Por LuDiasBH
A preocupação dos povos comprometidos com os direitos humanos é de que, uma vez, aprovado o projeto de lei, que leva a pena de morte aos gays, possa haver um efeito dominó em toda a África.
Existem razões consistentes para essa preocupação, pois o continente africano detém o maior número de países com leis contra o homossexualismo, em todo o mundo. Num continente com 54 países, 36 deles proíbem relações entre indivíduos do mesmo sexo. O que corresponde a mais de 66%.
A pena de morte já está imposta em quatro deles:
Sudão – com 74,7% de islâmicos e 8,2 % de cristãos (protestantes e católicos).
Somália – com 98% de islâmicos e 0,1% de cristãos (protestantes e católicos)
Nigéria – com 50% de islâmicos e 40% de cristãos (protestantes e católicos)
Mauritânia – com 99, 5% de islâmicos e 0,2 % de católicos
Uganda, que conta com 78,3% de cristãos (protestantes e católicos) e 6,6% de islâmicos, mostra-nos uma verdade incontestável: o extremismo não é mais uma bandeira apenas dos países islâmicos, mas também da religião e seitas cristãs.
Uma denúncia extremamente séria foi feita pelo italiano Renato Sabbadi, secretário geral da ILGA (Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersex) ou AILGBTI. Segundo ele, Igrejas e seitas protestantes – inclusive americanas – estão por trás do projeto de lei em Uganda.
Ainda, segundo Renato Sabbadi, o movimento de intolerância visto em Uganda, parte de protestantes fundamentalistas. De modo que Ruanda, onde esses são maioria, será o próximo país a aprovar uma lei semelhante.
Já é perceptível a existência de uma movimentação em outros países africanos, contra os gays: o Quênia, onde várias conquistas homossexuais foram retiradas; a Tanzânia que lançou uma campanha contra o ativismo gay; a Etiópia, onde os líderes religiosos se colocaram contra o apoio aos direitos dos homossexuais.
O radicalismo está atingindo o máximo de sua ebulição, se levarmos em conta que Uganda já possui leis severas contra o homossexualismo, como a prisão perpétua. Se o caso for de ‘homossexualidade agravada‘, que inclui sexo com menor de idade, com pessoas portadoras de AIDS ou com pessoas deficientes a pena é a execução.
Sabemos que os direitos humanos nos países africanos não são respeitados. Imaginemos agora, o que acontecerá, com uma lei referendada pelo povo. Teremos, na verdade, uma caça às bruxas, totalmente legalizada. Aos que se arvoram na não ingerência nos direitos culturais de cada povo, para se omitirem, lembramos que não se trata de costumes culturais, mas de assassinatos a sangue frio, como aconteceu na malfadada Inquisição.
Em defesa, os ugandenses que apóiam o projeto de lei desumano, levantam as ideias de um pregador radical da Califórnia (EUA), de nome Scott Lively, que escreveu um livro dizendo que os gays tinham um acordo com o nazismo para dominarem o mundo. O que, na verdade, não passava de devaneios de uma mente insana.
Uma reportagem no New York Times (janeiro/2010), diz que “Uganda tem se tornado um ‘ímã’ para grupos evangélicos americanos. Algumas das personalidades mais importantes da cristandade passaram recentemente por ali, geralmente trazendo com eles mensagens anti-homossexuais".
Os defensores do projeto, também, alegam que estão protegendo a família, ao proibir qualquer tipo de relação entre pessoas do mesmo sexo. E, que, além disso, estão protegendo as crianças e os adolescentes de Uganda, que estão cada vez mais vulneráveis ao abuso sexual e desvios resultantes de tecnologias de informação livres de censura, trazendo transformações culturais, inclusive, permitindo que órfãos possam ser criados por casais homossexuais.
Segundo reportagens consultadas, muitas dessas leis anti-homossexuais são, na realidade, resquícios do período colonial. Principalmente nos países, que estiveram sob o domínio britânico e que usaram como modelo de código penal o código britânico do século XIX. É o caso de Uganda. Alguns países africanos, mesmo tendo se tornado independentes, não aboliram tais leis, que não mais vigoram no país de origem.
O que fica bem visível aos olhos do mundo é que os extremistas cristãos (protestantes fundamentalistas – principalmente os estadunidenses) estão, com o apoio dos extremistas islâmicos, querendo fazer na África, aquilo que não conseguiram levar avante no Ocidente, onde a política dos direitos humanos, apesar de ainda capenga, em muitos aspectos, se faz presente. Possuem como aliados a miséria e a ignorância do povo africano, onde a maioria é analfabeta.
Porém, fica evidente o trabalho da ala cristã, compostas por várias correntes protestantes e católicas, que se postam ao lado dos direitos humanos, colocando-se contra o projeto de lei ugandense, que vem sacudindo o mundo.
Como cristãos podem aceitar o assassinato como legítimo, uma vez que a vida é dom de Deus e somente Ele pode tirá-la é a indagação feita pelos cristãos não-fundamentalistas em todo o mundo. Tais cisões podem levar à criação de novas correntes religiosas, de modo a deixar o ecumenismo cada vez mais distante, o que é lamentável.
Uma forte reação internacional, inclusive, por parte de líderes religiosos dos mais diferentes credos (dentre eles, líderes protestantes progressistas de grandes Igrejas), criticando o projeto de lei, tem sido vista nas mais diferentes partes de nosso planeta. O presidente Barack Obama se declarou contra tal projeto, chamando-o de ODIOSO.
Nota: Os dados que mostram a porcentagem de fiéis nos respectivos credos, podem ter sofrido alteração, uma vez que a fonte pesquisada é bem anterior a 2010.
Se você ainda não assinou a petição contra esta lei, clique no link: http://www.avaaz.org/po/uganda_rights/?fr
Mais informações:
Obama classificou o texto de ‘odioso’
Pastor defende projeto de lei anti-homossexual de Uganda e diz que família precisa ser protegida
A preocupação dos povos comprometidos com os direitos humanos é de que, uma vez, aprovado o projeto de lei, que leva a pena de morte aos gays, possa haver um efeito dominó em toda a África.
Existem razões consistentes para essa preocupação, pois o continente africano detém o maior número de países com leis contra o homossexualismo, em todo o mundo. Num continente com 54 países, 36 deles proíbem relações entre indivíduos do mesmo sexo. O que corresponde a mais de 66%.
A pena de morte já está imposta em quatro deles:
Sudão – com 74,7% de islâmicos e 8,2 % de cristãos (protestantes e católicos).
Somália – com 98% de islâmicos e 0,1% de cristãos (protestantes e católicos)
Nigéria – com 50% de islâmicos e 40% de cristãos (protestantes e católicos)
Mauritânia – com 99, 5% de islâmicos e 0,2 % de católicos
Uganda, que conta com 78,3% de cristãos (protestantes e católicos) e 6,6% de islâmicos, mostra-nos uma verdade incontestável: o extremismo não é mais uma bandeira apenas dos países islâmicos, mas também da religião e seitas cristãs.
Uma denúncia extremamente séria foi feita pelo italiano Renato Sabbadi, secretário geral da ILGA (Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersex) ou AILGBTI. Segundo ele, Igrejas e seitas protestantes – inclusive americanas – estão por trás do projeto de lei em Uganda.
Ainda, segundo Renato Sabbadi, o movimento de intolerância visto em Uganda, parte de protestantes fundamentalistas. De modo que Ruanda, onde esses são maioria, será o próximo país a aprovar uma lei semelhante.
Já é perceptível a existência de uma movimentação em outros países africanos, contra os gays: o Quênia, onde várias conquistas homossexuais foram retiradas; a Tanzânia que lançou uma campanha contra o ativismo gay; a Etiópia, onde os líderes religiosos se colocaram contra o apoio aos direitos dos homossexuais.
O radicalismo está atingindo o máximo de sua ebulição, se levarmos em conta que Uganda já possui leis severas contra o homossexualismo, como a prisão perpétua. Se o caso for de ‘homossexualidade agravada‘, que inclui sexo com menor de idade, com pessoas portadoras de AIDS ou com pessoas deficientes a pena é a execução.
Sabemos que os direitos humanos nos países africanos não são respeitados. Imaginemos agora, o que acontecerá, com uma lei referendada pelo povo. Teremos, na verdade, uma caça às bruxas, totalmente legalizada. Aos que se arvoram na não ingerência nos direitos culturais de cada povo, para se omitirem, lembramos que não se trata de costumes culturais, mas de assassinatos a sangue frio, como aconteceu na malfadada Inquisição.
Em defesa, os ugandenses que apóiam o projeto de lei desumano, levantam as ideias de um pregador radical da Califórnia (EUA), de nome Scott Lively, que escreveu um livro dizendo que os gays tinham um acordo com o nazismo para dominarem o mundo. O que, na verdade, não passava de devaneios de uma mente insana.
Uma reportagem no New York Times (janeiro/2010), diz que “Uganda tem se tornado um ‘ímã’ para grupos evangélicos americanos. Algumas das personalidades mais importantes da cristandade passaram recentemente por ali, geralmente trazendo com eles mensagens anti-homossexuais".
Os defensores do projeto, também, alegam que estão protegendo a família, ao proibir qualquer tipo de relação entre pessoas do mesmo sexo. E, que, além disso, estão protegendo as crianças e os adolescentes de Uganda, que estão cada vez mais vulneráveis ao abuso sexual e desvios resultantes de tecnologias de informação livres de censura, trazendo transformações culturais, inclusive, permitindo que órfãos possam ser criados por casais homossexuais.
Segundo reportagens consultadas, muitas dessas leis anti-homossexuais são, na realidade, resquícios do período colonial. Principalmente nos países, que estiveram sob o domínio britânico e que usaram como modelo de código penal o código britânico do século XIX. É o caso de Uganda. Alguns países africanos, mesmo tendo se tornado independentes, não aboliram tais leis, que não mais vigoram no país de origem.
O que fica bem visível aos olhos do mundo é que os extremistas cristãos (protestantes fundamentalistas – principalmente os estadunidenses) estão, com o apoio dos extremistas islâmicos, querendo fazer na África, aquilo que não conseguiram levar avante no Ocidente, onde a política dos direitos humanos, apesar de ainda capenga, em muitos aspectos, se faz presente. Possuem como aliados a miséria e a ignorância do povo africano, onde a maioria é analfabeta.
Porém, fica evidente o trabalho da ala cristã, compostas por várias correntes protestantes e católicas, que se postam ao lado dos direitos humanos, colocando-se contra o projeto de lei ugandense, que vem sacudindo o mundo.
Como cristãos podem aceitar o assassinato como legítimo, uma vez que a vida é dom de Deus e somente Ele pode tirá-la é a indagação feita pelos cristãos não-fundamentalistas em todo o mundo. Tais cisões podem levar à criação de novas correntes religiosas, de modo a deixar o ecumenismo cada vez mais distante, o que é lamentável.
Uma forte reação internacional, inclusive, por parte de líderes religiosos dos mais diferentes credos (dentre eles, líderes protestantes progressistas de grandes Igrejas), criticando o projeto de lei, tem sido vista nas mais diferentes partes de nosso planeta. O presidente Barack Obama se declarou contra tal projeto, chamando-o de ODIOSO.
Nota: Os dados que mostram a porcentagem de fiéis nos respectivos credos, podem ter sofrido alteração, uma vez que a fonte pesquisada é bem anterior a 2010.
Se você ainda não assinou a petição contra esta lei, clique no link: http://www.avaaz.org/po/uganda_rights/?fr
Mais informações:
Obama classificou o texto de ‘odioso’
Pastor defende projeto de lei anti-homossexual de Uganda e diz que família precisa ser protegida
Professor
ResponderExcluirAgradeço a publicação de meu texto em seu blog.
Levar tal visão retrógrada e desumana ao maior número de pessoas é o compromisso de todos aqueles que lutam em defesa dos direitos humanos, para que tal projeto seja revertido.
Também deixo aqui o link para outro texto sobre o assunto:
Urgente: Uganda que aprovar pena de morte para Gays e prisão para Simpatizantes – LuDiasBH
Grande abraço e muito sucesso em seu blog, por sinal, um dos melhores que conheço.
Abraços,
lu