domingo, 21 de julho de 2019

3º Bimestre - Texto 2 - A origem da contagem do tempo



Desde que o homem notou pela primeira vez o movimento regular do Sol e das estrelas, começou a se perguntar sobre a passagem do tempo. A população pré-histórica registrou as fases da Lua, pela primeira vez, cerca de 30 mil anos atrás. Desde então, a contagem do tempo tem sido a maneira pela qual a humanidade tem observado os céus e representado o avanço das civilizações. Chamamos de Cronologia o estudo do tempo e é com base neste conjunto de conhecimentos que a humanidade consegue, até os dias de hoje, controlar e organizar sua vida e suas atividades.
Para os caçadores do Período Paleolítico, a posição dos astros e suas periodicidades eram usadas para saber quando a Lua mudaria, em que períodos as diversas estações da natureza aconteciam e qual sua influência no comportamento e migração dos animais para que a caça e a pesca pudessem ser bem sucedidas. Como viviam em bandos, uma caçada mal sucedida poderia comprometer sua alimentação e, consequentemente, sua espécie.  Já no Período Neolítico, arar a terra, semeá-la e o período de colheita precisavam de medidas de tempo precisas para que os períodos mais favoráveis fossem observados para que cada fase da agricultura fosse completada com sucesso garantindo, assim, o prosseguimento da espécie em um dado local.
E estas medidas de tempo tinham por base fenômenos naturais repetitivos. Ora, antigamente, antecedendo à invenção da escrita, a humanidade não detinha conhecimentos acerca da construção de artefatos (ferramentas) que os auxiliassem na medição do intervalo de tempo. Desta forma, recorrer aos fenômenos naturais que fossem periódicos tornava-se a ferramenta mais favorável naquele momento onde despontava a aurora da nossa civilização. Os fenômenos periódicos mais utilizados foram os movimentos dos corpos celestes e, a partir daí, estes fenômenos passaram a determinar as estações do ano, os meses e os anos.
Exemplificando,  há cerca de 20.000 anos, os caçadores faziam medição de tempo contando os dias entre as fases da Lua, por meio de marcações em gravetos e ossos. As descobertas arqueológicas (restos mortais e ferramentas antigas)  indicam que em todas as civilizações antigas, desde os primeiros hominídeos, algumas pessoas estavam preocupadas com a medição do tempo, seja por motivos religiosos, agrícolas ou de estudo dos fenômenos celestes (uma forma antiga de astronomia).
Os Sumérios (povo residente na mesopotâmia) chegaram a elaborar um calendário, que dividia o ano em 12 meses de 30 dias, sendo que os dias eram divididos em 12 períodos (que equivalem a duas horas), e dividiam cada um destes períodos em 30 partes (aproximadamente 4 minutos). Pelo período ocupado por essa civilização (entre 5.300 e 2.000 anos antes de Cristo), a precisão de seu calendário é fantástica!
Além dos sumérios, os Egípcios também tinham um calendário que utilizava os ciclos das fases da Lua, mas que passou a utilizar o movimento da estrela Sirius, que passa próxima ao Sol a cada 365 dias, na mesma época em que a inundação anual do Nilo tem início. Isto foi muito importante para o crescimento da civilização Egípcia. Heródoto (historiador grego) afirmou que “O Egito é um presente do Nilo.”, já que a região seria apenas deserto se não houvesse este rio.
Podemos então sintetizar, afirmando que os fenômenos celestes é que determinavam o período de fertilidade da terra e o comportamento dos animais e tiveram grande preocupação para muitos povos.
Com o passar dos anos, muitos instrumentos para contar o tempo surgiram: relógios de areia, de sol, de água, ... Até chegar aos modernos relógios atômicos.
Por muitos séculos, a humanidade guiou-se pela sombra de um objeto projetada pelo sol, a sombra do gnomo, dos relógios de sol, para medir o tempo. Inicialmente, talvez no paleolítico ou neolítico, a medição por parte dos homens primitivos devia estar baseada na modificação do comprimento de sua própria sombra, que crescia até o meio dia e decrescia na medida que o dia se esgotava com a aproximação da noite, quando ele deveria estar de volta à segurança de seu abrigo. Posteriormente, a medição do tempo orientou-se para o calendário, para a identificação das estações do ano, que era informação essencial para as civilizações que praticavam a agricultura, em face da estreita dependência desta dos fatores climáticos, diretamente ligados à passagem das estações.
O relógio de água foi um dos primeiros sistemas criados pelo Homem para medir o tempo. A ampulheta é um dos meios mais antigos de medir o tempo. É constituída por duas âmbulas (recipientes cónicos ou cilíndricos) transparentes que comunicam entre si por um pequeno orifício que deixa passar uma quantidade determinada de areia de uma para a outra - o tempo decorrido a passar de uma âmbula para a outra corresponde, em princípio, sempre ao mesmo período de tempo. Eram frequentemente utilizadas em navios (onde se usavam ampulhetas de meia hora), em igrejas e, no início da utilização do telefone, servia, em alguns locais, para contar o tempo dispendido numa chamada (no Norte de Portugal, por exemplo, esta prática era comum em algumas casas comerciais).
Foi muito utilizada na arte para simbolizar a transitoridade da vida. A morte, por exemplo, é muitas vezes representada como um esqueleto com uma foice numa das mãos e uma ampulheta na outra.
Atividades:
1 – No início da história humana nossos ancestrais não usavam ferramentas sofisticadas, portanto eles recorriam aos fenômenos naturais para medir o tempo. Quais os fenômenos naturais periódicos mais utilizados para medir o tempo?
2 – Como os antigos caçadores contavam o tempo?
3 – Como sabemos que os antigos caçadores e todas as civilizações antigas estavam preocupados com a medição do tempo?
4 - Quais civilizações (povos) aparecem no texto como pioneiros na contagem do tempo?   
5 – Cite outros instrumentos que foram inventados para medir o tempo.