quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Professores da rede de ensino do Estado de São Paulo orientam alunos sobre gripe suína, mas quando ficam doentes (gripados) são obrigados a dar aulas.

Sou professor da rede estadual de ensino do Estado de São Paulo onde ministro aulas de geografia. Depois do recesso escolar, fomos orientados pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo à prestar esclarecimentos aos alunos e seus respectivos pais sobre a pandemia de gripe A (Influenza H1N1).
Montei estratégias didáticas para que, nas primeiras aulas depois do recesso de julho (prorrogado pela Secretaria da Educação minimizar a disseminação do vírus) discutisse com os alunos o assunto. Enfatizei nessas aulas as precauções para evitar o contágio e também para minimizar a disseminação do vírus. A escola se empenhou em aplicar os protocolos de orientação da OMS e do Ministério da Saúde. E caso aparecesse algum aluno com os sintomas a orientação era: NÂO VÁ AESCOLA OU AO TRBALHO, PROCURE UM SERVIÇO DE SAÚDE.
Essa orientação inclusive estava grafada no "folder" distribuído pela própria secretaria para todos os alunos.
Essa orientação aparece ainda no "folder" online da Secretaria da Educação onde orienta os professores pais e alunos a permanecerem em casa por 7 dias depois do aparecimento dos sintomas.
Só não sabia que essas orientações só “valeriam” para os alunos.
Isso foi constatado nessa quinta-feira 27 de agosto de 2009 , pois apresen
tando os sintomas da nova gripe (Febre, tosse, dor de garganta, dor de cabeça) busquei atendimento no Pronto Socorro Hospital do Servidor.





Logo na recepção percebi que o hospital estava seguindo os protocolos de orientação do Ministério da Saúde, pois havia uma enfermeira fornecendo mascaras para os pacientes que estavam com os sintomas de gripe. Coloquei a mascara e fui para corredor de espera para o atendimento clínico. Lá com mais alguns pacientes aguardei muitos minutos para ser atendido.
Em dado momento uma enfermeira começou a chamar os pacientes pela ordem de chegada, logo em seguida fui chamado. Entrei na mesma sala, me acomodei em uma cadeira e fui atendido por enfermeira. Ela passou a aferir minha pressão, batimentos cardíacos, minha temperatura. Ops! o termômetro quebrado! Termômetro trocado enfim a primeira etapa da consulta concluida. Voltei para o corredor de espera.
Depois de algumas horas fui chamado pelo médico plantonista, o Dr. Leonardo Weissmann
Ele me solicitou para que dissesse o que estava sentindo, disse que estava com os sintomas da gripe: (febre, tosse, dor de garganta, dor de cabeça). Ele me pediu para que tirasse a jaqueta e passou a me examinar, com o estetoscópio, a região dos pulmões. Terminado a consulta disse que possivelmente eu estava com “SINUSITE”.
E me passou a receita:

Exclamei: - SINUSITE!
Questionei:- Estou com os sintomas da gripe o Sr. me diz que estou com sinusite?
Ele respondeu: - Sim!
Retruquei: sou professor e agora era para estar dando aulas como devo proceder?
Ele disse: passe na recepção pegue um comprovante de passagem e vai dar aulas.
Questionei-o novamente: e se meus alunos forem infectados?
Ele não respondeu. Sai e fui diretamente para a ouvidoria (www.ouvidoria@iamspsaude.com.br)
Relatei minha indignação perante a atitude omissa do médico, pois não está seguindo os protocolos do ministério da Saúde. Como não tenho outra opção terei que entrar em sala de aula onde poderei disseminar o vírus pela escola. Quebrando
os protocolos por motivo de força maior.
Relatei o ocorrido para a direção da minha unidade escolar, que está estudando uma opção para contornar esse problema e não colocar em risco a saude dos meus alunos.

Estou aguardando o encaminhamento da reclamação protocolada na Ouvidoria do referido Hospital.

Na sexta-feira 27 de agosto de 2009 apresentando ainda os sintomas da gripe (dor no corpo, tosse, coriza, dor de cabeça, irritação na garganta) procurei atendimento médico pelo SUS, mas precisamente na AMA Jardim Icaraí.
Logo na recepção percebi que a unidade de saúde hospital estava seguindo os protocolos de orientação do Ministério da Saúde, pois havia uma enfermeira fornecendo mascaras para os pacientes que estavam com os sintomas de gripe. Coloquei a mascara e busquei informações na recepção. Recebi uma senha e fiquei aguardando, olhei no relógio e o mesmo marcava 12:15. A sala de espera estava lotada muitas pessoas aguardava impacientes pelo atendimento. Percebi que varias pessoas estava com os sintomas da gripe.
As 14:15 fui chamado para o preenchimento da ficha de atendimento e logo em seguida encaminhado para uma pequena sala onde uma outra enfermeira anotou os causas da minha visita naquela unidade de saúde.
Novamente fui orientado a aguardar mais alguns minutos para o atendimento clínico do médico.
Finalmente fui atendido às 14:30hs depois que descrevi os motivo da minha visita (sintomas da gripe) fui encaminhado para a sala de RX.

Já com o exame pronto retornei ao médico. Ele me orientou a ficar em repouso, indicou um antibiótico e em caso de evolução dos sintomas procurar atendimento médico imediatamente.

Algumas questões não respondida:

Qual dos dois médicos fez o diagnostico correto?

Porque essa discrepância entre os diagnósticos?

Podemos confiar no Hospital do Servidor da Cidade de São Paulo?

Os meus sintomas não poderiam serdiagnosticado como gripe (a "A" ou a comum)

E se fosse um professor irresponsável e voltasse a ministrar aulas, e alguns alunos se contaminassem e viessem a óbito? Quem seria o responsável?

Podemos ler no sítio da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo a frase:

“A Secretaria de Estado da Educação está colocando em prática uma série de iniciativas para combater a gripe suína, na volta às aulas.”

Diante do ocorrido tenho muitas dúvidas se realmente todas as iniciativas estão sendo implementadas.

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