"Privatize-se tudo,
privatize-se o mar e o céu,
privatize-se a água e o ar,
privatize-se a justiça e a lei,
privatize-se a nuvem que passa,
privatize-se o sonho,
sobretudo se for diurno e de olhos abertos.
E finalmente,
para florão e remate de tanto privatizar,
privatizem-se os Estados,
entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas,
mediante concurso internacional.
Aí se encontra a salvação do mundo… e,
já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos".
José Saramago – Cadernos de Lanzarote - Diário III – pag. 148
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