sábado, 26 de setembro de 2009

Embaixada brasileira é alvo de ataques químicos por parte do governo golpista

Por Agencia Adital
Mesmo com recomendações do Conselho Nacional de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), a inviolabilidade da embaixada brasileira não foi preservada. Hoje pela manhã, o prédio da Embaixada, instalado em Tegucigalpa, foi alvo de ataques de armas de efeitos químicos, lançadas pelas tropas de segurança do governo de fato.
Segundo informações repassadas por integrantes de movimentos sociais e de direitos humanos, Zelaya, sua esposa, família, funcionários da embaixada e a população que foi atingida, apresentaram quadros de diarréia, vômitos, tontura, hemorragia nasal e gastrointestinal, devido ao contato com substâncias tóxicas como praguicidas, componentes químicos dos gases e substâncias radiativas. As informações são de que a primeira dama é quem se encontra em pior estado.
Para agravar a situação, as Forças Armadas proibiram a entrada de médicos e da Cruz Vermelha Internacional, violando todos os tratados e convenções internacionais de saúde e respeito aos direitos humanos. Em entrevista à redes locais, o presidente hondurenho enfatizou a necessidade de intervenção da Cruz Vermelha na situação.
Os ataques aconteceram no mesmo dia em que o Conselho de Segurança da ONU defendeu a preservação da embaixada brasileira, onde desde a última segunda-feira se encontra Zelaya.
Durante o encontro, ocorrido em Nova Iorque, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, expressou a rejeição do governo brasileiro às ameaças contra sua embaixada e pediu que o Conselho de Segurança reconheça a "inviolabilidade" da sede. O ministro pediu ainda a Roberto Micheletti, presidente de fato, que respeite a Convenção de Viena sobre a inviolabilidade das sedes diplomáticas e ressaltou que o Brasil reconhece como presidente unicamente Manuel Zelaya.
Apesar do pedido de vários chefes de estado, defensores de direitos humanos e representantes de movimentos sociais hondurenhos, o Conselho não se pronunciou enfaticamente sobre a crise política por qual passa Honduras, depois do golpe de estado, instalado dia 28 de junho.
Marcha
Mesmo com o aumento da repressão militar e policial os cidadãos hondurenhos contrários ao golpe continuam manifestando seu descontentamento. Hoje, pelos bairros de Tegucigalpa um grupo de resistência marchou, mesmo sob ameaça, exigindo a volta de Manuel Zelaya ao poder. A mobilização, que foi organizada pela Frente Nacional de Resistência contra o Golpe deve continuar também nos próximos dias.
A União Cívica Democrática, que apoia o Governo do golpista Roberto Micheletti, também realizou hoje uma marcha que se iniciou em frente à Casa das Nações Unidas e em seu percurso passou em frente à Embaixada de Estados Unidos.
Direitos Humanos violados
Devido aos desagravos ocorridos no país, o Observatório Internacional sobre a situação de Direitos Humanos em Honduras (OISDHHN) solicitou medidas enérgicas à Corte Suprema de Justiça, ao Congresso da República de Honduras, ao Conselho de Direitos Humanos das Nações, à comunidade internacional; em particular à União Europeia; e o Promotor Geral da Corte Penal Internacional.
Todos os apelos do OISDHHN rogam pela população hondurenha, que está sendo privada de seus direitos mais básicos. O Observatório Internacional sublinhou a necessidades de que os crimes cometidos em Honduras sejam punidos penalmente e pediu a visita da Comissão Interamericana de Direitos Humanos a fim de verificar a situação implantada em Honduras. Outra grande preocupação é a aproximação das eleições presidenciais. É preciso que a comunidade internacional respalde o posicionamento do Secretário Geral das Nações Unidas para que o processo eleitoral não seja reconhecido, dadas as circunstâncias.

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