África do Sul esconde moradores pobres em "campos de concentração
"Blikkiesdorp é um “conjunto habitacional” erguido na Cidade do Cabo, na África do Sul pelas autoridades locais com o intuito de oferecer um teto aos menos favorecidos do local.
"Blikkiesdorp é um “conjunto habitacional” erguido na Cidade do Cabo, na África do Sul pelas autoridades locais com o intuito de oferecer um teto aos menos favorecidos do local.
Pobres levados para longe dos holofotes voltados à Copa. O governo sulafricano os escondeu num acampamento a 45 km do centro, varrendo-os das imediações do Green Point Stadium – hoje área de exclusão delimitada pela Fifa. Famílias vivem isoladas em pequenos contêineres, numa área cercada por grades, de onde não podem sair à noite.
Os "depósitos de gente" ficam a 30 km do novíssimo estádio Green Point
"Depósitos de gente" ou "campos de concentração". Assim são conhecidos os locais onde a Cidade do Cabo, capital legislativa do país sede da Copa do Mundo, "escondeu" os moradores mais pobres.
Com 3 mil habitantes, o local é cercado por grades, fica a 30 km do estádio de Green Point, construído especialmente para o Mundial, e é vizinho do novo aeroporto local. As informações são de uma reportagem publicada nesta terça-feira (8) no jornal "Folha de São Paulo".
Eles antes habitavam regiões centrais da Cidade do Cabo, e agora vivem em barracos de zinco de 18 m2, com o forro do teto de plástico-bolha e adesivos que imitam lajota como piso. Finíssimas, as paredes não protegem contra o frio ou o calor.E em 2014, será que o Brasil também vai tentar "varrer a sujeira para baixo do tapete" para esconder a pobreza? Façam suas apostas...
Com 3 mil habitantes, o local é cercado por grades, fica a 30 km do estádio de Green Point, construído especialmente para o Mundial, e é vizinho do novo aeroporto local. As informações são de uma reportagem publicada nesta terça-feira (8) no jornal "Folha de São Paulo".
Eles antes habitavam regiões centrais da Cidade do Cabo, e agora vivem em barracos de zinco de 18 m2, com o forro do teto de plástico-bolha e adesivos que imitam lajota como piso. Finíssimas, as paredes não protegem contra o frio ou o calor.E em 2014, será que o Brasil também vai tentar "varrer a sujeira para baixo do tapete" para esconder a pobreza? Façam suas apostas...
Mas, quem ganha com a copa?
Um evento como a Copa do Mundo é uma grande oportunidade para as empresas garantirem bons negócios. Aliar algum produto a um esporte tão tradicional, como o futebol, é uma estratégia usada pelas maiores corporações do mundo. Estima-se que 32 milhões de telespectadores assistiram à Copa da Alemanha pela televisão, configurando um ótimo canal de estímulo ao consumo. O clima de festa é responsável pelo aquecimento de diversos setores da economia como confecção, brinquedos, turismo, eletrodomésticos, construção civil e bebidas. Nesse cenário, o futebol deixa de ser somente lazer e se torna um negócio, em que tem grande peso os interesses das empresas.
O mundial de futebol na Alemanha foi o evento esportivo mais lucrativo da história das copas. Calcula-se que a FIFA arrecadou US$ 2,5 bilhões com patrocínios, produtos de merchandising e ingressos. Desse total, US$ 1,7 bilhão vieram da venda de direitos de transmissão à TVs. Esse valor é 25% maior que o pago em direitos de transmissão na última copa, no Japão, que já tinha sido o maior da história. Nesse quadro de investimentos, a Europa desembolsou 65% do valor, cerca de US$ 1,1 bilhão. Em seguida está a América do Sul e a Ásia. A Rede Globo, por exemplo, pagou US$ 450 milhões pelo direito de transmissão exclusiva das copas de 2002 e 2006 para o Brasil.
Marcelo Weishaupt Proni, pesquisador do Instituto de Economia da Unicamp, autor do livro A metamorfose do futebol (Campinas, SP. Unicamp 2000) discorre sobre os aspectos que envolvem esse evento e fazem do futebol um espetáculo, que ele chama de “futebol-empresa”. “Procuro entender a Copa do Mundo como um evento marcante no avanço da complexidade da transformação do futebol como um grande negócio”. Proni alerta que o futebol-empresa faz parte de um mercado muito específico, praticamente fechado. “A Fifa controla e estabelece as regras do jogo que se estrutura a partir da competição esportiva. Um mercado cuja capitalização e rentabilidade é regulamentada pela própria Fifa”, afirma.
Com esse poder de controlar as transações financeiras bilionárias, as grandes corporações transnacionais não perdem tempo e tornam-se sócias da Fifa.
Para o período de 2007 a 2014, a Fifa já estabeleceu seus parceiros comerciais e a garantia de que nos próximos eventos esportivos terá o lucro garantido. Esse período inclui a Copa Mundial Feminina sub-20 da Fifa, a Copa Mundial de Beach Soccer, a Copa Mundial de Clubes da Fifa, a Copa das Confederações (2009 e 2013) e as duas próximas Copas do Mundo, em 2010 na África do Sul e 2014 na América do Sul.
África 2010. Lucros? Com certeza!
O mundial de futebol na Alemanha foi o evento esportivo mais lucrativo da história das copas. Calcula-se que a FIFA arrecadou US$ 2,5 bilhões com patrocínios, produtos de merchandising e ingressos. Desse total, US$ 1,7 bilhão vieram da venda de direitos de transmissão à TVs. Esse valor é 25% maior que o pago em direitos de transmissão na última copa, no Japão, que já tinha sido o maior da história. Nesse quadro de investimentos, a Europa desembolsou 65% do valor, cerca de US$ 1,1 bilhão. Em seguida está a América do Sul e a Ásia. A Rede Globo, por exemplo, pagou US$ 450 milhões pelo direito de transmissão exclusiva das copas de 2002 e 2006 para o Brasil.
Marcelo Weishaupt Proni, pesquisador do Instituto de Economia da Unicamp, autor do livro A metamorfose do futebol (Campinas, SP. Unicamp 2000) discorre sobre os aspectos que envolvem esse evento e fazem do futebol um espetáculo, que ele chama de “futebol-empresa”. “Procuro entender a Copa do Mundo como um evento marcante no avanço da complexidade da transformação do futebol como um grande negócio”. Proni alerta que o futebol-empresa faz parte de um mercado muito específico, praticamente fechado. “A Fifa controla e estabelece as regras do jogo que se estrutura a partir da competição esportiva. Um mercado cuja capitalização e rentabilidade é regulamentada pela própria Fifa”, afirma.
Com esse poder de controlar as transações financeiras bilionárias, as grandes corporações transnacionais não perdem tempo e tornam-se sócias da Fifa.
Para o período de 2007 a 2014, a Fifa já estabeleceu seus parceiros comerciais e a garantia de que nos próximos eventos esportivos terá o lucro garantido. Esse período inclui a Copa Mundial Feminina sub-20 da Fifa, a Copa Mundial de Beach Soccer, a Copa Mundial de Clubes da Fifa, a Copa das Confederações (2009 e 2013) e as duas próximas Copas do Mundo, em 2010 na África do Sul e 2014 na América do Sul.
África 2010. Lucros? Com certeza!
A informação disponível no site da Fifa sobre o programa de patrocínio 2007-2014, mostra as estratégias comerciais para os próximos oito anos. A Federação classifica os futuros parceiros em três categorias: são seis sócios da Fifa, de seis a oito patrocinadores da Copa do Mundo e de quatro a seis promotores nacionais. Os sócios são os gigantes transnacionais como a Adidas (material esportivo), Hyundai (indústria de automóveis), Sony (indústria de eletro-eletrônicos), Coca-Cola (alimentos), Visa International (mercado financeiro) e Emirates Airline (aviação). As empresas que se enquadram na categoria de sócio, desfrutam do maior nível de associação, isso significa que possuem direitos especiais sobre todos os eventos esportivos da Fifa
As últimas copas do Mundo foram realizadas em países com alto poder de consumo. 2006 Alemanha. 2002 Coréia e Japão. 1998 França. 1994 EUA fonte: Fifa
Um dos sócios, a Visa International, deixou seu concorrente, a Mastercard, para trás, ao fechar um contrato de US$ 200 milhões com a Fifa. Agora, além de ser o cartão de crédito oficial da federação até 2014, terá preferência na publicidade nos estádios. Já entre os patrocinadores, o que mais se destaca é a parceria com a empresa de alimentos Mc Donald’s.
Antes mesmo de acabar a Copa do Mundo na Alemanha, a empresa norte-americana fechou contrato como patrocinadora da Copa do Mundo da Fifa até 2014. A Fifa não divulgou o valor do contrato, mas a empresa terá a exclusividade na categoria de alimentos fast food, direito ao uso das marcas oficiais do evento (tanto da copa do mundo como na Copa das Confederações em 2009 e 2013), além do marketing e dos painéis de publicidade nos estádios.
Cada vez mais se nota a presença de grandes canais de comunicação, instituições financeiras, grandes empresas de material esportivo, alimentos etc, nesses eventos. “A valorização desse negócio nos últimos 20 anos, desde a copa de 1986, no México, cresceu muito, pois há uma pressão cada vez maior para favorecer os interesses privados e particulares para alterar as regras do jogo e abrir mais as chances de valorização”, lembra Proni. Os gastos com a construção de estádios de futebol, com os transportes, modernização da linha ferroviária, hotéis, restaurantes, entre outras coisas, geram um impacto positivo do ponto de vista econômico. “Essas obras ajudam a alavancar a economia e criam empregos diretos e indiretos, alguns são temporários mas outros permanecem”, afirma. “No caso alemão, o turismo é uma grande oportunidade de marketing para a promoção de algumas cidades”, completa.
Vários estudos procuram mapear o impacto econômico de uma copa do mundo. Um exemplo é a dissertação de Anderson Gurgel Campos “O futebol no campo econômico: construção jornalística da Copa do Mundo de 2002 como negócio”, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). O autor trabalha com a idéia de consumo e com a Copa do Mundo como um produto. “Elemento fundamental na cadeia produtiva, o consumo é extremamente importante no cenário atual do mundo dos esportes”, afirma. Para ele, há uma mudança de caminho brusco que explica a relação entre o futebol e o consumo, que pode ser mais bem entendido se observada a parceria do esporte com as empresas de telecomunicações. “A mudança de paradigma passa pela expansão do esporte enquanto base de consumo, sobre a qual são edificadas diversas estratégias para a venda de produtos, inclusive a partir de ídolos”, pontua Campos.
Mais absurdos: Salário dos jogadores de futebol 2009/2010:
Jogador | Clube | Mensal (euros) | Anual (euros) | |
1 | Cristiano Ronaldo | Real Madrid CF | 1.083.000 | 13.000.000 |
2 | Zlatan Ibrahimovic | FC Barcelona | 1.000.000 | 12.000.000 |
3 | Lionel Messi | FC Barcelona | 875.000 | 10.500.000 |
4 | Samuel Eto´o | Internazionale | 875.000 | 10.500.000 |
5 | Ricardo Kaká | Real Madrid CF | 833.000 | 10.000.000 |
6 | Emmanuel Adebayor | Manchester City | 708.000 | 8.500.000 |
7 | Carlos Tevez | Manchester City | 666.000 | 8.000.000 |
8 | John Terry | Chelsea FC | 625.000 | 7.500.000 |
9 | Frank Lampard | Chelsea FC | 625.000 | 7.500.000 |
10 | Thierry Henry | FC Barcelona | 625.000 | 7.500.000 |
11 | Xavi | FC Barcelona | 625.000 | 7.500.000 |
12 | Ronaldinho Gaúcho | AC Milan | 625.000 | 7.500.000 |
13 | Steven Gerrard | Liverpool FC | 625.000 | 7.500.000 |
14 | Daniel Alves | FC Barcelona | 583.000 | 7.000.000 |
15 | Michael Ballack | Chelsea FC | 541.000 | 6.500.000 |
16 | Raúl Gonzalez | Real Madrid CF | 541.000 | 6.500.000 |
17 | Karim Benzema | Real Madrid CF | 541.000 | 6.500.000 |
18 | Rio Ferdinand | Manchester United | 541.000 | 6.500.000 |
19 | Kolo Touré | Manchester City | 541.000 | 6.500.000 |
20 | Wayne Rooney | Manchester United | 500.000 | 6.000.000 |
21 | Robinho | Manchester City | 500.000 | 6.000.000 |
22 | Iker Casillas | Real Madrid CF | 500.000 | 6.000.000 |
23 | Victor Valdéz | FC Barcelona | 500.000 | 6.000.000 |
24 | Frederic Kanouté | Sevilha FC | 500.000 | 6.000.000 |
25 | Deco | Chelsea FC | 500.000 | 6.000.000 |
26 | Didier Drogba | Chelsea FC | 458.000 | 5.500.000 |
27 | Gianluigi Buffon | Juventus | 458.000 | 5.500.000 |
28 | Francesco Totti | AS Roma | 458.000 | 5.500.000 |
29 | Luca Toni | AS Roma (emp) | 458.000 | 5.500.000 |
30 | David Villa | Valência | 458.000 | 5.500.000 |
31 | Arjen Robben | Bayern Munique | 458.000 | 5.500.000 |
32 | Bastian Schweinsteiger | Bayern Munique | 458.000 | 5.500.000 |
33 | Ashley Cole | Chelsea FC | 458.000 | 5.500.000 |
34 | Fernando Torres | Liverpool FC | 458.000 | 5.500.000 |
35 | Gareth Garry | Manchester City | 458.000 | 5.500.000 |
36 | Patrick Vieira | Internazionale | 458.000 | 5.500.000 |
37 | Charles Puyol | FC Barcelona | 416.000 | 5.000.000 |
38 | Andres Iniesta | FC Barcelona | 416.000 | 5.000.000 |
39 | Sergio Aguero | Atlético de Madrid | 416.000 | 5.000.000 |
40 | Andreas Pirlo | AC Milan | 416.000 | 5.000.000 |
41 | Willy Sagnol | Bayern Munique | 416.000 | 5.000.000 |
42 | Frank Ribery | Bayern Munique | 416.000 | 5.000.000 |
43 | David Beckham | AC Milan | 416.000 | 5.000.000 |
44 | Wayne Bridge | Manchester City | 416.000 | 5.000.000 |
45 | Lassana Diarra | Real Madrid CF | 416.000 | 5.000.000 |
46 | Dimitar Berbatov | Manchester United | 400.000 | 4.800.000 |
47 | Andrei Arshavin | Arsenal FC | 400.000 | 4.800.000 |
48 | Nicolas Anelka | Chelsea FC | 400.000 | 4.800.000 |
49 | Ryan Giggs | Manchester United | 400.000 | 4.800.000 |
50 | Alessandro Del Piero | Juventus | 400.000 | 4.800.000 |
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