Há exatos dois anos, o trabalhador rural Valmir Mota de Oliveira, o Keno, foi executado por uma milícia armada no Centro Experimental da transnacional Syngenta. O crime aconteceu no acampamento Terra Livre, em Santa Tereza do Oeste (PR), quando o movimento denunciou a realização de experimentos ilegais com sementes de milho transgênico em zona de amortecimento, prática vedada pela Lei de Biossegurança.
Mesmo após a morte de Keno, as ameaças aos agricultores e a soberania alimentar do país continuam. A manutenção do latifúndio, o uso de milícias armadas, a dependência financeira causada pelas sementes transgênicas e o alto uso de agrotóxicos no campo evidenciam um modelo de desenvolvimento monopolista e violento.
Por essas questões, diversas organizações decidiram transformar o dia 21 de outubro em uma data para celebração da luta pela vida e contra os transgênicos, sendo um dia de resistência às violações aos direitos humanos promovidas pelas empresas transnacionais.
Em homenagem a memória de Keno, os trabalhadores do MST realizaram na tarde desta quarta-feira (21) um Missa Ecumênica no acampamento 1º de Agosto, em Cascavel. Durante a manhã, no Rio Grande do Sul, os movimentos sociais organizaram uma manifestação contra os alimentos transgênicos, com a coleta de assinaturas da população contra a liberação do plantio de transgênicos no Brasil e no mundo.
Também em celebração à causa, será inaugurado no próximo dia 14 de novembro o Monumento em Memória de Valmir Motta de Oliveira – Keno. A inauguração irá encerrar os trabalhados do IV Congresso Brasileiro de Agroecologia e II Congresso Latino-Americano de Agroecologia, que acontecerão em Curitiba de 9 a 13 de Novembro.
Transnacionais agravam violência no campo
Detentora de 19% do mercado de agroquímica e terceira empresa com maior lucro na comercialização de sementes no mundo, atrás apenas da Monsanto e da Dupont, a Syngenta, junto a outras transnacionais, agrava o cenário de violência no campo com a imposição de um modelo industrial de agricultura baseado na monocultura, na super exploração do trabalhador, na degradação ambiental, na utilização de agrotóxicos e na apropriação privada de recursos naturais e genéticos.
As empresas transnacionais são um novo elemento para a análise de conflito no campo. Assim como no caso da morte de Keno, é cada vez mais comum a contratação, pelas transnacionais, de empresas de segurança que exercem o papel de milícias armadas e da pistolagem no campo. Embora muitas estejam licenciadas pela Polícia Federal, estas empresas têm servido para encobrir a imagem e a responsabilidade das transnacionais na violação de direitos individuais. Dados do MST afirmam que, desde 2005, foram mortos 18 militantes do movimento e 87 foram presos. Estudo da Secretaria Especial de Direitos Humanos aponta que em todos os estados onde está o MST, existem militantes ameaçados de morte.
Segundo dados da CPT – Comissão Pastoral da Terra – sobre a questão agrária, de janeiro a junho de 2009 foram 12 assassinatos, 44 tentativas de assassinato, 22 ameaças de morte, seis pessoas torturadas e 90 presas em todo o Brasil. Os responsáveis pela morte do Keno ainda não foram punidos. A Syngenta não foi responsabilizada pelo assassinato e, apesar de suas práticas sócio-ambientalmente predatórias, continua exercendo monopólio sobre o setor agrícola brasileiro.
Mesmo após a morte de Keno, as ameaças aos agricultores e a soberania alimentar do país continuam. A manutenção do latifúndio, o uso de milícias armadas, a dependência financeira causada pelas sementes transgênicas e o alto uso de agrotóxicos no campo evidenciam um modelo de desenvolvimento monopolista e violento.
Por essas questões, diversas organizações decidiram transformar o dia 21 de outubro em uma data para celebração da luta pela vida e contra os transgênicos, sendo um dia de resistência às violações aos direitos humanos promovidas pelas empresas transnacionais.
Em homenagem a memória de Keno, os trabalhadores do MST realizaram na tarde desta quarta-feira (21) um Missa Ecumênica no acampamento 1º de Agosto, em Cascavel. Durante a manhã, no Rio Grande do Sul, os movimentos sociais organizaram uma manifestação contra os alimentos transgênicos, com a coleta de assinaturas da população contra a liberação do plantio de transgênicos no Brasil e no mundo.
Também em celebração à causa, será inaugurado no próximo dia 14 de novembro o Monumento em Memória de Valmir Motta de Oliveira – Keno. A inauguração irá encerrar os trabalhados do IV Congresso Brasileiro de Agroecologia e II Congresso Latino-Americano de Agroecologia, que acontecerão em Curitiba de 9 a 13 de Novembro.
Transnacionais agravam violência no campo
Detentora de 19% do mercado de agroquímica e terceira empresa com maior lucro na comercialização de sementes no mundo, atrás apenas da Monsanto e da Dupont, a Syngenta, junto a outras transnacionais, agrava o cenário de violência no campo com a imposição de um modelo industrial de agricultura baseado na monocultura, na super exploração do trabalhador, na degradação ambiental, na utilização de agrotóxicos e na apropriação privada de recursos naturais e genéticos.
As empresas transnacionais são um novo elemento para a análise de conflito no campo. Assim como no caso da morte de Keno, é cada vez mais comum a contratação, pelas transnacionais, de empresas de segurança que exercem o papel de milícias armadas e da pistolagem no campo. Embora muitas estejam licenciadas pela Polícia Federal, estas empresas têm servido para encobrir a imagem e a responsabilidade das transnacionais na violação de direitos individuais. Dados do MST afirmam que, desde 2005, foram mortos 18 militantes do movimento e 87 foram presos. Estudo da Secretaria Especial de Direitos Humanos aponta que em todos os estados onde está o MST, existem militantes ameaçados de morte.
Segundo dados da CPT – Comissão Pastoral da Terra – sobre a questão agrária, de janeiro a junho de 2009 foram 12 assassinatos, 44 tentativas de assassinato, 22 ameaças de morte, seis pessoas torturadas e 90 presas em todo o Brasil. Os responsáveis pela morte do Keno ainda não foram punidos. A Syngenta não foi responsabilizada pelo assassinato e, apesar de suas práticas sócio-ambientalmente predatórias, continua exercendo monopólio sobre o setor agrícola brasileiro.
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