Mais uma vez estamos num ano eleitoral e às vezes o povo imagina que só assim as mudanças virão. No entanto sabemos que só a luta muda a vida, temos a necessidade de debater um projeto popular que vise a construção de uma sociedade fraterna e solidária. Sabemos que esse projeto não será obra de nenhum "salvador da pátria", até por que vimos que afirmar ser democrático e popular não é nenhuma garantia de ser de fato. Embora estejamos numa democracia, vemos uma crescente criminalização do movimento social e sindical combativo. Exemplo dessa política no estado de São Paulo foi o tratamento dado aos servidores públicos na educação e no judiciário durante seus movimentos grevistas.
E a cidade como vai?
Na cidade de São Paulo aumenta a criminalização da pobreza, a expulsão do povo da rua da região central, o desemprego, a falta de perspectiva da juventude pobre, sobretudo negra, que é duramente perseguida e muitas vezes exterminada em nossas periferias. Lembrando que esse quadro tende a agravar-se nos próximos anos com o ufanismo do “eu te amo meu Brasil” embalado por copa do mundo e olimpíadas. Outro ataque contra o povo foi a mudança de horário das feiras - livres imposta pela prefeitura, com a redução, que antes era das 5 às 15hs para 7hs30min às 13hs. Essa medida que a principio atinge os feirantes, prejudica muito os pobres, pois sabemos das chamadas ofertas de "fim de feira". Essa medida acaba beneficiando os grandes hipermercados que agora funcionam de domingo a domingo.
Reforma agrária e urbana!
Segundo dados do IBGE, nos últimos anos a concentração de terras aumentou. As propriedades com mais de 1000 hectares controlam 43% de todas as terras no Brasil (e em sua maioria tem sua produção voltada para a exportação: soja, cana, eucalipto; é o chamado agronegócio) e as propriedades com menos de 10 hectares tem apenas 2,7% das mesmas terras (embora estas se dediquem a produção de alimentos básicos através da agricultura familiar). Só para termos uma idéia, 1 hectare de terra equivale a mais ou menos um campo de futebol. Teremos em setembro a realização de mais um plebiscito popular, este sobre o limite da propriedade rural, já que, como vimos o Brasil é um dos países mais desiguais e injustos nesse sentido. Enquanto milhões de pessoas vivem em condições precárias, morando em favelas, cortiços e áreas de risco; temos só na cidade de São Paulo cerca de 500 mil imóveis fechados. Por isso também defendemos uma ampla reforma urbana.
Todos ao Grito dos Excluídos!
Sendo assim, mais uma vez no dia da proclamação da Independência, iremos dar nosso grito pela soberania nacional e contra a exclusão social, pela nação que queremos, uma nação que respeite e garanta o direito de todos e da natureza.
Vamos juntos construir um grande grito contra a exclusão social em São Paulo, o povo sofrido desta cidade tem muito o que denunciar e também anunciar a sociedade que queremos, com justiça e igualdade. Converse com seus amigos no bairro, na escola e no trabalho, convide - os a participar.
Assinaturas na ordem:Fórum das Pastorais Sociais e CEBS da Arquidiocese de São Paulo;
CSP CONLUTAS;
Intersindical;
MTST;
Uneafro;
Sefras / Justiça e Paz Integridade da Criação;
Romaria à Pé;
CIMI – SP;
JOC;
Fórum de Luta dos Trabalhadores Desempregados;]
Movimento Nacional da População de Rua;
Tribunal Popular;
Fórum das ONGS;
Padres Oblatos de Maria Imaculada.
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