O colunista Jânio de Freitas lançou uma advertência que não devemos ignorar:
"Um aviso de perigo, na via política, foi ultrapassado.
"A entrada em cena de forças extrapolíticas, motivadas pelo confronto entre Lula e os meios de comunicação com maior presença, reproduz o mais conhecido dos passos que levam situações tensas a enveredar por processos que fogem ao controle com facilidade. E, se isso ocorre, põem em risco a integridade institucional - o próprio regime".
Evidentemente, por ser publicado na Folha de S. Paulo, ele não poderia reconhecer que, no fundo, o confronto lulismo x mídia está sendo instigado e magnificado com intenções golpistas, pois a extrema-direita já desistiu da eleição presidencial, cuja única incognita é se a candidata oficial ganhará no 1º ou no 2º turno.
De resto, talvez para não parecer parcial, Jânio de Freitas deu o mesmo peso a três dessas manifestações de "forças extrapolíticas".
E foi injusto com os sindicatos e jornalistas que exercerão na noite desta 5ª feira (23), em SP, seu direito de protestarem contra a tendenciosidade da grande imprensa na cobertura eleitoral e os claros indícios de participação da mídia nas conspirações em curso.
No entanto, há também na coluna do veterano jornalista muitas constatações válidas e dificilmente encontradas em outros espaços do PIG. Merecem ser reproduzidas:
"...os meios de comunicação brasileiros nunca deixaram de ser parte ativa nos esforços de conduzir o eleitorado. Sua origem e sua tradição são de ligações políticas, como agentes de facções ou partidos.
"...nenhum fato sustenta a ameaça à democracia atribuída a palavras ou atos de Lula. As reações ao que considera insultuoso, ou injusto, ou inverdadeiro são à sua maneira: com destempero deplorável, nas palavras e na teatralidade da exaltação.
"Nenhum espetáculo e nenhum ato presidencial pode ser apontado, com seriedade, como ameaça à democracia. Nem o mais acusado deles, a alegada ameaça à liberdade de imprensa. A proposta petista de criação do Conselho Nacional de Jornalismo, ou algo assim, vale mais como uma discussão do que poderia ser, a serviço de todas as partes, do que qualquer das acusações trocadas.
"Conselho de Jornalismo não é embaixada do inferno, não é chavismo, não é ditadura, necessariamente. São muitos os países 'civilizados' e democráticos em que tal conselho existe.
"Na França, por exemplo, foi criado há muito tempo, prestou muitos serviços e ninguém pensa em dissolvê-lo, assim como o da TV. A Inglaterra, os países nórdicos e outros têm as suas formas de conselho. Discuti-lo no Brasil seria difícil, mas não ameaçaria a democracia ou a liberdade de imprensa.
"A pouco mais de uma semana das eleições, professores, advogados, escritores, e outros, fazem manifestação pública e lançam um manifesto 'contra a marcha para o autoritarismo'. Haverá mesmo tal marcha, pelo fato de que Lula, nos estertores do seu mandato, rebaixa a função presidencial à de marqueteiro e cabo eleitoral? Se não está aí, o que indicaria que a prevista eleição de Dilma Rousseff é a marcha para o autoritarismo? É óbvio que o papel assumido por Lula macula a disputa.
"Mas o que mais suscita reação, parece claro, não é o papel em si, que a lei nem cuidou de restringir: é que Lula o assume do alto de uma popularidade devastadora, que cai sobre os adversários. Nem por isso, no entanto, até agora sinalizadora de ameaças à democracia.
"O Clube Militar convida para um 'painel' (...) com dois jornalistas de oposição a Lula e ao governo. Sobre nada menos do que 'A democracia ameaçada: restrições à liberdade de expressão'. Tivemos longo aprendizado do interesse militar por ameaças à democracia e pelas restrições à liberdade de expressão. O título do 'painel' não esclarece o sentido atual dado às expressões, mas tanto faz. Sua realização é sugestiva por si só".
Por último: ao contrário de cidadãos com passado glorioso, mas que não estão avaliando bem o quadro atual, o Reinaldo Azevedo e eu somos extremamente coerentes.
Ele é o porta-estandarte do manifesto "contra a marcha do autoritarismo" e participará, logo mais, do festival de alarmismo golpista no Clube Militar.
Eu denuncio há muito tempo as tramóias da extrema-direita e vou estar presente no ato contra o PIG que terá lugar às 19h no Sindicato dos Jornalistas.
"Um aviso de perigo, na via política, foi ultrapassado.
"A entrada em cena de forças extrapolíticas, motivadas pelo confronto entre Lula e os meios de comunicação com maior presença, reproduz o mais conhecido dos passos que levam situações tensas a enveredar por processos que fogem ao controle com facilidade. E, se isso ocorre, põem em risco a integridade institucional - o próprio regime".
Evidentemente, por ser publicado na Folha de S. Paulo, ele não poderia reconhecer que, no fundo, o confronto lulismo x mídia está sendo instigado e magnificado com intenções golpistas, pois a extrema-direita já desistiu da eleição presidencial, cuja única incognita é se a candidata oficial ganhará no 1º ou no 2º turno.
De resto, talvez para não parecer parcial, Jânio de Freitas deu o mesmo peso a três dessas manifestações de "forças extrapolíticas".
E foi injusto com os sindicatos e jornalistas que exercerão na noite desta 5ª feira (23), em SP, seu direito de protestarem contra a tendenciosidade da grande imprensa na cobertura eleitoral e os claros indícios de participação da mídia nas conspirações em curso.
No entanto, há também na coluna do veterano jornalista muitas constatações válidas e dificilmente encontradas em outros espaços do PIG. Merecem ser reproduzidas:
"...os meios de comunicação brasileiros nunca deixaram de ser parte ativa nos esforços de conduzir o eleitorado. Sua origem e sua tradição são de ligações políticas, como agentes de facções ou partidos.
"...nenhum fato sustenta a ameaça à democracia atribuída a palavras ou atos de Lula. As reações ao que considera insultuoso, ou injusto, ou inverdadeiro são à sua maneira: com destempero deplorável, nas palavras e na teatralidade da exaltação.
"Nenhum espetáculo e nenhum ato presidencial pode ser apontado, com seriedade, como ameaça à democracia. Nem o mais acusado deles, a alegada ameaça à liberdade de imprensa. A proposta petista de criação do Conselho Nacional de Jornalismo, ou algo assim, vale mais como uma discussão do que poderia ser, a serviço de todas as partes, do que qualquer das acusações trocadas.
"Conselho de Jornalismo não é embaixada do inferno, não é chavismo, não é ditadura, necessariamente. São muitos os países 'civilizados' e democráticos em que tal conselho existe.
"Na França, por exemplo, foi criado há muito tempo, prestou muitos serviços e ninguém pensa em dissolvê-lo, assim como o da TV. A Inglaterra, os países nórdicos e outros têm as suas formas de conselho. Discuti-lo no Brasil seria difícil, mas não ameaçaria a democracia ou a liberdade de imprensa.
"A pouco mais de uma semana das eleições, professores, advogados, escritores, e outros, fazem manifestação pública e lançam um manifesto 'contra a marcha para o autoritarismo'. Haverá mesmo tal marcha, pelo fato de que Lula, nos estertores do seu mandato, rebaixa a função presidencial à de marqueteiro e cabo eleitoral? Se não está aí, o que indicaria que a prevista eleição de Dilma Rousseff é a marcha para o autoritarismo? É óbvio que o papel assumido por Lula macula a disputa.
"Mas o que mais suscita reação, parece claro, não é o papel em si, que a lei nem cuidou de restringir: é que Lula o assume do alto de uma popularidade devastadora, que cai sobre os adversários. Nem por isso, no entanto, até agora sinalizadora de ameaças à democracia.
"O Clube Militar convida para um 'painel' (...) com dois jornalistas de oposição a Lula e ao governo. Sobre nada menos do que 'A democracia ameaçada: restrições à liberdade de expressão'. Tivemos longo aprendizado do interesse militar por ameaças à democracia e pelas restrições à liberdade de expressão. O título do 'painel' não esclarece o sentido atual dado às expressões, mas tanto faz. Sua realização é sugestiva por si só".
Por último: ao contrário de cidadãos com passado glorioso, mas que não estão avaliando bem o quadro atual, o Reinaldo Azevedo e eu somos extremamente coerentes.
Ele é o porta-estandarte do manifesto "contra a marcha do autoritarismo" e participará, logo mais, do festival de alarmismo golpista no Clube Militar.
Eu denuncio há muito tempo as tramóias da extrema-direita e vou estar presente no ato contra o PIG que terá lugar às 19h no Sindicato dos Jornalistas.
Fonte: Blog Naufrago da Utopia
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