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A volta a Honduras do presidente legítimo criou um fato novo. O governo Obama – devido à diplomacia sinuosa conduzida pela secretária de Estado Hillary Clinton, antes ambígua e apoiada em personagens duvidosos herdados do governo Bush, como Hugo Llorens e Thomas Shannon – parecia disposto a fazer corpo mole até ser consumido todo o restante do mandato de Zelaya (leia AQUI, AQUI e AQUI) numa tática destinada a favorecer os objetivos golpistas.
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O secretário geral Ban Ki-moon (foto ao lado) suspendeu temporariamente a assistência técnica atualmente dada pela ONU ao Supremo Tribunal Eleitoral de Honduras, por não acreditar que haja condições neste momento de se fazer eleições com um mínimo de credibilidade e capazes de devolver a paz e a estabilidade ao país. O regime do golpe tentava impingir a votação com os adversários acuados e a imprensa sob controle.
O fato novo que mudou tudo
O secretário geral citou a preocupação da ONU com as denúncias de violações dos direitos humanos (o regime também reprime a mídia contrária ao golpe, como acusou o grupo Repórteres Sem Fronteiras). Ao mesmo tempo, conclamou os golpistas a respeitarem os tratados e convenções internacionais ratificados por Honduras, inclusive – e principalmente – a inviolabilidade da missão diplomática do Brasil.
Convencido de que o fim da crise hondurenha exige acordo consensual, Ban Ki-moon apoiou as tentativas regionais de mediação e conclamou todos os atores políticos a redobrarem esforços nessa direção. Uniu-se ainda à OEA e aos líderes regionais e fez apelo em favor de um acordo, conclamando à busca ao diálogo – para o qual a ONU está pronta a colaborar (leia a cobertura da Reuters no New York Times AQUI).
Nada disso aconteceria sem a cobrança enfática de Lula, ante o cerco dramático à embaixada brasileira, ao abrir a Assembléia Geral. Mas no Brasil isso é pretexto para a nova campanha da mídia golpista – para variar, contra o país mais do que contra o presidente. Às explícações claras e lúcidas do ministro do Exterior Celso Amorim sobre a chegada de Zelaya à embaixada de Tegucigalpa, ela prefere imaginar seus próprios complôs fantasiosos.
O que o ministro relatou na entrevista – em Nova York, duas horas e meia após a chegada de Zelaya à embaixada – a jornalistas brasileiros e estrangeiros desmente a versão intrigante da mídia golpista, que apóia o golpe de Honduras como em 1964 apoiava o do Brasil e, depois, os 20 anos de ditadura. Na visão distorcida dela, o governo Lula foi parte de uma trama da Venezuela de Hugo Chávez com Zelaya.
O secretário geral citou a preocupação da ONU com as denúncias de violações dos direitos humanos (o regime também reprime a mídia contrária ao golpe, como acusou o grupo Repórteres Sem Fronteiras). Ao mesmo tempo, conclamou os golpistas a respeitarem os tratados e convenções internacionais ratificados por Honduras, inclusive – e principalmente – a inviolabilidade da missão diplomática do Brasil.
Convencido de que o fim da crise hondurenha exige acordo consensual, Ban Ki-moon apoiou as tentativas regionais de mediação e conclamou todos os atores políticos a redobrarem esforços nessa direção. Uniu-se ainda à OEA e aos líderes regionais e fez apelo em favor de um acordo, conclamando à busca ao diálogo – para o qual a ONU está pronta a colaborar (leia a cobertura da Reuters no New York Times AQUI).
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Nada disso aconteceria sem a cobrança enfática de Lula, ante o cerco dramático à embaixada brasileira, ao abrir a Assembléia Geral. Mas no Brasil isso é pretexto para a nova campanha da mídia golpista – para variar, contra o país mais do que contra o presidente. Às explícações claras e lúcidas do ministro do Exterior Celso Amorim sobre a chegada de Zelaya à embaixada de Tegucigalpa, ela prefere imaginar seus próprios complôs fantasiosos.
O que o ministro relatou na entrevista – em Nova York, duas horas e meia após a chegada de Zelaya à embaixada – a jornalistas brasileiros e estrangeiros desmente a versão intrigante da mídia golpista, que apóia o golpe de Honduras como em 1964 apoiava o do Brasil e, depois, os 20 anos de ditadura. Na visão distorcida dela, o governo Lula foi parte de uma trama da Venezuela de Hugo Chávez com Zelaya.
O alarme falso e a verdade
A embaixada soube da presença de Zelaya em Honduras, segundo Amorim, meia hora antes da chegada dele ao prédio. A primeira dama Xiomara Castro – que não deixara o país com o marido, preferindo manter-se ativa nos protestos de rua e na articulação contra os golpistas – pediu para ser recebida pelo encarregado de negócios do Brasil, ministro Francisco Catunda Resende, a quem informou que Zelaya estava nas cercanias e viria procurá-lo.
Antes tinha circulado a informação de que o presidente deposto estava em Honduras, mas na representação da ONU em Tegucigalpa – o que provocara ação repressiva contra manifestantes em frente ao prédio. Comprovada a falsidade de tal informação, o chefe do regime golpista, Roberto Micheletti, apareceu triunfante na TV para garantir que Zelaya, ao contrário, “continua desfrutar de sua suíte num hotel na Nicarágua”.
O ministro Catunda Resende, após ouvir Xiomara, comunicou a situação a seus superiores no Itamaraty e foi autorizado a receber Zelaya – informação passada depois a Amorim e ao presidente Lula. Nenhum contato foi feito com o governo golpista de Honduras porque o Brasil só reconhece como presidente o próprio Zelaya, eleito pelo voto nos termos da Constituição e derrubado pelo golpe militar.
Amorim explicitou ainda que Zelaya (foto ao lado), segundo a informação transmitida por ele próprio à embaixada, chegara “por meios próprios e pacíficos”. E não está ali na condição de asilado, já que o Brasil, como a comunidade internacional, a ONU, a OEA e demais governos, inclusive o dos EUA, continua a reconhecê-lo como presidente constitucional. Assim, é hóspede no prédio como “abrigado” – ou “refugiado”, palavra usada por Lula ao discursar na ONU.
Que governo cometeria a temeridade de negar “abrigo” – ou “refúgio” – em sua embaixada ao presidente que reconhece como constitucional e legítimo? Afinal, se o fizesse haveria o risco até de provocar sua captura – ou assassinato – pelo regime instalado no golpe de 28 de junho. Pelo relato de Amorim ficou claro que o Brasil se vira diante de um fato consumado, enquanto os golpistas passavam a exigir a entrega de Zelaya – para ser preso.
A embaixada soube da presença de Zelaya em Honduras, segundo Amorim, meia hora antes da chegada dele ao prédio. A primeira dama Xiomara Castro – que não deixara o país com o marido, preferindo manter-se ativa nos protestos de rua e na articulação contra os golpistas – pediu para ser recebida pelo encarregado de negócios do Brasil, ministro Francisco Catunda Resende, a quem informou que Zelaya estava nas cercanias e viria procurá-lo.
Antes tinha circulado a informação de que o presidente deposto estava em Honduras, mas na representação da ONU em Tegucigalpa – o que provocara ação repressiva contra manifestantes em frente ao prédio. Comprovada a falsidade de tal informação, o chefe do regime golpista, Roberto Micheletti, apareceu triunfante na TV para garantir que Zelaya, ao contrário, “continua desfrutar de sua suíte num hotel na Nicarágua”.
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Amorim explicitou ainda que Zelaya (foto ao lado), segundo a informação transmitida por ele próprio à embaixada, chegara “por meios próprios e pacíficos”. E não está ali na condição de asilado, já que o Brasil, como a comunidade internacional, a ONU, a OEA e demais governos, inclusive o dos EUA, continua a reconhecê-lo como presidente constitucional. Assim, é hóspede no prédio como “abrigado” – ou “refugiado”, palavra usada por Lula ao discursar na ONU.
Que governo cometeria a temeridade de negar “abrigo” – ou “refúgio” – em sua embaixada ao presidente que reconhece como constitucional e legítimo? Afinal, se o fizesse haveria o risco até de provocar sua captura – ou assassinato – pelo regime instalado no golpe de 28 de junho. Pelo relato de Amorim ficou claro que o Brasil se vira diante de um fato consumado, enquanto os golpistas passavam a exigir a entrega de Zelaya – para ser preso.
A irresponsabilidade sem limite
O quadro exposto por Amorim na primeira entrevista sobre o caso em Nova York (clique no YouTube ao fim deste post para ouví-lo) não deixava margem a dúvida. Mas a mídia golpista, habituada a fabricar estratégia para a oposição demo-tucana de virgílios, agripinos, maias & freires, anunciou nas horas seguintes outra de suas desastradas e pândegas investigações parlamentares – do tipo mensalão, dossiê fajuto, apagão aéreo, marolinha, Sarney, Petrobrás, etc.
Nada resultou de nenhuma, já que elas tinham em comum seu caráter destrutivo. Sistematicamente contra o Brasil e os brasileiros, só buscam prejudicar os interesses do país e comprometer sua imagem no mundo. Como o esforço (que ainda persiste) contra a Petrobrás no momento mesmo em que essa empresa, orgulho nacionl, faz sua maior e mais consagradora descoberta.
Comparem o relato de Amorim com as manchetes irresponsáveis de O Globo na terça-feira (“Brasil abre embaixada para Zelaya tentar retomar o poder em Honduras”) e na quarta (“Ação do Brasil acirra crise e tensão cresce em Honduras”). A “Folha”, ao menos, limitou as manchetes ao factual: terça, “Zelaya volta e se refugia na embaixada brasileira”; quarta, “Honduras sitia a Embaixada do Brasil”. De certa forma é também o caso do Estado de S.Paulo hoje, ao sugerir o que parece fazer sentido: Zelaya, por sugestão de Chávez, teria percebido ser a embaixada brasileira a que melhor serviria a seus propósitos (leia o texto na íntegra AQUI).
A obsessão golpista do império Globo gera jornalismo de esgoto. No jornal, TV e penduricalhos. Não há limite para a leviandade. Bom exemplo é a gravação de áudio ridículo no qual uma brasileira, Eliza Resende Vieira, vocifera contra Zelaya – e contra o Brasil, por defender a democracia e a vida dele, o que cria embaraços para gente como ela. Parecia comercial, repetido à exaustão pelos irmãos Marinho em diferentes programas, veículos e horários.
O quadro exposto por Amorim na primeira entrevista sobre o caso em Nova York (clique no YouTube ao fim deste post para ouví-lo) não deixava margem a dúvida. Mas a mídia golpista, habituada a fabricar estratégia para a oposição demo-tucana de virgílios, agripinos, maias & freires, anunciou nas horas seguintes outra de suas desastradas e pândegas investigações parlamentares – do tipo mensalão, dossiê fajuto, apagão aéreo, marolinha, Sarney, Petrobrás, etc.
Nada resultou de nenhuma, já que elas tinham em comum seu caráter destrutivo. Sistematicamente contra o Brasil e os brasileiros, só buscam prejudicar os interesses do país e comprometer sua imagem no mundo. Como o esforço (que ainda persiste) contra a Petrobrás no momento mesmo em que essa empresa, orgulho nacionl, faz sua maior e mais consagradora descoberta.
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Comparem o relato de Amorim com as manchetes irresponsáveis de O Globo na terça-feira (“Brasil abre embaixada para Zelaya tentar retomar o poder em Honduras”) e na quarta (“Ação do Brasil acirra crise e tensão cresce em Honduras”). A “Folha”, ao menos, limitou as manchetes ao factual: terça, “Zelaya volta e se refugia na embaixada brasileira”; quarta, “Honduras sitia a Embaixada do Brasil”. De certa forma é também o caso do Estado de S.Paulo hoje, ao sugerir o que parece fazer sentido: Zelaya, por sugestão de Chávez, teria percebido ser a embaixada brasileira a que melhor serviria a seus propósitos (leia o texto na íntegra AQUI).
A obsessão golpista do império Globo gera jornalismo de esgoto. No jornal, TV e penduricalhos. Não há limite para a leviandade. Bom exemplo é a gravação de áudio ridículo no qual uma brasileira, Eliza Resende Vieira, vocifera contra Zelaya – e contra o Brasil, por defender a democracia e a vida dele, o que cria embaraços para gente como ela. Parecia comercial, repetido à exaustão pelos irmãos Marinho em diferentes programas, veículos e horários.
Texto original publicado em: http://argemiroferreira.wordpress.com/2009/09/24/veemencia-de-lula-forcou-a-acao-da-onu/
Vídeo youtube
Texto original publicado em: http://argemiroferreira.wordpress.com/2009/09/24/veemencia-de-lula-forcou-a-acao-da-onu
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