domingo, 25 de março de 2012

Relatório aponta que cerca de 4,5 milhões de pessoas não têm acesso à água potável

 

 


Por Natasha Pitts -Jornalista da Adital


Cerca de 4,5 milhões de pessoas não têm acesso à água potável mesmo este bem sendo abundante na região por conta das chuvas e da quantidade de rios e lagos que alimentam os ecossistemas. É o que aponta o relatório realizado pelo Programa Estado da Nação (PEN) que se baseia em informações sobre a abundância de água na América Central e em contraponto à dificuldade de se ter acesso ao mineral potável. O trabalho foi apresentado ontem (22), Dia Internacional da Água.
Em 2000, 86,7% da população da América Central tinha acesso à água potável. Em 2008, este número passou para 91,6%. É na zona rural onde a população mais sofre com a escassez de água. Em El Salvador, Honduras e Nicarágua as diferenças de acesso entre as zonas rurais e urbanas apresentam um grande abismo.
A situação se configura assim pela concentração da população em algumas regiões, pela pouca quantidade de chuva e a falta de infraestrutura para o armazenamento, pelo aproveitamento ineficiente e pelos abusos e desperdícios de água.
Além destes problemas, o relatório aponta que a degradação da água se dá pela contaminação gerada pelos detritos domésticos, pelo uso exagerado de pesticidas e fertilizantes e em virtude da contaminação das zonas de recarga dos aquíferos devido à falta de planejamento urbano.
O desmatamento também é um fator que contribui negativamente. A limpeza de áreas verdes para atividades agrícolas, tráfico de madeiras ou geração de energia estão ajudando a construir um futuro com escassez de água. A América Central tem taxa de perda de bosques superior à taxa da América Latina e do mundo. Esta perda de bosques faz que os níveis de escoamento aumentem e gerem erosão, causando a perda de toneladas de solo cultivável.
"Uma dificuldade adicional é a intensificação das atividades produtivas. A América Central desestimulou a produção de grãos básicos e apoiou o cultivo de produtos de exportação como frutas, hortaliças, cana de açúcar e plantas ornamentais. Paralelo ao seu impacto sobre o emprego, o agronegócio tornou-se um dos principais utilizadores de água. O turismo também tem pressionado o consumo”, esclarece o relatório
A estes problemas ainda devem ser somados os efeitos das mudanças climáticas. A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), calcula que a demanda por água possa crescer até 300% no ano 2050.
Saneamento básico
Apesar dos problemas relacionados à água, mais pessoas estão tendo acesso a ela. O mesmo não aconteceu com os serviços de tratamento e saneamento da água e manejo dos recursos líquidos. Mais de 12 milhões de pessoas não têm acesso a serviço de saneamento básico. Segundo dados da Cepal, em 2008, as cifras da população com acesso a este serviço eram de 52% na Nicarágua, 69% no Panamá, 71% em Honduras e mais de 80% na Guatemala. Já El Salvador, Belize e Costa Rica apresentavam cifra acima de 95%.
Para contornar estes problemas, o relatório do PEN aponta para planejamento e governança adequados. Somente com a aplicação destas medidas é que a região vai poder atender o crescimento da população, de atividades e novas modalidades de trabalho e os padrões culturais relacionados à utilização da água.
Mais informações em: http://www.estadonacion.or.cr/

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