, e Maurice
Taieb, paleontólogo francês.. Foram encontrados mais de 300 espécimes,
e o mais espetacular destes achados era o esqueleto parcial
denominado " Lucy " e além disso, foram achados restos de 13
indivíduos em um único local e
tal achado foi denominado " A Primeira Família". O Trabalho
continuou na região até o
início da década de 80, mas foi suspenso durante quase uma
década. Recentemente, Johanson e os colegas
do Institute of Human Origins vem explorando a região de
Hadar,
Tim White (Universidade de Califórnia em Berkeley) tem
trabalhado na
região central do Rio Awash, estas escavações tem rendido muitos
espécimes de fósseis, inclusive o primeiro crânio
completo de A. afarensis, cujos detalhes foram publicados em 1993 e 1994.
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Além
de fósseis
encontrados, Leakey, M.D. & Hay, R.L - (Nature 22/03/1979
vol 278) foram encontrados rastros de pegadas de três indivíduos
bípedes em Lateoli (datação de 3.6 milhões de anos). Este rastro
foi fixado entre depósitos de cinza vulcânica. O rastro provê
uma das
descobertas mais interessantes da pré-história humana e
registra alguns momentos nas vidas de três indivíduos, um
que parou brevemente, virou para olhar para o leste
(possivelmente o vulcão distante
em erupção), e então continuou para a frente.
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Não
conhecemos muito sobre o comportamento social de A. afarensis. É assumido que esta espécie viveu em
pequenos grupos sociais. O clima da África era seco durante o período
de existência do afarensis, sendo que os ambientes florestais foram
substituídos pela savana. Os dentes de A. afarensis
são pequenos e
não-especializados, indicando uma dieta onívora de alimentos
principalmente suaves, como frutas. Os caninos, altamente desenvolvidos
nas espécies de macacos atuais, são pequenos e pouco
desenvolvidos no
A. afarensis, muito parecido com o dos seres humanos. De maneira geral, os dentes
são como os dos humanos modernos, embora esta espécie provavelmente não fizesse
o uso de ferramentas ou o uso do fogo.
Apesar
de possuir postura bípede como um humano moderno, eles tiveram braços longos. A relação
do osso de braço superior (úmero) para osso de perna superior (fêmur) em
A.afarensis está virtualmente igual ao de um Chimpanzé (95%) do que um humano moderno
( 70%.)
Dimorfismo sexual em termos de tamanho de corpo é bastante
pronunciado nesta espécie, com
os machos aproximadamente duas vezes maiores que as fêmeas e
consideravelmente mais alto. Em mamíferos,
o dimorfismo está ligado ao comportamento sexual. Porém os
grandes caninos relacionados ao grandes macacos estão ausentes
no A. afarensis, e portanto não podemos afirmar muitas questões
sobre o comportamento social.
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Australopithecus
africanus
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O
Primeiro australopitecineo foi descoberto por Raymond Dart (figura à
esquerda) em 1924, O fóssil da região de Taung era um indivíduo jovem
mais parecido a um macaco que possuía face, parte do crânio, a mandíbula completa e um
molde do cérebro. No artigo publicado na Nature de 1925, Dart denominou
o fóssil de "macaco do sul da Africa", Australopithecus
africanus. Sua descoberta conduziu a um intenso enfoque na África como o local provável
da Origem da espécie humana, como havia predito Charles Darwin.
Posteriormente
foram encontrados outros fósseis de A.africanus (Robert Broom)
apresentando características próximas dos macacos com uma face protusa
e cérebro pequeno, mas com dentição tipicamente humana que inclui caninos pequenos e molares
grandes e planos. A postura bípede foi indicada pela posição central do
forâmen magnum, e pela anatomia da espinha, pélvis e fêmur.
Broom também descobriu fósseis que eram
muito parecidos aos A. africanus porém muito mais robustos, e portanto
denominou-os de Australopithecus robustus .Os fósseis exibiram mandíbulas
e dentes maiores.
A
datação desses fósseis foi uma tarefa muito difícil, devido as
condições adversas para a datação radiométrica do estrato da
caverna. Estimativas indicam o período entre 3,5-2,5 milhões de anos
para os A. africanus
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As reconstituições ao lado mostram diferentes concepções de
A. africanus, A figura acima (dos anos 1960) está incorreta, porque descreve uma criatura que é
parcialmente bípede, estando próximo a postura do chimpanzé (o que
impediria uma locomoção bípede eficiente), além de posicionar o crânio adiante
como em um chimpanzé ou gorila. A recente representação abaixo é
anatomicamente correta, baseado em conhecimento atual: A africanus era eficazmente
bípede como pode demonstrar o alinhamento do crânio e coluna.
Este grupo
familiar, aparentemente uma unidade familiar, e não um grupo de afinidade estendido,
estaria relacionado ao estilo de vida desta espécie. Outra
característica é a pele escura com poucos pelos. Estas características são suposições
baseadas em duas considerações:
-
para caminhar e correr eficazmente em ambiente aberto perto do Equador,
os hominídeos teriam que ter um sistema de difusão de calor eficiente para prevenir o
superaquecimento causado pelo esforço muscular. Portanto uma importante
característica foi a seleção de um tecido epitelial (pele) com
sistema refrescante, onde a água evapora na superfície da pele,
refrescando-a. Para trabalhar efetivamente, a pele tem que estar desnuda.
-
para sobreviver debaixo do sol equatorial de África, uma pele
desnuda teria que ser protegida por uma quantia considerável de
melanina, pigmento escuro que protege o tecido da luz
ultravioleta.
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Australopithecus
aethiopicus
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Alan
Walker encontrou um crânio em 1985 no lado ocidental do Lago Turkana ao norte da Tanzânia,
e o denominou Australopithecus aethiopicus. O crânio era o
mais robusto dos descobertos até o momento, contudo foi datado em 2,5 milhões de anos.
Os enormes molares, anatomia da face e demais características não indicam um
final de linhagem evolutiva. Como esta descoberta afeta a forma da árvore
genealógica dos hominídeos permanece até hoje em discussão.
Este
crânio, conhecido localmente como o
"Black
Skull", não só era surpreendente por causa de sua grande idade mas
também porque conteve uma combinação inesperada de características
anatômicas. Embora a face
é muito similar ao mais robusto dos robustos australopitecíneos, o A.
boisei, o crânio, particularmente o topo e atrás, era similar ao dos
Australopithecus afarensis. Tal combinação anatômica surpreendeu a maioria das pessoas, e nos
indicou que a biologia dos hominídeos de 3 a 2 milhões de anos, é mais
complicada que hipóteses atuais têm indicado.
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.
Australopithecus boisei
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Em
1959, Mary Leakey fez a primeira descoberta de hominídeos na África Oriental
no Desfiladeiro de Olduvai na Tanzânia, que se assemelharam aos A.
robustus da África do Sul. Após a reconstituição do crânio
a partir de centenas de fragmentos, verificou-se que este espécime era
"mais robusto" que seus parentes meridionais. No princípio, foi denominado
Zinjanthropus boisei, mas depois passou a Australopithecusa
boisei.
Porém
o nome do gênero ainda está em discussão, já que há uma percepção comum,
é que essa espécie robusta de australopithecus difere suficientemente do tipo de
grácil, para garantir um nome de gênero diferente, e portanto, é chamado
Paranthropus boisei
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Australopithecus robustus
|
A classificação desses australopitecíneos permanece incerta, como
vimos acima temos duas outras espécies ou sub-espécies relacionadas o A.
boisei e o A. aethiopicus.
Foi
encontrado o crânio (acima) de um jovem A. robustus em uma caverna,
a Swartkranz, na África do Sul em 1949. Os dois buracos no topo do crânio eram um mistério até que
perceberam que pareciam perfurações feitas pelos caninos de um
leopardo. O episódio reconstituído da morte deste indivíduo
(visualizados na figura abaixo à esquerda) indicam que estes
hominídeos viveram entre os grandes predadores das planícies africanas, e
provavelmente representaram o papel de presa.
Também é possível que o A. robustus seja predado pelos
ancestrais humanos que eram onívoros. (gênero Homo).
Os
A. robustus e espécies relacionadas viveram entre 2 a aproximadamente 1
milhão de anos atrás no Sul e Leste da África
Novas
descobertas têm empurrado a idade deles para os 3 milhões de anos
atrás. Os crânios maiores com a crista dorsal proeminente deve pertencer a machos. Os espécimes menores
encontrados representam fêmeas (figura inferior esquerda - dimorfismo
sexual).
As relações entre a várias espécies atualmente identificadas são neste
momento conjeturais. É altamente provável que mais espécies serão
identificadas
a partir dos materiais já coletados e achados novos ainda estão
acontecendo.
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O novo membro da família
- Australopithecus garhi
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A linhagem dos seres humanos ganhou um novo membro
recentemente É um
ancestral que viveu há cerca de 2,5 milhões de anos no norte da África.
Batizado de Australopithecus garhi, ele compõe um elo inteiramente novo
na cadeia evolutiva da espécie. A grande diferença, em relação aos outros
ancestrais até então conhecidos, é sua capacidade de usar ferramentas para
matar e destrinchar animais. A dieta à base de carne, mais rica em proteínas e
gorduras, pode ter resultado num salto evolutivo considerável, que deu a esse
ancestral novas habilidades e um cérebro maior e mais poderoso. Seus restos
foram encontrados entre os fósseis de oito hominídeos por uma equipe
internacional de pesquisadores no Deserto de Afar, no nordeste da Etiópia. Os
achados mais valiosos incluem o crânio, fragmentos de dentes e alguns instrumentos de pedra.
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Os cientistas acreditam que o novo hominídeo seja uma ligação vital entre
o Australopithecus afarensis, que viveu na África há mais de 3 milhões
de anos, e os Homo habilis e erectus, dois ancestrais mais
recentes. O afarensis é a espécie a que pertencia Lucy, o mais famoso
dos antepassados da humanidade. Essas
criaturas já andavam eretas, mas ainda tinham os braços longos e as pernas
curtas, como os macacos, e nenhuma tecnologia. O gênero Homo só
apareceu muito mais tarde, há cerca de 2 milhões de anos. O que aconteceu
nesse intervalo de 1 milhão de anos é cercado de mistério. Mudanças climáticas
estavam acabando com as florestas onde viviam os homens macacos, forçando sua
evolução para seres adaptados à vida nas savanas. Os hominídeos bípedes
tiveram de ocupar um ambiente de campos abertos, enfrentando grandes predadores
como hienas e tigres.
Acredita-se que essa forte pressão seletiva acelerou o passo da evolução
na direção de espécies mais parecidas com o Homo sapiens atual.
"Você entra nesse período com chimpanzés bípedes e sai com hominídeos
carnívoros de cérebro desenvolvido", diz Tim White, da Universidade da
Califórnia em Berkeley, antropólogo que liderou a equipe de quarenta
pesquisadores envolvidos na descoberta anunciada na semana passada. O Australopithecus
garhi pode ser, portanto, a peça que faltava na transição mais importante
da história da espécie. Os cientistas dizem que a chave para as transformações
ocorridas nesse período são os instrumentos de pedra encontrados junto com os
fósseis. Com eles, os hominídeos podiam não apenas destrinchar os animais e
aproveitar toda a carne, mas também quebrar os ossos para sugar o tutano em seu
interior – uma fonte preciosa de nutrientes até
então inacessível.
|
Abaixo
estão os links com os artigos integrais:
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-
- Environment and Behavior of 2.5-Million-Year-Old
Bouri Hominids.
- Jean de Heinzelin, J. Desmond Clark, Tim White,
William Hart, Paul Renne, Giday WoldeGabriel, Yonas Beyene, and Elisabeth
Vrba
Science 1999 284: 625-629. (in Reports) [Full
Text]
-
- Australopithecus garhi: A New
Species of Early Hominid from Ethiopia.
- Berhane Asfaw, Tim White, Owen Lovejoy, Bruce
Latimer, Scott Simpson, and Gen Suwa
Science 1999 284: 629-635. (in Reports) [Full
Text]
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ETAPAS
EVOLUTIVAS - O Gênero Homo
Com as alterações
climáticas ocorridas há 2,5 M.a., alternando períodos secos e úmidos, se
intensificou a transformação ambiental da África através do processo de desertificação
Os Australopithecus
devido às pressões seletivas experimentaram duas estratégias:
-
Mandíbulas mais resistentes e fortes relacionadas a um hábito
vegetariano (alimento duro e resistente) e portanto associada aos
Paranthropus denominados anteriormente como
Australopitecíneos (A. aethiopicus; A. boisei e A. robustus)
-
Aumento da capacidade craniana, resultando a utilização de ferramentas.
2,5 -2,0 Ma. (aparecimento do gênero Homo, com H. habilis e H.rudolfensis)
Homo
habilis - O primeiro homem "hábil"
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A
cena mostrada ao lado representa a reconstituição de um crânio encontrado
em 1972 nas margens do Lago Turkana, podemos ver o tipo de ambiente no qual esta espécie humana
viveu, um campo aberto, a Savana na África oriental. Este ambiente deveria ter sido muito desafiador,
cheio de grandes predadores.
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|
H. habilis é a espécie
mais antiga do gênero Homo, viveu no leste Africano há aproximadamente 2.2 a 1.6 milhões de anos atrás.
Foram descobertos só alguns restos fósseis, porém estes espécimes exibem uma tendência clara
no aumento do tamanho do cérebro. Cérebros de H. habilis são aproximadamente 30% maior que
os dos A. africanus.
Machos eram muito maiores que fêmeas, como mostrado pelos dois crânios
à direita e ao lado o crânio de um macho. O Dimorfismo sexual exibido
pelos Hominídeos é bastante acentuado.
-
Unidades familiares - Transporte do alimento
-
Provavelmente se alimentavam de restos deixados pelos grandes carnívoros
(carniça).
-
Ferramentas rudimentares de pedra lascada, como pode ser visualizada na
figura abaixo
Ao
lado podemos verificar a localização dos principais sítios de H.
habilis
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Homo
rudolfensis
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Fósseis
descobertos em 1993 no Lago Malawi, datados entre 2,4-1,6 M.a.
Possuem
face mais aplainada e larga, os dentes caninos mais largos e apresenta coroas mais complexas, raízes e
esmalte mais espessos.
O
volume craniano é maior
(600-800cc) em relação ao H. habilis
As duas espécies
coexistiram há 2,0 m.a.
Não se sabe ainda qual
das espécies são ancestrais dos mais recentes exemplares do gênero Homo
Alguns
autores o consideram como uma variação do Homo habilis (portanto uma única
espécie)
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Homo
erectus
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Homo
erectus viveu entre 2,0 M.a. a 400.000 m.a., é uma espécie com
volume craniano entre 900-1200 cc, portanto os indivíduos com maiores
crânios representam um aumento de 50% em relação ao H. habilis.
Como
pode ser visto na figura abaixo, o H. erectus varia sua forma em
relação a idade, o crânio abaixo a esquerda tem aproximadamente 1,5
M.a. e o da direita tem 0,5 M.a.
Os
primeiros fósseis de H. erectus foram inicialmente
descobertos na China (Homem de Pequim) e em Java na Indonésia (no final do
sec. XIX e início do XX)
A
partir dos anos cinquenta, foram descobertos esporadicamente fósseis de
H. erectus na África e na Ásia, a primeira delas, na
Argélia, foram achadas três mandíbulas, fragmentos do crânio e
dentes. Foram encontrados vários espécimens na Garganta de Olduvai na
Africa Oriental. A fonte mais rica de fósseis de H.erectus
foi a região do Lago de Turkana.
Estes locais expuseram
os mais antigos e completos espécimes de H. erectus, em 1975, foi achado um crânio quase completo
datado a 1.8 M.a. com volume craniano de 880 cc. Uma década depois, eles acharam o
"Menino de Turkana" com esqueleto quase completo (figura ao
lado). Este esqueleto pertencente a um adolescente de 12-13 anos datado
em 1,65 M.a. e representou um importante achado para acessar as
proporções corporais e as relações entre as espécies do gênero
Homo.A forma do corpo mostra um ser humano típico, adaptado ao
ambiente tropical aberto e perfeitamente adaptado a locomoção bípede.
|
Viviam em bandos,
caçavam em grupos (cooperação e divisão do alimento).
Transição -
Homo erectus - Homo sapiens - 400.000 anos
|
Habitantes de cavernas,
produziam e usavam ferramentas bem mais elaboradas (como machados de mão),
representam a primeira ocorrência no registro fóssil de um design
consciente. Acredita-se que produziram ferramentas de madeira e armas,
mas não foram preservadas.
Provavelmente
o H. erectus foi a primeira espécie para usar e
controlar fogo. Este marco
no desenvolvimento humano aconteceu 1 a l.5 milhões de anos
atrás. Controle de fogo pode ter permitido os humanos a se mudar
da África e migrar para locais com clima mais frio (Europa e
Ásia).
Os
fósseis mais antigos estão na África, e, a partir de 1 M.a.o H.
erectus aparentemente migrou da África, foram encontradas ferramentas e
fosseis desta espécie amplamente distribuído na Europa e Ásia. O H.
erectus é a primeira espécie humana para migrar fora de África e adaptar a uma variedade de ambientes
no Velho Mundo.
A
figura abaixo à esquerda, mostra um pequeno bando de H. erectus
coletando alimento na Floresta tropical de Java, a figura abaixo à
direita mostra a mesma espécie adaptada ao terreno e ao Clima do
noroeste da China
Estas duas
figuras ilustram a visão que esta espécie representou os primeiros humanos
a explorar seu ambiente, da mesma maneira que os modernos
caçadores-coletores, matando no mínimo, pequenos animais, e também
uma série de alimentos vegetais. Há indícios de rituais de
canibalismo nos sítios na China.
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|
Na edição de
agosto da Revista National Geographic, David Lordkipannidze publica a
descoberta de fóssil com características intermediárias ao Homo
habilis e Homo erectus na região da Geórgia (veja figura abaixo)
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Homo ergaster
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-
População
geográfica diferente de H. erectus
-
Face encurtada
com abertura nasal relativamente maior
-
Capacidade
craniana entre 750-1250cc
-
Lago Turkana -
Quênia
-
Expandiram-se
para a Ásia
-
Viveu entre
1,8-1,2 M.a.
|
A
Transição para H.sapiens sapiens
A
comunidade paleoantropológica vem discutindo ultimamente a polêmica sobre
Quando apareceu a nossa espécie e Como? No
quadro abaixo estão as duas principais hipóteses:
A
Hipótese de radiação (Out of Africa) propõe que os humanos modernos evoluíram
a partir de uma população de de H s. arcaicos entre 200-100.000 anos atrás.
Este grupo migrou da África e substituiu todas as populações humanas no
mundo. Portanto a espécie atual descende desse grupo que apareceu na África.
A
hipótese de evolução multiregional propõe que populações regionais evoluíram
lentamente até humanos modernos. As características modernas apareceram em
alguns grupos e se espalharam por miscigenação (fluxo gênico). Portanto eram
possíveis intercruzamentos entre populações e inclusive entre os neandertais
e humanos modernos.
Homo
sapiens arcaico
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Sítios de Fósseis de H.
sapiens arcaicos datados entre 400.000-200.000
|
|
Entre
os Homo sapiens arcaicos, podemos considerar desde fósseis mais antigos
com características bastante marcantes como a espécie recentemente
proposta, o Homo antecesssor ou ainda H. heidelbergensis
e seus descendentes (veja figura ao lado).
Muitos
autores consideram que a transição de H. erectus para H.
sapiens aconteceu aproximadamente 300,000 a 400,000 anos atrás.
O crânio esquerdo mostrado acima tem 300.000 mil anos e foi encontrado
em Petralona na Grécia, é o sapiens mais arcaico encontrado, pois
apresenta algumas características do H. erectus. O
crânio parcial, a direita foi encontrado na caverna de Arago em
Tautavel, e tem, aproximadamente 300,000 anos.
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Homo antecessor
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Foram
encontrados uma série de fósseis (86 fragmentos), incluindo partes do
esqueleto, mandíbulas, dentes e etc... Estimativas indicam que os
fragmentos pertencem a 6 espécimes com menos de 20 anos. Possuem uma
série de traços primitivos e ao mesmo tempo apresentam características
como as faciais e os dentes são praticamente idênticas ao das
populações modernas, com uma capacidade craniana superior a 1000cc.
Esses
fósseis apresentam uma combinação única de caracteres que levaram a
proposição de uma nova espécie para o Gênero, Homo antecessor, e
representam indivíduos das primeiras populações a ocupar a Europa, e
propõe-se que esta nova espécie representa o antepassado comum dos
Neandertais e das populações modernas de H sapiens.
O
H. antecessor, surgiu provavelmente a partir de populações pertencentes
ao H. ergaster. Por outro lado o cenário evolutivo supõe que certas
populações de H. antecessor saíram da África em direção a Europa, pela
rota do Oriente próximo, a data desta primeira dispersão é difícil precisar a referida cronologia.
Os
autores desta descoberta propõem que o Homo antecessor provavelmente
foram os ascendentes das linhas do H. heidelbergensis e H.
neanderthalensis
Há
indícios de canibalismo associados aos restos fósseis encontrados, como
marcas de corte, golpes produzidos por instrumentos líticos. Praticamente
50% dos fósseis humanos apresentam tais cortes ou fraturas, indicando
consumo das cadáveres.
Apresenta
uma industria lítica bastante variada com materiais retirados do leito de
rios e da superfície da Serra de Atapuerca.
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Homo heidelbergensis
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Também denominada como
Homo sapiens arcaico.Entre
os vários exemplares localizados em Atapuerca foram incluídos entre os
H. antecessor. Entre os defensores da hipótese de evolução paralela,
os H.heidelbergensis podem ter sido ancestrais dos Neandertais na Europa e
do H. sapiens na África e portanto vêem este grupo como evidência de uma transição para
Homem moderno.
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A " mandíbula " de Mauer, encontrada em 1907 e datada em 500,000 anos, combina características primitivas
(robustez) com características modernas (tamanho do molar), e portanto
foi chamada de H. heidelbergensis. Entre as características principais, a face
e nariz mais proeminentes e as mudanças na base do crânio
provavelmente associado a mudanças na caixa de ressonância diretamente
relacionada a voz.
O
crânio bem preservado da figura abaixo à esquerda foi encontrado na
Alemanha e acredita-se pertencer a uma mulher H. sapiens datada em
250.000. Possuia um crânio com características mistas de H.
erectus
porem com aberturas oculres mais angulares que as encontradas nos H.
erectus típicos. À direita um crânio de H. erectus de 200.000 anos
encontrado na África e que apresenta características que lembram um
H.s. neanderthalensis.
Sítios
de fósseis de H.s. arcaicos 300.000-200.000
|
Homo
sapiens neanderthalensis
|
O
primeiro fóssil encontrado no vale de Neander de Alemanha em 1857 foi um dos
primeiros achados. Os Neandertais contribuem com algo de um mistério no estudo
da evolução humana. Cientistas ainda debatem se eles são uma sub-espécie
próxima e relacionada com os humanos modernos ou representam uma linha colateral mas não ancestral a humanos modernos.
Na figura abaixo, são mostradas representações da vida neandertalense na
Idade do gelo na Europa.
|
|
Homo sapiens neanderthalensis era uma espécie humana robusta que viveu
entre 135,000 e 30,000 anos na Europa e Ásia ocidental de. Eles floresceram
tanto em períodos interglaciais mornos quanto nas condições desafiadoras
do avanço glacial.
Alguns pesquisadores os consideram como uma espécie distinta
Homo neanderthalensis, outros como sub-espécie, sendo assim seria
possível a miscigenação entre as espécies, como sugere o fóssil
encontrado no norte de Portugal, porém em 4 estudos comparativos
independentes, utilizando DNA, chegaram a mesma conclusão sobre a
inexistência de relação entre o material genético dos neandertais e
nossa população.
À primeira vista, restos neandertais parecem os primitivos H erectus
e bastante diferente de humanos modernos. O braço e ossos de perna
eram duas vezes mais espessos, indicando uma imensa força e as
condições
adversas. Por outro lado os corpos eram notavelmente modernos.
Eles tiveram narizes proeminentes, faces longas e crânios grandes. A
capacidade de cérebro
era de 1400-1500 cc, fato que excede o e humanos
modernos--embora a configuração de partes do cérebro é diferente. As
áreas de fala do cérebro neandertalense não são tão desenvolvidas quanto
a nossa.
|
População
geograficamente limitada a Europa e Oriente próximo. Especializados
morfologicamente para viver em ambiente frio (estrutura óssea reforçada e
aparelho mastigador para triturar alimentos bastante rígidos).
Quanto
a características culturais, apresentaram evidências de
aculturação (aquisição por imitação). Os mais antigos registros fósseis
indicativos da existência de Rituais de enterro,
indicando também aspectos ligados a Espiritualidade. Viviam em Bandos e foram contemporâneos a
nossa espécie e desapareceram a 30.000 anos.
Mais
de uma centena de Neandertais tem sido encontrados e exibem uma enorme
variação de características individuais. O crânio abaixo à esquerda, datado
em 35.000-53.000 anos mostra alterações nos dentes que indicam uma atividade
repetitiva provavelmente ligada a produção de roupas. As ferramentas dispostas
á direita são características da Cultura Neandertal (Mousteriana).
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Homo
sapiens sapiens
O crânio
de
Cro-Magnon (centro da figura acima e à esquerda) foi encontrado em Les Eysie, França
e datado em 28.000
anos.
Na
figura podemos comparar
os Crânios de
Neandertal e Cro-Magnon, onde verificamos que o H.
s. sapiens possui crânio menor, mais compacto e ainda a face menos
alongada. Abaixo a direita um crânio mais moderno.
Portanto
nossa espécie é única,
cosmopolita, e atualmente não existem mecanismos de isolamento entre as populações
humanas. Esta espécie evoluiu a partir de uma pequena população
africana a aproximadamente 200.000 anos atrás. Sendo assim os Humanos
Modernos são datados a partir dos 130.000 anos.
Entre
as principais características temos o aumento do tamanho da caixa
craniana
As
características anatômicas e comportamentais que acompanharam a
transformação evolutiva de H. erectus para H. sapiens envolveu,
anatomicamente, uma diminuição da robustez do tanto do esqueleto
quanto dos dentes, modificações funcionais particularmente relacionada
a locomoção e o aumento do volume craniano (1330 cm3) e estrutura das mãos
para uma melhor destreza manual. Quanto ao aspecto comportamental, a transição trouxe
o desenvolvimento de uma indústria lítica mais apurada e com
tecnologia de ferramentas diversas, estratégias de coleta e procura de
alimentos mais eficientes, organização social mais complexa, o desenvolvimento
completo de idioma falado, e expressão artística. Porém, como foi
mencionado acima não há um consenso quanto a origem, destes anatomicamente humanos modernos.
Inicialmente caçadores
coletores, posteriormente agriculturalistas com grande capacidade para aprendizagem.
|
Na
figura acima podemos visualizar reconstituições de hábitos
relacionados às atividades de caça dos H.s.sapiens na idade do
gelo na Europa. Estes europeus puderam adaptarem-se às condições severas do
ambiente competiram com os carnívoros e predaram animais enormes
da Eurásia. Com a ajuda dos recursos culturais e tecnológicos avançados,
puderam especializar e adaptar a condições locais severas se
alimentando dos caribus, renas e até animais mais perigosos como o Mamute
|
Homo sapiens sapiens locais apresentam evidências de práticas culturais
como o enterro múltiplo (Europa central à 26.000 anos) mostrado na
figura abaixo. O indivíduo no centro do enterro teve escoliose e possuía
um crânio assimétrico, e uma perna subdesenvolvida.O macho na esquerda tem uma estaca
ao lado do quadril; e um macho maior à direita tem a face direcionada
para baixo. Os crânios masculinos foram adornados com ossos de raposa ártica,
dentes de lobo e faixas de marfim.
|
Expressão Artística na
Pré-Historia - Homo sapiens sapiens
Foram encontrados vários sítios em cavernas na Europa. contendo pinturas
notáveis e outros trabalhos de arte que datam do período de
frio intenso entre 25,000-14,000 anos atrás. As pinturas da
Caverna de Lascoux
na França estão espalhadas por uma área de centenas de metros, e
distantes das áreas habitadas do complexo da Caverna. São
indícios
que tais representações artísticas teriam um caráter de culto
religioso. Neste aspecto, Lascaux, representa a mais famosa
destas " catedrais
pré-históricas ".
Na
reconstituição (figura ao lado) o artista descreveu uma iniciação de
jovens machos da tribo. A figura principal é presumivelmente um shaman
(líder religioso). O uso ou usos e significados das pinturas e as razões para
colocação em tais cavernas são, obviamente hipotéticos.
|
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A imagem da mão humana à esquerda, foi pintada na parede de caverna a Pech-Merle,
França, criada a partir da utilização de um tubo ou soprando da boca,
e representa quase uma assinatura feita aproximadamente 20.000 anos
atrás.
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A
escultura de uma face humana vista em várias perspectivas na figura ao
lado tem 8 cm de relevo em marfim enorme tem 26,000 anos. O objeto mostrado
representa o retrato mais velho de um ser humano já descoberto. O escultor deste retrato
mostra detalhes primorosos do assunto inclusive olhos, cabelo, boca, e expressão, era
um mestre nesta arte. A cabeça aparece ter sido fixada a um
bastão.O significado de tais esculturas é desconhecido.
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Quadro Comparativo das espécies do Gênero Homo
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H.
habilis
|
Homo rudolfensis
|
Homo
ergaster
|
Homo erectus
|
Homo
heidelbergensis
|
H.
neanderthalensis
|
Early modern
Homo sapiens
|
Altura |
1.0 m |
+/- 1.5 m |
1.3 – 1.7m |
1.3 – 1.5m |
1.5 m |
1.5 – 1.7 m |
1.6 – 1.85 m |
Aspecto
Físico |
Braços relativamente longos |
Robusto, porém esqueleto humano |
Robusto, porém esqueleto humano |
Robusto, porém esqueleto humano |
Robusto, porém esqueleto humano |
Como o H. heidelbergensis,
porém adaptado para o frio |
Esqueleto Moderno
adaptado ao clima |
Volume Craniano |
500 – 650cc |
600 – 800cc |
750 – 1250cc |
750 –1250cc |
1100 – 1400 cc |
1200 – 1750 cc |
1200 – 1700 cc |
Datação |
2.0 – 1.6 M.a. |
2.4 – 1.6 M.a. |
1.8 – 1.2 M.a. |
1.8 – 0.3 M.a. |
400,000 –100.000 |
150,000 – 30,000 |
130,000 –130 - |
Distribuição |
Leste (Sul?) África |
Leste África |
África e Ásia |
África, Ásia e Indonésia (e
Europa?) |
África, Ásia e Europa |
Europa e Oeste da Ásia |
África e Oeste Ásia |
Forma do Crânio |
Face relativamente pequena e nariz
largo |
Face maior, mais aplainada |
Abóbada craniana mais alta, osso craniano
menos espesso, ausência de quilha sagital base do crânio
característico |
Crânio achatado e espesso com occipital grande e
saliência supraorbital |
Crânio mais alto; menos protuso |
Saliência supraorbital reduzida; crânio mais
fino; nariz grande: projeção facial mediana |
Saliência supraorbital ausente
ou mínima, crânio menor |
Mandíbulas Dentes |
Mandíbula mais fina; molares menores, estreitos |
Mandíbula robusta; molares estreitos grandes |
Mandíbula robusta em indivíduos maiores; dentes menores que H. habilis |
Mandíbula robusta em indivíduos maiores; dentes menores que H. habilis |
Simliar ao H. erectus, os dentes podem ser menores
|
Simliar ao H. heidelbergensis;
porém com dentes menores, exceto os incisivos; desenvolvimento do queixo em alguns |
Mandíbulas menores que
os Neandertais; queixo desenvolvido; dentes podem ser menores |
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Esta página é uma síntese do módulo Physical
Characteristics of Humans do curso World Civilizations I da Washington State
University. Este módulo possui 24 páginas que foram traduzidas e
disponibilizadas abaixo.
Características Peculiares da Espécie
Humana
Cultura é
a principal característica distintiva de nossa espécie, e é de várias
maneiras um reflexo das nossas características físicas. Cultura desenvolveu-se
passo a passo ao longo de nossa evolução física.
Um dos temas importantes no estudo evolutivo é a presença de artefatos culturais e evidências de práticas culturais no
registro fóssil da primitiva vida humana. Evidências culturais e pistas sobre suas origens também podem
ser relacionadas ao design único de nossos corpos e em nossos padrões de maturação.
Se é verdade que cultura, pelo menos em termos mais complexos e elaborados , é uma característica distintamente humana,
devemos ressaltar os seguintes questionamentos: Por que o comportamento cultural é tão exclusivamente importante aos seres humanos?
Como e por que se desenvolveu? Qual o papel em nossas vidas? A cultura é um
simples reflexo de nossa inteligência? Surgiu automaticamente relacionado ao
aumento da caixa craniana?
Talvez..., mas devemos responder criteriosamente, inicialmente
precisamos examinar
" como nós somos, fisicamente ?", e posteriormente podemos analisar as
pistas sobre a natureza da cultura e seu papel em nossa existência.
O corpo humano apresenta um design notável que pode nos apontar, em grande
parte, aspectos do nosso modo de vida. Algumas das habilidades mais importantes
da nossa espécie podem ser observadas em características peculiares que
determinam nossas vantagens especiais, limitações físicas, e o modo
distinto que amadurecemos como indivíduos.
Estes aspectos se sobressaem quando
comparados aos nossos parentes mais próximos, os macacos. Não iremos nos
ater a diferenças secundárias entre macacos e humanos, pois ressaltaremos dez
diferenças significativas que influenciam como nós vivemos nossas vidas como seres
humanos:
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Inteligência é
relacionada ao tamanho do cérebro. Um aspecto claro na Evolução humana
é o drástico aumento no tamanho do crânio. Podemos ver na imagem à esquerda o aumento
da capacidade craniana ao longo de mais de 3,5 milhões de anos. O crânio de
A. afarensis à esquerda possui o volume aproximado de 400
cc, (mesmo tamanho do cérebro de um chimpanzé). O crânio de Homo erectus no centro
tem 1200 cc, e o crânio humano moderno, à direita tem 1400 cc. A forma do crânio
também foi alterada, ampliando a área frontal e mudando as
relações com o tamanho da face. Note que A. afarensis na esquerda, um
hominídeo bem primitivo não tem quase nenhuma área frontal.
A figura acima, mostra da esquerda para a direita, um macaco, chimpanzé, e cérebro humano.
O cérebro humano aumentou também o número e profundidade das
circunvoluções.
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A evidência fóssil nos permite
traçar o aumento gradual do tamanho de cérebro de 2,5 M.anos com algum grau de precisão.
O tamanho de cérebro comum de
H. habilis (2,0 M. a.) era de 750 cc (crânio à esquerda na figura
acima). No H. Erectus (próximo crânio à direita) podemos notar que
houve a transição mais dramática, indicando o maior aumento evolutivo em tamanho de cérebro
acontecido ao longo da linhagem evolutiva humana. Os primeiros H. erectus
da África (1,7-1,0 M.a.) tinha o volume médio de 900 cc, os H. erectus
de 500.000 anos já possuíam cerca de 1100-1200cc, portanto dentro
dos limites de variação do volume dos atuais H. sapiens.As formas mais
arcaicas de H. sapiens (crânio do centro),
datados entre 400.000-300.000
anos tem médias de mais de 1200 cc. O crânio neandertalense
(segundo
à direita), tem um tamanho de cérebro de 1500 cc portanto são
realmente maiores que os cérebros da maioria dos humanos modernos. A
média para
Homo sapiens sapiens, é de 1400 cc
Apesar
da aproximada correlação entre tamanho de cérebro/tamanho do corpo e inteligência,
devemos analisar com precaução, pois tais correlações são muito
sutis. Tanto o tamanho do cérebro quanto do corpo humano varia
consideravelmente entre os indivíduo. O tamanho de cérebro de "gênios
reconhecidos " pode variar de 1000 cc a 2000 cc em humanos modernos. Claramente,
temos que examinar as características do cérebro para entender as relações entre características físicas e capacidades
intelectuais ou mesmo entre a fisiologia de cérebro e comportamento sócio-cultural.
Surpreendentemente, um cérebro grande não é uma vantagem evolutiva
óbvia, pelo menos não imediatamente, ou seja, um cérebro grande requer
um cuidado extraordinário, alimentação com uma dieta rica em
proteínas, e um controle de temperatura primoroso para que possa
funcionar corretamente. Portanto o aumento em tamanho do cérebro
requereu mudanças no hábito alimentar primitivo, por causa da necessidade
de maior aporte protéico. Enquanto a linhagem humana permaneceu onívora, uma preferência por
carne aconteceu de fato com o passar do tempo. A necessidade energética
associada ao funcionamento do cérebro requer um comprometimento de
cerca de 25% de nosso metabolismo, o que representa um enorme investimento
de energia, o que poderia ser um risco enorme em termos das chances globais para sobrevivência da espécie.
Outro aspecto, foi a necessidade de obter um sistema para difusão de
calor pois aquecendo demais o cérebro humano era potencialmente fatal
dado o clima quente de África oriental.
|
Uma
das características mais distintivas é nossa habilidade para
caminhar
ereto (bipedalismo). Este tipo de locomoção é experimentada
ocasionalmente por alguns grandes macacos, porém apoiados nas
mãos.
Analisando o esqueleto humano podemos verificar que nossa
anatomia é
projetada para isto e afetou diretamente a estrutura deste
esqueleto
onde temos: o crânio acima da coluna vertebral com o forâmen
magno (passagem pela qual a medula espinhal se liga ao cérebro)
centrado
na sua base. Humanos têm uma curva em S na coluna para apoiar o
peso
superior do corpo. A estrutura pélvica foi adaptada para
suportar a tensão e peso
associado ao bipedalismo, bem como a ligação do fêmur com o
quadril também foi modificado para estes propósitos. Evidências
fósseis mostram que o Bipedalismo antecede o gênero Homo
|
|
Na
figura ao lado podemos ver a modificação da pélvis e articulação do quadril necessário para
bipedalismo contrasta " Lucy " A. afarensis de 3.5
M.a. com um chimpanzé. Lucy era completamente bípede possuia uma
postura ereta tipicamente humana, embora classificada como uma macaca.
É interessante notar nesta consideração que as mudanças complexas
associadas ao bipedalismo já estavam presentes na espécie de Hominídeo, A. anamensis datados em 4,2 M. a. e indícios
não comprovados referentes a outro Hominídeo (A. ramidus
que é até mais velho que A. anamensis datados em 4.4 milhões de anos)
mostram que a Postura ereta e o bipedalismo estava provavelmente
presente no A. ramidus que vivia em um ambiente de floresta na Etiópia.
O desenvolvimento
do bipedalismo era uma " pré-adaptação " que permitiu aos descendentes
dos Hominídeos sobreviverem e florescerem após os eventos que tornaram
o clima mais seco após 5 M.a., que converteu ambientes florestais
em Savana. Concluindo a postura ereta e bipedalismo precedem o aparecimento de espécie humana, e
inclusive a produção de ferramentas, como anteriormente atribuído
como causa deste desenvolvimento.
|
|
O jovem Homo erectus à esquerda, datado em 1,65 M.a. já mostra
completa modificação na anatomia humana sugerindo uma adaptação para
o adverso hábitat africano. Conseqüentemente as mãos estavam livres
para realização de outras tarefas que levaram ao aparecimento de um modo distintamente humano de vida que
incluía a produção de ferramentas de acordo com padrões pré-estabelecidos
e novos conceitos.
Enquanto os pés das espécies de macacos
atuais
são adaptados essencialmente a vida nas árvores (caracterizados
por possuírem
dedão grande e capaz, como o dedo polegar de primata, de
agarrar galhos das árvores) os pés dos hominídeos/humanos são
adaptados a locomoção bípede e o dedão do pé provê uma
plataforma flexível para caminhar e correr. Outras adaptações do pé
humano incluem uma porção proximal estendida e arcos para
equilíbrio
A estrutura do pé permite o uso completo de nossos poderes
físicos
para andar e correr ereto, livrando nossas mãos.
O pé humano é uma maravilha de engenharia, capaz de absorver
choques e tensões de aproximadamente 6,000 libras durante uma atividades
como o salto. É óbvio que sem tal pé efetivamente adaptado a
locomoção bípede fariam de um hominídeo uma presa fácil para os
predadores africanos, assim é razoável assumir que o andar ereto
e um pé eficiente
evoluiu conjuntamente.
|
|
Com a aquisição da postura ereta e do bipedalismo há aproximadamente quatro ou cinco milhões de anos atrás permitiu
aos hominídeos sobreviverem e ampliar sua área de distribuição, ao mesmo
tempo que ocorria o processo de desertificação onde as vastas florestas foram
sendo substituídas por campos abertos (Savanas). Estas drásticas mudanças
climáticas atuaram como uma forte pressão seletiva.Portanto os indivíduos com
características favoráveis a ocupação de tais campos abertos
deixaram mais descendentes e assim a postura ereta e o bipedalismo foram
selecionados favoravelmente. Mas será que esta mudança era eficiente
inicialmente?
Dependendo do tipo de análise pois o andar ereto não é
biologicamente muito eficiente,
já que necessita maior gasto de energia em relação as outras
formas
de locomoção exibidas pelos mamíferos. Mas andar ereto gera
muito calor químico
resultante do esforço muscular.
Então, o bipedalismo deve ser considerado uma mudança
revolucionária
pois livrou as mãos para outras tarefas, e provou ser uma
tremenda vantagem evolutiva.
Além de correr rapidamente pequenas distâncias, podemos manter
uma
velocidade moderada de marcha ou corrida durante um tempo
surpreendente
(longas distâncias). Macacos, em contraste, simplesmente não são
capazes de tal esforço estendido. Eles cansam depressa e aquecem demais
facilmente.
|
|
Como que os humanos possuem tal resistência? se até mesmo jovens chimpanzés,
que são mais fortes que os humanos, não podem sustentar esforço físico
por períodos longos, como nós podemos. Uma parcela das causas dessa
diferença na resistência é devido a constituição da nossa pele.
Analisando a pele microscopicamente vemos que temos o mesmo número de
folículos pilosos por polegada como pele de chimpanzé, porém nossos
pelos são pouco desenvolvidos. Temos cerca de dez vezes mais glândulas
sudoríparas que os macacos. A combinação de níveis altos de transpiração e
pele desnuda faz desse tecido humano um dispositivo refrescante eficiente que dissipa o calor químico
produzido através de esforço .
|
Esta aquisição evolutiva foi muito importante pois permitiu esforço físico
contínuo e ainda facilitou o controle da temperatura já que nossos cérebros grandes exigem temperaturas controladas
para funcionar. Sem uma pele eficiente funcionando como um radiador, nossos cérebros aqueceriam
depressa demais durante esforço físico com potencialmente conseqüências fatais.
O clima quente de África onde nossos antepassados evoluíram, deveria
ter sido um fator
seletivo importante para o reforço dessas características. Uma
pele relativamente calva com muitas glândulas de suor faria difusão de
calor da energia química gerada por esforço físico
eficientemente permitindo que nossos antepassados correr mais
rapidamente e durante maior tempo sem danificar os cérebros.
Alguns
pesquisadores sugeriram que o perigo devido ao aquecimento do
cérebro, neste ambiente,
tenha sido o fator que levou a linhagem humana a aumentar o
tamanho do
cérebro. Ou seja, a vantagem inicial de ter cérebros maiores não
era
ligada a maior inteligência, como nós acreditamos por muito
tempo, mas
sim, em relação a possuir " circuitos " redundantes para nos
proteger de golpe de calor.
Cérebros maiores, nesta visão, criaram a oportunidade para
inteligência, mas isso era só um subproduto da vantagem inicial
de defesa ao perigo de superaquecimento.
Se houve redução de pelos na pele visando a difusão de calor do
corpo
debaixo de um sol equatorial, seria também favorecido a proteção
d a própria pele
com o aumento da melanina ( pigmento escuro da pele humana que
forma uma barreira para raios
ultravioleta).
|
Porém
esta aquisição (pele desnuda, com grande quantidade de glândulas sudoríparas
e pigmentada) por outro lado impediu a expansão dessas populações para
ambientes mais frios, até o desenvolvimento de fogo. A habilidade para sobreviver
em locais moderadamente elevados ou afastados do equador devido as mudanças
abruptas de temperatura durante as noite teria sido um problema para humanos. De fato, parece razoável supor que a necessidade
de calor à noite pode ter dirigido a descoberta do uso do fogo como fonte de
calor e sua utilização para cozinhar pode ter sido uma invenção posterior.
Como no caso do pé, a mão humana é uma modificação de anatomia
básica dos primatas. O dedo polegar humano é mais longo que no chimpanzé ou gorila e é posicionado ligeiramente mais
afastado dos outros quatro dedos, portanto em posição mais oponível,
possibilitando maior rotação. Isto significa que o dedo polegar pode ser girado contra os dedos
o que permite pegar objetos de diferentes tamanhos com a mesma
eficácia.
Esta
sensível alteração anatômica cria um espectro amplo de funções que os humanos têm e macacos não;
pois nos dá tanto a precisão quanto força para agarrar.
O alcance de atividades
passíveis de serem executadas pelas mãos humanas são bastante
diversificada e possibilitaram a utilização de ferramentas como a
lança, machado, utilizar agulhas e linha; acalmar uma criança; pintar uma obra-prima ou
tocar uma música em um piano ou violino.
|
A face humana, apesar de possuir o mesmo número de músculos que a face de um
chimpanzé, mostra a adaptação a intensa e complicada vida social
humana. Os chimpanzés apresentam muitas das expressões faciais
básicas do ser humano, porém nós somos capazes de utilizar essas
expressões com nuances de mensagens altamente complexas. Entre os
mamíferos, nós somos os únicos a possuir a abertura dos olhos muito
maiores que a íris, deixando uma grande porção da parte branca a
vista. Apresentamos também outros sinalizadores bem evidentes, a
sobrancelha e os cílios. Nossos olhos são capazes de comunicar estados
sutis da mente, permitindo também ler e interpretar estados emocionais,
atitudes e ações eminentes.
Também note os lábios parecem aumentados em comparação ao chimpanzé.
Expressões, sorrisos e contato olho a olho são mensagens não verbais
e constituem um idioma internacional. Nós somos, como nossas faces constantemente
revelam, criaturas muito sociais.
|
A imagem
ao lado ilustra vários aspectos da evolução da face humana durante os 3.5 milhões de anos.
A tendência mais óbvia, visível destes três crânios é o aparecimento de uma
frente diretamente relacionado ao aumento do cérebro e também houve
mudança gradual no ângulo da face como mostram as setas na figura ao
lado chegando a uma posição quase que perpendicular. A face humana
pode ser considerada como um sinalizador onde o envio de mensagens é
uma de suas funções mais importantes. Um traço difícil de ser
considerado é o queixo ( que só aparece no H.s.sapiens moderno),
seu desenvolvimento pode ser associado ao aparecimento da linguagem e a
fala que por sua vez está relacionada as modificações exigidas da garganta e boca.
Portanto a face também está diretamente ligada ao nosso modo de vida
(eminentemente Social) Atos complexos de comunicação são
característicos de nossa espécie, que apesar de possuir idiomas
completamente desenvolvidos, somos também extraordinariamente bem equipados para enviar mensagens
não verbais.
Concluindo
os crânios evidenciam além do aumento do cérebro o desenvolvimento
gradual de uma vida social complexa pois a face provê evidência adicional de nossa existência intensamente social.
|
|
O
Homem compartilha com outros primatas a visão estereoscópica, ou
seja, habilidade para ver em três dimensões. Este tipo de percepção de
profundidade é
possível devido ao posicionamento de nossos olhos na frente de
nossas cabeças. Nossos cérebros são capazes de
processar as diferenças entre as imagens produzidas pelos olhos
como profundidade de espaço.
Esta habilidade
é fundamental para viver em ambiente arborícola e conseqüentemente
foi conservado na linhagem humana. Herbívoros, como cavalos, têm freqüentemente os olhos posicionados
lateralmente na cabeça, esses olhos não são adaptados para visão
estereoscópica, mas sim para notar um predador que aproxima por detrás.
|
Compartilhamos
também a capacidade para perceber cor; ou seja, possuímos cones e
bastonetes. Os mamíferos, excetuando os primatas, percebem o mundo em
tonalidades de cinza.
Essa habilidade dos primatas é provavelmente relacionada às
necessidades de nossos antepassados
em distinguir frutas maduras e verdes no hábitat arborícola,
sugerindo
ainda que fossem mais ativos durante o dia. Por outro lado a
inabilidade da maioria dos outros mamíferos para perceber cor pode
indicar a evolução
a partir de animais pequenos, furtivos que sobreviveram adotando
modo de
vida noturno onde a percepção do colorido seria sem sentido.
Dada
esta habilidade, os primatas são coloridos e respondem às cores como
parte de seu comportamento social. Na figura ao lado temos um macaco
sul-americano acima e um macho mandril africano. Entre os macacos a cor
é também utilizada como um sinal sexual, indicando domínio entre
machos e o período de receptividade ou estro em fêmeas
|
Mandíbula e dentição humana
Temos
a dentição básica dos mamíferos, dois conjuntos de dentes, o
primeiro durante a fase juvenil e depois 32 dentes divididos em
incisivos, caninos, pré-molares e molares. Os dentes dianteiros, ou
incisivos são adaptados para cortar ou rasgar pedaços de comida, os
molares (dentes de parte de trás) são adaptados para triturar os
alimentos, os dentes de intermediários são também intermediários
na forma e na função. Ao contrário das outras espécies desde de cedo
não possuímos os grandes caninos, usados para competir pela
dominância do grupo. Dentes humanos são geralmente menores e menos especializados que
os dos macacos.e a perda de caninos distintivos nos Hominídeos às vezes é
considerado como um sinal que formas menos competitivas e mais cooperativas de comportamento social
emergiram há muito tempo. Há pequena evidência para apoiar ou refutar tais
afirmações.
Uma " assinatura " na anatomia de nossa espécie, muito útil na
pesquisa paleontológica são nossos molares com cinco saliências ou coroas
enquanto os molares dos macacos têm só quatro. Nossas mandíbulas são relativamente pequenas.
Esta tendência na diminuição da robustez coincide no registro fóssil
ao uso de fogo, e portanto a substituição de uma característica
física decorrente da aquisição de técnicas culturais que acabaram
por assumir algumas das funções biológicas básicas, como mastigar materiais duros para
torna-los digestível.
Se
fizermos uma análise restrita das características da mandíbula e
dentes poderíamos concluir que nós os humanos tínhamos que
sobreviver
com uma dieta bastante restringida, pois a nossa anatomia nos
limitaria para comidas suaves como frutas e baga e uma raiz
ocasionalmente e completadas com os ovos de pássaros e insetos
(de fato, este
era a provável dieta das A. afarensis) nunca
imaginaríamos
que os seres humanos são os predadores mais ferozes e prósperos
no planeta, e que nós comemos regularmente não só a carne
de presas muito maiores bem como grãos duros, raízes e
vegetais.
Devemos
considerar estes pontos com cautela pois nossa anatomia em alguns
aspectos não prediz nosso estilo de vida atual. ou ainda que não estamos limitados por nossa anatomia
como a maioria das criaturas. Processamos a carne dura através do
cozimento, e moemos grãos e outras sementes entre pedras e processamos isto com calor
facilitando a mastigação e digestão, ou seja superamos as limitações físicas
com a utilização de técnicas culturais. Nossa cultura, sob esta
ótica é uma extensão, um suplemento, até para nossa anatomia.
|
|
A garganta humana foi modificada para facilitar a fala. Nós temos uma câmara
ressonância de 1 polegada e meia acima da laringe que serve para
vocalização dos sons. O fabuloso alcance de sons que o aparato vocal humano pode
produzir vai dos grunhidos e guinchos animais até a execução perfeita
de uma ópera.
Por
outro lado tal adaptação da garganta humana para fala possibilita a
ocorrência de sufocamento com alimentos, um perigo inexistente para a maioria das criaturas.
|
Em muitas
espécies, os sexos são morfologicamente diferentes.Em alguns primatas, por
exemplo nos gorilas, os machos são muito maiores e vultosos que as
fêmeas (em alguns casos, atinge duas vezes o tamanho de fêmeas).
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Este também é o caso das primeiras espécies de Hominídeos onde a
diferença sexual ou dimorfismo é expresso em termos de um grande diferencial de tamanho
entre machos e fêmeas, À direita podemos visualizar os fêmures de adultos
de A. afarensis (3.5 milhões de anos) onde os maiores são masculinos e
os menores femininos. À esquerda, vemos a comparação entre os crânios de macho e fêmea
de A. robustus (topo) e H. habilis (abaixo), a primeira espécie humana que viveu aproximadamente 2 milhões de anos atrás.
Entre
as espécies atuais de mamíferos dimorfismo desta ordem estão
associados com competição masculina para " haréns " de fêmeas, como
entre gorilas ou leões de mar.
Podemos
também associar tais comportamentos sociais às espécies antigas de
Hominídeos De maneira interessante, este diferencial de tamanho enorme entre machos e fêmeas
desaparece na linhagem humana há aproximadamente um milhão de anos ou
seja, em H. erectus . Será que tal mudança anatômica
reflete uma mudança significativa no comportamento ? Novamente, anatomia
freqüentemente apresenta pistas sobre o comportamento social.
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Neotenia é a retenção de características juvenis na
forma adulta (maturidade).
Em mamíferos, os jovens de espécies relacionadas freqüentemente se assemelham, como
pode ser verificado ao lado, onde podemos comparar jovens babuíno e macaco de
Gibraltar. Os jovens de várias espécies de mamíferos tendem a ter a
face arredondada e não especializada, com o processo de amadurecimento,
trilhas de desenvolvimento são seguidas e as características
específicas se desenvolvem. Por exemplo, filhotes de Collie com cara
arredondada crescem rapidamente e passam a ostentar o focinho prolongado
típico.
Afirmar que a neotenia é uma característica principal da espécie
humana, significa estabelecer que em comparação aos demais
primatas,
fisicamente nós não nos especializamos muito, ou seja não
sofremos as transformações típicas que ocorrem na maior parte
dos
mamíferos durante o amadurecimento. Portanto retemos, a maior
parte das características da fase juvenil dos
primatas, como por exemplo, as faces
arredondadas. Em outras palavras, nossa espécie mantêm-se
generalista
anatomicamente e notavelmente não ocorre o processo de
especialização para
um determinado estilo de vida.. Neotenia na espécie humana está
relacionada à notável adaptabilidade nos tornando capazes, até
mesmo
na fase adulta, de se adaptar a um amplo espectro de situações
de vida,
ao invés de nos especializar a um único nicho. Por causa desta
característica,
temos esta plasticidade comportamental, e conseqüentemente nos
adaptamos
bem a qualquer ambiente da Terra, do Equador até próximo aos
pólos, do nível do mar até aproximadamente 4.000 metros de altitude.
Esta
retenção das características juvenis dos primatas significou ainda o
retardo da maturação e conseqüentemente a capacidade de aprendizagem
de nossa espécie foi bastante ampliada concomitantemente ao aumento no
tamanho do cérebro, desenvolvimento da indústria lítica e
complexidade sócio-cultural.
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Em alguns dos grandes macacos,
as diferenças entre jovens e adultos são bastante expressivas, como podemos
verificar na figura ao lado (topo) onde temos um orangotango e sua cria. Usando
este critério na foto inferior qual é o chimpanzé jovem ? O da esquerda
?
De
fato os dois teriam a idade relativa a adolescência no Homem, porém o
da esquerda é um chimpanzé-pigmeu ou bonobo, esta questão esta
colocada propositalmente para ilustrar o conceito de neotenia explicado
anteriormente O Bonobo representa a espécie de macacos que apresentou
maior similaridade ao Homem através de comparações do material
genético ( DNA) e também é caracterizado pela ocorrência de neotenia. Bonobos retêm as características juvenis
na fase adulta, da mesma maneira que nós fazemos. De fato, eles se assemelham a nós em muitas formas.
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Relacionado a nossa retenção de características juvenis na fase
adulta, está o nosso padrão desacelerado de desenvolvimento. Os seres humanos
são os que levam muito mais tempo para amadurecer e portanto dependem
por mais tempo dos pais em relação a descendência de qualquer outra espécie.
Chimpanzés amadurecem sexualmente aos 5 anos;
seus ossos do crânio se fundem
na mesma época e é nesse ponto que ocorre a diminuição drástica da
capacidade de aprender coisas novas. Por
outro lado os seres humanos amadurecem sexualmente por volta dos12- 14 anos de idade;
nossos ossos do crânio se fundem aos 16; e nós continuamos aprendendo ao longo de toda a vida.
Permanecendo saudáveis, nós não perdemos a capacidade para aprender coisas
novas. Além disso, é difícil dizer quando nós ficamos
realmente independentes de nossos pais.
Nosso
desenvolvimento retardado é provavelmente relacionado com o
aumento geral no tamanho de cérebro de nossos antepassados. O
tamanho do cérebro não pôde aumentar indefinidamente, obviamente, sem
conseqüências fatais para o feto.
Fetos com tamanho do crânio muito grande tem problemas durante
parto. O
tamanho da pélvis feminina é um fator
limitante do crescimento do crânio, pois também não pôde
aumentar
sem prejudicar a mobilidade da fêmea.
Sendo assim, houve uma diminuição na velocidade de crescimento
do
cérebro e postergou-se tal desenvolvimento após o nascimento da
criança. Desta forma houve um comprometimento global do padrão
de crescimento humano, e não só
do desenvolvimento do cérebro fetal que reduziu a
velocidade. Este
padrão desacelerado de desenvolvimento é genético e tem
conseqüências
enormes na cultura humana.
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O
significado, em termos práticos, desta redução na velocidade de desenvolvimento
é que as crianças nascem completamente impotentes e permanecem assim durante um tempo
considerável. É como se
experimentassem outro ano de gestação fora do útero, enquanto ocorre
o crescimento rápido do cérebro.
Dada a extrema dependência de nossa prole, que se estende até os 12 ou mais,
a estratégia humana para uma reprodução efetiva, envolve ter uma descendência
relativamente pequena e dedicar quantias enormes de energia para orientar
e acompanhar o crescimento de cada um.
A
longa relação íntima da mãe com a criança, provavelmente é a
característica central de nossas vidas;
é ai que se forma a base de nossa vida social posterior. Humanos
normalmente são capazes de unir profundamente com outros e de
estabelecer relações
duradouras de muitos tipos. Esta capacidade parece relacionada
ao nosso
longo período de dependência juvenil.
Olhando
a relação do lado do pai,
indivíduos ou grupos de humanos
tem sido capazes de prover uma quantia sem precedente de
cuidados e atenção para
os jovens com o objetivo de sobrevivência da espécie grupo
cultural. É interessante notar nesta consideração que todas as
sociedades humanas reconhecem relações de afinidade complexas e praticam
alguma forma de matrimônio. Estes
relacionamentos podem, a fundo, representar modos práticos para
organizar apoio ao cuidado de crianças.
Uma
característica física incomum de fêmeas humanas
provavelmente teve um papel fundamental neste conjunto de
adaptações:
no Homem, o estro ou período fértil é disfarçado no
ciclo da fêmea, nem ela nem o companheiro pode precisar tal
período. Em muitos mamíferos, como chimpanzés,
o comportamento sexual é estritamente controlado geneticamente
pelos hormônios lançados pela fêmea durante o período fértil.Quando um
chimpanzé fêmea está em
estro, ela acasala com machos da redondeza. O conceito de "
escolha " nestes
acasalamentos não pode ser aplicado ao macho ou fêmea, que
simplesmente respondem aos estímulos hormonais..
Nos
humanos, o período de fertilidade não é percebido e parece não afetar
o comportamento sexual. Comportamento sexual pode acontecer em qualquer
fase do ciclo. Portanto sob este aspecto os humanos estão livres da
determinação do ciclo estral e podem escolher quando se acasalar. Freqüentemente,
as relações macho-fêmea são duradouras ou simplesmente longas,
entretanto o comportamento de acasalamento pode ser tão casual como o
que ocorre entre os chimpanzés.
Finalmente
é interessante especular quanto do desenvolvimento da cultura foi
direcionado pela necessidade de cooperação no provimento de cuidados
para os jovens humanos (que apresentam desenvolvimento desacelerado) e quanto
que essa relação longa e intensa entre a criança e pais influenciou o desenvolvimento
da linguagem e outros aspectos típicos do nosso comportamento social.
EVOLUÇÃO
CULTURAL
A evolução cultural
teve grande importância para a evolução biológica do H. s. sapiens.O comportamento, a
língua e as peculiaridades que um indivíduo adquire durante a sua vida, são
transmitidos para seus descendentes (evolução lamarckiana).
Algumas
características culturais tem suas freqüências aumentadas não somente devido
a transmissão cultural, mas porque elas influenciam no crescimento e dispersão
das populações (por ex. a agricultura).
Aumento de complexidade
(variedade e sofisticação) de ferramentas associado ao aumento gradual do
cérebro.
- Fogo +/- 500.000 anos
- Ciências míticas
27.000 anos
- Pinturas 28.000 -
10.000 anos
- Enterros 60.000 -
23.000 anos
Estrutura
Populacional
Antes da agricultura a
sobrevivência humana se dava através da caça e coleta por bandos pequenos
nômades - População estimada de 10.000 a.C. 10 milhões - essa estrutura
populacional favoreceu a deriva genética.
Agricultura 11.000-8.000
anos -
início da transformação da face da Terra pelo Homem.
Estrutura populacional
dos agriculturalistas era diferente, pois eram mais numerosos porém muito mais
sedentários dificultando o fluxo gênico.
8.000 a 5.500 a.C.-
populações de agriculturalistas começaram a expandir-se do Oriente próximo
para a Europa.
Em termos gerais a
aquisição cultural, considerada como marco na história da humanidade é a Agricultura.
0s últimos 10 mil
anos, quando prevaleceram as atuais condições climáticas, são apenas a
última de uma dezena ou mais de fases que interromperam a Idade do Gelo. Este
período assistiu a uma explosão sem precedentes do numero de seres da espécie
humana e seu impacto no mundo. Nas figuras abaixo podemos visualizar as
ferramentas associadas a este período e após com a aquisição cultural da
agricultura.
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No ano 8000 a.C. havia
ainda apenas pequenos bandos de homens que caçavam e colhiam, com estilo de
vida pouco diferente de seus predecessores de até 100 mil anos antes. Mas, nos
2 mil anos seguintes, vilarejos consideráveis surgiram em certas regiões; nos
2 mil anos subseqüentes, já havia cidades; 2 mil anos mais tarde as
cidades-Estado viraram impérios; 2 mil anos depois, bases tecnológicas foram
estabelecidas para realizações que nos mais recentes 2 mil anos incluíram
imprensa, energia atômica e a primeira ida do homem à Lua.
Esta aceleração no
desenvolvimento humano pode ser atribuída ao início da agricultura -a
alteração deliberada de sistemas naturais para promover a abundância de uma
espécie ou conjunto de espécies. Porém o cultivo levou
algumas espécies a completa dependência do homem. E o caso dos cereais, os
principais alimentos que sustentaram o crescimento populacional desde a última
Idade do Gelo. A produção dos cereais cultivados tornou possível o
estabelecimento de comunidades humanas maiores e pela primeira vez permitiu
povoamentos que podem ser descritos como vilarejos ou cidades. Como a produção
vinha de uma área limitada, era possível sustentar uma população crescente
convertendo mais terras ao cultivo. E a produtividade podia crescer graças a
técnicas intensivas, como a introdução de terraços em encostas in remes ou a
irrigação.
Agricultura intensiva
requer alto nível de organização social e política, e existia uma tendência
natural para o desenvolvimento de sociedades mais complexas à medida que a
população crescia. Mas as origens reais da agricultura continuam pouco
compreendidas. Certamente, ao fim da última Idade do Gelo, as comunidades Humanas
tinham organização social e tecnológica mais complexa do que antes, e estavam
mais bem equipadas para corresponder ao desafio das mudanças ambientais à
medida que as geleiras derretiam, o nível dos mares subia e as florestas
voltavam a cobrir a paisagem. Seja qual for a razão, a mudança fundamental no
estilo de vida humano foi a maior confiança, em certas partes do mundo, na
plantação de cereais, abundantes nos contrafortes das montanhas, e a seleção
inconsciente de certas variedades que podiam ser cultivadas nas terras baixas e
tinham potencial nas colheitas.
As mudanças ocorreram
de maneira independente em diversas partes do mundo, mas antes e com maior
importância no Oriente Próximo, China, América Central e Peru.Como pode ser
visualizados nos seguintes mapas (clique nos mapas para vê-los ampliados)
Atualmente nas sociedades industriais a taxa de fluxo gênico é a maior de toda a
história da humanidade.
De forma
resumida as conseqüências cumulativas da revolução agrícola podem ser
visualizadas na figura abaixo:
No processo de
evolução humana, as pressões seletivas levaram ao aumento do cérebro.
A organização e
funcionamento desse cérebro estão codificados no DNA
No homem os genes
delegaram ao cérebro a capacidade de interagir com o ambiente e
modificá-lo através da cultura, que
por sua vez, evolui muito mais rapidamente que os próprios genes.
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