A América Latina foi colônia européia por mais de 300 anos, e mesmo depois das declarações de independência, continuamos dependentes, explorados e oprimidos. Grande parte da riqueza que produzimos é transferida para os países ricos, que nos cobram uma grande dívida.
Os efeitos da dívida são como os de uma terceira guerra mundial, só que em vez de soldados, morrem crianças. Em vez de feridos, os hospitais estão lotados de doentes e subnutridos; as ruas, de desempregados.
Nessa guerra não se destroem pontes ou estradas, mas se eliminam fábricas, escolas e hospitais. Não se lançam bombas nessa guerra, mas nossas riquezas são saqueadas. A dívida é uma sangria permanente nas veias abertas há 500 anos na América Latina.
O que são títulos ou bônus?
Nas últimas décadas, a maior parte da dívida passou a ser formada pelos chamados “títulos”
ou “bônus”. Ou seja: quando o governo toma recursos dos emprestadores (bancos, por
exemplo), entrega a eles, em troca, um título, que é um papel, no qual consta o valor da dívida
(o chamado “valor de face”), as taxas de juros e os prazos de pagamento. Quem detém este
papel, portanto, tem o direito de receber o valor emprestado e os juros nos prazos marcados.
Porém, quem tem um título da dívida pode revendê-lo a outros investidores, dando a eles,
portanto, o direito de receber esta dívida no prazo estipulado no título. Estas operações de
revenda de títulos se dão no chamado “mercado secundário”. O valor deste título no mercado
secundário é influenciado pelo “risco-país”, ou seja, a expectativa de que o governo irá ou não
pagar a dívida. Caso haja um compromisso muito forte, por parte do governo, de que ele irá pagar todos os títulos no vencimento, o valor dos títulos no mercado secundário tende a aumentar, e pode até mesmo ficar acima do “valor de face” (pois se torna muito atrativo para os investidores receber os altos juros pagos pelos títulos).
Por outro lado, se há a crença de que o governo não irá pagar a dívida, o valor dos títulos no mercado secundário fica abaixo do “valor de face”.
O “risco-país” representa um aumento de juros que pagamos aos emprestadores para compensar o risco de, algum dia, não pagarmos a dívida. Este “risco” está representado pela parte vermelha do gráfico abaixo. Porém, sempre pagamos religiosamente esta dívida. Então, este adicional de juros é ilegítimo, e deve ser devolvido ao Brasil.
Leia mais em: http://www.divida-auditoriacidada.org.br/
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