sábado, 10 de outubro de 2009

Mães de vítimas protestam contra filme “Salve Geral”



Por Aline Scarso - De São Paulo, da Radioagência NP
Um ato de protesto marcou a estréia nacional do filme “Salve Geral”, que concorre ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2010. Na cidade de São Paulo, pessoas que passaram pela Avenida Paulista se depararam com velas e com fotografias de jovens assassinados no episódio conhecido como “Ataques do PCC”, que inspira o filme de Sérgio Rezende.
Ednalva Santos conta que o filme não retrata a verdadeira história das mortes. Ela, que teve o filho assassinado com nove tiros disparados por um policial militar, desabafa.
“Eu luto por justiça, eu quero que venha a tona quem matou meu filho. Porque eu já sei quem matou meu filho, mas eu quero que o Estado vá até a televisão e diga para o povo que quem matou meu filho foi ele, foram os agentes do Estado. Nós temos provas, nós temos testemunha”, protesta Ednalva.
Durante pouco mais de uma semana em maio de 2006, mais de 490 pessoas foram assassinadas. O número chega a ser maior do que foi registrado durante a ditadura militar brasileira, que durou mais de 20 anos.
Pelo menos 400 das vítimas eram jovens e não tinha ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). As vítimas eram, na sua maioria, moradores das periferias da capital e do interior paulista.
Ednalva é uma das integrantes da associação “Mães de Maio”, que reúne mães e familiares das vítimas. A associação exige que a Justiça retome as investigações e julgue os culpados. A maioria deles, segundo as mães, são policiais militares. (Foto: Aline Scarso)

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