segunda-feira, 25 de julho de 2011

Em defesa dos Correios público, 100% estatal e de boa qualidade nos serviços prestados à população - Não à privatização (MP-532/2011)



CARTA ABERTA A POPULAÇÃO

Em defesa dos Correios público, 100% estatal e de boa qualidade nos serviços prestados à população - Não à privatização (MP-532/2011)

Nós, trabalhadores dos Correios do Rio de Janeiro, queremos dialogar com a população sobre a necessidade de estarmos juntos na defesa da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT. Estamos entrando na Campanha Salarial 2011/2012 e, para além das reivindicações salariais, chamamos a população a encarar conosco uma luta contra a Medida Provisória (MP) 532/11.
Infelizmente, com as várias tentativas do governo nos últimos anos de privatizar os Correios, os trabalhadores precisaram se mobilizar diversas vezes para impedir a entrega desse patrimônio nacional. Desde o início de seu mandado, a presidente Dilma Roussef (PT), sem dialogar com os trabalhadores, apresentou mudanças na empresa. Com discurso de “modernização”, o governo já alterou o estatuto do Correios para deixá-lo igual a uma Sociedade Anônima (S/A). Assim, o governo transfere para as mãos da iniciativa privada a responsabilidade com os Correios, que passa a funcionar a partir de um Conselho de Administração, característica de corporações privadas ou empresas públicas de Capital Aberto. Isto significa que ela vai funcionar aos moldes de uma lógica em que a prioridade não é serviços de qualidade, mas a simples obtenção de lucros e que não se reverterão mais em investimentos como saúde e educação aos brasileiros.

A estratégia do governo: sucatear para privatizar!
Para tentar justificar a privatização, o governo sucateia os Correios, esconde os lucros e deixa a população insatisfeita. Com isso, tenta passar a idéia de que a única alternativa seria entregar os serviços nas mãos de empresários, já que o Estado não seria capaz de geri-los com qualidade.
Mas, a tentativa vai de algo abaixo. No primeiro semestre deste ano o lucro da ECT chegou a R$ 499,65 milhões, um aumento de 48,2% em comparação com o mesmo período de 2010. Isso por si só já demonstra a importância de manter os Correios 100% Estatal com seus lucros servindo ao investimento nas necessidades do povo brasileiro.

Apesar dos lucros, o que o governo faz?
Deixa de investir na empresa; desvaloriza o trabalhador; não investe em melhorias nas condições de trabalho; aplica Planos de Demissão Voluntária, feitos propositalmente como forma de desqualificar os serviços prestados; afasta nove mil trabalhadores por motivos de doenças profissionais, por assaltos e ou acidentes de trabalho e não aplica concurso público. Ainda, não investe em segurança, tendo como consequência constantes assaltos nas agências e aos carteiros em serviço. Sem falar que o salário do carteiro não chega a dois salários mínimos e a sobrecarga de trabalho é crescente – hoje os Ecetistas distribuem 35 milhões de objetos em todo o país, mesmo com um quadro reduzido de funcionários. Com tudo isso, a população percebe a piora no atendimento dos serviços.

Privatização não é a solução!
FHC já mostrou muito bem para onde vão essas iniciativas, a um caminho muito distante dos interesses dos trabalhadores e da população, que apenas beneficiam empresários e grandes corporações. Infelizmente, Dilma quer continuar com essa mesma lógica de governar.
Não queremos que os Correios se tornem uma LIGTH, SUPERVIA, METRÔ ou BARCAS S/A, que após serem privatizadas a preço de banana, apenas servem para grandes empresários lucrarem em detrimento da população, com tarifas altas e péssimos serviços prestados a população.
Se isso acontecer o que nos restará será o aumento descontrolado das tarifas dos serviços postais e das filas nas agências. Para os Correios, a ameaça ao Monopólio Postal, a flexibilização de direitos aos Ecetistas, a não garantia de seus empregos, o aumento das terceirizações e a entrada de capital privado, que colocará em risco os Correios como instituição a serviço da sociedade, com serviços prestados em todo o território nacional.
A saída é o investimento dos lucros nos funcionários e na qualidade do serviço e não a privatização.

É preciso dar um basta nesta situação!
Por isso, pedimos o apoio de todos os trabalhadores, estudantes, donas de casa, população em geral...
Assim como acontece com diversas categorias do Brasil, a exemplo dos bombeiros do Rio de Janeiro, professores e trabalhadores da Construção Civil de vários Estados brasileiros, além do funcionalismo público federal, os trabalhadores dos Correios também estão em luta. Além de dar nosso suor todos os dias para prestar um bom serviço ao país, os Ecetistas estão dispostos mais uma vez a travar essa luta em defesa dos Correios nas mãos dos brasileiros.
O ano de 2011 iniciou com dificuldades para nós. Os cortes no orçamento de mais de R$ 50 bilhões pelo governo, prejudicando serviços essenciais como saúde e educação; o aumento dos alimentos e dos combustíveis vem sendo sentidos pela população. Somado a isso, há uma tentativa de arrocho nos salários, sem falar que muitos, como nós Ecetistas, ficaram sem Acordos Salariais em 2010.
Queremos continuar prestando um serviço digno ao povo brasileiros. Mas, para isso, precisamos de melhorias nas nossas condições de trabalho. A qualidade no atendimento à população passa pela valorização dos trabalhadores. Por isso, os sindicatos, assim como a OPOSIÇÃO SINDICAL DOS CORREIOS-RJ, organizada na CSP-Conlutas na Frente Nacional dos Trabalhadores dos Correios (FNTC), chamam todos para uma campanha:

Em defesa dos Correios público, 100% estatal e de boa qualidade nos serviços prestados à população
Não à privatização (MP-532/2011)

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