Escrito por FR-IC Chile
Companheiros (as), a primeira coisa que devemos dizer –mesmo que seja muito repetitivo- é que o terremoto veio simplesmente aguçar a situação de crise econômica pela qual atravessa nosso país, imerso na crise econômica mundial. Hoje a crise econômica está sendo enfrentada na Europa com grandes mobilizações, como as greves da classe operária grega; mas também os mais de seis milhões de desempregados no Estado Espanhol são expressão da crise.
Por outro lado, devemos ser claros, o mercado norte-americano não tem ainda uma clara reativação e a locomotiva chinesa movimenta-se mais lentamente do que o desejo de todos; enquanto muitos investidores continuam especulando com os preços das comoditties, economistas como Stiglitz e Krugman temem que sejam simples bolhas; e que, se estas explodirem, a crise vai piorar…
…e queiramos ou não… neste frágil palco se movimentam todos os países da América Latina, e o Chile não é a exceção.
No Chile…
No Chile, o terremoto evidenciou a situação de pobreza em que vivem milhões de trabalhadores, e que estamos longe de ser um país desenvolvido (brilhante membro da OCDE), e que também estamos imersos na crise, mesmo que muitos a queiram ocultar. Não é por acaso que um general de exército lembrou: “… simplesmente somos um país subdesenvolvido, terceiro-mundista, alguém tem alguma dúvida…?”
Aquela afirmação, a do subdesenvolvimento, percorre toda a coluna vertebral do Estado, e não só o mundo social. Inicia-se no “Governo” e termina nos serviços públicos, um governo completamente ineficiente, e que a única coisa que sabe fazer bem é reprimir. É a tarefa que melhor cumpriu, durante a Concertação [1], e agora com o governo de Piñera [2]; no resto, demonstraram ser completamente inoperantes.
País de papelão…
O Chile, país com submarinos nucleares, com F-16, com tanques Leopard… mas sem telefones via satélite (ou seja, se realmente houvesse guerra, tudo aquilo não serviria para nada); país onde o fornecimento de energia é cortado e ficamos completamente sem comunicação à noite por longas horas; somos claramente um “país de papelão”.
… e das desigualdades
Este é nosso o Chile, o Chile onde os ricos, os que tudo têm não perderam nada; mas no qual os trabalhadores, os que tudo produzem, perderam tudo ou quase tudo e em muitos casos ficaram na rua e sem trabalho. É preciso ser claro, a zona afetada pelo terremoto é a de maior desemprego do país, junto com Araucanía e Maule (suas regiões vizinhas e igualmente atingidas). Aqui o desemprego é maior que 10% da população ativa. Ou seja, ali os problemas serão mantidos e intensificados ainda mais pela catástrofe, portanto é altamente provável que as mobilizações também se mantenham e se agucem, pois as possibilidades de uma melhora imediata são impossíveis sob este sistema econômico e sob este governo de Piñera de “Unidade Nacional”.
A crise nas alturas…
A situação política nacional, também foi remexida pelo sismo, não é a mesma que antes do terremoto. Este provocou uma evidente “crises nas alturas” tanto no dia 27 como no domingo, 28 de fevereiro, quando nos demos conta que neste país: ninguém mandava.
A confusão foi total, e à ineficácia do governo Bachelet somou-se um governo entrante, o de Piñera completamente ausente; com ministros que não estavam no local, sem governadores e Seremis (Secretários Regionais Ministeriais) nomeados e só com alguns intendentes. A ineficiência do governo entrante ficou em evidência quando a zona afetada não recebeu a ajuda que necessitava; e foi ante esta situação que os trabalhadores de Concepción, Talcahuano, Lota, Coronel e outras localidades, organizaram-se para buscar o básico nos supermercados: alimentos (muitos trabalhadores não receberam seu salário de fevereiro – de fato, muitos ainda não o recebem - e o corte da energia provocou a perda dos alimentos refrigerados, além da falta de água potável). A imprensa burguesa, de fato quase não há outra no Chile, demonizou os fatos falando de saques e que todos eram delinquentes, uma falsidade que caía em pedaços, pois na verdade eram trabalhadores na sua grande maioria organizados, buscando as coisas básicas para sobreviver.
A militarização… da região (e também de todo o país?)
Com o passar dos dias, o governo que sai (Bachelet) e o entrante (Piñera) concordaram em militarizar a zona afetada e para isso foi declarado Estado de exceção constitucional, o Estado de Catástrofe; isto permitiu a presença militar em Concepción, Talcahuano e outras cidades próximas e certamente a implementação do toque de recolher. Militares que tiveram só uma missão - resguardar a propriedade privada e os interesses dos empresários.
Ante esta situação, o impressionismo político apoderou-se de alguns setores de esquerda, que começaram a afirmar - equivocadamente em nosso entendimento - que mal Piñera assumisse, iria decretar Estado de Catástrofe em todo o país, e, portanto, com esse pretexto, iria militarizar todo o território, podendo decretar toques de recolher em todas as cidades.
Nós, do FR-IC, dissemos que isso não estava formulado, que no Chile não se abria uma situação reacionária, muito menos contrarrevolucionária, como afirmaram alguns; mas muito pelo contrário a situação da luta de classes se aguçou e a mostra disso foi a reação dos trabalhadores com sua auto-organização; que este aguçamento é pela esquerda, mesmo que sem direção. E que isto ficou demonstrado na proliferação espontânea de organismos comunitários e de classe que se formaram por fora dos sindicatos, como uma clara demonstração de organização e luta, ante a ausência de uma direção política revolucionária e classista; demonstrou-se na criação de inumeráveis “cordões de ajuda”, e nos trabalhos voluntários, que muitos sindicatos estão levando a cabo.
Mas devemos nos perguntar: Piñera gostaria de governar com os militares nas ruas? A resposta é sim. Mas é a mesma resposta que daríamos para a Concertação; o problema é que esta tinha o telhado de vidro, era mais frágil, de uma ou outra forma a Concertação não podia, por seu “prestígio” antiditatorial, aparecer chamando os militares (até que finalmente o fez). Devemos lembrar que a Concertação, cada vez que pôde, mandou milhares de carabineiros às ruas para reprimir. Então voltamos à pergunta, mas de outra forma: e por que Piñera não enviou todos os carabineiros e militares às ruas? Há duas razões que se combinam para que não possa fazê-lo. Uma é o ânimo do conjunto das massas que não o veriam com bons olhos, e diriam - Voltou a Ditadura! - e esta situação não está colocada.
Outra razão importante é que o governo Piñera não tem a quantidade suficiente de militares e carabineiros para fazê-lo; de fato, na VI Região houve outro sismo com características de terremoto, em 11 de março, e de imediato foi declarado Estado de Catástrofe para a região, mas… se abstiveram de estabelecer toque de recolher. Na sexta-feira pudemos constatar que em Rancagua, capital da VI Região, simplesmente não havia um só carabineiro ou militar nas ruas. Entre as 20 h e as 24 h simplesmente não havia Forças Armadas nas ruas.
O Chile, país com submarinos nucleares, com F-16, com tanques Leopard… mas sem telefones via satélite (ou seja, se realmente houvesse guerra, tudo aquilo não serviria para nada); país onde o fornecimento de energia é cortado e ficamos completamente sem comunicação à noite por longas horas; somos claramente um “país de papelão”.
… e das desigualdades
Este é nosso o Chile, o Chile onde os ricos, os que tudo têm não perderam nada; mas no qual os trabalhadores, os que tudo produzem, perderam tudo ou quase tudo e em muitos casos ficaram na rua e sem trabalho. É preciso ser claro, a zona afetada pelo terremoto é a de maior desemprego do país, junto com Araucanía e Maule (suas regiões vizinhas e igualmente atingidas). Aqui o desemprego é maior que 10% da população ativa. Ou seja, ali os problemas serão mantidos e intensificados ainda mais pela catástrofe, portanto é altamente provável que as mobilizações também se mantenham e se agucem, pois as possibilidades de uma melhora imediata são impossíveis sob este sistema econômico e sob este governo de Piñera de “Unidade Nacional”.
A crise nas alturas…
A situação política nacional, também foi remexida pelo sismo, não é a mesma que antes do terremoto. Este provocou uma evidente “crises nas alturas” tanto no dia 27 como no domingo, 28 de fevereiro, quando nos demos conta que neste país: ninguém mandava.
A confusão foi total, e à ineficácia do governo Bachelet somou-se um governo entrante, o de Piñera completamente ausente; com ministros que não estavam no local, sem governadores e Seremis (Secretários Regionais Ministeriais) nomeados e só com alguns intendentes. A ineficiência do governo entrante ficou em evidência quando a zona afetada não recebeu a ajuda que necessitava; e foi ante esta situação que os trabalhadores de Concepción, Talcahuano, Lota, Coronel e outras localidades, organizaram-se para buscar o básico nos supermercados: alimentos (muitos trabalhadores não receberam seu salário de fevereiro – de fato, muitos ainda não o recebem - e o corte da energia provocou a perda dos alimentos refrigerados, além da falta de água potável). A imprensa burguesa, de fato quase não há outra no Chile, demonizou os fatos falando de saques e que todos eram delinquentes, uma falsidade que caía em pedaços, pois na verdade eram trabalhadores na sua grande maioria organizados, buscando as coisas básicas para sobreviver.
A militarização… da região (e também de todo o país?)
Com o passar dos dias, o governo que sai (Bachelet) e o entrante (Piñera) concordaram em militarizar a zona afetada e para isso foi declarado Estado de exceção constitucional, o Estado de Catástrofe; isto permitiu a presença militar em Concepción, Talcahuano e outras cidades próximas e certamente a implementação do toque de recolher. Militares que tiveram só uma missão - resguardar a propriedade privada e os interesses dos empresários.
Ante esta situação, o impressionismo político apoderou-se de alguns setores de esquerda, que começaram a afirmar - equivocadamente em nosso entendimento - que mal Piñera assumisse, iria decretar Estado de Catástrofe em todo o país, e, portanto, com esse pretexto, iria militarizar todo o território, podendo decretar toques de recolher em todas as cidades.
Nós, do FR-IC, dissemos que isso não estava formulado, que no Chile não se abria uma situação reacionária, muito menos contrarrevolucionária, como afirmaram alguns; mas muito pelo contrário a situação da luta de classes se aguçou e a mostra disso foi a reação dos trabalhadores com sua auto-organização; que este aguçamento é pela esquerda, mesmo que sem direção. E que isto ficou demonstrado na proliferação espontânea de organismos comunitários e de classe que se formaram por fora dos sindicatos, como uma clara demonstração de organização e luta, ante a ausência de uma direção política revolucionária e classista; demonstrou-se na criação de inumeráveis “cordões de ajuda”, e nos trabalhos voluntários, que muitos sindicatos estão levando a cabo.
Mas devemos nos perguntar: Piñera gostaria de governar com os militares nas ruas? A resposta é sim. Mas é a mesma resposta que daríamos para a Concertação; o problema é que esta tinha o telhado de vidro, era mais frágil, de uma ou outra forma a Concertação não podia, por seu “prestígio” antiditatorial, aparecer chamando os militares (até que finalmente o fez). Devemos lembrar que a Concertação, cada vez que pôde, mandou milhares de carabineiros às ruas para reprimir. Então voltamos à pergunta, mas de outra forma: e por que Piñera não enviou todos os carabineiros e militares às ruas? Há duas razões que se combinam para que não possa fazê-lo. Uma é o ânimo do conjunto das massas que não o veriam com bons olhos, e diriam - Voltou a Ditadura! - e esta situação não está colocada.
Outra razão importante é que o governo Piñera não tem a quantidade suficiente de militares e carabineiros para fazê-lo; de fato, na VI Região houve outro sismo com características de terremoto, em 11 de março, e de imediato foi declarado Estado de Catástrofe para a região, mas… se abstiveram de estabelecer toque de recolher. Na sexta-feira pudemos constatar que em Rancagua, capital da VI Região, simplesmente não havia um só carabineiro ou militar nas ruas. Entre as 20 h e as 24 h simplesmente não havia Forças Armadas nas ruas.
Então como se militarizou a região de Concepción-Talcahuano?
Transferindo perto de seis mil efetivos militares a uma zona que só contava com 600 e que tem uma população perto de um milhão de habitantes. A burguesia e seus governos de turno sabem que a “modernização das Forças Armadas” significou reduzir suas forças, estão conscientes disso e, portanto, não é tão simples decretar Toques de recolher onde eles quiserem. Ainda assim, devemos estar atentos aos eventos, e às mobilizações; pois não há dúvida de que o governo Piñera tentará reprimir com todas suas forças, e também devemos dizer que suas forças não são muitas e ele sabe disso. Por isto é que tiveram, mais do que nunca, que proclamar o Governo de Unidade Nacional, pois de outra forma os trabalhadores podem passar por cima deles.
…a Unidade Nacional
Desde antes de chegar ao governo, Piñera chamava um governo de Unidade Nacional; pois sabe de sua debilidade, e sabe que precisa do apoio de “todos” para poder governar. O que ficou claro quando nomeou Jaime Ravinet, militante da Democracia Cristã (partido da coligação Concertação pela Democracia), ministro da Defesa. Mas agora o sismo “caiu como uma luva”, pois desde o governo anterior escutavam-se vozes dizendo que: “Todos devemos trabalhar juntos pela reconstrução do país”. Foi eloquente o abraço entre Piñera e Bachelet durante o Teletom [3], onde ambos pareciam emocionados e a ponto de quase chorar.
Esta Unidade Nacional explica porque Piñera deixou muitos ex-funcionários do Governo de Bachelet nos seus postos de Seremis; estes são postos de confiança e de caráter eminentemente políticos.
Desta “Unidade Nacional” não escapou nem o PC, que defendeu o desenvolvimento de uma oposição construtiva e fiscalizadora; nem a direção da CUT (PC-PS), que fez um pacto com o empresariado representado na SOFOFA (Sociedade de Fomento Fabril); nem a FECH, a Federação de Estudantes da Universidade do Chile, dirigida pela juventude do PC, que na sua campanha de coleta de alimentos simplesmente optou por entregá-los ao… governo.
Em vez de realizar uma aliança entre a FECH, a CUT e/ou a CGT para a entrega dos alimentos, todos estes dirigentes preferem chamar a unidade política para a reconstrução, dando um voto de confiança ao governo patronal e assim bloquear o avanço na consciência dos trabalhadores e do povo.
Transferindo perto de seis mil efetivos militares a uma zona que só contava com 600 e que tem uma população perto de um milhão de habitantes. A burguesia e seus governos de turno sabem que a “modernização das Forças Armadas” significou reduzir suas forças, estão conscientes disso e, portanto, não é tão simples decretar Toques de recolher onde eles quiserem. Ainda assim, devemos estar atentos aos eventos, e às mobilizações; pois não há dúvida de que o governo Piñera tentará reprimir com todas suas forças, e também devemos dizer que suas forças não são muitas e ele sabe disso. Por isto é que tiveram, mais do que nunca, que proclamar o Governo de Unidade Nacional, pois de outra forma os trabalhadores podem passar por cima deles.
…a Unidade Nacional
Desde antes de chegar ao governo, Piñera chamava um governo de Unidade Nacional; pois sabe de sua debilidade, e sabe que precisa do apoio de “todos” para poder governar. O que ficou claro quando nomeou Jaime Ravinet, militante da Democracia Cristã (partido da coligação Concertação pela Democracia), ministro da Defesa. Mas agora o sismo “caiu como uma luva”, pois desde o governo anterior escutavam-se vozes dizendo que: “Todos devemos trabalhar juntos pela reconstrução do país”. Foi eloquente o abraço entre Piñera e Bachelet durante o Teletom [3], onde ambos pareciam emocionados e a ponto de quase chorar.
Esta Unidade Nacional explica porque Piñera deixou muitos ex-funcionários do Governo de Bachelet nos seus postos de Seremis; estes são postos de confiança e de caráter eminentemente políticos.
Desta “Unidade Nacional” não escapou nem o PC, que defendeu o desenvolvimento de uma oposição construtiva e fiscalizadora; nem a direção da CUT (PC-PS), que fez um pacto com o empresariado representado na SOFOFA (Sociedade de Fomento Fabril); nem a FECH, a Federação de Estudantes da Universidade do Chile, dirigida pela juventude do PC, que na sua campanha de coleta de alimentos simplesmente optou por entregá-los ao… governo.
Em vez de realizar uma aliança entre a FECH, a CUT e/ou a CGT para a entrega dos alimentos, todos estes dirigentes preferem chamar a unidade política para a reconstrução, dando um voto de confiança ao governo patronal e assim bloquear o avanço na consciência dos trabalhadores e do povo.
O que a Força Revolucionária-Esquerda Comunista (FR-IC) defende...
Que o caminho a seguir é o que têm feito de forma independente e classista o SITECO com o sindicato Agrosuper; isto é, confiar nas forças dos próprios trabalhadores e organizar-se para levar a ajuda às zonas sinistradas; aí se deve colocar todo o empenho. Por isso propomos:
De imediato:
1. Não à militarização das zonas afetadas. Fora os militares das ruas. Abaixo o Toque de recolher. Fim às restrições das liberdades individuais.
2. Ante a ineficiência do Governo; auto-organização dos trabalhadores.
3. Por uma corrente sindical classista que lidere a ajuda aos afetados. Seguir o exemplo do SITECO. Que os dirigentes honestos e de base da CUT levantem estas bandeiras de luta; ante a nula atuação da burocracia que dirige a CUT, três semanas depois da catástrofe.
4. Plano de emergência já, com soluções dignas, com moradias dignas.
5. Trabalho para todos os desempregados, com um plano de reconstrução de moradias, estradas, hospitais, escolas com amplo financiamento do Estado e sob o controle dos trabalhadores; isto é possível e demonstrado pela imensa quantidade de trabalhadores que de forma voluntária acodem em ajuda aos danificados e se auto-organizam em grupos de trabalho.
6. Como se financia tudo isto? Com um imposto de 50% sobre as grandes empresas; com a estatização dos bancos, que no ano passado tiveram lucros de 640 bilhões de pesos, quando no Teletom foi conseguido perto de 50 bilhões em “ajuda empresarial”; e renacionalizando e estatizando a mineração do cobre e todos os recursos naturais.
7. Perdão já de todas as dívidas hipotecárias! Prisão para os inescrupulosos que construíram moradias que caem e racham. No bairro alto, nenhuma caiu, nenhuma rachou.
8. Desmascarar este governo de Unidade Nacional, que só serve aos patrões.
No médio prazo:
1. Fortalecimento dos organismos sindicais e populares e de todos aqueles que se auto-organizaram ante a catástrofe; unindo laços entre estes. Seguir o exemplo do SITECO e do AGROSUPER da sexta região.
2. Fortalecimento das coordenações sindicais, populares, estudantis ou outras; que já existem, como a Assembléia da mulher.
3. Devemos realizar de conjunto, tanto trabalhadores como organismos populares, uma campanha contra a política econômica neoliberal, denunciando as compras de armamentos; denunciando a falta de construções de moradias de qualidade e de estabelecimentos educacionais e de hospitais, e que, além disso, por décadas foram postergados.
4. Todos os que nos organizamos devemos realizar uma campanha explicativa ante os trabalhadores e o povo do Chile, que nosso país conta com os recursos necessários para sua reconstrução e que devemos deter o “saque” que as transnacionais fazem de nossas riquezas naturais.
5. Todos os que nos organizamos devemos explicar àqueles trabalhadores confundidos pelas imagens de televisão que na atual crise social existem “setores lumpens” que inclusive atacaram os próprios trabalhadores e, embora minoritários, não são mais que a expressão desta “barbárie capitalista”; que são a expressão social de um sistema em decadência que inculcou o individualismo e o consumismo acima dos valores da solidariedade entre a classe trabalhadora.
Por último não podemos deixar de explicar que a única solução aos nossos problemas é o Socialismo e que isto significa: trabalhadores no poder, sem nenhum tipo de burocratas, nem políticos, nem sindicais.
Que o caminho a seguir é o que têm feito de forma independente e classista o SITECO com o sindicato Agrosuper; isto é, confiar nas forças dos próprios trabalhadores e organizar-se para levar a ajuda às zonas sinistradas; aí se deve colocar todo o empenho. Por isso propomos:
De imediato:
1. Não à militarização das zonas afetadas. Fora os militares das ruas. Abaixo o Toque de recolher. Fim às restrições das liberdades individuais.
2. Ante a ineficiência do Governo; auto-organização dos trabalhadores.
3. Por uma corrente sindical classista que lidere a ajuda aos afetados. Seguir o exemplo do SITECO. Que os dirigentes honestos e de base da CUT levantem estas bandeiras de luta; ante a nula atuação da burocracia que dirige a CUT, três semanas depois da catástrofe.
4. Plano de emergência já, com soluções dignas, com moradias dignas.
5. Trabalho para todos os desempregados, com um plano de reconstrução de moradias, estradas, hospitais, escolas com amplo financiamento do Estado e sob o controle dos trabalhadores; isto é possível e demonstrado pela imensa quantidade de trabalhadores que de forma voluntária acodem em ajuda aos danificados e se auto-organizam em grupos de trabalho.
6. Como se financia tudo isto? Com um imposto de 50% sobre as grandes empresas; com a estatização dos bancos, que no ano passado tiveram lucros de 640 bilhões de pesos, quando no Teletom foi conseguido perto de 50 bilhões em “ajuda empresarial”; e renacionalizando e estatizando a mineração do cobre e todos os recursos naturais.
7. Perdão já de todas as dívidas hipotecárias! Prisão para os inescrupulosos que construíram moradias que caem e racham. No bairro alto, nenhuma caiu, nenhuma rachou.
8. Desmascarar este governo de Unidade Nacional, que só serve aos patrões.
No médio prazo:
1. Fortalecimento dos organismos sindicais e populares e de todos aqueles que se auto-organizaram ante a catástrofe; unindo laços entre estes. Seguir o exemplo do SITECO e do AGROSUPER da sexta região.
2. Fortalecimento das coordenações sindicais, populares, estudantis ou outras; que já existem, como a Assembléia da mulher.
3. Devemos realizar de conjunto, tanto trabalhadores como organismos populares, uma campanha contra a política econômica neoliberal, denunciando as compras de armamentos; denunciando a falta de construções de moradias de qualidade e de estabelecimentos educacionais e de hospitais, e que, além disso, por décadas foram postergados.
4. Todos os que nos organizamos devemos realizar uma campanha explicativa ante os trabalhadores e o povo do Chile, que nosso país conta com os recursos necessários para sua reconstrução e que devemos deter o “saque” que as transnacionais fazem de nossas riquezas naturais.
5. Todos os que nos organizamos devemos explicar àqueles trabalhadores confundidos pelas imagens de televisão que na atual crise social existem “setores lumpens” que inclusive atacaram os próprios trabalhadores e, embora minoritários, não são mais que a expressão desta “barbárie capitalista”; que são a expressão social de um sistema em decadência que inculcou o individualismo e o consumismo acima dos valores da solidariedade entre a classe trabalhadora.
Por último não podemos deixar de explicar que a única solução aos nossos problemas é o Socialismo e que isto significa: trabalhadores no poder, sem nenhum tipo de burocratas, nem políticos, nem sindicais.
Força Revolucionária- Esquerda Comunista (Chile)
NT:
[1] A coligação de partidos que levou Michele Bachelet ao governo.
[2] O novo governo de Piñeras, vencedor na última eleição presidencial.
[3] Campanha periódica de solidariedade, que se realiza para associações beneficentes, e que esta vez foi em ajuda dos danificados pelo terremoto.
NT:
[1] A coligação de partidos que levou Michele Bachelet ao governo.
[2] O novo governo de Piñeras, vencedor na última eleição presidencial.
[3] Campanha periódica de solidariedade, que se realiza para associações beneficentes, e que esta vez foi em ajuda dos danificados pelo terremoto.
Fonte: http://www.litci.org
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