Os multimilionários prosperam e as desigualdades aprofundam-se quando as economias "recuperam"
                As operações de salvamento de bancos, especuladores e industriais        cumpriram o seu verdadeiro objectivo: os milionários passaram a        multimilionários e estes ficaram ainda mais ricos. Segundo o        relatório anual da revista de negócios                  Forbes,                há 1210 indivíduos – e em muitos casos clãs        familiares – com um valor líquido de mil milhões de        dólares (ou mais). O seu valor líquido total é de 4,5        milhões de milhões de dólares, maior do que o valor total        de 4 mil milhões de pessoas em todo o mundo. A actual        concentração de riqueza ultrapassa qualquer período        anterior da história; desde o Rei Midas, os Marajás, e os        Barões Ladrões         [1]         até aos magnates de Silicon Valley         [2]         e Wall Street na actual década.        
       
       Uma análise da origem da riqueza dos super-ricos, a sua        distribuição na economia mundial e os métodos de        acumulação esclarece diversas diferenças importantes com        profundas consequências políticas. Vamos identificar essas        características especiais dos super-ricos, a começar pelos        Estados Unidos e faremos depois uma análise ao resto do mundo.        
       
                Os super-ricos nos Estados Unidos: os maiores parasitas vivos                
       
       Os EUA têm a maior parte dos multimilionários do mundo (413), mais        de um terço do total, a maior proporção entre os grandes        países do mundo. Um olhar mais de perto também revela que, entre        os 200 multimilionários do topo (os que têm 5,2 mil milhões        de dólares ou mais), 57 são dos EUA (29%). Mais de um        terço fez fortuna através da actividade especulativa, da        predação da economia produtiva e da exploração do        mercado imobiliário e de acções. Esta é a        percentagem mais alta de qualquer dos principais países na Europa ou na        Ásia (com a excepção da Inglaterra). A enorme        concentração de riqueza nas mãos desta pequena classe        dirigente parasita é uma das razões por que os EUA têm as        piores desigualdades de qualquer economia avançada e se situa entre as        piores em todo o mundo. Os especuladores não empregam trabalhadores,        servem-se de expedientes fiscais e de operações de salvamento e        depois pressionam cortes no orçamento social, dado que não        precisam de uma força de trabalho saudável e instruída        (excepto no que se refere a uma pequena elite). Em 1976, 1% da        população mundial detinha 20% da riqueza; em 2007 dominava 35% da        riqueza total. Oitenta por cento dos americanos possuem apenas 15% da riqueza.        As recentes crises económicas, que inicialmente reduziram a riqueza        total do país, fizeram-no de modo desigual – atingindo de modo mais        grave a maioria dos operários e empregados. A operação de        salvamento Bush-Obama levou à recuperação        económica, não da "economia em geral", mas        restringiu-se a reforçar ainda mais a riqueza dos        multimilionários – o que explica porque é que a taxa de        desemprego e subemprego ficou praticamente na mesma, porque é que a        dívida fiscal e o défice comercial aumentam e o estado baixa os        impostos às grandes empresas e reduz os orçamentos municipais,        estatais e federais. O sector "dinâmico" formado por        capitalistas parasitas emprega menos trabalhadores, não exporta        produtos, paga impostos mais baixos e impõem maiores cortes nas despesas        sociais para os trabalhadores produtivos. No caso dos multimilionários        dos EUA, a sua riqueza é fortemente acrescida através da pilhagem        do erário público e da economia produtiva e através da        especulação no sector das tecnologias de informação        que alberga um quinto dos multimilionários do topo.        
       
                BRIC: Os novos multimilionários: A explorar o trabalho da natureza                
       
       Os principais países capitalistas emergentes, Brasil, Rússia,        Índia e China (BRIC), elogiados pelos meios de comunicação        pelo seu rápido crescimento na última década, estão        a produzir multimilionários a um ritmo mais rápido do que        qualquer bloco de países do mundo. Segundo os últimos dados no                  Forbes                 (Março de 2011), o número de multimilionários no BRIC        aumentou mais de 56% de 193 em 2010 para 301 em 2011, ultrapassando os da        Europa.        
       
       O forte crescimento do BRIC levou à concentração e        centralização de capital, em todos os casos promovidos pelas        políticas de estado que proporcionam empréstimos a juros baixos,        subsídios, incentivos fiscais, exploração ilimitada de        recursos naturais e mão-de-obra, expropriação dos pequenos        proprietários e privatização de empresas públicas.        
       
       O crescimento dinâmico de multimilionários no BRIC levou às        desigualdades mais flagrantes em todo o mundo. Nos países do BRIC, a        China lidera o caminho com o maior número de multimilionários        (115) e as piores desigualdades em toda a Ásia, em profundo contraste        com o seu passado comunista quando era o país mais igualitário do        mundo. Um exame da origem da riqueza dos super ricos na China revela que        provém da exploração da força de trabalho no sector        da manufactura, da especulação no imobiliário e da        construção e comércio. EM 2011, A China ultrapassou os EUA        enquanto maior fabricante do mundo, em consequência da        super-exploração da mão-de-obra na China e do crescimento        de capital financeiro parasitário nos EUA.        
       
       Em contraste com os EUA, a classe trabalhadora da China está a fazer        incursões significativas nas receitas da sua elite de manufacturas e de        imobiliário. Em consequência da luta da classe trabalhadora, os        salários têm vindo a aumentar entre 10% a 20% nos últimos 5        anos; os protestos dos agricultores e das famílias urbanas contra as        expropriações feitas pelos especuladores imobiliários e        sancionadas pelo estado ultrapassaram os 100 mil por ano.         
       
       A riqueza dos multimilionários russos, por outro lado, resultou do        violento roubo dos recursos públicos (petróleo, gás,        alumínio, ferro, aço, etc.), explorados pelo anterior regime. A        grande maioria dos multimilionários russos depende da        exportação de bens, da pilhagem e da devastação do        ambiente natural sob um regime corrupto e sem regulamentação. O        contraste entre as condições de vida e de trabalho entre os        multimilionários virados para o ocidente e a classe trabalhadora russa        é sobretudo o resultado do escoamento da riqueza para contas        ultramarinas, investimentos offshore e luxos pessoais extraordinários,        incluindo propriedades de muitos milhões de dólares. Em contraste        com a elite industrial da China, os multimilionários da Rússia        parecem-se com os 'senhorios' parasitas que se encontram entre os especuladores        de Wall Street e os xeiques do Golfo Pérsico.        
       
       Os multimilionários da Índia são uma mistura de ricos        antigos e novos ricos que amontoam a sua riqueza através da        exploração dos trabalhadores industriais de salários        baixos, das populações de bairros pobres expropriados e dos povos        tribais, assim como da posse diversificada de imobiliário, tecnologia        informática e software. Os multimilionários da Índia        acumularam a sua riqueza através das suas ligações        familiares com os escalões mais altos, muito corruptos, da classe        política, assegurando monopólios através de contratos com        o estado. O forte crescimento da Índia na última década        (7% em média) e a explosão de multimilionários de 55 para        2011, estão ambos ligados às políticas neo-liberais de        desregulamentação, privatização e        globalização, que concentraram a riqueza no topo, corroeram os        produtores em pequena escala e espoliaram dezenas de milhões.        
       
       A classe multimilionária do Brasil aumentou rapidamente, em particular        sob a direcção do Partido dos Trabalhadores, para 29, acima do        número de um só dígito uma década antes. Hoje, mais        de dois terços dos multimilionários da América Latina        são brasileiros. A peça central da riqueza dos super ricos do        Brasil é o sector finanças-banca que beneficiou fortemente das        políticas monetária, fiscal e neo-liberal do regime de Lula da        Silva. Os banqueiros multimilionários têm sido os principais        beneficiários da economia de exportação agro-mineral que        floresceu na última década, à custa do sector de        manufacturas. Apesar das afirmações dos líderes do Partido        dos Trabalhadores, as desigualdades de classe entre a massa dos trabalhadores        de salário mínimo (380 dólares por mês em        Março de 2011) e os super-ricos continuam a ser as piores da        América Latina. Uma análise da origem da riqueza entre os        multimilionários brasileiros revela que 60% aumentaram a sua riqueza no        sector finanças, imobiliário e seguros (FIRE) e só um        deles (3%) no sector de capital ou manufactura intermédia. A        explosão do Brasil em crescimento económico e em        multimilionários encaixa no perfil de uma 'economia colonial': com        grande peso no consumo excessivo, na exportação de bens e        presidido por um sector financeiro dominante que promove políticas        neoliberais. No decurso da última década, apesar do teatro        político populista e dos programas de pobreza paternalistas patrocinados        pelo Partido dos Trabalhadores "centro-esquerda", o principal        resultado sócio-económico foi o crescimento duma classe de        multimilionários "super-ricos" concentrados na banca com        poderosas ligações aos sectores do agro-mineral. A classe        financeira-agro-mineral, de forte crescimento via mercado livre, degradou o        sector de manufactura, principalmente os têxteis e os sapatos, assim como        os produtores de bens de capital e intermédios.        
       
       Os países BRIC estão a produzir mais, e a crescer mais depressa        do que as potências imperialistas estabelecidas na Europa e nos EUA, mas        também estão a produzir desigualdades e        concentrações monstruosas de riqueza. As consequências        sócio-económicas já se manifestaram no aumento do conflito        de classes, principalmente na China e na Índia, onde a        exploração intensiva e a expropriação provocaram a        acção das massas. A elite política chinesa parece estar        mais consciente da ameaça política colocada pela        concentração crescente da riqueza e encontra-se em vias de        promover aumentos substanciais de salários e um maior consumo local que        parece estar a reduzir as margens de lucro nalguns sectores da elite de        manufacturas. Talvez que a 'memória histórica' da        'revolução cultural' e a herança maoista desempenhe o seu        papel no alerta da elite política para os perigos políticos        resultantes dos "excessos capitalistas" associados aos altos        níveis de exploração e ao rápido crescimento duma        classe de clãs politicamente relacionados, baseados em        multimilionários.        
       
                Médio Oriente                
       
       Na última década, o país mais dinâmico no        Médio Oriente foi a Turquia. Dirigido por um regime democrático        liberal de inspiração islâmica, a Turquia tem liderado a        região no crescimento do PIB e na produção de        multimilionários. O desempenho económico turco tem sido        apresentado pelo Banco Mundial e pelo FMI como um modelo para os regimes        pós ditatoriais no mundo árabe – de 'alto crescimento', uma        economia diversificada baseada na crescente concentração de        riqueza. A Turquia tem mais 35% de multimilionários (37) do que os        estados do Golfo e do Norte de África em conjunto (24). O 'segredo' do        crescimento turco é as altas taxas de investimento em diversas        indústrias e a exploração intensiva da força de        trabalho. Muitos multimilionários turcos (14) obtêm a sua riqueza        através de 'conglomerados', investimentos em diversos sectores de        manufactura, finança e construção. Para além dos        multimilionários de 'conglomerados', há 'multimilionários        especialistas' que acumularam a sua riqueza a partir da banca, da        construção e do processamento de alimentos. Uma das razões        de a Turquia ter censurado e desafiado o poder de Israel no Médio        Oriente é porque os seus capitalistas estão ansiosos por        projectar investimentos e penetrar nos mercados do mundo árabe. Com        excepção do sistema político americano, fortemente        sionizado, as elites governantes e o público na Europa e na Ásia        encararam favoravelmente a oposição da Turquia aos massacres        israelenses em Gaza e à violação da lei internacional em        águas marítimas. Se um moderno regime islâmico liberal pode        crescer rapidamente através da rápida expansão duma classe        diversificada de super-ricos, o mesmo acontece com Israel, um moderno estado        judaico-neoliberal baseado no rápido crescimento duma classe de        multimilionários altamente diferenciada.        
       
       Israel, com 16 multimilionários é um país em que as        desigualdades de classe crescem mais rapidamente na região – com o        mais alto número de multimilionários per capita do mundo… Os        "sectores de crescimento" de Israel, software, indústrias        militares, finança, seguros e diamantes e investimentos ultramarinos em        metais e minas, são liderados por multimilionários e        multi-multimilionários que beneficiaram das dádivas financeiras        induzidas pelos sionistas, provenientes da pilhagem de recursos feita pelos EUA        nos países da ex-URSS e da transferência de fundos pelas        oligarquias russas-israelenses e também de empreendimentos conjuntos com        multimilionários judaico-americanos em empresas de software,        principalmente no sector de "segurança".        
       
       A alta percentagem de multimilionários em Israel, numa época de        profundos cortes nas despesas sociais, desmente a sua afirmação        de ser uma 'social-democracia' no meio dos 'xeicados'. A propósito,        Israel tem o dobro de multimilionários (16) da Arábia Saudita (8)        e mais super-ricos do que todos os países do Golfo juntos (13). O facto        de Israel ter mais multimilionários per capita do que qualquer outro        país não impediu os seus apoiantes sionistas nos EUA de        pressionarem por uma ajuda adicional de 20 mil milhões de dólares        na década passada. Contrariamente ao passado, a actual        concentração de riqueza de Israel tem menos a ver com o facto de        ser o maior recebedor de ajuda estrangeira… as doações a        Israel são uma questão política: o poder sionista sobre a        bolsa do Congresso. Dada a riqueza total dos multimilionários de Israel,        um imposto de cinco por cento seria mais que compensador de qualquer corte da        ajuda externa dos EUA. Mas isso não vai acontecer apenas porque o poder        sionista na América impõe que os contribuintes americanos        subsidiem os plutocratas de Israel, pagando-lhes o seu armamento ofensivo.        
       
                Conclusão                
       
       As "crises económicas" de 2008-2009 infligiram apenas perdas        temporárias a alguns multimilionários (EUA-UE) e a outros        não (asiáticos). Graças às operações        de salvamento de milhões de milhões de        dólares/euros/ienes, a classe multimilionária recuperou e        alargou-se, apesar de os salários nos EUA e na Europa terem estagnado e        os 'padrões de vida' terem sido atingidos por cortes maciços na        saúde, na educação, no emprego e nos serviços        públicos.        
       
       O que é chocante quanto à recuperação, crescimento        e expansão dos multimilionários mundiais é como a sua        acumulação de riqueza depende e está baseada na pilhagem        de recursos do estado; como a maior parte das suas fortunas se basearam nas        políticas neoliberais que levaram à apropriação a        preços de saldos de empresas públicas privatizadas; como a        desregulamentação estatal permite a pilhagem do ambiente para a        extracção de recursos com a mais alta taxa de retorno; como o        estado promoveu a expansão da actividade especulativa no        imobiliário, na finança e nos fundos de pensões, enquanto        encorajava o crescimento de monopólios, oligopólios e        conglomerados que captaram "super lucros" – taxas acima do        "nível histórico". Os multimilionários no BRIC e        nos antigos centros imperialistas (Europa, EUA e Japão) foram os        principais beneficiários das reduções fiscais e da        eliminação de programas sociais e de direitos laborais.        
       
       O que é perfeitamente claro é que é o estado, e não        o mercado, quem desempenha um papel essencial em facilitar a maior        concentração e centralização de riqueza na        história mundial, quer facilitando a pilhagem do erário publico e        do ambiente, quer aumentando a exploração da força de        trabalho, directa e indirectamente.        
       
       As variantes nos caminhos para o estatuto de 'multimilionário'        são chocantes: nos EUA e no Reino Unido, predomina o sector        parasita-especulativo sobre o produtivo; entre o BRIC – com        excepção da Rússia – predominam diversos sectores que        incorporam multimilionários da manufactura, do software, da        finança e do sector agro-mineral. Na China, o abissal fosso        económico entre os multimilionários e a classe trabalhadora,        entre os especuladores imobiliários e as famílias expropriadas        levou ao aumento do conflito de classes e a desafios, forçando a        aumentos significativos de salários (mais de 20% nos últimos        três anos) e à exigência de maiores gastos públicos        na educação, saúde e habitação. Nada de        comparável está a acontecer nos EUA, na UE ou noutros        países do BRIC.        
       
       As origens da riqueza dos multimilionários são, quando muito,        devidas apenas em parte a 'inovações empresariais'. A sua riqueza        pode ter começado, numa fase inicial, a partir da produção        de bens ou serviços úteis; mas, à medida que as economias        capitalistas 'amadurecem' e se viram para a finança, para os mercados        ultramarinos e para a procura de lucros mais altos, impondo políticas        neoliberais, o perfil económico da classe multimilionários muda        para o modelo parasita dos centros imperialistas instituídos.        
       
       Os multimilionários nos BRIC, a Turquia e Israel contrastam fortemente        com os multimilionários do petróleo do Médio Oriente que        são rentistas que vivem das 'rendas' da exploração do        petróleo, do gás e dos investimentos ultramarinos, em especial do        sector FIRE. Entre os países BRIC, só a oligarquia        multimilionária russa se parece com os rentistas do Golfo. O resto, em        especial os multimilionários chineses, indianos, brasileiros e turcos,        tiraram partido das políticas industriais promovidas pelo estado para        concentrar a riqueza sob a retórica de 'paladinos nacionais', que        promovem os seus próprios 'interesses' em nome duma 'economia emergente        de sucesso'. Mas mantêm-se as questões básicas de classe:        "crescimento para quem? e a quem é que beneficia?" Até        agora, o registo histórico mostra que o crescimento de        multimilionários tem-se baseado numa economia altamente polarizada em        que o estado serve a nova classe de multimilionários, sejam        especuladores parasitas como nos EUA, rentistas saqueadores do estado e do        ambiente, como na Rússia e nos estados do Golfo, ou exploradores da        força de trabalho como nos países BRIC.        
       
                Post Scriptum                
       
       A revolta árabe pode ser vista em parte como uma tentativa de derrubar        os 'clãs capitalistas de rentistas. A intervenção        ocidental nas revoltas e o apoio das elites militares e políticas da        "oposição" é um esforço para substituir        uma classe governante capitalista 'neoliberal'. Essa "nova classe"        será baseada na exploração da mão-de-obra e na        expropriação dos actuais possuidores dos recursos        clã-família-amigos. As principais empresas serão        transferidas para multinacionais e capitalistas locais. Muito mais promissoras        são as lutas internas dos trabalhadores na China e, em menor grau, no        Brasil e no campesinato rural maoista e movimentos tribais na Índia, que        se opõem à exploração e à        expropriação de rentistas e capitalistas.         
[1] Barão ladrão – termo pejorativo usado para um poderoso homem de negócios e banqueiro americano do século XIX.
[2] Sillicon Valley – situa-se a Sul da área da baía de S. Francisco, na Califórnia. Esta região alberga muitas das maiores companhias de tecnologia electrónica do mundo.
O original encontra-se em http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=23907 .
Tradução de Margarida Ferreira.
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
 
 
 

