Mais uma vez, é ano eleitoral. Ano de muitas obras feitas a toque de caixa; de campanhas publicitárias multimilionárias; de candidaturas financiadas das maneiras mais podres; de acordos, lobbys e conchavos de todo tipo. A lama que todos conhecemos bem.
Na propaganda eleitoral, que haja estômago pra assistir, toda hora se fala na população pobre, promete-se não sei quantos bilhões de reais pra moradia, outros tantos pra saúde, mais uma bolada pra educação; fala-se em oferecer creche para todo mundo que precisa, em aumentos de renda, em um novo e maravilhoso futuro que se ergue no horizonte. Mas quantas vezes não ouvimos esse bando de promessa e falação? E quem de nós realmente consegue se enxergar nessas propagandas? Que candidato de fato está mostrando e falando sobre a realidade da periferia, naquilo que nela há de bom e de ruim? A resposta é fácil: nenhum. A periferia e a população pobre de maneira geral não têm vez, como sempre.
Fora da televisão, vejamos como as eleições interferem no dia-a-dia, de quem está do lado de cá. Bom, para alguns, elas são uma oportunidade de ganhar uns trocados, levantar um dinheirinho pra pagar as dívidas, comprar algo que está faltando em casa. Para outros, muito poucos, elas fazem parte de um esforço honesto de defender um projeto político no qual se acredita, e que normalmente não tem espaço. Outros ainda vêem nelas uma chance de ganharem uma cesta básica, ou algo assim. Para a grande maioria, as eleições não passam de uma encheção de paciência, já que ano eleitoral vem, e um monte de picareta aparece prometendo um monte de coisa, ano eleitoral vai, e nada acontece.
Agora, vejamos o lado deles, dos políticos e dos seus comparsas endinheirados. Para eles, ano eleitoral é sempre muito agitado: eles têm que renovar os acordos com seus comparsas da política e do grande empresariado que financia as campanhas. É em benefício deles e de si próprios que eles vão agir, caso eleitos. Uma parte do dinheiro levantado vai pra suas contas bancárias, outra é usada para propaganda, para dar uma merrequinha às pessoas que vão agitar bandeiras, pregar cartazes e entregar santinhos, e para comprar algumas lideranças comunitárias, que se tornam lacaios de políticos, ou seja, inimigos do povo.
Mas o que esses políticos de fato estão fazendo quando ficamos largados numa maca num corredor do Hospital do Grajaú, correndo o risco de morrer sem nem mesmo receber atendimento? Ou quando fecham uma boa parte das poucas creches públicas que temos na região? Ou quando ficamos horas e horas parados no Trânsito da Belmira Marin? Ou quando despejam centenas de famílias em troca de um cheque-despejo disfarçado de bolsa-aluguel? A resposta a essas perguntas também é fácil: enchendo os bolsos de dinheiro, junto com seus comparsas.
Nesse jogo de cartas marcadas, onde quem é honesto é quase sempre marginalizado, em cada eleição ficamos entre a escolha do ruim ou do menos pior, sabendo que essa escolha na verdade não decide nada, que eleição é decidida pela grana, pela propaganda, por quem tem mais controle sobre os órgãos do Estado, por quem tá junto com o grupo de empresários mais rico e influente.
É por tudo isso que, independentemente de haver gente honesta e combativa em um ou outro partido, acreditamos que a transformação da nossa realidade não vai passar pela via eleitoral; que nossa atuação não deve se dar dentro do Estado, mas contra o Estado. As eleições e o Estado são campos das elites, que estão em guerra contra nós. Diante disso, cabe a nós nos unirmos e nos organizarmos para lutarmos nessa guerra, não por amor a ela, mas para pôr fim às guerras, com a criação de um mundo onde não mais existam elites e suas várias formas de opressão.
Em outras palavras, é precisa continuar a lutar pela nossa dignidade, e isso só pode ser feito por nós mesmos. É preciso fazer política sem ser conivente com a farsa eleitoral. É preciso fazer política criando um poder que é do povo e para o povo.
Na propaganda eleitoral, que haja estômago pra assistir, toda hora se fala na população pobre, promete-se não sei quantos bilhões de reais pra moradia, outros tantos pra saúde, mais uma bolada pra educação; fala-se em oferecer creche para todo mundo que precisa, em aumentos de renda, em um novo e maravilhoso futuro que se ergue no horizonte. Mas quantas vezes não ouvimos esse bando de promessa e falação? E quem de nós realmente consegue se enxergar nessas propagandas? Que candidato de fato está mostrando e falando sobre a realidade da periferia, naquilo que nela há de bom e de ruim? A resposta é fácil: nenhum. A periferia e a população pobre de maneira geral não têm vez, como sempre.
Fora da televisão, vejamos como as eleições interferem no dia-a-dia, de quem está do lado de cá. Bom, para alguns, elas são uma oportunidade de ganhar uns trocados, levantar um dinheirinho pra pagar as dívidas, comprar algo que está faltando em casa. Para outros, muito poucos, elas fazem parte de um esforço honesto de defender um projeto político no qual se acredita, e que normalmente não tem espaço. Outros ainda vêem nelas uma chance de ganharem uma cesta básica, ou algo assim. Para a grande maioria, as eleições não passam de uma encheção de paciência, já que ano eleitoral vem, e um monte de picareta aparece prometendo um monte de coisa, ano eleitoral vai, e nada acontece.
Agora, vejamos o lado deles, dos políticos e dos seus comparsas endinheirados. Para eles, ano eleitoral é sempre muito agitado: eles têm que renovar os acordos com seus comparsas da política e do grande empresariado que financia as campanhas. É em benefício deles e de si próprios que eles vão agir, caso eleitos. Uma parte do dinheiro levantado vai pra suas contas bancárias, outra é usada para propaganda, para dar uma merrequinha às pessoas que vão agitar bandeiras, pregar cartazes e entregar santinhos, e para comprar algumas lideranças comunitárias, que se tornam lacaios de políticos, ou seja, inimigos do povo.
Mas o que esses políticos de fato estão fazendo quando ficamos largados numa maca num corredor do Hospital do Grajaú, correndo o risco de morrer sem nem mesmo receber atendimento? Ou quando fecham uma boa parte das poucas creches públicas que temos na região? Ou quando ficamos horas e horas parados no Trânsito da Belmira Marin? Ou quando despejam centenas de famílias em troca de um cheque-despejo disfarçado de bolsa-aluguel? A resposta a essas perguntas também é fácil: enchendo os bolsos de dinheiro, junto com seus comparsas.
Nesse jogo de cartas marcadas, onde quem é honesto é quase sempre marginalizado, em cada eleição ficamos entre a escolha do ruim ou do menos pior, sabendo que essa escolha na verdade não decide nada, que eleição é decidida pela grana, pela propaganda, por quem tem mais controle sobre os órgãos do Estado, por quem tá junto com o grupo de empresários mais rico e influente.
É por tudo isso que, independentemente de haver gente honesta e combativa em um ou outro partido, acreditamos que a transformação da nossa realidade não vai passar pela via eleitoral; que nossa atuação não deve se dar dentro do Estado, mas contra o Estado. As eleições e o Estado são campos das elites, que estão em guerra contra nós. Diante disso, cabe a nós nos unirmos e nos organizarmos para lutarmos nessa guerra, não por amor a ela, mas para pôr fim às guerras, com a criação de um mundo onde não mais existam elites e suas várias formas de opressão.
Em outras palavras, é precisa continuar a lutar pela nossa dignidade, e isso só pode ser feito por nós mesmos. É preciso fazer política sem ser conivente com a farsa eleitoral. É preciso fazer política criando um poder que é do povo e para o povo.
Por membros da Rede Extremo Sul
Texto originalmente publicado no Balaio Grajaú- Edição Especial Eleições.
Fonte: http://redeextremosul.wordpress.com/2010/10/04/eleicoes-2010/
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