Os islandeses votaram, novamente, em referendo que o Estado não deve pagar a dívida de cerca de 4 bilhões de euros à Holanda e ao Reino Unido. De acordo com os resultados já anunciados, o "não" ganhou com quase 60 por cento dos votos. Em causa estão 4 bilhões de euros depositados em 700 mil contas bancárias na Holanda e Inglaterra, no agora falido banco online Icesave. O Icesave foi uma das instituições financeiras que faliram na sequência da crise financeira mundial que atingiu com especial dureza a Islândia, com cerca de 320 mil habitantes, provocando a queda da moeda e da economia do país.
Por Esquerda.net
Na Islândia, a palavra de ordem “não pagamos a crise deles” é mesmo o mote que indica o caminho. Segundo os dados já disponibilizados neste domingo pela televisão islandesa, 58 por cento dos eleitores votaram "não" e 42 por cento votaram "sim" ao pagamento de quase quatro bilhões de euros a credores externos, nomeadamente à Inglaterra e à Holanda.
O referendo foi convocado pelo presidente da Islândia, Ólafujr Ragnar Grímsson, que em 20 de fevereiro deste ano vetou, pela segunda vez, a lei IceSave (que tinha sido aprovada pelo Parlamento islandês).
Em causa estão, especialmente, 4 bilhões de euros depositados em 700 mil contas bancárias na Holanda e Inglaterra, no agora falido banco online Icesave. Tratava-se de uma conta de poupança online, a Icesave, comercializada agressivamente no Reino Unido e na Holanda pelo banco Landsbanki - que foi o segundo maior da Islândia -, prometendo juros acima de seis por cento.
Os depósitos de estrangeiros foram reembolsados pelos respectivos governos - 3,9 mil bilhões de euros -, que agora querem cobrá-los da Islândia.
O acordo rejeitado permitiria escalonar o pagamento da dívida até 2045, com uma taxa de juro de 3,3 por cento ao Reino Unido e de três por cento no caso da Holanda. Uma parte seria paga com a venda dos ativos do Landsbanki, mas não se sabe ainda quanto seria - embora os partidários do "não" defendam que deveria chegar para o reembolso.
Esta foi a segunda vez que os islandeses decidiram se queriam ou não que dos seus bolsos saísse uma parte significativa do valor total das indenizações que o governo da Islândia se comprometeu a pagar a Londres e a Haia.
Há um ano, um outro acordo, ainda menos favorável, tinha sido rejeitado com uma esmagadora maioria (93 por cento): previa uma taxa de juro de 5,5 por cento e o pagamento em 15 anos. Em 2010, tal como em 2011, o acordo foi enviado para referendo pelo Presidente da República, Ólafujr Ragnar Grímsson.
O Icesave foi uma das instituições financeiras que faliram na sequência da crise financeira mundial que atingiu com especial dureza a Islândia, com cerca de 320 mil habitantes, provocando a queda da moeda e da economia do país.
Fonte: Agência Carta Maior
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