por Rodrigo Velloso
Muitos brasileiros acham que é o nosso, mas a Suécia é o país onde a alíquota máxima do imposto de renda (IR) para pessoa física é a mais alta do mundo. Os suecos que ganham bem entregam para o governo até 58,2% dos seus rendimentos. No Brasil a taxa máxima está em 27,5%, um patamar baixo se comparado ao de nações desenvolvidas e, até mesmo, de países vizinhos como o Chile (45%). Mas isso não quer dizer que nós não temos o direito de reclamar do que pagamos de IR. É que os brasileiros contribuem excessivamente com outros tipos de impostos. "Há três bases para tributação: renda, patrimônio e consumo", afirma o ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel. O que deixamos de pagar sobre nossa renda pagamos sobre nosso patrimônio e, sobretudo, nosso consumo. A maioria das pessoas nem se dá conta disso, mas há impostos nos preços de todos os produtos que são comprados. São impostos cobrados das empresas e embutidos por elas em seus preços.
Por isso, a carga tributária total do Brasil já está entre as mais altas do mundo, no mesmo patamar de países como Alemanha e Canadá, onde o retorno para a população dos impostos pagos - por meio de investimentos em educação e saúde, por exemplo - é bem maior. Neste mês de abril, os 5 milhões de brasileiros que efetivamente pagam imposto de renda terão uma coisa em comum: ao fazerem seus cálculos, chegarão à conclusão de que estão contribuindo demais para o governo. Também, não é à toa: eles representam apenas 7% da população economicamente ativa do país. E aí não tem segredo: quanto menos pessoas existem para pagar a conta, mais cara ela fica...
Muitos brasileiros acham que é o nosso, mas a Suécia é o país onde a alíquota máxima do imposto de renda (IR) para pessoa física é a mais alta do mundo. Os suecos que ganham bem entregam para o governo até 58,2% dos seus rendimentos. No Brasil a taxa máxima está em 27,5%, um patamar baixo se comparado ao de nações desenvolvidas e, até mesmo, de países vizinhos como o Chile (45%). Mas isso não quer dizer que nós não temos o direito de reclamar do que pagamos de IR. É que os brasileiros contribuem excessivamente com outros tipos de impostos. "Há três bases para tributação: renda, patrimônio e consumo", afirma o ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel. O que deixamos de pagar sobre nossa renda pagamos sobre nosso patrimônio e, sobretudo, nosso consumo. A maioria das pessoas nem se dá conta disso, mas há impostos nos preços de todos os produtos que são comprados. São impostos cobrados das empresas e embutidos por elas em seus preços.
Por isso, a carga tributária total do Brasil já está entre as mais altas do mundo, no mesmo patamar de países como Alemanha e Canadá, onde o retorno para a população dos impostos pagos - por meio de investimentos em educação e saúde, por exemplo - é bem maior. Neste mês de abril, os 5 milhões de brasileiros que efetivamente pagam imposto de renda terão uma coisa em comum: ao fazerem seus cálculos, chegarão à conclusão de que estão contribuindo demais para o governo. Também, não é à toa: eles representam apenas 7% da população economicamente ativa do país. E aí não tem segredo: quanto menos pessoas existem para pagar a conta, mais cara ela fica...
A mordida do leão
Suécia tem a maior alíquota máxima do tributo
País - Suécia
Alíquota máxima do IR* - 58,2%
Carga tributária total (em % do PIB**) - 53,2%
Alíquota máxima do IR* - 58,2%
Carga tributária total (em % do PIB**) - 53,2%
País - Alemanha
Alíquota máxima do IR* - 51,2%
Carga tributária total (em % do PIB**) - 36,4%
Alíquota máxima do IR* - 51,2%
Carga tributária total (em % do PIB**) - 36,4%
País - Espanha
Alíquota máxima do IR* - 48,0%
Carga tributária total (em % do PIB**) - 35,2%
Alíquota máxima do IR* - 48,0%
Carga tributária total (em % do PIB**) - 35,2%
País - EUA
Alíquota máxima do IR* - 46,1%
Carga tributária total (em % do PIB**) - 29,6%
Alíquota máxima do IR* - 46,1%
Carga tributária total (em % do PIB**) - 29,6%
País - Japão
Alíquota máxima do IR* - 45,5%
Carga tributária total (em % do PIB**) - 27,1%
Alíquota máxima do IR* - 45,5%
Carga tributária total (em % do PIB**) - 27,1%
País - Chile
Alíquota máxima do IR* - 45,0%
Carga tributária total (em % do PIB**) - 17,3%
Alíquota máxima do IR* - 45,0%
Carga tributária total (em % do PIB**) - 17,3%
País - Canadá
Alíquota máxima do IR* - 43,2%
Carga tributária total (em % do PIB**) - 35,2%
Alíquota máxima do IR* - 43,2%
Carga tributária total (em % do PIB**) - 35,2%
País - Coréia do Sul
Alíquota máxima do IR* - 41,8%
Carga tributária total (em % do PIB**) - 26,1%
Alíquota máxima do IR* - 41,8%
Carga tributária total (em % do PIB**) - 26,1%
País - México
Alíquota máxima do IR* - 40,0%
Carga tributária total (em % do PIB**) - 18,3%
Alíquota máxima do IR* - 40,0%
Carga tributária total (em % do PIB**) - 18,3%
País - Argentina
Alíquota máxima do IR* - 35,0%
Carga tributária total (em % do PIB**) - 17,4%
Alíquota máxima do IR* - 35,0%
Carga tributária total (em % do PIB**) - 17,4%
País - Brasil
Alíquota máxima do IR* - 27,5%
Carga tributária total (em % do PIB**) - 36,4%
Alíquota máxima do IR* - 27,5%
Carga tributária total (em % do PIB**) - 36,4%
* Alíquota máxima combinada, que se refere à soma de alíquotas de todos os níveis de governo
** PIB é o Produto Interno Bruto, ou seja, a soma de todas as riquezas produzidas no país
Fontes: Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE); Secretaria da Receita Federal; Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT)
Texto Original postado em:
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