As doenças
transmitidas de animais para seres humanos estão em ascensão e pioram à medida
que habitats selvagens
são destruídos pela atividade humana. Cientistas sugerem que habitats degradados podem
incitar processos
evolutivos mais rápidos e diversificar doenças, já que os
patógenos se espalham facilmente para rebanhos e seres humanos.
Segundo a OMS, os
morcegos são os mais prováveis transmissores do COVID-19. Porém, também é
possível que o vírus tenha sido transmitido aos seres humanos a partir de outro
hospedeiro intermediário, seja um animal doméstico ou selvagem.
Os coronavírus são zoonóticos, o que significa que são
transmitidos de animais para pessoas. Estudos anteriores constataram que a
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, em inglês) foi transmitida de gatos
domésticos para seres humanos, enquanto a Síndrome Respiratória do Oriente
Médio passou de dromedários para humanos.
"Portanto, como
regra geral, o consumo de produtos de origem animal crua ou mal cozida deve ser
evitado. Carne crua, leite fresco ou órgãos de animais crus devem ser
manuseados com cuidado para evitar a contaminação cruzada com alimentos não
cozidos ", comunicou a Organização Mundial da Saúde.
"Os seres humanos
e a natureza fazem parte de um sistema interconectado. A natureza fornece
comida, remédios, água, ar e muitos outros benefícios que permitem às pessoas
prosperarem", disse Doreen Robinson, chefe para a Vida Selvagem no
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
O
relatório
Fronteiras
2016 sobre questões emergentes de preocupação ambiental (Frontiers 2016 Report on Emerging
Issues of Environment Concern, em inglês) do PNUMA mostra que as zoonoses
ameaçam o desenvolvimento econômico, o bem-estar animal e humano e a
integridade do ecossistema. Nos últimos anos, várias doenças zoonóticas
emergentes foram manchetes no mundo por causarem ou ameaçarem causar grandes
pandemias, como o Ebola, a gripe aviária, a febre do Vale do Rift, a febre do
Nilo Ocidental e o Zika Vírus.
Segundo esse relatório,
nas últimas duas décadas, as doenças emergentes tiveram custos diretos de mais
de US$ 100 bilhões de dólares, com esse número podendo saltar para vários
trilhões de dólares caso os surtos tivessem se tornado pandemias humanas.
Do ponto de vista da
comunidade ambiental, para impedir o surgimento de zoonoses é fundamental
endereçar as ameaças múltiplas e frequentemente interativas aos ecossistemas e
à vida selvagem, incluindo redução e fragmentação de habitats,
comércio ilegal, poluição, espécies invasoras e, cada vez mais, mudanças
climáticas.
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