domingo, 11 de abril de 2010


"Privatize-se tudo,

privatize-se o mar e o céu,

privatize-se a água e o ar,

privatize-se a justiça e a lei,

privatize-se a nuvem que passa,

privatize-se o sonho,

sobretudo se for diurno e de olhos abertos.

E finalmente,

para florão e remate de tanto privatizar,

privatizem-se os Estados,

entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas,

mediante concurso internacional.

Aí se encontra a salvação do mundo… e,

já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos".

José Saramago – Cadernos de Lanzarote - Diário III – pag. 148

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