O mundo ficou extremamente perigoso a partir do dia 11 de setembro de 2001, a xenofobia explodiu nos EUA e na Europa, qualquer cidadão árabe ou qualquer pessoa com sobrenome árabe passou a ser olhado com desconfiança. O ataque terrorista aos EUA, culminando com a queda das torres gêmeas e os sérios danos causados ao Pentágono, iniciou um período violento de combate ao terror por parte do governo de George W. Bush mundo afora.
Cerca de 3000 vidas inocentes pereceram naquele dia, em Nova Iorque e Washington, levarando o terror ao coração do Estado americano, pasmaram o mundo, pessoas sem saber o que havia de fato ocorrido.
Lembro-me estar na rua nesse dia e ouvir os comentários desencontrados das pessoas. Um senhor de uma banca de jornal me respondeu dizendo que os EUA haviam sido atacados. Não era crível, fui para casa acompanhar o desenrolar pela TV, a História acontecendo aos olhos do mundo inteiro, ao vivo.
O fato é que o terror atingiu em cheio o orgulho da nação mais poderosa do mundo.
George W. Bush, eleito cerca de um ano antes em eleições suspeitas de fraudes, um político visto com desconfiança pelos americanos e pelo mundo, soube usar o fato estapafúrdio para se consolidar como liderança política nacional. O discurso do medo e da necessidade do uso da força, com "ataques preventivos cirúrgicos" contra nações suspeitas de abrigarem o terrorismo, tomaram conta da agenda política e social daquele país, logo exportada para a Europa, via Tony Blair, maior aliado de Bush no velho continente.
O discurso do medo sustentou seus dois governos, mas nunca lhe deu popularidade maciça, exceto em um próximo período no pós 11 de setembro. O seu segundo mandato aprofundou os gastos militares, destruiu a economia americana e seu governo foi diluído pela maior crise econômica desde 1929, devido a inépcia de sua equipe e a incapacidade em lidar com questões reais da economia e sociedade americanas.
O 11 de setembro vai muito além da queda das torres gêmeas do World Trade Center, o enfrentamento proposto pelos Republicanos de Bush visavam o controle do mundo livre, via ações bélicas, justificadas como necessárias para manter o mundo em paz: nunca a indústria da guerra faturou tanto em tão curto espaço de tempo.
O cheque em branco e o saldo final
O "cheque em branco" que o povo americano deu ao presidente Bush, permitiu-lhe enfrentar a opinião pública mundial e provocar ações sangrentas no Afeganistão e Iraque.
Estima-se que que nestes países centenas de milhares de civis tenham sido vítimas fatais, além de cerca de 1 milhão de pessoas vivem hoje o drama da fome no Afeganistão devido ao esfacelamento do Estado e de sua economia provocados pela guerra de ocupação e pelas insurgências não controladas pelas tropas de paz. No Iraque o cenário não é diferente e os dramas se repetem. O custo de toda a política de "segurança nacional" e de relações exteriores dos EUA foram demasiadamente altos para os resultados hoje alcançados.
O 11 de setembro é um marco da história recente da humanidade, mas visto apenas pela imagem da queda dos prédios do WTC, não representa, em sua plenitude, o que representou para o mundo e suas instituições, além da dor de um povo que viu pessoas inocentes serem mortas pelos insanos ataques terroristas, também presenciou, por alguns momentos, Bush vislumbrar-se liderança maior de um planeta de uma única superpotência, os riscos foram grandes.
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