A Via Campesina está aterrada com a arrogância do setor privado e, especialmente, da Nestlé, ao pretender oferecer soluções para a atual crise alimentar, considerando que são as próprias transnacionais quem têm contribuído ativamente para o surgimento dessa crise.
Os comentários do presidente da Nestlé durante a Conferência do setor privado e da FAO, em Milão, no passado dia 12 de novembro, nos parecem particularmente chocantes dadas as conhecidas campanhas da Nestlé para fomentar a fórmula de consumo de leite para bebês em detrimento da amamentação materna, nos países em desenvolvimento.
Muitas transnacionais aumentaram seus lucros durante a crise alimentar e têm exercido um papel principal ao incrementar a fome no mundo, mediante o controle sobre o sistema alimentar e sobre os recursos produtivos, tais como a terra e a água, excluindo os camponeses/as da produção alimentícia.
Esses atores privados têm pressionado para que os modelos agrícolas de produção mudem, forçando modos produtivos intensivos e introduzindo tecnologias e políticas como a dos agrocombustíveis, a dos transgênicos e a liberalização do comércio, com o único interesse de incrementar seus lucros. As deslumbrantes falhas dessas estratégias corporativistas das transnacionais frente ao sistema alimentar são evidentes, dadas as estatísticas que demonstram através do constante aumento em cifras das pessoas que passam fome no mundo.
Sobre o tema dos transgênicos, Javier Sánchez, representante do Sindicato Camponês COAG (membro da Via Campesina), declarou: "Existe um consenso global entre camponeses/as e consumidores sobre as tecnologias de OGMs (Organismos Geneticamente Modificados) que permitem às multinacionais tomar o controle sobre as sementes, negando aos agricultores a possibilidade de guardar suas próprias sementes. Camponeses/as perdem o direito a produzir alimentos livres de modificações genéticas enquanto que os consumidores perdem o direito a alimentar-se com produtos sem transgênicos. Esse é um exemplo claro de como a privatização dos recursos naturais vai contra os interesses comuns. Os consumidores na Europa, com razão, estão rechaçando esse tipo de tecnologias".
Henry Saragih, coordenador geral da Via Campesina, observa que em seu país natal, Indonésia, a Nestlé tem contribuído diretamente para o empobrecimento dos camponeses/as e para o fomento da má nutrição, particularmente entre os bebês, através do controle da produção e do sistema de preços no interior do setor leiteiro.
Durante o Fórum "Soberania Alimentar Já!", paralelo à Cúpula Mundial sobre Segurança Alimentar, em Roma, as Organizações da Sociedade Civil estão propondo as soluções reais para a soberania alimentar.
* Movimento internacional de camponeses e camponesas, pequenos e médios produtores, mulheres rurais, indígenas, gente sem terra, jovens rurais e trabalhadores agrícolas.
Os comentários do presidente da Nestlé durante a Conferência do setor privado e da FAO, em Milão, no passado dia 12 de novembro, nos parecem particularmente chocantes dadas as conhecidas campanhas da Nestlé para fomentar a fórmula de consumo de leite para bebês em detrimento da amamentação materna, nos países em desenvolvimento.
Muitas transnacionais aumentaram seus lucros durante a crise alimentar e têm exercido um papel principal ao incrementar a fome no mundo, mediante o controle sobre o sistema alimentar e sobre os recursos produtivos, tais como a terra e a água, excluindo os camponeses/as da produção alimentícia.
Esses atores privados têm pressionado para que os modelos agrícolas de produção mudem, forçando modos produtivos intensivos e introduzindo tecnologias e políticas como a dos agrocombustíveis, a dos transgênicos e a liberalização do comércio, com o único interesse de incrementar seus lucros. As deslumbrantes falhas dessas estratégias corporativistas das transnacionais frente ao sistema alimentar são evidentes, dadas as estatísticas que demonstram através do constante aumento em cifras das pessoas que passam fome no mundo.
Sobre o tema dos transgênicos, Javier Sánchez, representante do Sindicato Camponês COAG (membro da Via Campesina), declarou: "Existe um consenso global entre camponeses/as e consumidores sobre as tecnologias de OGMs (Organismos Geneticamente Modificados) que permitem às multinacionais tomar o controle sobre as sementes, negando aos agricultores a possibilidade de guardar suas próprias sementes. Camponeses/as perdem o direito a produzir alimentos livres de modificações genéticas enquanto que os consumidores perdem o direito a alimentar-se com produtos sem transgênicos. Esse é um exemplo claro de como a privatização dos recursos naturais vai contra os interesses comuns. Os consumidores na Europa, com razão, estão rechaçando esse tipo de tecnologias".
Henry Saragih, coordenador geral da Via Campesina, observa que em seu país natal, Indonésia, a Nestlé tem contribuído diretamente para o empobrecimento dos camponeses/as e para o fomento da má nutrição, particularmente entre os bebês, através do controle da produção e do sistema de preços no interior do setor leiteiro.
Durante o Fórum "Soberania Alimentar Já!", paralelo à Cúpula Mundial sobre Segurança Alimentar, em Roma, as Organizações da Sociedade Civil estão propondo as soluções reais para a soberania alimentar.
* Movimento internacional de camponeses e camponesas, pequenos e médios produtores, mulheres rurais, indígenas, gente sem terra, jovens rurais e trabalhadores agrícolas.
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