Por Homar Garcés - Rebelión -Trad. do DL
É algo sumamente vital para o avanço revolucionário que os diferentes setores populares tomem conta do discurso político manejado pela vanguarda revolucionária e o ponham em prática, criando os mecanismos necessários para quebrar a hegemonia do sistema representativo tradicional, de maneira que se promova realmente uma hegemonia e um poder construídos a partir de baixo, dando fim à corrupção política, à exploração econômica, à exclusão social e, enfim, à opressão gerada dentro e fora pelo Estado burguês ao longo da história, mas muito especialmente durante o último século.
Compreendendo-o assim, o socialismo viria a se converter num programa coletivo de libertação -efetivo e em permanente construção- em vez de ser nada mais que retórica vazia entre quem exerce funções de governo, ao ficar plenamente inserido na dinâmica das lutas populares, o que deveria originar a mudança estrutural do Estado e, portanto, da sociedade inteira.
Assim, as diversas formas organizativas que se fomentaram, referindo o exemplo da República Bolivariana da Venezuela, tendo o povo num papel destacado, como os Conselhos Comunais, as Comunas, os Conselhos Estudiantis, os Conselhos Camponeses, os Conselhos Juvenis e os Conselhos de Trabalhadores, além das Milícias Populares, estão chamadas a estabelecer espaços próprios que antecipem esse novo Estado socialista por se fundar, o qual requererá lutar conjuntamente para que as velhas instituições do poder público modifiquem seus esquemas e se subordinem ao poder popular que se estaria fundando, atribuindo um fiel cumprimento à democracia participativa e protagónica. Por isto mesmo, estas manifestações organizativas revolucionárias não deveriam se sujeitar a pessoas e a entes públicos, cujas ações e procedimentos redundam no contrário ao socialismo revolucionário que se pretende construir, ao obstaculizarem a participação e a organização do povo, como costuma acontecer sob a democracia representativa.
Neste senso, os revolucionários de esquerda estão chamados a assumir um compromisso histórico que não se pode eludir, apesar da ascensão e a consolidação de elementos da direita tradicional em comandos do governo, o qual facilita desvios de toda índole que, se não forem detectados e combatidos a tempo, afetarão a direccionalidade do processo revolucionário, o qual deve trascender o quadro estritamente eleitoral para se virar à luta reivindicativa do povo, já que as eleições só serviram -desde longo tempo- para disgregar as forças populares ao não se concretizar um programa comum de luta, se produzindo, em conseqüência, frustrações e descontentamentos que acabam por abrir caminho à contrarrevolução.
Por isso mesmo, a organização popular adquire uma importância vital e estratégica para desmantelar o Estado criado segundo os interesses das classes dominantes e, simultaneamente, para situar o país rumo à opção do socialismo. Isto exige a implementação de ações e disposições que resultem definitivamente diferentes ao feito e conhecido até agora, já que existe a tendência reformista de fazer de tais iniciativas organizativas simples apêndices dos partidos políticos, mais inclusive no governo, quando o que se requer é que os movimentos populares actuem com uma absoluta independência face a qualquer modalidade de hierarquização, institucionalizada ou não, o que ajudaria enormemente a injetar o dinamismo e o entusiasmo indispensáveis ao processo de mudanças revolucionárias, sem o qual a participação e protagonismo do povo perdem seu caráter revolucionário decisivo, transfigurando-se numa qüestão mecânica e gatopardiana, sem trascendência alguma para a emancipação humana.
Fonte: Diário da Liberdade
É algo sumamente vital para o avanço revolucionário que os diferentes setores populares tomem conta do discurso político manejado pela vanguarda revolucionária e o ponham em prática, criando os mecanismos necessários para quebrar a hegemonia do sistema representativo tradicional, de maneira que se promova realmente uma hegemonia e um poder construídos a partir de baixo, dando fim à corrupção política, à exploração econômica, à exclusão social e, enfim, à opressão gerada dentro e fora pelo Estado burguês ao longo da história, mas muito especialmente durante o último século.
Compreendendo-o assim, o socialismo viria a se converter num programa coletivo de libertação -efetivo e em permanente construção- em vez de ser nada mais que retórica vazia entre quem exerce funções de governo, ao ficar plenamente inserido na dinâmica das lutas populares, o que deveria originar a mudança estrutural do Estado e, portanto, da sociedade inteira.
Assim, as diversas formas organizativas que se fomentaram, referindo o exemplo da República Bolivariana da Venezuela, tendo o povo num papel destacado, como os Conselhos Comunais, as Comunas, os Conselhos Estudiantis, os Conselhos Camponeses, os Conselhos Juvenis e os Conselhos de Trabalhadores, além das Milícias Populares, estão chamadas a estabelecer espaços próprios que antecipem esse novo Estado socialista por se fundar, o qual requererá lutar conjuntamente para que as velhas instituições do poder público modifiquem seus esquemas e se subordinem ao poder popular que se estaria fundando, atribuindo um fiel cumprimento à democracia participativa e protagónica. Por isto mesmo, estas manifestações organizativas revolucionárias não deveriam se sujeitar a pessoas e a entes públicos, cujas ações e procedimentos redundam no contrário ao socialismo revolucionário que se pretende construir, ao obstaculizarem a participação e a organização do povo, como costuma acontecer sob a democracia representativa.
Neste senso, os revolucionários de esquerda estão chamados a assumir um compromisso histórico que não se pode eludir, apesar da ascensão e a consolidação de elementos da direita tradicional em comandos do governo, o qual facilita desvios de toda índole que, se não forem detectados e combatidos a tempo, afetarão a direccionalidade do processo revolucionário, o qual deve trascender o quadro estritamente eleitoral para se virar à luta reivindicativa do povo, já que as eleições só serviram -desde longo tempo- para disgregar as forças populares ao não se concretizar um programa comum de luta, se produzindo, em conseqüência, frustrações e descontentamentos que acabam por abrir caminho à contrarrevolução.
Por isso mesmo, a organização popular adquire uma importância vital e estratégica para desmantelar o Estado criado segundo os interesses das classes dominantes e, simultaneamente, para situar o país rumo à opção do socialismo. Isto exige a implementação de ações e disposições que resultem definitivamente diferentes ao feito e conhecido até agora, já que existe a tendência reformista de fazer de tais iniciativas organizativas simples apêndices dos partidos políticos, mais inclusive no governo, quando o que se requer é que os movimentos populares actuem com uma absoluta independência face a qualquer modalidade de hierarquização, institucionalizada ou não, o que ajudaria enormemente a injetar o dinamismo e o entusiasmo indispensáveis ao processo de mudanças revolucionárias, sem o qual a participação e protagonismo do povo perdem seu caráter revolucionário decisivo, transfigurando-se numa qüestão mecânica e gatopardiana, sem trascendência alguma para a emancipação humana.
Fonte: Diário da Liberdade
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