terça-feira, 28 de agosto de 2018

Grandes Navegações




O que foi a Era das Grandes Navegações, resumo, história dos descobrimentos marítimos, viagens, pioneirismo de Portugal, consequências contexto histórico





Durante os séculos XV e XVI, os europeus, principalmente portugueses e espanhóis, lançaram-se nos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico com dois objetivos principais: descobrir uma nova rota marítima para as Índias e encontrar novas terras. Este período ficou conhecido como a Era das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos.

Os objetivos principais

No século XV, os países europeus que quisessem comprar especiarias (pimenta, açafrão, gengibre, canela e outros temperos), tinham que recorrer aos comerciantes de Veneza ou Gênova, que possuíam o monopólio destes produtos. Com acesso aos mercados orientais - Índia era o principal - os burgueses italianos cobravam preços exorbitantes pelas especiarias do oriente. O canal de comunicação e transporte de mercadorias vindas do oriente era o Mar Mediterrâneo, que era dominado pelos italianos. Encontrar um novo caminho para as Índias era uma tarefa difícil, porém muito desejada. Portugal e Espanha desejavam muito ter acesso direto às fontes orientais, para poderem também lucrar com este interessante comércio.

Outro fator importante, que estimulou as navegações nessa época, era a necessidade dos europeus de conquistarem novas terras. Eles queriam isso para poder obter matérias-primas, metais preciosos e produtos não encontrados na Europa. Até mesmo a Igreja Católica estava interessada neste empreendimento, pois, significaria novos fiéis.

Os reis também estavam interessados, tanto que financiaram grande parte dos empreendimentos marítimos, pois com o aumento do comércio, poderiam também aumentar a arrecadação de impostos para os seus reinos. Mais dinheiro significaria mais poder para os reis absolutistas da época (saiba mais em absolutismo e mercantilismo).

Pioneirismo português




Portugal foi o pioneiro nas navegações dos séculos XV e XVI, devido a uma série de condições encontradas neste país ibérico. A grande experiência em navegações, principalmente da pesca de bacalhau, ajudou muito Portugal. As caravelas, principal meio de transporte marítimo e comercial do período, eram desenvolvidas com qualidade superior à de outras nações. Portugal contou com uma quantidade significativa de investimentos de capital vindos da burguesia e também da nobreza, interessadas nos lucros que este negócio poderia gerar. Neste país também houve a preocupação com os estudos náuticos, pois, os portugueses chegaram a criar até mesmo um centro de estudos: A Escola de Sagres.

Planejamento das Navegações

Navegar nos séculos XV e XVI era uma tarefa muito arriscada, principalmente quando se tratava de mares desconhecidos. Era muito comum o medo gerado pela falta de conhecimento e pela imaginação da época. Muitos acreditavam que o mar pudesse ser habitado por monstros, enquanto outros tinham uma visão da terra como algo plano e, portanto, ao navegar para o "fim" a caravela poderia cair num grande abismo.

Dentro deste contexto, planejar a viagem era de extrema importância. Os europeus contavam com alguns instrumentos de navegação como, por exemplo: a bússola, o astrolábio e a balestilha. Estes dois últimos utilizavam a localização dos astros como pontos de referência.

Também era necessário utilizar um meio de transporte rápido e resistente. As caravelas cumpriam tais objetivos, embora ocorressem naufrágios e acidentes. As caravelas eram capazes de transportar grandes quantidades de mercadorias e homens. Numa navegação participavam marinheiros, soldados, padres, ajudantes, médicos e até mesmo um escrivão para anotar tudo o que acontecia durante as viagens.

Navegações portuguesas e os descobrimentos

A expansão marítima portuguesa teve início em 1415, com a conquista de Ceuta, localizada no norte do continente africano.

No ano de 1498, Portugal realizou uma das mais importantes navegações: a chegada das caravelas, comandadas por Vasco da Gama às Índias. Navegando ao redor do continente africano, Vasco da Gama chegou à Calicute e pôde desfrutar de todos os benefícios do comércio direto com o oriente. Ao retornar para Portugal, as caravelas portuguesas, carregadas de especiarias, renderam lucros fabulosos aos lusitanos.

Outro importante feito, foi a chegada das caravelas de Cabral ao litoral brasileiro, em abril de 1500. Após fazer um reconhecimento da terra "descoberta", Cabral continuou o percurso em direção às Índias.

Em função destes acontecimentos, Portugal tornou-se a principal potência econômica da época.

Navegações Espanholas


A Espanha também se destacou nas conquistas marítimas deste período, tornando-se, ao lado de Portugal, uma grande potência. Enquanto os portugueses navegaram para as Índias contornando a África, os espanhóis optaram por outro caminho. O genovês Cristóvão Colombo, financiado pela Espanha, pretendia chegar às Índias, navegando na direção oeste. Em 1492, as caravelas espanholas partiram rumo ao oriente navegando pelo Oceano Atlântico. Colombo tinha o conhecimento de que nosso planeta era redondo, porém, desconhecia a existência do continente americano. Chegou em 12 de outubro de 1492 nas ilhas da América Central, sem saber que tinha atingido um novo continente. Foi somente anos mais tarde, que o navegador Américo Vespúcio identificou aquelas terras como sendo um continente ainda não conhecido pelos europeus. Em contato com os índios da América (maias, incas e astecas), os espanhóis começaram um processo de exploração destes povos, pois estavam interessados na grande quantidade de ouro. Além de retirar as riquezas dos indígenas americanos, os espanhóis destruíram suas culturas.


Mapa da Era das Grandes Navegações e Descobrimentos (ano 1570)

Artigo publicado em: 15/08/04 / Última revisão: 13/08/18
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Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
Fonte: https://www.suapesquisa.com

O Campo Magnético da Terra e as Bússolas

sábado, 25 de agosto de 2018

Relógio de Sol no Mundo

Stretching gracefully across the Sacramento River in Redding, CA is this glass bottomed bridge opened in 2004. It is suspended by cables from the white tower structure. The tower is on the north shore of the river and is the gnomon of a sundial. The river is important for salmon spawning and by law is not to be disturbed by the structure. This work of art is by Spanish architect and engineer Santiago Calatrava. Read more about the designer and the bridge at this link. Visit this Google Maps view showing the north-south orientation of the structure.
A simple and traditional design of a sundial involves a horizontal plate with a gnomon pointing toward the north star. In this version, the gnomon is a triangular shape. That makes no difference. It just needs to cast a shadow.
School children have made sundials for generations. The lessons use a wide variety of materials and styles. They all work. With a little care, tape, staples, scissors, paper, and glue, a functional sundial can be made such as this one. Here are directions if you want to try making one similar to this yourself.
I did some Googling around and collected some other interesting and unique examples of sundials around the world. I learned some local history along the way which I have added to the pictures. Join me below for the tour. It won’t take much of your time.

By the way, does anyone know what time it is?

 This 13 foot sundial is at the Adler Planetarium on the Chicago lakefront. It is by Henry Moore and was erected in 1980. It is called Man Enters the Cosmos. I like the Chicago skyline in the background. It is one of my favorite places in the city.
☼ Farther north in Canada we find this sundial. A person must be standing in place to provide the gnomon for the it to function. It is part of the Keppel Croft Gardens in Grey County, Ontario. There are some additional pictures and notes by the builder Steve Irvine at this link.
☼ Next, we travel to the Forbidden City in China. For scale, notice the people standing nearby. Here is a link to a larger image with a more comprehensive view of the sundial and its mount.
This sundial dates from the Ming Dynasty (1368-1644). It is located in front of the Hall of Supreme Harmony as a symbol that the Emperor was the source of the standards of time. Timekeeping is an important government function in any culture.
☼ San Francisco is the home to this sundial at Ingleside Terraces on Entrada Court. The gnomon is over 28 feet long. It was dedicated October 10, 1913. The Panama Canal ‘meeting of the waters‘ was also on that date. That is when a detonation allowed the Pacific and Atlantic waters to meet. The first official transit of the canal was on August 15, 1914.
☼ Sundials are not always large outdoor objects. This is a pocket sundial and compass from 1673. It resides in the Morristown National Historic Park. Made in France, the back is inscribed with ‘Roch blondeaux Paris 1673.’ Dimensions are 5.1 x 4.1 cm, about half the size of this image. It is made of silver and glass.
☼ Now for a sundial with a goal of precision and accuracy of 30 seconds. Made by Hoffmann Albin, Belgium. This link gives you all the details if you are interested in having one custom made. It is stainless steel, 30 cm in diameter, and delivered in 6 weeks. Price is just over $2000.
☼ This sundial is wall mounted on the side of the church at Eyam – the Derbyshire Plague Village. Follow the link for more about the plague and its effect on the village in 1665-1666. Eyam lost 260 lives out of a population of around 800 in fourteen months after deciding to quarantine the village to spare others. There is also a 10 min video of their story. The inscription on a plate below reads 1775.
☼ Last is this interesting sundial using water refraction as the gnomon. It needs to be adjusted as the sun progresses north and south through the seasons. Plus, it won’t work well in freezing climates without a healthy dose of anti-freeze.

Fonte: https://jarphys.wordpress.com

RELÓGIO DE SOL COM GARRAFA PET





Introdução: Como você sabe, o Sol é a estrela da qual depende toda a vida na Terra e ele, felizmente, tem um comportamento extremamente regular em sua aparente trajetória diária no céu. Usaremos esta regularidade para construirmos um relógio de sol. Vamos orientá-lo para que construa um relógio, cujas horas serão lidas pela sombra de um barbante esticado dentro de uma garrafa PET ao redor da qual estão marcadas as horas.

Teoria: Você sabe que aparentemente o Sol gira ao redor da Terra e que gasta 24 horas para dar uma volta completa. Num círculo temos 360 graus, logo, dividindo 360 graus por 24 horas obtemos 15 graus para cada hora. Ou seja, o Sol “gira” 15 graus em cada hora ao redor da Terra. Nosso relógio será bem simples, pois terá só um ponteiro (o barbante dentro da garrafa) e somente as linhas das horas inteiras, ou seja, ele não vai marcar minutos e segundos.

A construção do relógio de Sol usando garrafa PET.

1. Providencie uma garrafa de refrigerante transparente e de paredes retas (cilíndrica) (a da coca-cola, apesar das curvas tem um pedaço que é reto (cilíndrica), então, também serve). Retire o rótulo (prefira garrafa que tenha pouca cola no rótulo).
2. Meça o comprimento da “cintura” da garrafa (na parte reta (cilíndrica), fora de curvas). Coloque uma tira de papel (ou de barbante) ao redor dela e depois com a régua meça o comprimento da tira de papel (ou do barbante). Digamos que este comprimento tenha sido de L milímetros.
3. Em seguida vamos fazer o mostrador das horas. Divida o comprimento L por 24 (afinal o dia tem 24 horas), e vamos chamar de H à razão L/24, ou seja, H = L / 24. Numa folha de papel sem linhas, trace 13 linhas (não muito fininhas) paralelas, separadas pela distância H. O comprimento pode ser de 10 ou mais centímetros, pois não importa. Sobre cada reta escreve as horas de 18 horas (à esquerda) até as 6 horas à direita. Veja a figura 1.


4. Recorte o papel bem próximo das linhas das 6 e 18 horas e fixe-o com pequenos pedaços de durex sobre a parede da garrafa PET, de forma que as linhas fiquem ao longo do comprimento da garrafa. Veja figura 2.

Figura 2 

5. Agora a parte mais difícil. Deve ser feito por um adulto. Com a ponta de uma tesoura de ponta fina, fazendo movimento de rotação num sentido e no outro, faça um furo bem no centro do fundo da garrafa e outro no centro da tampa. Outra opção é: segurando com um alicate, ou tesoura de metal ou pano grosso, um prego, aqueça-o numa chama e encoste-o no fundo da garrafa, a qual será furada com extrema facilidade pelo prego quente.
6. Em seguida passe um barbante não muito fino pelo fundo da garrafa e pelo furo da tampinha. Dê vários nós (um sobre o outro) na ponta do barbante que está no fundo da garrafa, para que possamos esticar o barbante dentro dela. Amarre a outra ponta na tampinha de forma que o barbante fique esticado dentro da garrafa, sem fazer “barriga” se ela for colocada deitada. Veja a figura 2.

7. A parte mais fácil: descobrir a LATITUDE da sua cidade (dica: pergunte à sua professora de geografia, ou consulte: http://www.apolo11.com/latlon.php ou http://www.aondefica.com/lat_3_.asp )
8. Recorte do transferidor (figura 3), um triângulo que tenha a abertura exata da LATITUDE da sua cidade (começando pelo zero, claro) e cole-o sobre um papelão grosso de mesmo tamanho, claro.


9. Recorte um retângulo de papelão com a largura e comprimento similar ao da própria garrafa PET que está usando. Faça um traço no centro do papelão ao longo do seu comprimento, de ambos os lados dele. Cuidadosamente cole o centro deste papelão sobre o primeiro, tal como mostra a figura 4.


10. Coloque a garrafa já montada de forma que a linha das 12 horas fique sobre o traço desenhado no centro do papelão retangular. Está pronto o seu relógio de sol (Figura 5)! Parabéns! Agora é só saber ORIENTÁ-LO para que a sombra do barbante projete sobre as “linhas das horas” a hora solar verdadeira, a qual pode ser bem “próxima” da
hora do seu relógio de pulso, dependendo de sua longitude e época do ano.



Observação: Claro que o relógio de sol só funciona sob o Sol e numa certa direção privilegiada. Qual direção? O relógio de sol tem que ficar com sua base sobre a linha NORTE-SUL. Assim o barbante fica apontando (sua parte mais alta) para o PÓLO CELESTE SUL, se você mora no hemisfério Sul e apontando para o PÓLO CELESTE NORTE, se você mora naquele hemisfério. A questão, então, é como determinar a direção Norte-Sul, certo? Veja os métodos abaixo:

Métodos de determinação da direção Norte-Sul:
Método 1 : É a direção na qual a sombra (sobre um local plano) de um poste, ou a sua própria sombra é a MENOR DO DIA. Parece o método mais fácil, mas é o mais impreciso. Tente fazer e descobrirá.


Método 2: fique você mesmo de pé, imóvel, sob o Sol, de manhã, num lugar plano. Peça para seu colega fazer no chão um risco indo do meio dos seus pés até o final da sua sombra. Peça para ele também contornar os seus pés com um giz para você saber onde
pisar à tarde, pois à tarde você precisa ficar no mesmo lugar até que a sua sombra da tarde fique do MESMO COMPRIMENTO que a sombra da manhã. A direção Norte-Sul estará exatamente no meio das duas sombras.

Método 3: Quase igual ao anterior, mas você finca uma vareta (também pode ser o seu lápis (como ilustra a figura acima) ou pendura um limão na ponta de um barbante e usa a sombra do barbante) num local plano, sob o Sol. Lá pelas 10 horas faça um círculo no chão, com raio igual à sombra do seu lápis (ou do fio vertical). Veja a figura acima.
À tarde coloque o lápis no mesmo lugar e veja quando a sombra fica do mesmo tamanho daquela da manhã, ou seja, ela vai encostar-se ao círculo novamente. A direção Norte-Sul é a linha que passa bem no meio das duas sombras. Veja a figura acima!
Método 4: Use uma bússola, mas NÃO recomendamos, pois a bússola aponta para o norte magnético, o qual difere do geográfico e em alguns lugares difere muito!

Fonte: www.oba.org.br

Independência sem abolição: O medo branco de uma insurreição negra no Brasil



O Estado brasileiro nasceu oficialmente com a proclamação da independência em 1822. Na América Latina, o Brasil foi o único país a ficar independente mantendo a escravidão, numa trama que envolveu as classes dominantes do Brasil (colônia), de Portugal (metrópole) e da Inglaterra.
No entanto, os interesses dessa tríade nem sempre foram os mesmos, o medo sim! A notícia de que uma insurreição negra ocorrida no Haiti entre 1791 e 1804 havia não somente acabado com escravidão, mas eliminado fisicamente os senhores brancos, se espalhava pelo mundo e atemorizava as elites. O Brasil, por sua vez, era a colônia mais negra do mundo.
Revolução haitiana
Nessa época, os senhores controlavam os meios de produção e os escravos, mas não o “filé mignon” das riquezas produzidas. A empresa colonial foi montada sob a dominação da burguesia mercantil portuguesa como forma de garantir a rapinagem de tudo o que era produzido. Os senhores de escravos precisavam se livrar dessa incômoda situação.
É verdade que eles acumulavam riquezas, mas nada comparável à acumulação de capitais que ocorria na Europa às custas da escravidão nas colônias. Como lembrou o observador Sierra y Mariscal, “o senhorio de engenho trabalha incessantemente para terceiros e não para si”. De fato, nossa elite era uma classe serviçal da dominação metropolitana. Nos seus olhos brilhava o desejo de se livrar da dominação política de Portugal para garantir sua liberdade econômica (liberalismo), mas na sua memória rondava o espectro da revolução negra do Haiti.
Porém, as leis da história são mais poderosas do que as vontades humanas. O capitalismo europeu se industrializava. As forças produtivas deveriam ser destravadas. Independência e abolição deveriam ocorrer como subprodutos das revoluções burguesas europeias. A Inglaterra exigia que o trabalho fosse livre e a elite colonial exigia que o comércio livre fosse. Os ingleses queriam ter liberdade para importar matéria-prima para alimentar suas indústrias e exportar produtos industrializados, a elite colonial queria ter liberdade para negociar seus produtos primários no mercado mundial em condições melhores. O monopólio comercial precisava ser quebrado, revoluções políticas deveriam acontecer para ajustar a superestrutura política à estrutura econômica. No Brasil, porém, a história foi regida por outras leis.
Para conquistar a independência política, os senhores de escravos teriam que abrir fogo contra Portugal, mas para isso precisariam mobilizar uma base social poderosa. Não havia outra, a não ser os escravos. A experiências nas Conspirações do século XVIII (Mineira em 1789; Baiana em 1798) e a Insurreição Pernambucana de 1817, todas elas sufocadas, mostrou para essa elite brasileira que sem escravos armados a derrota seria certa.
A guerra de independência das colônias inglesas (1776-1783), que deu origem ao Estados Unidos, servia como exemplo para os propósitos desses senhores, já que por lá a independência foi conquistada preservando a escravidão.  Porém, cabe lembrar que apenas 10% da população era escrava nas 13 colônias inglesas onde a guerra anticolonial foi conduzida por uma burguesia manufatureira do norte em aliança pontual com os escravos do Sul. No Brasil, sequer havia parque manufatureiro expressivo. O fim da escravidão por aqui significaria a ruína econômica da elite escravista. Como disse o Jesuíta Antonil “os escravos eram as mãos e os pés dos senhores de engenho”.  Mais da metade da nossa população era escrava. Também uma revolução escrava no Brasil aos moldes da ocorrida no Haiti implicaria na expropriação das terras da classe dominante. Com isso, perderia os senhores de escravos, perderia o capitalismo europeu.
Então, como levar a cabo uma revolução política com batalhões de escravos sem que as estes fossem garantida a emancipação? Como fazer isso, sem que a revolução política não se transfigurasse em uma revolução social sob o controle dos escravos? Não por acaso, por toda a colônia haviam leis que proibiam aos escravos portar armas. Para Décio Freitas (1983), “um escravo armado seria um ex-escravo”.
Uma independência feita por cima para não perder o controle por baixo
No entanto, em 1820 estourou em Portugal a Revolução Liberal do Porto, que pretendia estabelecer uma nova Constituição que limitasse o poder da monarquia.  A burguesia portuguesa exigiu o imediato retorno D. João VI para Lisboa, ao mesmo tempo que pretendia recolonizar o Brasil. Para os senhores de escravos isso seria um retrocesso.No contexto das guerras burguesas, Napoleão havia invadido Portugal (1807-1808). Os heróis da nossa burguesia fugiram para o Brasil em 1808 sob a escolta da marinha inglesa. Botando o pé no Brasil, logo tomaram algumas medidas como a abertura dos portos às nações amigas. A Inglaterra foi o país mais privilegiado com essas medidas. A abertura dos portos significava o afrouxamento da dominação metropolitana, ao mesmo tempo em que Portugal e o Brasil ficavam cada vez mais dependentes militar e economicamente da Inglaterra.
O quadro que se desenhava era da eclosão de uma guerra de independência envolvendo Brasil e Portugal. Porém, o Haiti e o quilombo de Palmares refrescavam a memória dessa gente. Ambas ocorreram em contextos de divisões ocorridas no interior das classes dominantes. A Inglaterra era testemunha viva da revolução negra do Haiti. O cônsul inglês Chamberlain alertava que no Brasil havia “perigo para toda a população branca”. Palmares, que cresceu nas brechas da invasão holandesa no Brasil (1624-37) não era apenas uma lembrança amarga na memória das classes dominantes, como também uma experiência viva na consciência dos escravos.
A independência, então, deveria ser “ordeira”, nas palavras temerosas de José Bonifácio, feita “por cima” para evitar insurreições dos “de baixo”. O resultado foi que D. Pedro I, um português da dinastia dos Bragança, foi entronado no Brasil. Nosso país se livrara da dominação portuguesa coroando um imperador português. Nada mais cômico!
Para que Portugal reconhecesse a independência do Brasil, nossa elite assumiu uma dívida de 2 milhões de libras esterlinas que a antiga metrópole havia contraído com a Inglaterra. Nada mais trágico!
Depois do 7 de setembro de 1822, o Brasil manteria a escravidão por mais 66 anos. O Estado brasileiro nascia assim mantendo internamente o regime de trabalho escravo e externamente submetido à dominação da Inglaterra. Foi uma independência feita pelos senhores de escravos para os senhores de escravos. Foi uma independência inconclusa.
Diferente das guerras de independência nas colônias espanholas que libertaram os escravos e deram origem a 18 novos Estados, a unidade territorial do Brasil como um país-continente teve que ser mantida. O desejo dos senhores de escravos era também criar vários Estados, vários brasis, já que cada província tinha interesses econômicos específicos que se chocava com um poder central estabelecido no Rio de Janeiro. No entanto, a unidade da classe dominante, a territorial, e o poder central foi mantida, por que mantida estava a escravidão. Ou seja, para debelar possíveis insurreições escravas seria necessário manter um poder estatal altamente concentrado de norte a sul da ex-colônia, e assim foi feito. Mantida a escravidão, mantido a unidade territorial, mantida a repressão.
No Período Regencial (1830-40) o nascente Estado sufocou inúmeras insurreições de negras e populares, como a Balaiada no Maranhão (188-41) e a Cabanagem no Pará (1835-40). A Guarda Nacional comandada por Duque de Caxias, foi a grande responsável pelo esmagamento e assim nascia o Estado brasileiro: escravista, excludente, endividado e genocida.
Revolta da Cabanagem no Pará
A herança escravista que não passou

Passados 195 anos da independência do Brasil, podemos tirar algumas conclusões. O genocídio da juventude negra é uma amostra de que o Estado brasileiro continua sendo um carrasco sem máscara do povo negro.  As reformas que Temer e o Congresso querem aprovar é também uma prova de que a burguesia brasileira e seus governos não conseguem esconder seus instintos escravagistas. O deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT), presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, quer aprovar projeto de lei que visa legalizar o trabalho escravo no campo.
Durante o governo de Frente Popular (PT/ PMDB), que converteu nossa dívida externa em dívida pública, quase metade de todo o orçamento público era transferido todo ano para meia dúzia de banqueiros. Com Temer segue a farra do dinheiro público.
Mesmo as demandas minimamente democráticas do povo negro como o acesso à terra, a educação, ao emprego e a moradia, são tratados como caso de polícia, seja pela direita seja por partidos ditos de esquerda como o PT. Isso implica dizer, no atual contexto de decomposição do capitalismo e de suas instituições, que essas demandas do proletariado negro e de sua juventude, ou seja, as suas reparações historicamente pendentes, só poderão ser realizadas com a construção dos conselhos populares e a tomada do poder pelos operários e o povo pobre de maneira geral.Em 2004, o governo Lula resolveu reeditar a famigerada Guarda Nacional, criando a Força Nacional de Segurança Pública, que atualmente o governo Temer aciona para reprimir as manifestações e ocupar morros e favelas.  As PM’s todos os dias aterrorizam as periferias com aval legal do Estado. O Haiti, símbolo mais importante de resistência negra no mundo, foi invadido em 2004 pelas tropas da ONU liderada pelo Brasil de Lula a mando dos Estados Unidos de Bush.
Como política reparatória por tudo isso, exigimos:
-Suspensão do pagamento da dívida pública
-Reforma agrária sobre o controle dos trabalhadores
-Titulação das terras de remanescentes de quilombolas
-Demarcação das terras indígenas
-Expropriação de todas as terras que foram ou ainda são fazendas de trabalho escravo! Fim da Força Nacional de Segurança e desmilitarização da PM.
Referência

FREITAS, Décio. Escravos e Senhores e Escravos. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1983.
Fonte: https://www.pstu.org.br

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Por uma verdadeira e definitiva independência do Brasil


Quero a utopia, quero tudo e mais

Quero a felicidade nos olhos de um pai

Quero a alegria muita gente feliz

Quero que a justiça reine em meu país

Quero a liberdade, quero o vinho e o pão

Quero ser amizade, quero amor, prazer

Quero nossa cidade sempre ensolarada

Os meninos e o povo no poder, eu quero ver”

(Milton Nascimento -Coração Civil)
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Por Marcelo Barros


     Além do feriadão que o 07 de setembro deste ano nos proporciona, a Semana da Pátria nos oferece a possibilidade de sermos não somente beneficiários de uma independência que ocorreu há quase 200 anos, mas protagonistas de um processo contínuo e sempre renovado de libertação comunitária e pessoal. 
         De fato, a independência jurídica e oficial do Estado brasileiro não está em questão. Mesmo com toda a ingerência do governo dos Estados Unidos e dos bancos internacionais na realidade brasileira, apesar do etanol que promete transformar nossas melhores terras em canaviais e de todas as pressões para se internacionalizar a Amazônia, não interessa mais aos impérios atuais manter países como colônias. Eles querem apenas explorar economicamente os países pobres, sem compromissos com sua administração. Dizem que, por ocasião do 2º turno das mais recentes eleições presidenciais brasileiras, um famoso banqueiro norte-americano afirmou com certa má educação: "A senzala pode escolher o dirigente que quiser. Nós só impomos o presidente do Banco Central".
       Por isso, nesta semana, a sociedade civil não é apenas convidada a ver a marcha militar do dia 07, mas a participar dos movimentos sociais que, no 13º Grito dos Excluídos, clamam por justiça e independência sócio-econômica para todos os brasileiros.
      Cada vez mais, em todo o continente latino-americano, (no 12 de outubro) e, no Brasil, em torno da Semana da Pátria, o "Grito dos Excluídos" é importante, tanto pelas manifestações populares que realiza, como porque gera uma ação permanente de cidadania, com uma rede de educação e conscientização social e política em camadas da população não atingidas por outro tipo de organização educativa. Através deste evento, muitas pessoas e comunidades, antes inteiramente excluídas da cidadania, passam a se sentir responsáveis pelo destino do Brasil e discutem possíveis saídas e alternativas para o país.
      Neste ano, o tema do Grito dos Excluídos no Brasil é a luta pela anulação do leilão de privatização da Companhia do Vale do Rio Doce. Esta empresa que, no mundo, é uma das maiores no campo da mineração, foi vendida pelo governo FHC (1997) por pouco mais de três milhões de reais quando, conforme os analistas, o preço justo seria mais de 44 milhões. Desde que a venda foi anunciada, entidades da sociedade civil e movimentos sociais têm processado os responsáveis por este crime e pedido a anulação do processo. Agora, dez anos depois, os movimentos populares organizam uma consulta popular. Se mais de um milhão de brasileiros assinarem uma petição para que se anule o leilão de privatização da Vale, aquele procedimento desonesto pode ser desfeito e o povo brasileiro voltar a ser proprietário do que lhe pertencia. Por isso, o lema do Grito dos Excluídos de 2007 é "Isto não Vale: Queremos Participação no Destino da Nação".
        Para participar no destino do Brasil, o Grito dos Excluídos critica o governo Lula por manter inalterado o sistema econômico, mesmo se reconhece que, como diz a ONU, desde 2002, oito milhões de pessoas neste país deixaram a pobreza absoluta. Restam ainda 52 milhões de brasileiros a serem levantados da situação de miséria. Os programas de inclusão social do governo brasileiro têm sido reconhecidos pelos organismos internacionais como válidos e corretos, tanto que estão sendo implantados em outros países do mundo. Entretanto, acima de tudo, são medidas emergenciais que, para ser eficientes, precisam de reformas estruturais da sociedade que o governo brasileiro parece não desejar. O Grito dos Excluídos critica o governo pelo projeto não democrático e anti-ecológico da transposição do rio São Francisco e pela empolgação com a qual patrocina a produção de Etanol, no lugar de garantir terra para o povo plantar e ter o que comer. Neste país que ainda conta com mais de 27 milhões de trabalhadores desempregados (quase 40% de toda a população ativa) e onde milhões de família vivem com uma renda mensal inferior a dois salários mínimos, como recuperar a dignidade do povo e manifestar que a independência comemorada neste dia 07 é para valer?
      O Grito dos Excluídos é suprapartidário e não deve ser confundido com movimentos ressentidos das elites como o tal "Cansei". Grupos sociais de classe alta e classe média deslumbrada, que nunca se conformaram em ver um operário na presidência da República, criticam o governo por motivos opostos aos dos setores comprometidos com a vida do povo brasileiro. Todos nós queremos ver o Brasil limpo e independente das tantas corrupções, que, desde séculos, ainda dominam setores que detêm o poder. Todos concordam que não poucos parlamentares do PT transformaram o que era antes um projeto de nação por um mero instrumento para ganhar eleições. Todos nós esperamos do governo que dialogue não somente com o Congresso, mas com toda a sociedade civil e principalmente com as organizações de base. Mas, reconhecemos que, apesar disso tudo, o governo atual é imensamente melhor do que os que lhe antecederam e queremos avançar para o futuro e não voltar a um passado elitista.
     Temos consciência de que não serão os armamentos apresentados no desfile militar do dia 07 que garantirão ao Brasil uma independência verdadeira. Esta só ocorrerá se o país souber integrar todos os segmentos da população em um projeto de pátria comum; se cuidar mais atentamente da Amazônia e, em todo o seu território, conseguir deter o desflorestamento e as queimadas, assim como zelar para que a camada de Ozônio que envolve a atmosfera não continue a ser destruída.
      No "Grande Sertão Veredas", Guimarães Rosa dizia que o bonito das pessoas é que elas estão sempre inacabadas e por ser completadas. Se isso é verdade de cada pessoa, o é também das sociedades e países. Mais do que uma mera organização política, o Brasil é um projeto amoroso a ser realizado e todos nós estamos convocados para este mutirão.

Texto Original Postado Em:

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Orientação e Cartografia (2ª parte)

Orientação e Cartografia (2ª parte)

Nesta segunda parte do tema  Orientação e Cartografia, vamo-nos cingir especificamente a uma componente prática, na sequência da primeira parte, que abordou apenas a componente teórica, que serviu para ajudar melhor a compreender esta continuação.

Como agir no caso de se perder

O que deve fazer se se perder num local deserto depende em grande parte das circunstâncias. De noite ou com tempo frio, a prioridade é encontrar um abrigo, com bom tempo, a prioridade é encontrar uma estrada, uma povoação ou um telefone.


Mal suspeite de que se perdeu, pare e avalie a situação. Continuar às cegas apenas poderá agravá-la. 

Se tiver um mapa, verifique a legenda para saber o que significam os símbolos. Provavelmente ficará com uma noção aproximada do local onde se encontra.

 Olhe em volta à procura de pontos de referência que condigam com o mapa. 

Procure localizar no mapa a última posição antes de se perder e tente traçar o caminho desde então, recordando cursos de água ou outros pontos de referência por onde tenha passado. 

Estude as curvas de nível do mapa para fazer uma ideia da configuração do terreno na área onde se perdeu. As curvas de nível  muito espaçadas correspondem a terreno pouco acidentado. A inexistência de curvas de nível indica uma planície ou um planalto. As curvas muito fechadas assinalam normalmente os contrafortes de um monte ou vale.

Verifique também a escala do mapa, por exemplo 1:50 000 significa que 1 cm no mapa equivale a 50 000 cm (0,5 km) no terreno. 

Sirva-se de um dedo como medidor tosco, se não tiver papel e lápis. O dedo indicador da maioria dos adultos mede cerca de 2,5 cm da ponta até à primeira articulação. Além disso, as cartas topográficas apresentam uma quadrícula que juntamente com a escala pode ser utilizada para calcular distâncias sem a ajuda de uma régua. 

Rode o mapa até os símbolos ficarem alinhados com os pontos de referência que representam. Decida-se quanto à direcção a tomar para alcançar uma estrada ou uma povoação. 

Verifique se existe algum obstáculo, uma escarpa ou um rio largo por exemplo, a barrar-lhe o caminho até ao destino escolhido. Se houver, arranje maneira de o contornar sem se desviar demasiado. 

Procure no mapa e no terreno um ponto de referência para se orientar. Verifique no mapa o seu avanço, procurando outros pontos de referência de um lado e do outro do caminho, à medida que for avançando.


E se não tiver mapa nem bússola?

Mesmo que não tenha mapa ou bússola, poderá encaminhar-se para local seguro, desde que observe alguns preceitos.

Considere em primeiro lugar voltar atrás pelo mesmo caminho até à ultima estrada principal por onde tenha passado.

Se não for possível voltar atrás, olhe à sua volta. Se avistar uma estrada dirija-se para lá.

Se conseguir orientar-se por pontos de referência no terreno de modo a reconhecer pelo menos vagamente o sítio onde se encontra, dirija-se para a estrada, caminho, via férrea ou curso de água mais próximo que saiba ir dar a lugar seguro.


Orientação sem Carta ou Bússola

O passo fundamental para se determinar a direcção, é localizar os quatro pontos cardeais no terreno. Existem vários métodos para o fazer sem bússola.

Pelo Sol

O Sol nasce a Este e põe-se a Oeste nos dias do Equinócio (por volta de 21 de Março e 21 de Setembro), mas ligeiramente a Sul destes pontos no Outono e Inverno e ligeiramente a Norte destes pontos na Primavera e Verão. Contudo convém lembrar que a direcção é função do nosso propósito. Se formos obrigados a atingir um ponto ou local específicos, é forçoso que alinhe a direcção pretendida com o Norte ou o Sul Magnéticos ou Geográficos. Mas se apenas pretende manter uma direcção, a trajectória do Sol é o melhor ponto de referência permanente.


A Bússola das mãos

Se for de manhã, estenda o braço direito na direcção em que o Sol está a nascer, que é o Este, desta forma, ficaremos com o Oeste na direcção do braço esquerdo, o Norte estará à nossa frente e o Sul estará atrás de nós. Se for da parte da tarde, basta estender o braço o braço esquerdo na direcção em que o Sol vai caindo, que é o Oeste, assim o Este ficará no lado do braço direito, o Norte à frente e o Sul atrás.


Método da sombra da vara

1 -  Cravar uma vara no chão, em local onde se possa projectar uma sombra distinta, marcar onde a sombra da ponta da vara bater no chão.

2 – Aguardar que a sombra da vara se desloque alguns centímetros. Se a vara tiver cerca de 1 metro, bastam quinze minutos. Quanto mais comprida for a vara, tanto mais rapidamente se deslocará a sombra. Marcar a nova posição da sombra da ponta da vara.

3 – Traçar uma linha recta, passando pelas duas marcas referidas, obtendo aproximadamente, a linha Este-Oeste. A primeira marca fica sempre para Oeste, a segunda marca fica sempre para Este, a qualquer hora do dia e em qualquer lugar da Terra.

4 – Qualquer linha perpendicular à anterior indicará, aproximadamente, a direcção Norte-Sul, a qual ajudará a orientar para qualquer direcção de marcha.




 
Determinação da hora pelo método da sombra da vara

Ao meio-dia, a hora dada por este relógio de Sol está próxima da hora dos relógios convencionais e o espaçamento das outras horas, comparado com o das horas convencionais, varia um pouco o local e a data.

Para saber as horas do dia crava-se a estaca verticalmente na intersecção das linhas Este-Oeste e Norte-Sul. A ponta Oeste da linha Este-Oeste indica as 6 horas e a ponta Este as 18 horas, em qualquer ponto da Terra. A linha Norte-Sul fica assim transformada na linha do meio-dia. A sombra da vara é o ponteiro das horas deste relógio de Sol e com ela pode estimar as horas usando a linha do meio-dia e a linha das 6-18 horas como referências. A sombra pode deslocar-se quer no sentido do movimento dos ponteiros do relógio, quer no sentido contrário, conforme a localização e a estação do ano, mas este facto não altera a maneira de ler este relógio de Sol. O relógio de Sol não é um relógio em sentido comum. Nele o dia tem doze horas desiguais e lêm-se sempre 6 horas ao nascer do Sol e 18 horas ao pôr do Sol.


Método do relógio

Pode usar-se o relógio para determinar, aproximadamente, quer o Norte quer o Sul verdadeiros. Apenas na zona temperada do Norte o ponteiro das horas é apontado para o Sol. A meia distância entre o ponteiro das horas e s 12 horas do relógio corre uma linha que aponta o Sul. Para poupar tempo e à luz do dia, a linha Norte-Sul pode ser determinada a meia distância entre o ponteiro das horas e a 1 hora. Se tiver dúvidas acerca de qual das extremidades da linha aponta o Norte, basta recordar que o Sol está a Este antes do meio-dia e a Oeste da parte da tarde.

O relógio também pode ser usado para orientação na zona temperada do Sul, porém o método é diferente. Aponta-se a marca das 12 horas do relógio para o Sol e a meia distância entre as “12” e o ponteiro das horas estará  a linha que indica o Norte. À luz do dia, e para poupar tempo, esta linha pode ser determinada a meia distância entre o ponteiro das horas e o “1”. As zonas temperadas em ambos os hemisférios ficam compreendidas entre os  23,5º e os 66,5º de latitude.



Método das sombras iguais

1. Crava-se uma vara ou ramo verticalmente em local apropriado para se obter uma sombra nítida com, pelo menos 30 cm de comprimento. Marca-se a sombra do topo da vara com uma pedra, cavaco ou qualquer outra coisa. Esta operação tem de ser feita cinco a dez minutos antes do meio-dia (hora solar).

2. Traça-se um arco cujo raio seja o comprimento da sombra anteriormente marcada e cujo centro seja a base da vara. Para fazer isto, pode-se usar um cordel, os atacadores dos sapatos ou uma outra vara.

3. À medida que o meio-dia se for aproximando, a sombra irá encurtando. Após o meio-dia, o comprimento da sombra irá aumentando até cruzar o arco. Mal a sombra da ponta da vara tocar o arco pela segunda vez, marque o sítio.

4. Risque uma linha recta que passe pelas duas marcas para obter a linha Este-Oeste.
Embora esta seja a versão mais rigorosa do método da sombra da vara:

. Tem de ser efectuada próximo do meio-dia.

. Para se completar o processo, o observados tem de estar atento à sombra e executar o passo 3 no instante em que a ponta da sombra tocar o arco.



Orientação durante a noite

Orientar-se à noite no céu parece ser difícil, mas na realidade é como ler um mapa de estradas. Se olharmos para o céu durante algum tempo percebemos que toda a esfera celeste parece rodar em torno de um ponto fixo. No hemisfério Norte, a esse ponto chamamos Pólo Norte Celeste. Próximo desse ponto encontra-se uma estrela não muito brilhante, mas importante porque está orientada a Norte e ao contrário de todas as outras estrelas mantendo a mesma posição ao longo da noite. No meio de tantas estrelas apenas temos que encontrar a Estrela Polar.


Encontrar o Norte

A Polar encontra-se na constelação da Ursa Menor, mas é mais fácil de localizar pela constelação da Ursa Maior. As duas estrelas da extremidade da “caçarola” (que são as mais brilhantes desta constelação e dão pelo nome de Dubhe e Merak), são normalmente designadas por “guardas”. A Estrela Polar fica no prolongamento da linha que une as “guardas” (cerca de cinco vezes a distância que as une), esta linha tem que ser prolongada para o lado de convexidade da cauda. A Uesa Maior roda lentamente em torno da Estrela Polar e nem sempre aparece na mesma posição.


A constelação de Cassiopeia também pode ser usada. Este grupo de cinco estrelas brilhantes apresenta-se como um “M” cambado (ou como um “W”, quando está próxima da linha do horizonte). A Estrela Polar fica exactamente em frente da Estrela do centro a cerca de meio caminho entre a Cassiopeia e a Ursa Maior. A Cassiopeia também roda lentamente em torno da Estrela Polar e localiza-se sempre em posição quase diametralmente oposta à da Ursa Maior. Esta posição constitui um auxiliar valioso quando a Ursa Maior se encontra baixa ou fora da vista devido à vegetação ou ao terreno elevado.



Encontrar o Sul

A Sul do Equador, encontrar esse ponto cardeal não é assim tão fácil, pois não há uma estrela brilhante próxima. Ainda assim, a constelação do Cruzeiro do Sul ajudará a localizar a direcção geral do Sul e, a partir desta base, qualquer outra direcção. Este grupo de quatro estrelas brilhantes tem a forma de uma cruz, e daí o seu nome. As duas estrelas que formam o eixo maior do Cruzeiro são designadas por “pontas”. Prolonga-se o eixo maior da Cruz, na direcção do nosso pé, quatro vezes e meia a distância que separa as duas “pontas” e obtém-se um ponto imaginário. Este ponto assinala a direcção geral do Sul. Deste ponto, olha-se perpendicularmente à linha do horizonte e escolhe-se uma referência no terreno.




Pela Lua

Tal como o Sol, a Lua nasce aproximadamente a Este e põe-se a Oeste. Mas por ter um período de rotação diferente da Terra, ela nasce e põe-se sempre em horas diferentes.



As fases da Lua são causadas pela sua posição em relação ao Sol, a parte iluminada é a que se encontra na direcção do Sol.



A Lua Cheia é visível toda a noite, nasce a Este, atinge a máxima altura no céu na direcção Sul e põe-se aproximadamente a Oeste. Pelo contrário, a Lua Nova não é visível porque atravessa o céu durante o dia.

Em Quarto Crescente (forma de “D”) a Lua é visível no início da noite aproximadamente a Sul e põe-se a Oeste no início da madrugada. Pelo contrário em Quarto Minguante (forma de “C”) a Lua nasce a Este no início da madrugada e encontra-se na direcção Sul ao amanhecer.

Para os habitantes do Hemisfério Sul, a Lua não é visível na direcção Sul, mas sim a Norte. A Lua em Quarto Crescente passa a ter a forma de “C” e consequentemente, tem a forma de “D” em Quarto Minguante.


Orientação por indícios e informações

Igrejas – (Nas antigas) estão normalmente orientadas de Oriente para Ocidente, isto é, a entrada está voltada a poente e o altar a nascente. Outra maneira, o altar fica do lado da Terra Santa.

Cataventos – Colocados nas torres das igrejas e noutros edifícios com uma cruzeta, com as indicações dos pontos cardeais.

Acção Clorofilia – O cimo (copa) dos pinheiros inclinam-se mais para o Sol nascente. Os ramos das árvores são maiores e mais numerosos do lado Sul, por ser desse lado que incide mais o Sol.

Casca das árvores – Apresentam-se mais rugosas, mais grossas e com mais fendas do lado em que são batidas pelas chuvas, isto é, do lado voltadas a Norte ou Noroeste.

Caracóis – Geralmente encontram-se mais nas paredes voltadas a Sul e a Este.

Formigas – Têm o formigueiro e principalmente as estradas abrigadas dos ventos dominantes (Norte em Portugal, ficando portanto a entrada virada a Sul).

Moínhos – Em Portugal, a porta está geralmente voltada para Sudeste (também devido aos ventos dominantes).

Criptogâmicos – (Musgo, cogumelos, etc) A sua existência, que se desenvolve mais no lado húmido, indica-nos o Norte. O Sol incide no lado Sul porque estamos a Norte da zona tórrida.


A título de curiosidade, é importante no final do dia sabermos quanto tempo temos de luz solar. Pois existe um método simples de o calcular, basta estender  o nosso braço colocando a nossa mão em frente e colocando o sol na intersecção do dedo polegar e do indicador, os dedos que ficam para baixo em direcção à linha do horizonte, dão-nos um tempo aproximado  de quando o sol desaparecerá, contando que cada dedo equivale a 15 minutos de luz solar, basta somar quinze minutos pelos dedos que separam o Sol da linha do horizonte.



A Variação ou Declinação Magnética

Aparentemente, para orientar a carta, o único que temos que fazer, é verificar a direcção que a bússola nos indica o Norte e alinhar a carta com essa direcção. Mas desgraçadamente a vida não é assim tão simples. Para tornar isto mais complicado e como já dissemos no artigo anterior, existem 3 Nortes, entre os quais temos que eleger e o mais exacto ou não que resultará a nossa orientação vai depender do que elegermos. O Norte Geográfico é o Pólo Norte, que não terá grande interesse para nos orientarmos na montanha. O Norte Verdadeiro é o Norte que assinalam as linhas de coordenadas, da quadricula, da carta e o Norte Magnético, que muda ligeiramente de posição todos os anos e que nos é assinalado pela bússola. A diferença entre o Norte Verdadeiro e o Norte Magnético chama-se Variação ou declinação magnética. A causa desta aparente anomalia é derivada pela atração magnética que se situa numa pequena ilha situada ligeiramente a Oeste do Polo Norte Geográfico, e consequentemente a variação magnética será um pouco diferente dependendo do local onde nos encontremos. Nas cartas, geralmente está indicado o valor aproximado da declinação.
Portanto o Norte Verdadeiro, que é o que as cartas nos indicam, está na direcção do Polo Norte Geográfico e o Norte que nos assinala a agulha da bússola está a cerca de 2.250 km de distância do geográfico. No Dakota existe muito pouca declinação, porque o Norte Magnético está mesmo muito próximo. Na Califórnia, o Norte Magnético situa-se ligeiramente a Este do Norte Verdadeiro e no New England está um pouco a Oeste. Estas diferenças servem para exemplificar um pouco as diferenças existentes.

Para corrigir a declinação na bússola e podermos orientar a carta correctamente, temos que ler primeiro na legenda da carta qual é a declinação (neste exemplo prático será 352 graus).

1. Roda-se o limbo até que o Norte coincida com a seta de direcção do rumo.




2. Coloca-se um dos lados da bússola paralelo a qualquer meridiano (ou linha de quadrícula Norte-Sul) no mapa.



3. De seguida, giram-se ambos, a bússola e o mapa, até que a ponta vermelha da agulha imãnada indique a declinação (neste caso 352 graus). O mapa neste momento está orientado e portanto coincide com o terreno.



Processos de Orientação

A carta topográfica

As cartas topográficas estão divididas em quadriculas com numeração, estas servem para calcularmos as coordenadas geográficas. Portanto as quadrículas das cartas ajudam-nos a localizar com toda a precisão, a nossa posição. Para calcular as coordenadas, primeiro seguimos as linhas horizontais (a) e verificamos que o quadrado sombreado (neste caso será a nossa localização) se situa entre as linhas com os números 43 e 44. De seguida subimos pelas linhas verticais (b) e verificamos que o quadrado se situa entre os números 25 e o 26. A posição do quadrado é portanto 4.325. Para sermos mais exactos utilizaremos uma referência com 6 dígitos. Podemos utilizar o lado graduado da bússola para dividir os lados da quadrícula identificada com a referência de 4 dígitos em 10 partes iguais e deste modo conseguimos a terceira e sexta numeração. Desta forma sabemos que a nossa posição exacta é 436.253.



Orientação de uma carta

Sabe-se que muita gente se colocou a caminhar em direcção errada, simplesmente porque pegaram na carta como se fosse um livro, que tem uma parte de cima e uma parte de baixo e não como um mapa que tem um Norte e um Sul. Portanto, um mapa deve-se segurar comparando-o com os acidentes de terreno, ainda que implique pegar nele de pernas para o ar. Devemos observar as características da paisagem que nos rodeia, identificando lagos, bosques, colinas, etc,  e comparar com as suas representações na carta. Se não estiverem no seu sítio, devemos dar a volta ao mapa até que todos os pontos identificados fiquem no devido sítio em relação à carta. Devemos levar em conta que não temos uma perspectiva de um pássaro em relação ao terreno, pelo que é necessária uma certa práctica para orientar e interpretar a carta desta forma.


Métodos de orientação:

a) Com a bússola: Determina-se a declinação cartográfica, marca-se sobre a carta a direcção do Norte Magnético (na escala de tangente).
Faz-se coincidir a direcção da agulha magnética com a direcção marcada na carta (Norte Magnético) ficando assim a carta orientada.


b) Conhecendo o ponto de estação (ponto onde nos encontramos) e identificando um ponto do terreno na carta.

Faz-se coincidir a direcção do terreno (ponto estação – ponto identificado) com a sua homóloga na carta (ponto de estação na carta – ponto identificação na carta). A carta fica orientada.


c) Não sendo conhecido o ponto estação, mas sendo conhecido e identificado no terreno uma linha bem defenida (estrada, linha de água, linha férrea, etc).

1) Há que determinar o ponto estação para isso.

a) Por comparação com os objectos que nos rodeiam. Depois de a carta estar orientada através da comparação carta-terreno e pelo cálculo da distância a 1 ou 2 acidentes comparados, sabe-se a nossa posição (ponto de estação).

b) Por intersecções – Orienta-se a carta, escolhe-se um ponto de referência no terreno e com uma régua, marca-se na carta a direcção segundo a qual se vê o ponto (a direcção marcada deve passar pelo sinal que representa na carta o ponto escolhido). Repete-se a operação para outro ponto de referência. O cruzamento das duas linhas traçadas, de preferência 3, é o ponto estação.



Determinar o local onde nos encontramos

Procurar os símbolos. 

Uma vez orientada a carta, segure-a com firmeza. Examine no mapa a área onde julgamos encontrar-nos e procurar localizar símbolos que representem pontos de referência fáceis de identificar, tais como o cume de um monte, uma ponte ou uma igreja. Devemos olhar à nossa volta e procurar encontrar esses pontos de referência no terreno. Depois, mira-se ao longo do mapa de modo que o símbolo neste e o ponto correspondente no terreno fiquem alinhados. A nossa posição situa-se algures ao longo dessa linha. Repete-se o processo com outros pontos de referência e a nossa posição será algures no triângulo formado geralmente por essas linhas.




Como Utilizar a bússola

. Colocamo-nos em frente ao objecto cuja direcção tomamos como referência.

. Mantemos a bússola nivelada (deve estar paralela ao solo de preferência). Mantendo-a assim, a agulha move-se livremente.

. Mantemos a bússola directamente à nossa frente, não angulada.

. Para alinhar a agulha magnética e a flecha de orientação, mantemos a bússola o mais próxima possível, de forma que se veja a esfera olhando-a para baixo e não desnivelada. Assim seremos capazes de situar a agulha exactamente sobre a flecha de orientação com os extremos alinhados.

. Devemos estar afastados de tempestades magnéticas, rochas eruptivas, grandes massas de ferro (torres, pontes, hangares, etc), cabos condutores de energia eléctrica, etc, pois provocam desvios da agulha da bússola.


Orientação pela bússola

. A agulha magnética da bússola indica-nos o Norte Magnético, pelo que, para se determinar o Norte Geográfico, bastará entrar em linha de conta com o valor da declinação magnética.

. Na prática, para nos orientarmos com a bússola, colocamo-la horizontalmente e rodamos o limbo graduado até que o Norte fique alinhado com a linha de leitura. Com este procedimento obtemos uma orientação Norte, que é o mesmo que 0º ou 360º. De seguida segura-se a bússola nivelada à nossa frente a uma distância que se consiga ver facilmente.


Seguidamente roda-se o corpo e a bússola simultaneamente, até que o extremo vermelho da agulha fique sobre a ponta da seta de direcção.



Neste momento estaremos orientados para o Norte magnético. Para seguir essa direcção, deslocamo-nos ao longo da linha indicada pela seta de direcção.


. A direcção a seguir, no terreno é definida com base na linha Norte-Sul do mostrador.


Como determinar o azimute magnético de um alvo usando a bússola

Primeiro deve-se alinhar a fenda de pontaria com a linha de pontaria e com o alvo. Depois deste alinhamento, espreita-se pela ocular para o mostrador e lê-se a medida junto ao ponto de referência.


Quando nos é dado um azimute

Se nos é fornecido um azimute em graus, rodamos o mostrador da bússola de modo que esse valor fique virado para a linha de referência. Segura-se a bússola horizontalmente à nossa frente, com a linha de direcção a apontar para a frente.
Rodamos o corpo até que a ponta vermelha da agulha magnética esteja alinhada com o Norte do mostrador. Neste momento ficamos virados na direcção do deslocamento.


Orientação com carta e bússola

. Coloca-se a bússola sobre a carta, de modo a que as respectivas linhas Norte-Sul  fiquem paralelas.


. Roda-se todo o conjunto (a carta e o mostrador da bússola devem manter as mesmas posições relativas), até que a ponta da agulha que indica o Norte Magnético fique sobre o ponto do mostrador que define a declinação.


. Deve-se notar que esta operação deverá ser efectuada fora da influência de quaisquer massas metálicas.


Transformação de um rumo do mapa para a bússola

1. Segura-se a carta, plana e calcula-se o rumo a olho, para evitar erros de 180º no rumo final. No exemplo apresentado, o rumo de “A” a “B” é de aproximadamente 45 graus.


2. Coloca-se a bússola sobre a linha imaginária que une “A” a “B”, de forma que a seta indicadora do rumo apresente essa direcção.

3. Roda-se o limbo da bússola, até que as linhas de orientação fiquem paralelas aos meridianos da carta, e agora lê-se o rumo na marca de indicação dos graus. Já temos o rumo verdadeiro. Se nos situamos numa zona onde a variação magnética é superior a 3 graus, devemos tomar particular atenção. Para conseguirmos um rumo magnético teremos que aumentar (somar) de modo que se o rumo verdadeiro for de 46 graus e a declinação magnética, segundo o mapa, fôr de 5º, o rumo magnético será de 51 graus. Teremos então que rodar o limbo da bússola até que a marca indicadora, marque 51 graus.


4. Para conseguir o rumo, segura-se a bússola plana na mão, à nossa frente. Rodamos até que o extremo vermelho da agulha imânada coincida com o Norte do limbo e seja paralela às linhas de orientação. A direcção a seguir, é a que aponta a seta de indicação do rumo.


Como devem compreender Muito fica por abordar sobre este tema, mas apenas tentamos deixar uma ideia simples de como nos orientarmos. Lógicamente, aconselhamos que frequentem uma  formação e saiam para o campo com pessoas que dominem esta matéria, de forma a aprofundarem os conhecimentos. E para terminar este artigo, gostaríamos de deixar algumas chamadas de atenção de forma a evitar problemas de desorientação quando sairmos para o monte.

Assim, qualquer pessoa que se aventure a pé na montanha, pode reduzir ao mínimo os riscos de se perder, se observar algumas regras simples:

Informe alguém do local aonde vai e da hora a que espera chegar. Confirme a sua chegada para que o seu contacto não peça desnecessariamente auxilio.

Calcule quanto tempo a sua viagem irá demorar. Um adulto em boa forma pode estimar a caminhada em campo aberto à velocidade de cerca de 4 km/h, excluindo as paragens para descansar.


Acrescente 50 minutos à sua estimativa por cada 500 m de escalada ao longo do percurso.

Informe-se das condições meteorológicas antes da partida e vista-se em conformidade com a previsão do estado do tempo.

Se se deslocar para um local desconhecido, tente reunir um grupo de pelo menos quatro pessoas. Se uma se ferir ou magoar, um membro do grupo pode ficar junto à vítima, enquanto os outros dois buscam socorro.

Se tiver pouca experiência de caminhar em campo aberto, pondere bem antes de se aventurar sozinho.

Se os seus planos forem alterados por qualquer razão após a partida, informe aqueles que o esperam, se tal for possível. Deste modo poderá evitar  alarmes falsos e impedir que quaisquer serviços de socorro sejam alertados desnecessariamente.


Posto isto, basta-nos terminar com os votos de boas caminhadas … e, orientados

Nota: gostaríamos de deixar aqui o nosso agradecimento ao Benjamim Ribeiro, pela sua colaboração na parte de orientação nocturna.