domingo, 2 de agosto de 2009

Carta de um Sem-Terra à Elite



É muito fácil ficar sentado em uma cadeira, com internet, com a mamãe e o papai por perto para ajudá-lo no quer for necessário, grana, computador, tendo uma boa escola para estudar....
É muito cômodo ter tido todas as oportunidades e estar na situação em que alguns de vocês estão, com recursos suficientes para até não ter que trabalhar até terminar os estudos, e que na maioria das vezes esse trabalho já está garantido, na empresa do papai ou na do amigo do papai...
E não venham dizer que somos vagabundos que temos preguiça e por isso que somos pobres...
Somos os escravos que os alimentaram e que os enriqueceram de o século XVIII...fomos libertos mas só no papel, pois desde aquela época não conquistamos autonomia, portanto nem a terra prometida, ganhamos sim espaços nas periferias e nas favelas das cidades para continuamos a trabalhar para vocês da ELITE ECONOMICA-CULTURAL.
È uma pena que alguns de nossos irmãos deixaram se levar pela criminalidade potencializada por vocês é claro, pois são os principais consumidores dessas mercadorias.
Somos os índios que vocês secularmente vêm desprezando assassinando, por não cultivarmos o apego aos bens materiais, mas a vida com a natureza.
Somo os descendente de imigrantes que desterreados pela falta de políticas agrárias (reforma agrária, incentivos ao pequenos agricultores, tecnificação da produção e apoio ao jovem do campo) incharam as cidades e que hoje não deixam que vocês desfilem seus carros importados.
Somos os nordestinos que secularmente temos sido castigado pela seca no sertão e pelos latifundiários no agreste e zona da mata e agora pelos usineiros do centro-sul ou pelos fazendeiros do Pará .
Não queremos somente nossa parte nesse latifúndio, mas não queremos mais latifúndios.
Não queremos somente terra, mas moradia, escola, universidade, direito a comunicação e principalmente autonomia.
Estamos acordando, nos indignando, lutando, acupando, trabalhando, não só aqui mas, na Bolívia, na Venezuela, na Argentina, no Peru, no Equador......
Não somos baderneiros, bandidos, assassinos... Somo: veterinários, advogados, técnicos, agrônomos, prefeitos, vereadores, médicos, enfermeiros, mecânicos e professores
Só estamos dizendo: BASTA!
Deixamos nossas favelas, nossos barracos de lona, nossos livros, nossos, martelos, nossas enxadas e partimos para a conquista da nossa dignidade.
È por isso que estamos requisitando o que é nosso por direito, adiquirido nesses últimos 500 anos de exploração... um Brasil mais humano sem desigualdade, sem classes-sociais, portanto sem sofrimento.

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